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História

1480: Os 800 de Otranto (como os turcos imitaram Maomé na bota itálica – vídeo 24)

21 agosto, 2020 by José Atento Deixe um comentário

No dia 14 de agosto de 1480, 814 homens, defensores de Otranto, foram ritualisticamente decapitados, pelos invasores turco-otomanos, por se recusarem a se converter ao islamismo (como feito por Maomé 700 anos antes). Eles são conhecidos como os Mártires de Otranto, e seus crânios são expostos até hoje na catedral da cidade. A heróica defesa de Otranto causou um atraso nos planos dos turcos, resultando na sua expulsão da bota itálica um ano depois.

Bitchute: https://www.bitchute.com/video/GeGJcCa3eSlh/
3Speak:
YouTube: https://youtu.be/HCFdTdlc6mE

Otranto é uma cidade localizada na ponta sudeste da Itália, de fronte ao Estreito de Otranto, que conecta o Mar Adriático com o Mar Jônico e separa a Itália da Albânia.

Desde a queda de Constantinopla, em 1454, considerava-se apenas uma questão de tempo até que os turcos otomanos invadissem a Itália. São Francisco de Paula reconheceu o perigo iminente para a cidade e seus cidadãos cristãos. Ele predisse: “Ó, cidadãos infelizes, quantos cadáveres vejo cobrindo as ruas? Quanto sangue cristão vejo entre vocês?”

A invasão do então Reino de Nápoles aconteceu no dia 28 de julho de 1480, quando 18.000 soldados turcos, sob o comando de Gedik Ahmed Pasha, invadiram o porto de Otranto. Os turcos ofereceram condições de rendição aos cidadãos, na esperança de conquistar este ponto-de-apoio na Itália sem resistência, e iniciar a conquista da costa adriática.

O sultão Maomé II havia dito ao Papa Sisto IV que ele levaria seu cavalo para comer capim sobre o túmulo de São Pedro. O Papa Sisto, reconhecendo a gravidade da ameaça, exclamou: “povo da Itália, se quiserem continuar se chamando de cristãos, defendam-se!” 

Os habitantes de Otranto, e arredores, eram, em sua maioria, pescadores. Eles não eram soldados. Eles não tinham artilharia. Um número estimado em 20 mil, incluindo mulheres, crianças e idosos. Mas, por comum acordo, eles decidiram defender a cidade, lançando-se ao combate contra as forças turcas, agrupando-se por trás das muralhas do Castelo de Otranto.

Castelo de Otranto

A temida artilharia turca bombardeava as muralhas de defesa, mas os cidadãos consertavam rapidamente os estragos. Os turcos enfrentavam cidadãos destemidos, determinados a defender as muralhas com óleo fervente, sem armas apropriadas, e às, vezes, usando as próprias mãos. 

Os cidadãos de Otranto frustraram o plano do Sultão de uma vitória rápida, dando ao resto da Itália duas semanas de tempo precioso para organizar e preparar suas defesas para repelir os invasores. Mas, em 12 de agosto, os turcos romperam as muralhas e começaram a abrir caminho pela cidade. Ao chegar à catedral, encontraram o arcebispo Stefano Agricolo “cerimonialmente vestido e com um crucifixo nas mãos” esperando-os com o conde Francesco Largo. O arcebispo foi decapitado diante do altar, seus companheiros foram serrados ao meio e os padres que os acompanhavam foram todos assassinados. Depois de profanar a Catedral e a tranformar em mesquita, os turcos reuniram as mulheres e crianças mais velhas, levadas para as terras controladas pelo Império Otomano para serem vendidas como escravas.

Escravizar mulheres presas em conflito, inclusive usando-as como escravas sexuais, é haram (permitido) pois é prescrito no Alcorão (as mulheres que sua “mão direita possuir” são aquelas conquistadas como espólio de guerra – Alcorão 4:3, 4:24, 33:50 e 70:30) e faz parte da Suna (tradições de Maomé), pois foi algo feito repetidas vezes pelo próprio Maomé e seus seguidores (Sahih Bukhari 4138 (Book 64, Hadith 182), 7409 (Livro 97, Hadice 38), 5207 (Book 67, Hadith 141), 5208, 5209 (Book 67, Hadith 142); 5210 (Book 67, Hadith 143), 6603 (Livro 82, Hadice 9), 2229 (Livro 34, Hadice 176), 2542 (Livro 49, Hadice 26), 7409 (Livro 97, Hadice 38); Sahih Muslim 1439 a, Book 16, Hadith 159, 1440 c, Book 16, Hadith 164, 1438 f, Book 16, Hadith 152, 1438 g, Book 16, Hadith 153, 1456a, Livro 17, Hadice 41, 1456d, Livro 17, Hadice 43, Sunan an-Nasai, Vol. 4, hadice 3411).

Então, o apóstolo enviou Sa’d bin Zayd al-Ansari irmão de Abdul-Ashhal com algumas das mulheres escravas dos Banu Qurayza para Najd e ele as vendeu por cavalos e armas.

Ishaq, 693 (pág. 466)

Oitocentos homens saudáveis, com idades acima dos 15 anos, ​​foram ordenados a se converterem ao Islão ou serem mortos. Os turcos precisavam de mais soldados. Diz-se que um alfaiate chamado Antonio Primaldi proclamou “Agora é hora de lutarmos para salvar nossas almas para o Senhor. E já que ele morreu na cruz por nós, é apropriado que morramos por ele!” Os demais presos, gritaram, mostrando a sua concordância.

Em 14 de agosto, os oitocentos foram conduzidos ao Morro de Minerva, para serem executados. Primaldi foi escolhido para ser o primeiro a ser decapitado. Uma lenda diz que o corpo degolado de Antônio Primaldi permaneceu ereto, apesar dos esforços em jogá-lo no chão, até que o último homem tivesse sido degolado. Um dos carrascos, um turco chamado Barlabei, ficou tão impressionado com esse prodígio que se converteu ao cristianismo, e sendo também executado, mas por empalamento.

A resolução dos turcos em degolar 800 cristãos é uma imitação do que Maomé fez após a Batalha da Trincheira. Naquela ocasião, judeus da tribo Banu Qurayza se recusaram a lutar por Maomé, sendo degolados ritualisticamente após a batalha. Maomé cavou trincheiras no mercado de Medina e as usou como vala comum dos entre 600 a 900 judeus degolados, homens (todos aqueles que tinham pêlos pubianos), em uma única noite (ibn Ishaq,  pag. 461-466).

Então o apóstolo foi ao mercado de Medina (que ainda é mercado hoje) e cavou trincheiras. Então ele mandou buscá-los e decepou-lhes as cabeças naquelas trincheiras à medida que eram trazidos para ele em lotes … Haviam 600 ou 700 no total, embora alguns calculassem o número em até 800 ou 900.

ibn Ishaq, 690 (pág. 464)

O Alcorão 33:26-27 trata deste evento medonho, justificando desde o roubo das posses dos descrentes, escravização das suas mulheres e crianças, e degolamento dos homens.

E Ele trouxe aqueles do Povo das Escrituras que os apoiavam para baixo de suas fortalezas, e lançou pânico em seus corações. Alguns vocês mataram e alguns outros vocês escravizaram. E Ele fez com que você herdasse suas terras, suas casas e suas riquezas, e terras que não pisaram. Alá é capaz de fazer todas as coisas.

Quran 33:26-27

Tendo então, um ponto-de-apoio, os turcos, começaram sua campanha militar, atacando e pilhando Vieste, em agosto, e Brindisi, Lecce e Taranto, em outubro.

Entre agosto e setembro de 1480, o rei Fernando de Nápoles, com a ajuda de seu primo Ferdinando, o católico, e do Reino da Sicília, tentou sem sucesso reconquistar Otranto. Vendo os turcos como uma ameaça, Alfonso de Aragão deixou suas batalhas com os florentinos para liderar uma campanha para libertar Otranto dos otomanos. A cidade seria finalmente sitiada pelas tropas de Alfonso, apoiadas por um exército húngaro liderado pelo rei Matias Corvinus, em 1 de maio de 1481.

Então, ocorreu uma guinada da sorte. O sultão e califa, Maomé II, que organizava a nova campanha para conquistar a Itália, faleceu repentinamente no dia 3 de maio. Sem reforços, os turcos em Otranto finalmente renderam-se em agosto, deixando a cidade em setembro, terminando uma ocupação de 13 meses.

Foi então que os crânios dos 800 mártires foram recuperados do Morro de Minerva, e colocados em um relicário na catedral da cidade, onde ainda podem ser contemplados por trás de janelas de vidro.

Os 800 de Otranto (na verdade, 814) foram beatificados em 1771 pelo papa Clemente XIV, e canonizados pelo papa Francisco, em 2013.

A população de Otranto foi dizimada, de 20 mil para 8 mil. Receio provocado por novos ataques ao longo dos séculos seguintes levaram a muitos habitatnes deixarem a cidade. É interessante constatar que Otranto nunca recuperou o mesmo nível populacional de 5 séculos atrás, mesmo na atualidade.

Otranto ainda seria atacada por piratas turcos, liderados pelo corsário Barbarossa (que os turcos chamam de almirante), em 1537, sendo posteriormente expulsos da cidade. As incursões turco-otomanas nas costas sul e oeste da Itália continuaram no século XVII. Pozzuoli e Castellamare na baía de Nápoles foram atacados em 1548; Ischia em 1544; Reggio na Calábria em 1594 (catedral destruída); e Vieste, Vasto e Manfredonia foram invadidos e saqueados em 1554, 1560 e 1620, respectivamente. As incursões de piratas muçulmanos visando escravizar a população cristã italiana somente seria estancada no sécuo XIX, devido ao avanço do colonialismo europeu no norte da África e a derrocada do império otomano.

É como relatado pela escritora italiana Oriana Fallaci, que retratou o temor da população italiana, vivendo no litoral, de ser sequestrada e escravizada pelos turcos, reproduzindo o grito de uma menina aterrorizada ao ver um barco escrovocrata turco no horizonte: “Mamma, i turchi!”

A canção e o folclore napolitanos permitem um entendimento de que a escravidão era um medo genuíno entre a população italiana. A Itália era o foco principal dos saqueadores islâmicos em busca de escravos, pois ela estava em uma situação muito mais precária do que outras áreas da Europa Mediterrânea devido à sua extensa linha costeira, coleção de ilhas e, o mais importante, pelo menos no sul, a precariedade de poder naval ou militar. O sul da Itália e seus habitantes não tinham proteção contra os saqueadores otomanos.

A Itália de hoje tornou-se frágil novamente, desta vez não por incursões para sequestrar seus cidadãos tornando-os escravos no mundo islâmico, mas sim com a invasão contínua de muçulmanos (levados para a Itália por navios de NGOs com o apoio tácito da União Européia) visando torna-la uma abd-ullah, escrava de Alá, escrava do Islão, na própria Itália.

Relíquias dos Mártires de Otrante, Catedral de Otranto

Referências

  1. Robert C. Davis, Christian Slaves, Muslim Masters: White Slavery in the Mediterranean, The Barbary Coast, and Italy, 1500-1800 (Early Modern History: Society and Culture), Palgrave Macmillan, 2003.
  2. Paul Baepler, White Slaves, African Masters, The University of Chicago Press, 1999.
  3. Oriana Fallaci, The Force of Reason, Rizzoli, 2006.
  4. Guillaume, Alfred, The Life of Muhammad: A Translation of Ibn Ishaq’s Sirat Rasul Allah. Oxford University Press, 1955. ISBN 0-1963-6033-1.
  5. Elizabeth Lev, Os 800 Mártires de Otranto, Zenith, 2009.
  6. Matthew Buson, How the 800 martyrs of Otranto saved Rome, Catholic Answers, 2008.
  7. Raymond Ibrahim, When Turkey’s ‘Hero’ Beheaded 800 Christians for Refusing Islam, PJMedia, 2020.

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Quando os britânicos traíram os gregos (e russos) e mantiveram Hagia Sofia sob controle turco

25 julho, 2020 by José Atento Deixe um comentário

Você sabia que a bandeira grega chegou a tremular em Constantinopla ao final da Primeira Grande Guerra Mundial, e que a região da Trácia Oriental (a parte européia da atual Turquia), incluindo Constantinopla e a Catedral de Hagia Sofia, retornaria ao controle grego? Bem, isso não aconteceu porque o Reino Unido não cumpriu com o seu lado do acordo, temerosos com a reação dos muçulmanos súditos do Império Britânico. Ante disso, porém, em 1878, a esquadra britânica impediu os russo de reconquistar Istanbul (Constantinopla).

O texto abaixo é extraído do artigo Η Αγια Σοφιά χωρίς μιναρέδες και με χριστιανικό σταυρό στον τρούλο, σε ελληνικό χαρτονόμισμα του 1923 (A Hagia Sophia sem minaretes e com uma cruz cristã na cúpula, na nota grega de 1923).

A nota de quinhentos dracmas com uma representação da Hagia Sophia foi projetada em 1921 pela American Banknote Company e entregue em 1923.

No final da Primeira Guerra Mundial, em 30 de outubro de 1918, foi assinado o primeiro armistício da guerra, o Armistício de Mudros, entre o Almirante Inglês Calthorp, procurador dos Aliados da Tríplice Entente, por um lado, e o Império Otomano, por outro. A Grécia estava do lado dos vencedores.

Os encouraçados Georgios Averoff e Kilkis navegaram para Constantinopla e ali ergueram a bandeira grega como uma das forças vitoriosas da Grande Guerra, visando a realização da Grande Ideia. Esses eventos se tornam uma ocasião para expressões emocionais de entusiasmo por toda a população grega de Istambul, naquele tempo, ainda numerosa.

Uma revelação importante foi feita pelo jornal turco Zaman de que, após a ocupação de Istambul pelas tropas aliadas da Tríplice Entente, em 13 de novembro de 1918, os britânicos pretendiam devolver Hagia Sophia aos cristãos da cidade, mas no último momento eles se retiraram.

Percebe-se que se isso acontecesse e se a cruz dominasse novamente a majestosa cúpula de Hagia Sophia, este seria um evento de grande significado histórico, simbólico e psicológico e afetaria decisivamente o retorno final da cidade às mãos dos gregos.

O reaparecimento da cruz na cúpula de Hagia Sophia seria um dos maiores golpes históricos sobre os turcos e provocaria a evacuação da cidade do elemento islâmico, como estimavam as tropas aliadas na época, segundo o jornal turco.

E quando tudo parecia pronto e os planos para a reconversão de Hagia Sophia em uma igreja cristã já haviam sido feitos, houve uma reação das tropas muçulmanas do Império Britânico e foram feitas algumas ameaças de que, se isso acontecesse, os muçulmanos na Índia se revoltariam, o mesmo podendo ocorrer em outras áreas do Império Britânico, onde este dominava populações muçulmanas.

Segundo Zaman, os primeiros pensamentos do então primeiro-ministro britânico Lloyd George, após a ocupação de Constantinopla pelas tropas da Tríplice Entente, em novembro de 1918, foram a entrega imediata de Hagia Sophia aos cristãos. Com essa ação, como estimou o primeiro-ministro britânico, haveria uma grande tendência dos muçulmanos a fugirem para a Ásia Menor, pois parece que a cidade finalmente voltaria às mãos dos cristãos e retornaria ao seu nome original, ou seja, Constantinopla.

Quanto ao califado muçulmano que até então tinha sede em Istambul, eles seriam transferidos para Bursa ou Konya e, assim, grande parte do sacerdócio muçulmano deixaria a cidade. Por outro lado, de acordo com fontes britânicas da época, já havia centenas de mesquitas em Istambul, portanto, alterar o status de Hagia Sophia e convertê-la em uma igreja cristã não afetaria os deveres religiosos dos muçulmanos que permanecessem na cidade.

Mas, começou a haver discordância sobre quem a Hagia Sophia seria entregue. Obviamente, a primeira prioridade foi dada aos gregos da cidade, conforme relatado por fontes britânicas, pois Hagia Sophia foi o símbolo da ortodoxia grega por mil anos e agora o Patriarcado Ortodoxo Grego a reivindicava com seriedade. No entanto, existiam reivindicações do lado russo desde 1915, pelo historiador russo Trubetskoy com referências relevantes ao conhecido escritor russo Dostoyevski.

Mas nada disso aconteceu por causa de mudanças de planos vindos de Londres, o centro do então grande Império Britânico, que, naquela época, governava a maior parte do mundo islâmico e até ocupava as grandes cidades sagradas dos muçulmanos, ou seja, Meca e Medina.

A questão ficou sem resolução até a catástrofe da destruição da Ásia Menor e a ocupação de Istanbul pelas tropas de Mustafa Kemal Atatürk, em 6 de outubro de 1924. Assim, uma oportunidade única foi perdida para o cristianismo, mas também para o helenismo, que retornaria a este templo histórico após quatro séculos e meio de ocupação islâmica.

Constantinopla e Hagia Sofia

No entanto, Hagia Sophia não permaneceu como mesquita, pois Kemal Atatürk, segundo o jornal turco, aceitou os planos britânicos de transformá-la em museu. A lógica era que esse templo histórico se tornasse, como ele fez, uma atração mundial que a cada ano concederia à economia turca milhões de dólares em troca de visitantes vindos de todo o mundo para admirar esta obra-prima da ortodoxia grega. O Tratado de Lausanne (23 de julho de 1923) já havia imposto um regime greco-turco completamente diferente, tanto territorialmente quanto em termos de população.

Quanto à nota de quinhentas dracmas apresentando Hagia Sophia sem minaretes e com uma cruz cristã na cúpula, nunca foi emitida devido a inflação (de acordo com a justificativa oficial) e, portanto, possui um caráter honorário, permanecendo assim uma nota rara para colecionadores.

Aqui termina o artigo, e começa o meu comentário final, sobre a guerra russo-turca de 1877-1878.

O evento narrado acima não foi o único evento histórico no qual os britânicos ajudaram os turcos. Um evento famoso foi a Guerra da Criméia (1853-1856), quando o Reino Unido, aliado com a França e com os turcos-otomanos, lutaram contra a Rússia. Mas existe outro evento, não tão conhecido, durante a guerra russo-turca de 1877-1878, quando a esquadra inglesa veio em ajuda aos turcos para impedir que as tropas russas reconquistassem Constantinopla, e ocupassem os estreitos de Bósforos e Dardanelos. (Não existem princípios em geopolítica)

Só para servir de ilustração, este é o mapa da campanha da guerra russo-turca de 1877-1878. Veja que o exército russo já havia conquistado a Trácia Oriental (a parte européia da atual Turquia) e estava nos arredores de Istanbul (seta vermelha no canto inferior esquerdo do mapa). Mas, aí, os britânicos resolveram impedir a vitória final dos russos, salvando o Império Otomano.

Teatro de operações da guerra russo-turca de 1877-1878 (fonte)

“Em resposta à proximidade da Rússia com o estreito de Marmara, os britânicos, contra a vontade do sultão turco-otomano, intervieram na guerra. Uma grande força-tarefa representando a supremacia naval britânica entrou no estreito de Marmara e ancorou à vista do palácio real [em Istanbul] e do exército russo. Os britânicos salvaram o Império Otomano mais uma vez. Frenta à perspectiva de uma entrada britânica na guerra, os russos decidiram resolver a disputa através do Tratado de Santo Estéfano.”

Para vocês verem o quão perto os russos estavam de conquistar Istanbul em 1978, que turcos chegaram a se refugiar na então mesquita de Hagia Sofia, como ilustrado na figura abaixo.

M. Tancoigny – Refugiados turcos dentro da Hagia Sophia, em Istambul, durante a Guerra Russo-Turca de 1877 a 1878 (fonte)

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Catedral de Hagia Sofia foi transformada em mesquita, novamente (vídeo 21)

11 julho, 2020 by José Atento 1 comentário

Tratamos sobre a situação da grande Catedral de Hagia Sofia, preservada como um museu, em dois artigos anteriores: Catedral de Hagia Sofia: maravilha arquitetônica da civilização ocidental e Hagia Sofia: Será que a maior igreja vai se tornar uma mega-mesquita novamente?. Agora, ela foi transformada em mesquita novamente. É o que tratamos no artigo abaixo, bem como no vídeo. Compatilhe.

Links para vídeo: https://www.bitchute.com/video/nLnIHy3MVWoY/, https://youtu.be/pthol9thEp0, https://3speak.online/watch?v=infielatento/ayueywhl e https://d.tube/#!/v/joseatento00/QmcnWn47MF35Y3D6uvo289f3HC4EaxwxogDgjCCkUr4pBM

Algo muito sério aconteceu ontem e que pode ter repercussões importantes no futuro próximo. O governo turco tornou em mesquita a Catedral da Santa Sabedoria (Hagia Sofia), em Istanbul (ex-Constantinopla). A Catedral era mantida como um museu, e patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, desde 1935. Mas o governo neo-islâmico do presidente, e candidato da califa, Erdogan, deseja re-editar a glória do império otomano (promotor de tantas guerras santas ‘jihads’ e tanto sofrimento por 5 séculos – invasões que são o vetor da bagunça que são os Balcãs até hoje).

O Imperador Justiniano, o Grande, dedicou a Igreja de Hagia Sophia à Santa Sabedoria de Deus, ou seja, Jesus Cristo, em 537. Quase mil anos depois, em 1453, o sultão Maomé II conquistou Constantinopla e converteu a basílica em uma mesquita. Em 1934, o Presidente Kemal Atatürk, fundador da República da Turquia, transformou a mesquita em um museu como parte de suas reformas secularistas.

Mas o espírito secularista de Atatürk está sendo enterrado.

Mustafa Destici, líder do Partido da Grande Unidade (BBP), disse a repórteres que Hagia Sophia “é um símbolo de conquista”. Disse Destici: “Em nossa opinião, a reabertura de Hagia Sophia, longe de ser apenas uma necessidade de reivindicar uma relíquia de conquista, é uma questão de soberania e independência.”

O presidente Erdoğan disse, na televisão turca: “A surata 48 Al-Fath será recitada e as orações [islâmicas] serão realizadas na Hagia Sofia como parte do festival de conquista.” Esta surata diz: “De fato, nós lhe demos, ó Maomé, uma conquista clara.” Isso é uma declaração triunfal de propriedade sobre território conquistado.”

Esta decisão encontra uma forte reação contrária por parte dos países que abraçam o cristianismo ortodoxo, dentre eles a Rússia, a Grécia e a porção independente do Chipre, mas não esperem algo do cristianismo católico que irá ignorar ou minimizar o assunto (para não prejudicar o diálogo inter-religioso com o islamismo – ou seja, submissão ao mesmo). Aliás, a ação da Turquia de converter Hagia Sofia em uma mesquita mostra a inutilidade da declaração conjunta do Papa Francisco com o Grão-Imame de Al-Azhar. O Papa Francisco certamente respeita o Islã e os Muçulmanos, mas esse respeito não é mútuo e nunca seria mútuo, pois o Alcorão 98:6 descreve cristãos que se recusam a aceitar o Islã – ‘os incrédulos entre o Povo do Livro’ – como ‘o mais vil dos seres criados.’

Não esperem reação contrária, também, do cristianismo protestante. Talvez cristãos evangélicos reajam contra e critiquem a decisão. Quanto à esquerda marxista, e o globalismo corporativo que ela apoia, bem para ela, tudo o que enfraquece o cristianismo e/ou a civilização ocidental é bem-vindo. Por exemplo, o Google Maps já apresenta a Hagia Sofia como uma mesquita. Eles são rápidos para satisfazerem os seus senhores.

Os Estados Unidos pediram à Turquia que mantenha a “complexa história multirreligiosa” do Patrimônio Mundial da UNESCO e o Metropolita Ortodoxo Russo, Hilarion Alfeyev, de Volokolamsk, alertou que qualquer tentativa de alterar o status do museu de Hagia Sophia levará a “violar frágeis saldos inter-confessionais”.

O mundo islâmico, claro, está em festa.

O interessante é que existem profecias de santos da igreja ortodoxa (por exemplo, anciões Paisios do Monte Athos, e José de Vatopedi) que ligam o retorno de Hagia Sofia como mesquita a destruição da Turquia, pelas mãos da Rússia, após ataque turco contra a Grécia. Segundo estas profecias, os europeus não irão aceitar o controle russo dos estreitos de Bósforos e Dardanelos, que seriam entregues para controle dos gregos, que retornariam para suas terras. Armênios e curdos ocupariam o restante da Anatólia, finalmente livre a ocupação turca.

Bem, independente de tudo, vamos ver como se desenrola este novo tapa do islamismo no rosto da humanidade. Lembre-se. Segundo o Islã, o Islã existe para dominar, e não ser dominado. Será que Erdogan vai realizar sua promessa de ‘libertar Al-Aqsa’ (ou seja, Jerusalém) depois de transformar Hagia Sofia em mesquita?

Desenho mostrando os maravilhosos mosaicos da Catedral de Hagia Sofia sendo cobertos por argamassa após Constantinopla ter caído para os turcos-otomanos

Atualizações — mais notícias

Mundo Árabe elogia a decisão turca de reconverter Hagia Sophia em uma mesquita: “Hagia Sophia pertence a todos os muçulmanos”
Expressões de satisfação vieram de importantes figuras, tais como o pregador da mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, o Grão-Mufti de Omã, o porta-voz da Irmandade Muçulmana, e a União do Magrebe Árabe. (Eurasia Times)

Turquia: imã empunha espada durante primeira oração de sexta-feira na Hagia Sofia (Ayasofya), recentemente transformada em mesquita
O imã deu seu sermão com uma espada que marca a conquista islâmica de Constantinopla e a supremacia do Islã. Erdogan estava lá. A Turquia está voltando à barbárie.

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Batalha de Covadonga: cristãos ibéricos iniciam a resistência contra os invasores islâmicos

31 maio, 2020 by José Atento 4 Comentários

Abaixo segue tradução de artigo de Raymond Ibrahim, sobre a batalha que marca o começo da resistência ibérica contra os muçulmanos invasores da Península Ibérica. Veja links para outros artigos ligados à Reconquista e à jihad islâmica ao final do artigo.

A Batalha de Covadonga: Hoje na História, foi plantada na Espanha, uma “semente de mostarda” da libertação cristã do regime muçulmano, de autoria de Raymond Ibrahim.

Há quase mil e trezentos anos, em 28 de maio de 722 (*), uma batalha pouco conhecida, mas profundamente importante, foi travada, estabelecendo o tom para os próximos oitocentos anos de “coexistência” cristã / muçulmana na Espanha: a Batalha de Covadonga.

(*) Embora atualmente o consenso acadêmico apóie a data de 28 de maio de 722, historiadores anteriores colocaram a data da batalha em 718.

Dez anos antes, árabes e africanos – “mouros”, sob a bandeira do Islã – haviam “invadido sem Deus a Espanha, para destruí-la”, para citar a  Crônica de 754 . Uma vez em solo europeu, eles “arruinaram belas cidades, queimando-as com fogo; condenaram senhores e homens poderosos à cruz; e massacraram jovens e crianças com a espada. ”

Depois de conhecer e derrotar os nobres visigóticos da Espanha na Batalha de Guadalete – “nunca houve no Ocidente uma batalha mais sangrenta do que essa”, escreveu o cronista muçulmano al-Hakam, “pois os muçulmanos não retiraram suas cimitarras deles [cristãos] por três dias ”- os invasores continuaram a penetrar para o norte na Espanha, “não passando por um lugar sem reduzi-lo e se apossando de sua riqueza, pois Alá Todo-Poderoso havia atingido com terror os corações dos infiéis”.

Tal terrorismo foi intencionalmente cultivado, de acordo com o Alcorão (3: 151, 8:12, etc.). Por exemplo, os invasores massacraram, cozinharam e fingiram comer cativos cristãos, enquanto libertavam outros que, horrorizados, fugiram e “informaram o povo da Andaluzia [Espanha] que os muçulmanos se alimentam de carne humana”, contribuindo assim em grau considerável, para aumentar o pânico dos infiéis ”, escreveu al-Maqqari, outro cronista muçulmano.

Contrariamente à alegação de que, ‘a Espanha capitulou facilmente ao ver que o domínio muçulmano era preferível ao domínio visigótico‘, até mesmo os cronistas muçulmanos observam como “os cristãos se defenderam com o máximo vigor e resolução, e grande foi a destruição que eles causaram nas fileiras dos fiéis [muçulmanos].” Como exemplo desta defesa, em Córdoba, vários espanhóis se esconderam em uma igreja. Embora “os sitiados não tivessem esperanças de libertação, eles eram tão obstinados que, quando lhes foi oferecida segurança sob a condição de abraçar o Islã ou pagar jizya, eles se recusaram a se render, e a igreja, sendo incendiada, todos pereceram nas chamas”, escreveu al-Maqqari. As ruínas desta igreja tornaram-se um local de “grande veneração” para as gerações posteriores de espanhóis, por causa “da coragem e resistência demonstradas na causa de sua religião pelas pessoas que morreram nela”.

No final, os espanhóis nativos tinham duas opções: concordar com o domínio muçulmano ou “fugir para as montanhas, onde arriscavam a fome e várias formas de morte”. Pelágio, mais conhecido como Pelayo (685-737), parente e “porta-espada” do rei Roderick, que sobreviveu a Guadalete, seguiu as duas estratégias. Após a batalha, ele se retirou para o norte, onde o domínio muçulmano ainda era tênue; lá ele finalmente consentiu em se tornar um vassalo de Munnuza, um chefe muçulmano local. Por meio de um “estratagema”, Munnuza “casou” com a irmã de Pelayo – um assunto que o portador da espada “de forma alguma consentiu”. Tendo expressado descontentamento com a apreensão de sua irmã, e tendo deixado de pagar jizya (tributo), os muçulmanos foram enviados “para prendê-lo por traição” e trazê-lo de volta “preso em correntes”. Incapaz de combater a multidão que se aproxima “porque eram numerosas, Pelayo “escalou uma montanha” e “juntou-se a tantas pessoas quanto achou apressando-se em se reunir”.

Pelágio, o fundador do Reino das Astúrias e o começo da resistência contra a ocupação islâmica da Península Ibérica

Ali, nos recantos mais profundos das montanhas asturianas – o único local livre que restava no noroeste da Espanha – os fugitivos cristãos reunidos declararam Pelayo seu novo rei, e o reino das Astúrias nasceu.

“Ao ouvir isso, o rei [o governador muçulmano de Córdoba], movido por uma fúria insana, ordenou a saída de um exército muito grande de toda a Espanha” para levar os rebeldes infiéis aos seus joelhos. Os invasores – 180.000 deles, se acreditarmos nos cronistas – cercaram a montanha de Pelayo. Eles enviaram Oppa, um bispo e / ou nobre que havia se tornardo um dhimmi, para argumentar com ele na boca de uma caverna profunda: “Se quando todo o exército dos godos estava reunido, foram incapazes de sustentar o ataque dos ismaelitas [em Guadalete], quanto melhor você será capaz de se defender neste topo da montanha? Para mim, parece difícil. Em vez disso, ouça meu aviso e lembre sua alma dessa decisão, para que você possa tirar proveito de muitas coisas boas e desfrutar da parceria dos caldeus [árabes]. ”

“Não vou me associar com os árabes em amizade nem me submeterei à sua autoridade”, respondeu Pelayo. Então o rebelde fez uma profecia que seria cumprida ao longo de quase oito séculos: “Você não leu nas escrituras divinas que a igreja de Deus é comparada a uma semente de mostarda e que será ressuscitada pela misericórdia divina? [Marcos 4: 30-21] ”

O dhimmi afirmou que era assim; o fugitivo continuou: “Cristo é nossa esperança de que através desta pequena montanha, como você vê, o bem-estar da Espanha e o exército do povo gótico sejam restaurados. . . . Agora, portanto, confiando na misericórdia de Jesus Cristo, desprezo essa multidão e não tenho medo dela. Quanto à batalha com a qual você nos ameaça, temos para nós um advogado na presença do Pai, isto é, o Senhor Jesus Cristo, que é capaz de nos libertar desses poucos.” As discussões terminaram.

Lá, em Covadonga – que significa “Caverna da Dama” – a batalha começou, em 28 de maio de 722. Uma chuva de pedras caiu sobre os muçulmanos nas passagens estreitas, onde seus números não contavam nada e causavam confusão. Posteriormente, Pelayo e seu bando de rebeldes saíram correndo de suas cavernas e esconderijos e fizeram um grande massacre entre eles; aqueles que fugiram do massacre foram rastreados e abatidos por outros montanhistas, agora encorajados. “Um golpe decisivo foi dado no poder mouro. A maré da conquista estancada. Os espanhóis reuniram coração e esperança na hora mais sombria; e o sonho da invencibilidade muçulmana foi quebrado.”

Várias campanhas muçulmanas subseqüentes – jihads – foram lançadas para conquistar o reino asturiano, e os “cristãos do Norte mal sabiam o significado de repouso, segurança ou qualquer das comodidades da vida”. Mesmo assim, a semente de mostarda não pereceria. “Uma centelha vital ainda estava viva”, escreveu Edward Gibbon; “Alguns fugitivos invencíveis preferiam uma vida de pobreza e liberdade nos vales asturianos; os montanhistas resistentes repeliram os escravos do califa. Além disso, “todos os que estavam insatisfeitos com o domínio mourisco, todos os que se apegavam à esperança de um reavivamento cristão, todos os que detestavam Maomé”, foram atraídos para a vida de pobreza e liberdade.”

Jihadistas são surpreendidos pelas forças cristãs no desfiladeiro. Mais tarde, naquele lugar, seria construído um santuário para recordar e celebrar o feito.

Em meados do século VIII, a “centelha vital” se espalhou para engolir todo o noroeste da Península. Ao longo dos séculos seguintes, vários reinos, cuja identidade central girava em torno do desafio cristão ao islamismo – mais tarde manifestado como Reconquista – evoluíram dessa semente de mostarda. “Covadonga se tornou o símbolo da resistência cristã ao Islã e uma fonte de inspiração para aqueles que, em palavras atribuídas a Pelayo, alcançariam o  salus Spanie, a salvação da Espanha”.

Após séculos de guerra brutal, em 1492, o último território controlado pelos muçulmanos na Espanha, Granada, foi libertado. E tudo aconteceu graças à semente de mostarda asturiana de Pelayo, plantada quase oitocentos anos antes na batalha de Covadonga.

Apesar da importância deste encontro para a Espanha – foi comemorado regularmente, inclusive em 1918 (no auge da gripe espanhola), com a presença de monarcas espanhóis – ele permanece praticamente desconhecido no Ocidente, sacrificado no altar do politicamente correto e do mito da “idade de ouro islâmica”.

O relato acima foi extraído do livro do autor, Sword and Scimitar: Quatorze Séculos de Guerra entre o Islã e o Ocidente.   Raymond Ibrahim é Shillman fellow no David Horowitz Freedom Center; Judith Rosen Friedman Fellow no Fórum do Oriente Médio; e um ilustre membro sênior do Gatestone Institute.

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Mais sobre Covadonga

La gran aventura del Reino de Asturias: así empezó la reconquista (Historia divulgativa) (Español), José Javier Esparza, Madrid: La Esfera de los Libros, 2009.

Tactica Guerilla: Irregular Warfare

PINTO, Tales dos Santos. “Pelayo e a Batalha de Covadonga”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/pelayo-batalha-covadonga.htm. Acesso em 03 de junho de 2020.

https://youtu.be/HSpYVNch1qA

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A mentira da afirmação “o Islã salvou o conhecimento clássico” (video 5)

20 janeiro, 2020 by José Atento 2 Comentários

https://www.bitchute.com/video/YcHD70GuglfK/

Existe uma mentira que vem sendo propagada pelos quatro cantos de que foi o islamismo que salvou o conhecimento clássico oriundo da antiguidade greco-romana. Isso é propaganda islamocêntrica financiada por petro-dólares e apoiada por grupos diversos que odeiam a civilização européia. Na verdade, o conhecimento greco-romano foi abraçado, preservado e difundido na Europa tendo o cristianismo como seu condutor, e o Império Romano do Oriente (Bizâncio) seu catalisador. O conhecimento greco-romano foi preservado apesar do islamismo e não devido a ele.

O bom é que a existe uma literatura, vasta e séria, sobre o assunto, e aqui eu menciono cinco livros. O primeiro é “O fechamento da mente muçulmana: como o suicídio intelectual criou a crise islâmica moderna”, de Robert Reilly, que discute como a lógica foi extirpada do islamismo mil anos atrás. O segundo é “Revisitando Maomé e Carlos Magno”, de Emmet Scott, no qual ele discute a verdadeira causa da Idade Média: as invasões islâmicas. O terceiro é “O impacto do Islã”, também de Emmet Scott, no qual ele demonstra que a única contribuição do Islã para o mundo é algo muito ruim, o conceito de Jihad, ou seja, propagar religião pela espada. O quarto é “Estudiosos de Bizâncio”, de N. G. Wilson, que demonstra que a literatura grega clássica sobrevive para ser lida hoje em grande parte porque os bizantinos a preservaram. O quinto livro é “Navegando de Bizâncio: como um império perdido moldou o mundo”, escrito por Collin West, que discute como Império Romano do Oriente (Bizâncio) forjou o mundo europeu ocidental e o mundo europeu eslavo.

O que segue é um trecho do livro “O mito do paraíso andaluz, escrito pelo historiador Darío Fernández-Morera, da Universidade Northwestern.

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“A afirmação muitas vezes repetida de que o Islã“ preservou ”o conhecimento clássico e depois o passou graciosamente para a Europa não tem fundamento. Os textos gregos antigos e a cultura grega nunca foram “perdidos” para serem de alguma forma “recuperados” e “transmitidos” por estudiosos islâmicos, como muitos historiadores e jornalistas acadêmicos continuam a escrever: esses textos sempre estiveram lá, preservados e estudados pelos monges e leigos, estudiosos do Império Romano Grego, e transmitidos à Europa e ao Império Islâmico em vários momentos. Como Michael Harris aponta em sua História das Bibliotecas no Mundo Ocidental:

Os grandes escritos da era clássica, particularmente os da Grécia … sempre estiveram disponíveis para os bizantinos e para os povos ocidentais em contato cultural e diplomático com o Império Oriental. … Dos clássicos gregos conhecidos hoje, pelo menos setenta e cinco por cento são conhecidos através de cópias bizantinas.

Os intelectuais muçulmanos que serviram como propagandistas do califa Al-Mamun (o mesmo califa que iniciou a famosa Inquisição Islâmica para combater o racionalismo que começara a se infiltrar no Islã como consequência do seu contato com o conhecimento grego), como al-Gahiz (m. 868), afirmou repetidamente que o cristianismo havia impedido o rum (referindo-se aos romanos, ou seja, os habitantes do império romano grego) de tirar proveito do conhecimento clássico. Essa propaganda ainda é repetida hoje por historiadores ocidentais que não apenas são tendenciosos contra o cristianismo, mas também são frequentemente empregados no campo dos estudos islâmicos e da influência cultural islâmica. Lamentar o final do estudo da filosofia e da ciência antigas baseando-se no suposto fechamento da Academia Neoplatônica de Atenas pelo imperador Justiniano I, em 529, faz parte dessa narrativa. No entanto, essa propaganda não corresponde aos fatos, como Speros Vryonis e outros mostraram, e como evidenciado pela preservação e uso do conhecimento grego antigo pelos cristãos do império dos gregos. Os próprios gregos cristãos estavam cientes de sua própria superioridade civilizacional, bem como da propaganda muçulmana medieval contra ela.

No Ocidente, várias obras de Aristóteles estavam disponíveis para estudiosos medievais católicos romanos em traduções latinas do grego que remontam a Boécio no século VI e Marius Victorino no século quarto. No final do século XII, a Columbia History of Western Philosophy nos lembra: “os autores do Ocidente latino estavam” familiarizados com as obras lógicas (Organon) de Aristóteles”. Como mostrou o historiador Sylvain Gouguenheim, com as traduções feitas no mosteiro de Mont Saint-Michel, os estudiosos medievais quase não precisavam de traduções de Aristóteles do árabe para o latim. Além disso, sabemos que São Tomás de Aquino leu Aristóteles traduzido diretamente dos textos gregos para o latim por William de Moerbeke (1215–1286), um dominicano que era bispo latino de Corinto – ou seja, um bispo católico romano de uma cidade em grande parte cristã grega ortodoxa. William produziu mais de vinte e cinco traduções de Aristóteles, além de traduções de Arquimedes, Proclo, Ptolomeu, Galeno e muitos outros pensadores gregos. De fato, como será mostrado, foram os estudiosos cristãos os responsáveis ​​por levar o conhecimento grego ao Islã, e esse conhecimento chegou ao Islã somente porque as forças muçulmanas conquistaram áreas (o Oriente Médio e o norte da África) onde uma rica civilização grega cristã havia se desenvolvido.

A Europa cristã, incluindo os reinos cristãos da Espanha, não poderiam se beneficiar mais de seu comércio com a civilização superior do Império Romano Grego Cristão porque, como Henri Pirenne apontou há muito tempo, os ataques dos guerreiros islâmicos haviam transformado o mar Mediterrâneo cristão da época, em um campo de batalha e, eventualmente, em um lago cheio de piratas islâmicos. Consequentemente, existiu um curto-circuito no intercâmbio cultural direto entre a Europa e o império dos gregos. Portanto, o império islâmico foi indiscutivelmente a causa do relativo abrandamento do desenvolvimento europeu no começo da Idade Média … é claro que continuaram a ocorrer trocas culturais e, especialmente, comerciais entre o Ocidente e o Oriente, e agora em grande parte através do império islâmico, mas isso aconteceu não por causa das propriedades civilizacionais do Islã medieval, mas sim porque o Islã medieval interrompeu a comunicação direta que existia antes das invasões islâmicas.

Portanto, a torrente de publicações acadêmicas islamocêntricas; documentários de televisão da PBS, do History Channel e da BBC; declarações da UNESCO; e as exposições de viagens da National Geographic exaltando a “transmissão da ciência e tecnologia gregas” pelo Islã para o Ocidente, ignoram que, qualquer que seja o grau real dessa transmissão, a transmissão não apenas da ciência e tecnologia gregas, mas também da escultura e pintura gregas, drama, narrativa e poema lírico, que não puderam e nem ocorreram via islã por causa de barreiras religiosas, teriam igualmente ocorrido sem a islã, se o islã não tivesse interrompido com suas conquistas militares dos séculos VII e VIII a comunicação direta entre os Oeste cristão e o Leste cristão.

De fato, quando os estudiosos gregos começaram a chegar na Itália, escapando da destruição final do Império Romano Grego Cristão pelo Islã no século XV … eles trouxeram consigo o drama grego, narrativa, poesia lírica, filosofia (notadamente Platão) e arte para o Oeste. Eles contribuíram decisivamente para o que seria o Renascimento Italiano, ou até mesmo o tenha, começado, como muitos estudiosos argumentam. Essa transmissão cultural maciça mostrou o tipo de impacto que os gregos cristãos poderiam ter tido na Europa Ocidental séculos antes, talvez já no século VII, se não tivesse ocorrido a interrupção islâmica.

Além disso, apenas em Constantinopla, sabemos por testemunhos contemporâneos, que a conquista islâmica medieval foi responsável pela destruição de centenas de milhares de manuscritos gregos durante a captura e saque desta cidade grega cristã pelo sultão otomano (e califa de todos os muçulmanos) Maomé II, em 1453. Nunca saberemos quanto da literatura grega, arte e conhecimento científico foram perdidos com a destruição do Império Romano Grego Cristão. A esse dano causado à civilização européia, deve-se acrescentar o desastre demográfico resultante dos milhões de homens, mulheres e crianças europeus capturados ou comprados como escravos pelo Islã durante toda a Idade Média e além dela (até o século XIX). O historiador Robert Davis estimou que mais de um milhão de escravos brancos foram comercializados em terras islâmicas apenas entre os séculos XVI e XVII.

Imperador Justiniano, Ravena

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O romance nazista com o Islão oferece algumas lições para os Estados Unidos (ou qualquer país que queira se beneficiar do islamismo para proveito próprio)

4 setembro, 2019 by José Atento 1 comentário

Este artigo apresenta uma revisão muito boa de um livro que trata da tentativa dos nazistas em usarem os muçulmanos para seus interesses geo-políticos. O livro argumenta que os nazistas não tiveram o sucesso desejado por não compreenderem que o islamismo tem o seu próprio modo de pensamento. O artigo termina com a frase “os líderes ocidentais que tentam colocar o Islã do seu lado por meio de propaganda e favores serão surpreendidos de modo muito desagradável” (ou seja, quem não entende a mentalidade islâmica está fadado ao fracasso).

Tablet, David Mikics, 24/11/2014

Soldados do exército alemão do batalhão muçulmano lêm o panfleto “Islã e Judaísmo”

Duas novas histórias importantes analisam o fascínio de Hitler pelo Islã e Atatürk, o fundador da Turquia moderna

Hitler e Himmler tinham uma queda pelo Islã. Hitler fantasiou várias vezes que, se os sarracenos não tivessem sido detidos na Batalha de Tours, o Islã teria se espalhado pelo continente europeu – e isso seria uma coisa boa, já que o “cristianismo judaico” não teria envenenado a Europa. O cristianismo se concentrava em fraqueza e sofrimento, enquanto o Islã exaltava força, acreditava Hitler. Himmler, em um discurso de janeiro de 1944, chamou o Islã de “uma religião prática e atraente para os soldados”, com sua promessa do paraíso e mulheres bonitas para mártires corajosos após sua morte. “Este é o tipo de linguagem que um soldado entende”, disse Himmler.

Certamente, pensavam os líderes nazistas, os muçulmanos veriam que os alemães eram seus irmãos de sangue: leais, decididos e, o mais importante, convencidos de que os judeus eram o mal que mais atormentava o mundo. “Você o reconhece, o judeu gordo e de cabelos encaracolados que engana e governa o mundo inteiro e que rouba a terra dos árabes?” Afirmava um dos panfletos nazistas distribuídos pelo norte da África (um milhão de cópias foram impressas). “O judeu”, explicava o panfleto, era o rei maligno Dajjal da tradição islâmica, que nos últimos dias deveria liderar 70.000 judeus de Isfahan em uma batalha apocalíptica contra Isa – frequentemente identificado com Jesus, mas de acordo com o Ministério da Propaganda do Reich ninguém menos que o próprio Hitler. A Alemanha produzia resmas de folhetos como este, frequentemente citando o Alcorão sobre o assunto da traição judaica.

Não é de surpreender, portanto, que hoje haja quem estabeleça uma linha direta entre o ódio moderno dos judeus no mundo islâmico e os nazistas. Um pôster atualmente na entrada do metrô de Columbus Circle proclama em voz alta que “o ódio aos judeus está no Alcorão”. O pôster mostra uma fotografia de Hitler com o notoriamente anti-judeu Mufti al-Husaini da Palestina, erroneamente rotulado como “o líder do Mundo muçulmano.” A verdade é consideravelmente mais complexa. O mufti se tornou útil aos nazistas como propagandista, mas ele teve pouca influência na maioria das regiões muçulmanas. Poucos muçulmanos acreditavam que as reivindicações nazistas eram de que Hitler era o protetor do Islã, muito menos o décimo segundo imã, como sugeria um panfleto do Reich.

A propaganda anti-judaica nazista atraiu muitos muçulmanos, como documentou o historiador Jeffrey Herf, mas eles se recusaram a acreditar que Hitler seria seu salvador ou libertador. Em vez disso, eles sentiram corretamente que os nazistas queriam que os muçulmanos lutassem e morressem pela Alemanha. Quando Rommel se aproximou do Cairo, os egípcios começaram a ficar nervosos. Eles sabiam que os alemães não estavam vindo para libertá-los, mas queriam fazer do mundo muçulmano parte de seu próprio império crescente. No final, mais muçulmanos acabaram lutando pelos aliados do que pelo eixo.

O esforço fracassado de Hitler de colocar as botas muçulmanas no chão ainda permanece como a maior tentativa ocidental de usar o Islã para vencer uma guerra. Tal é o julgamento de David Motadel, autor de um novo e dominate livro, o Islã e a Guerra nazista na Alemanha. A explicação detalhada e fascinante de Motadel de como e por que os nazistas não conseguiram colocar os muçulmanos do lado deles é uma leitura obrigatória para estudantes sérios da Segunda Guerra Mundial, e também contém uma mensagem importante para a política dos Estados Unidos no Oriente Médio.

***

Para entender por que os nazistas tinham tantas esperanças de colaboração muçulmana – e por que suas esperanças falharam – precisamos voltar à grande guerra que fez de Hitler o monstro fanático que ele era. Cem anos atrás, alguns meses depois da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha parecia estar com problemas. A ofensiva alemã fracassou em Ypres após um mês de combates sangrentos. As ondas de soldados alemães avançando na terra de ninguém diminuíram até parar. O exército do kaiser estava exausto e seus comandantes perceberam subitamente que a vitória rápida na Frente Ocidental, com a qual eles sonhavam, era impossível. Enquanto isso, a Rússia reunia tropas em torno de Varsóvia, e o czar acabara de declarar guerra ao Império Otomano.

No entanto, parecia haver uma luz no fim do túnel. Em 11 de novembro de 1914, a mais alta autoridade religiosa do califado otomano, Sheikh al-Islam Ürgüplü Hayri, fez um apelo à jihad mundial contra a Rússia, a Grã-Bretanha e a França. De repente, a Grande Guerra se tornou uma guerra santa. Certamente, os alemães sonhavam, os muçulmanos se juntariam a seu lado em massa e mudariam a maré da batalha.

Nos primeiros anos da Primeira Guerra Mundial, o Reich alemão pegou a febre do Islã: os muçulmanos se tornaram a grande esperança oriental contra a Entente. Helmuth von Moltke, chefe do Estado Maior Alemão, planejava “despertar o fanatismo do Islã” nas colônias francesas e britânicas, fazendo com que as massas muçulmanas se rebelassem contra seus senhores europeus. Max von Oppenheim , diplomata e orientalista alemão, descreveu o Islã como “uma das nossas armas mais importantes” em seu famoso documento de outubro de 1914. Oppenheim queria desencadear uma revolta muçulmana que se estenderia da Índia ao Marrocos, a qual a Alemanha poderia usar para seus próprios fins. A Alemanha só precisava transmitir a mensagem, insistia Oppenheim: Rússia, Grã-Bretanha e França eram os opressores dos muçulmanos, enquanto os alemães os libertariam.

A estratégia alemã não funcionou. Em vez disso, a Grã-Bretanha e a França venceram o jogo quando capitalizaram o levante árabe contra um império otomano em ruínas. T.E. Lawrence, ao invés do kaiser, inspirou os árabes. Após a guerra, a Grã-Bretanha e a França cortaram o bolo do Oriente Médio entre eles no acordo de Sykes-Picot de 1916.

A Alemanha tentou novamente mobilizar o Islã na Segunda Guerra Mundial. Surpreendentemente, em 1940, Oppenheim, na época com 80 anos, defendia o mesmo plano que havia fracassado tão fortemente na guerra anterior. Ainda mais surpreendente, Hitler e Himmler abraçaram calorosamente a parte judáica da idéia de Oppenheim: eles também pensavam que o Islã ajudaria a obter um triunfo nazista.

“As autoridades alemãs sempre se referiam ao islamismo global, ao pan-islamismo”, disse-me Motadel por telefone em sua casa em Cambridge, Inglaterra, onde ele é pesquisador em história na Faculdade Gonville e Caius  da Universidade de Cambridge. Os nazistas falavam dos muçulmanos como um “bloco” que poderia ser “ativado” contra os britânicos, franceses e soviéticos. A crença de que o Islã era monolítico os levou a ignorar as diferenças de região, seita e nacionalidade, o que ajudou a garantir o fracasso de seus esforços.

Como Motadel documenta, esses esforços foram realmente consideráveis. Os alemães procuravam imãs que emitissem fatwas para o lado deles, e pediam aos soldados que tivessem um cuidado especial com a sensibilidade religiosa ao viajar pelo território muçulmano. Eles deram privilégios especiais aos muçulmanos que ingressaram na Wehrmacht [exército alemão]: a liderança nazista até lhes permitiu seguirem as leis alimentares muçulmanas. Surpreendentemente, as forças alemãs no Oriente permitiram aos muçulmanos praticar a circuncisão e o abate ritual, provando serem mais liberais nessas duas questões do que muitos europeus de hoje. No início da Operação Barbarossa [invasão da Rússia], os alemães assassinaram muitos muçulmanos porque eram confundidos com judeus: não sabiam que os muçulmanos também eram circuncidados. Mas Berlim logo corrigiu o erro e alertou as tropas no Oriente para garantir o tratamento dos muçulmanos com respeito, desde que eles eram potenciais aliados da Alemanha. Em dezembro de 1942, Hitler decidiu que queria recrutar unidades totalmente muçulmanas no Cáucaso. Ele desconfiava de georgianos e armênios, mas os muçulmanos, disse ele, eram verdadeiros soldados.

Os alemães supuseram que o mundo muçulmano naturalmente se agruparia na bandeira nazista, já que muçulmanos, como alemães, sabiam que os judeus eram o inimigo e que a Alemanha lhes oferecia liberdade na França, Grã-Bretanha e Rússia. Mas, na maioria das vezes, eles estavam errados. Os muçulmanos só abraçaram a causa nazista em lugares onde estavam desesperados para se armar contra os perseguidores locais, na Crimeia, no Cáucaso e nos Bálcãs. Na maior parte do mundo muçulmano, Hitler não conseguiu atrair muitos seguidores.

O norte da África foi um fracasso infeliz no recrutamento alemão. “230.000 muçulmanos lutaram pelos Franceses Livres contra o Eixo no norte da África”, Motadel disse durante a nossa entrevista, muito mais do que aqueles que se alistaram para lutar pela Alemanha. Os alemães tinham seus milhões de folhetos, mas eles não eram os únicos propagandistas. “Os Franceses Livres os mobilizaram com a retórica anti-colonial. Os britânicos e franceses eram os poderes dominantes; eles tinham muito mais controle sobre a propaganda.”

O Oriente era muito mais favorável do que o norte da África ao recrutamento alemão. Os muçulmanos do Cáucaso e da Criméia tinham muitas razões para escolherem a Alemanha em vez da União Soviética de Stalin. “No Oriente, a população muçulmana havia realmente sofrido com Stalin, econômica e religiosamente”, comentou Motadel. Eles pensavam que eles não tinham nada a perder, tomando o partido de “Adolf Effendi”. Os tártaros da Crimeia ocupavam um lugar notório entre os batalhões mais leais e cruéis da Alemanha, lutando tanto no leste quanto, perto do fim da guerra, na Romênia. Os tártaros fizeram a escolha errada: Stalin deportou sem piedade muitos deles para seus gulags depois da guerra.

Nos Bálcãs, muitos muçulmanos voltaram-se para a Alemanha no meio de uma guerra civil brutal, fugindo da violência da Ustase croata [movimento ultra-facista]. O infame batalhão Handžar da SS, formado por apenas por muçulmanos, organizado nos Balcãs no final da guerra, cometeu muitas atrocidades. Nas áreas sérvias, observou um oficial britânico, o Handžar “massacra toda a população civil sem piedade ou consideração por idade ou sexo”.

Os nazistas garantiram, com poucas exceções, que as leis de Nuremberg pudessem ser aplicadas apenas aos judeus, não aos outros semitas, aos árabes, nem aos turcos e persas – o que paradoxalmente permitiu que certas comunidades de judeus nas regiões muçulmanas também sobrevivessem ao Holocausto. Na Crimeia, dois perplexos oficiais da Wehrmacht, Fritz Donner e Ernst Seifert, relataram “Grupos raciais do Oriente Próximo de caráter não-semita que, estranhamente, adotaram a fé judaica. O que fazer?” No final, o Reich determinou que os karaitas, tradicionalmente vistos como um povo turco, pudessem ser poupados, enquanto os krymchaks deveriam ser assassinados como judeus, embora ambas as tribos da Crimeia seguissem a lei judaica. No norte do Cáucaso, os nazistas decidiram que os judeus tats, um pequeno observador da Torá cercados por uma maioria muçulmana, tinha apenas sua religião em comum com os judeus. Com efeito, eles se tornaram muçulmanos honorários e foram salvos da morte. Os karaitas estavam perto dos tártaros muçulmanos da Crimeia e os judeus tats também tinham laços profundos com seus vizinhos muçulmanos. Foi sua suposta afinidade com o Islã que salvou a vida desses judeus observadores. Nesses casos, o desejo dos nazistas em cultivar o mundo muçulmano chegou a afetar em pequeno grau sua política anti-semita – para vantagem dos judeus.

***

Hitler cultivou muitas partes do mundo muçulmano, mas ele era fanaticamente entusiasmado com apenas um país: a Turquia (os nazistas decidiram oficialmente em 1936 que os turcos eram arianos). O brilhante novo livro de Stefan Ihrig, Atatürk, na imaginação nazista, demonstra convincentemente que a conquista da Turquia por Mustafa Kemal Atatürk foi o modelo mais importante para a reconstrução dos nazistas na Alemanha, muito mais do que a marcha de Mussolini para Roma, em 1922, que é geralmente citada como a principal inspiração de Hitler. A Turquia havia assumido o controle de seu destino de maneira viril, em orgulhoso desafio à comunidade internacional – se a Alemanha fizesse o mesmo! Assim discutiram muitos da direita alemã, incluindo Hitler, durante os dez anos entre a vitória de Atatürk e a tomada do poder pelos nazistas.

A vitoriosa Entente havia reduzido enormemente o território otomano sob o Tratado de Sèvres após a Primeira Guerra Mundial, assim como o Tratado de Versalhes encolheu o território alemão. Mas a nova nação da Turquia derrubou as algemas dos vencedores e, depois que Mustafa Kemal (mais tarde renomeado de Atatürk) marchou de Ancara para o oeste, os turcos conquistaram o direito a uma pátria no Tratado de Lausanne, em 1923. Os jornais da República de Weimar celebraram obsessivamente a vitória dos turcos e endossaram suas reivindicações à região disputada de Hatay (a Alsácia-Lorena dos turcos), retratando os turcos como mais avançados que os alemães, pioneiros no caminho para uma nação forte. “Se queremos ser livres, não teremos escolha a não ser seguir o exemplo turco de uma maneira ou de outra”, anunciou o jornalista e militar de direita Hans Tröbst no jornal Heimatland em 1923. Quase todos os itens do manual de Hitler podem ser encontrados nos endossos públicos feitos à Atatürk durante a era [do governo alemão] da República de Weimar: toda a Turquia havia se mobilizado para a guerra; a fé forte em seu líder os salvou.

Ihrig argumenta que o tratamento turco das minorias, tanto sob Atatürk quanto antes, foi o verdadeiro precursor da política assassina de Hitler no Oriente. Esses “sugadores de sangue e parasitas”, os gregos e armênios, foram “erradicados” pelos turcos, explicou Tröbst em Heimatland. “Medidas delicadas – que a história sempre demonstrou – não serão suficientes nesses casos.” Os turcos haviam conseguido “a purificação de uma nação de seus elementos estrangeiros em grande escala.” Ele acrescentou que “quase todos aqueles de origem estrangeira em área de combate tiveram que morrer; o número deles não é muito baixo, 500.000.” Havia um apoio assustador ao genocídio, algo que certamente não escapava aos olhos de Hitler. Logo após a publicação de seus artigos, Hitler convidou Tröbst para fazer um discurso sobre a Turquia para a SA.

A partir de 1923, Hitler sempre elogiou Atatürk em seus próprios discursos. Berlim, como Istambul, era cosmopolita e decadente. Quando Hitler tomou o poder em 1933, seu Völkischer Beobachter [jornal nazista] citou a vitória de Atatürk como a “estrela no escuro” que brilhava para os nazistas sitiados em 1923 , após o fracasso do golpe. A Turquia era “prova do que um homem de verdade poderia fazer” – um homem como Atatürk ou Hitler.

O Terceiro Reich produziu muitas biografias idolatrando Atatürk. Seis anos após a morte do líder turco, no final de 1944, um Hitler delirante ainda sonhava com uma aliança de pós-guerra entre a Turquia e a Alemanha. Ele nunca conseguiu seu desejo. Durante a guerra, a Turquia, como potência neutra, manteve distância dos nazistas até finalmente declarar guerra à Alemanha em fevereiro de 1945.

Na Turquia, criticar Atatürk ainda pode levar você a três anos de prisão, embora o presidente Recep Tayyip Erdogan , cada vez mais desonesto , tenha violado a lei no ano passado, quando chamou Atatürk de bêbado. Enquanto que Erdogan deseja reverter o programa secularização da Turquia, promovido por Aratürk, ele parece estar imitando o mesmo culto extravagante de personalidade, além do seu hábito de demonizar seus inimigos. Mas enquanto Atatürk desdenhava o anti-semitismo de Hitler, Erdogan é obcecado por judeus. A operação de Gaza de 2014, observou ele , foi pior do que qualquer coisa que Hitler tivesse feito, e os israelenses cometem “genocídio sistemático todos os dias” desde 1948. Talvez se Erdogan estivesse no poder na década de 1940, os nazistas teriam encontrado o aliado muçulmano que procuravam tão desesperadamente.

Usar o Islã como uma arma tem sido, muitas vezes, uma tentação para os Estados Unidos, assim como foi para a Alemanha. Em sua batalha contra Moscou, Washington recrutou líderes islâmicos após a Segunda Guerra Mundial, o mais famoso foi o Ramadã, uma figura importante na Irmandade Muçulmana. Os Estados Unidos até sorriram com o financiamento da Arábia Saudita a organizações islâmicas radicais, esperando que a religião servisse de baluarte contra o comunismo soviético. Então, a Irmandade Muçulmana matou o aliado dos EUA, Anwar Sadat [presidente do Egito], e seu seguidor Ayman al-Zawahiri se tornou, junto com Osama Bin Laden, o fundador da Al Qaeda. Apoiamos os Mujahedeen no Afeganistão, até que os Mujahedeen se transformaram no Talibã.

Ainda estamos tentando transformar o mundo muçulmano para nossos próprios propósitos, mas desta vez apoiando xiitas contra sunitas. Além de cortejar Erdogan, o presidente Barack Obama espera fazer uso do Irã como uma força regional estabilizadora. Em sua mais recente carta pessoal ao aiatolá Khamanei, Obama parece ter feito uma promessa: revogaremos sanções, lutaremos contra o Estado Islâmico (ISIS) e preservaremos o regime-cliente pró-iraniano de Bashar al Assad [na Síria] desde que o Irã concorde com um acordo sobre armas nucleares. Mas o que os Estados Unidos receberão em troca? No melhor cenário – o que está longe de ser garantido – as habilidades de fabricação de bombas do Irã serão prejudicadas pelo acordo que assinaram. Mas mesmo um Irã sem a bomba não pode ser invocado para tornar o Oriente Médio menos cheio de conflitos, a menos que visemos isso como o tipo de estabilidade famosamente zombada por Tácito [historiador romano]: eles fazem um deserto e chamam isso de paz. As ações iranianas falam por si: apoio ao Hezbollah, com suas centenas de milhares de armas apontadas para Israel, e apoio a Assad, que massacrou seu povo sem parar e jogou um grande número deles em campos de concentração. Quem olha para as fotografias do desertor sírio “César” que mostram milhares de corpos mutilados e famintos, e que estão em exibição permanente no Museu do Holocausto em Washington, a poucos quarteirões da Casa Branca, que se recusa a entender seu significado, farão ao mesma pergunta: esses corpos árabes, semelhantes aos corpos dos judeus de Auschwitz, não têm o mesmo apelo em nossa consciência?

Uma coisa é certa: se Khamanei e Rouhani tiverem um papel maior no Oriente Médio, eles não servirão aos interesses dos EUA, nem aos da maioria dos muçulmanos. Eles servirão a seus próprios interesses, que são inimigos dos nossos. Ainda não aprendemos a principal lição da história do século 20, tão habilmente transmitida por Motadel e Ihrig: os líderes ocidentais que tentam colocar o Islã do seu lado por meio de propaganda e favores serão surpreendidos de modo muito desagradável.

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A China está correta: os uígures foram convertidos ao islamismo à força

22 agosto, 2019 by José Atento 2 Comentários

Do mesmo modo que a maioria esmagadora dos países que tem maioria islâmica hoje em dia, os uígures da província chinesa de Xinjiang foram convertidos após conquista e subjugação.

Tem existido esta polêmica quando a “campos de re-educação” para onde milhares de muçulmanos chineses da etnia uígure têm sido levado. Países ocidentais acusam a China de tratamento desumano ao passo que países islâmicos concordam com o que a China está fazendo.

Agora, a China publicou um documento (Material Histórico Relacionado a Xinjiang) no qual ela defende que Xinjiang sempre foi chinês (melhor dizendo, sempre esteve dentro da esfera de influência das dinastias chinesas). Este documento afirma ainda que:

No final do século IX e início do século X, o Canato Caracânida [Kara-Khanid] aceitou o Islã. Ele começou uma guerra religiosa de 40 anos em meados do século 10 contra o reino budista de Hotan [Khotan], e conquistou-o no início do século XI e impôs o Islã, colocando um fim à história de mil anos do budismo naquela região. Com a expansão do Islão, o zoroastrianism, o maquienísmo, e o cristianismo nestoriano declinaram. Em meados do século XIV, os governantes do Canato de Chagatai Oriental (1348-1509) espalharam o Islã para o extremo norte da bacia de Tarim, a bacia do Turpan e Hami através da guerra e da coação. No início do século XVI, muitas religiões haviam coexistido em Xinjiang, com o Islã, o zoroastrismo, o maniqueísmo e o cristianismo nestoriano foram extintos, e o budismo e o taoísmo sobrevivendo. A convivência continuou até hoje na região. No início do século XVII, os mongóis Oirat aceitaram o budismo tibetano. Começando no século XVIII, o protestantismo, o catolicismo e a Igreja Ortodoxa Oriental chegaram a Xinjiang

A introdução do Islão em Xinjiang está relacionada a emergência do Império árabe e à expansão do Islã para o leste. A conversão Uighur para o Islã não foi uma escolha voluntária feita pelo povo comum, mas o resultado de guerras religiosas e imposição pela classe dominante, embora este fato não prejudique o nosso respeito pelo direito dos muçulmanos às suas crenças. O Islã não é nem um indígena nem o único sistema de crenças do povo Uigur.

Para verificar se as afirmações contidas neste documento estão corretas, consultamos a obra História das Civilizações da Ásia Central, publicada pela UNESCO. A parte da história que nos interessa é tratado nos volume IV e V.  

Os uígures são um povo turcomano e mongolóide das estepes centrais da Ásia que migraram para a região atual de Xinjiang, na China. Xinjiang é uma área com montanhas na sua fronteira norte e oeste e um grande deserto à leste. Ela fazia parte da famosa Rota da Seda o que definiu desde cedo sua ligação comercial e cultural permanente com as diversas dinastias chinesas. A partir do século XIX, europeus começaram a chamar a região de Turquistão Chinês, para distinguir do Turquistão Russo (Britânica).

As religiões na Ásia Central eram o budismo, cristianismo (nestorianismo, jacobitas e melquitas), zoroastrianismo e maniqueísmo. As invasões árabes começaram a alterar isso com a propagação do islamismo pela guerra, conquista e pilhagem, a partir do século VII. Os árabes chegaram perto mas não conquistaram Xinjiang, já que os uigures resistiram a invasão árabe. Relatos de históriadores muçulmanos, no 1062, mencionam o envio de embaixadores para lugares tão longínquos como os uígures de Kocho (página 28, 73 e 108, volume IV, parte 1).

A resistência dos uígures à expansão islâmica tem seus motivos. Durante muito tempo eles formaram um canato (ou seja, eram liderados por um Cã). Do século IX até o século XIII eles se organizaram no Reino de Koncho (em chinês, Gaochang).  Ao sul, mas ainda dentro da região de Xinjiang, surgiu um outro reino, o Reino de Hotan (Khotan), também budista.

Específicamente em Xinjiang, em termos religiosos e culturais, havia um grande número de religiosos maniqueísta, cristãos e budistas. Obras foram traduzidas para o idioma uígur, que eram  também amplamente utilizada na vida cotidiana, que foi fortemente influenciada pela cultura chinesa. Tão cedo quanto o tempo do Canato Uígur na Mongólia, em 762, o maniqueísmo foi aceito pela nobreza uígur. O cristianismo nestorian também tinha seguidores entre os uígures. A religião que se espalhou mais extensamente entre os uígures, entretanto, foi o budismo. Sob a influência dos habitantes originais, os uígures gradualmente se converteram para essa religião e um grande número de clássicos budistas foram traduzidos em para o uígur. Por causa de sua conversão ao budismo, a nobreza uígure e até mesmo as pessoas comuns levaram à construção de templos, fazendo estátuas, pintando afrescos e copiando sutras como uma espécie de ação caridosa e piedosa (página 210, volume IV, parte 1).

Mulher uígur fazendo doações ao Buda, Cavernas do Buddha de Bezeklik,
Xinjiang, China, pintura de parede, século XI

Havia uma boa relação com os chineses no leste. Mas o mesmo não podia ser dito para a fronteira oeste, onde existia uma relação muito tensa com os turcomanos caracânidas ( em inglês, karakhanids). Apesar de ambos serem turcomanos, os uígures eram majoritáriamente budistas ao passo que os caracânidas eram muçulmanos (página 208, volume IV, parte 1). Claro que haviam conflitos, pois como apropriadamente mencionado por Samuel Huntington, “as fronteiras do mundo islâmico são sempre sanguentas”. Ou seja, a jihad é eterna.

Xinjiang e arredores (século X)

A primeira incursão e conquista islâmica ocorreu sobre o Reino de Hotan. Na terceira década do século X, em 934, o líder caracânida Satuq Bughra Cã, se converteu ao Islã e adotou o título de Sultão (soberano, mas um grau abaixo de um califa). Satuq Bughra Khan, e mais tarde seu filho Musa, dirigiu esforços para propagar o Islã entre os turcos. Eles empunharam a bandeira da Jihad e se envolveram em conquistas militares, incluindo uma longa guerra contra o reino budista de Hotan. Foram 80 anos de jihad até que no ano 1006, o Reino Budista de Hotan foi finalmente destruído. Para comemorar a vitória, o afamado e erudito escritor muçulmano Mahmud al-Kashgari escreveu um poema (Hansen, 2012):

Nós descemos sobre eles como uma enchente,  
Nós fomos entre suas cidades,
Nós quebramos os templos dos ídolos,
Nós cagamos na cabeça de Buda!

(Agora, me diga, qual a diferença entre este escritor, o Talebã e o Estado Islâmico? … não estariam eles seguindo o exemplo de Maomé?)

Os budistas, desesperados pela queda de Hotan e o aniquilamento do Budismo, esconderam manuscritos em uma caverna das Grutas Mogao (manuscritos de Dunhuang).

No século XIII, o Reino de Koncho se submeteu voluntáriamente a Gengis Cã, o fundador do império mongol. Por este modo, o reino foi bem tratado e suas fronteiras mantidas. Mas no final do século XIII, o reino foi incorporado no Canato de Chagatai, o segundo filho de Gengis Cã (página 208, volume IV, parte 1). A consequência da inclusão de Xinjiang no Canato de Chagatai, é que esta região ficou ligada à Ásia Central. Teria sido melhor, para a preservação do budismo e das outras religiões e culturas, se Xinjiang tivesse sido incorporada à dinastia Yuan, de Cublai Cã.

A segunda grande conversão dos uígures se deu a partir do século XVII. Afaq Khoja, um líder muçulmano baseado na região do outrora reino de Hotan, e que acreditava ser descendente do profeta islâmico Maomé, se alinhou ao Canato de Zungária (em inglês, Dzungar), que se extendia desde as muralhas da China até o atual Cazaquistão, incluindo Xinjiang. Afaq Khoja foi feito líder em  Xinjiang e vassalo da Zungária, podendo impor deste modo a Sharia em substituição à lei yassa (dos mongóis). Os descendentes de Afaq Khoja, os Khojas, continuaram governando Xinjiang até a reconquista pela dinastia Qing, no século XVIII. Mas o estrago causado pela jihad islâmica já estava feito.

Masoléu de Afaq Khoja (CC BY-SA 2.5 es, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=431898)

Atualmente, Xinjiang é o lar de diversos grupos étnicos, incluindo os uígures, han, cazacos, tibetanos, hui, mongóis, russos e xibes. A população de Xinjiang é de 24 milhões, sendo os uígures e os han os grupos predominantes (aproximadamente 40% cada um). Nem todos os uígures são muçulmanos.  

Então, lembre-se. A exemplo do Afeganistão e Ásia Central, Xinjiang era predominantemente budista. Aí, vieram os muçulmanos, que quebraram os ídolos e cagaram na cabeça de Buda.

Urumqui, capital de Xinjiang

Valerie Hansen (2015). The Silk Road: A New History. Oxford University Press.

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A Batalha de Kosovo e o motivo que leva a Europa Oriental a detestar o Islão

23 junho, 2019 by José Atento 1 comentário

Raymond Ibrahim explica o porquê dos habitantes do Leste Europeu serem tão reticentes em abrigar os “refugiados muçulmanos.” É simples. Eles sabem o estrago que o islamismo causou nos seus países por centenas de anos, e não querem reviver o inferno que seus antepassados experimentaram. 

‘Campo dos Melros’: o motivo de 630 anos de idade que leva os europeus do leste a não gostarem do Islã

O motivo que leva os europeus do leste a se mantém relutantes em aceitar os imigrantes muçulmanos que os europeus ocidentais abraçam, pode ser encontrados nas circunstâncias que cercam uma batalha crucial, a Batalha de Kosovo, que ocorreu em 15 de junho de 1389, exatamente 630 anos atrás. Este embate colocou os invasores muçulmanos contra os defensores da Europa Oriental, ou seja, os ancestrais de muitos dos europeus do leste, que hoje resistem ao Islã.

A Jihad, que é tão antiga quanto o Islã, tem sido empreendida por diversos povos muçulmanos através dos séculos, sejam os árabes no Oriente Médio, os mouros (berberes e africanos) na Espanha e na Europa Ocidental, e tantos outos. A entrada bem-sucedida do Islã na Europa Oriental foi liderada pelos turcos, especificamente pela tribo turcomana que migrou para a Anatólia ocidental (ou Ásia Menor) e, portanto, se encontrava mais próxima da Europa, os turcos otomanos, assim chamados em homenagem ao seu fundador, Osman Bey. No seu leito de morte, em 1323, suas palavras finais para seu filho e sucessor, Orhan, foram para ele “propagar o Islã pela força da sua arma.”

Este filho não decepcionou o pai. O viajante Ibn Batutua, que uma vez conheceu Orhan em Bursa, observou que, embora os jihadistas tivessem capturado cerca de cem fortalezas bizantinas, “ele nunca havia ficado um mês inteiro em uma cidade”, porque ele “luta continuamente contra os infiéise os mantém sob sítio constante.” Cidades cristãs caíram como dominós: Esmirna, em 1329, Nicéia, em 1331, e Nicomédia, em 1337. Por volta de 1340, todo o noroeste da Anatólia estava sob controle turco. Com isso, e para citar um contemporâneo europeu, “os inimigos da cruz e os assassinos do povo cristão, isto é, os turcos, foram separados de Constantinopla por um canal de três ou quatro milhas”.

Em 1354, os turcos otomanos, sob o filho de Orhan, Suleiman, conseguiram atravessar os Estreito de Dardanelos e entrar na cidade fortificada de Gallipoli, estabelecendo assim sua primeira presença na Europa: “Onde haviam igrejas, ele as destruiu ou as converteu a mesquitas,” escreve um cronista otomano: “Onde haviam sinos, Suleiman separou-os e os lançou em fogueiras. Assim, no lugar dos sinos, agora se encontram os muezzins.”

Purificado de toda a “imundície” cristã, Gallipoli tornou-se, como um governador otomano se gabou, “a garganta muçulmana que engole toda nação cristã – que sufoca e destrói os cristãos.” Desta cidade-fortaleza, dilapidada mas estrategicamente situada, os otomanos lançaram um campanha de terror em todo o lado, porém sempre convencidos de que estavam fazendo o trabalho de Deus. “Eles vivem do arco, da espada e da devassidão, encontrando prazer em tomar escravos, se dedicando a matar, pilhar, e saquear”, explicou Gregory Palamas, um metropolita ortodoxo que foi feito prisioneiro em Galípoli, acrescentando que “e não apenas eles cometem esses crimes, mas até mesmo – que aberração – eles acreditam que Deus os aprova!”

Após a morte de Orhan, em 1360, e sob seu filho Murad I, o primeiro de sua linha a adotar o título de “Sultão”, a jihad em direção ao oeste, nos Bálcãs, começou a sério e era sem descanso. Em 1371, ele anexou porções da Bulgária e da Macedônia ao seu sultanato, que agora cercava Constantinopla, dizendo que “um cidadão poderia deixar o império simplesmente ao cruzar os portões da cidade”.

Sem surpresa, então, quando o príncipe Lazar da Sérvia (n. 1330) derrotou as forças invasoras de Murad em 1387, “houve júbilo selvagem entre os eslavos dos Bálcãs. Serbios, bósnios, albaneses, búlgaros, valáquios e húngaros das províncias da fronteira se uniram em torno de Lazar como nunca antes, na determinação de expulsar os turcos da Europa.”

Murad respondeu a essa afronta em 15 de junho de 1389, no Kosovo. Lá, uma coalizão de maioria sérvia, ampliada pelos contingentes húngaro, polonês e romeno – doze mil homens sob a liderança de Lazar – lutou contra trinta mil otomanos sob a liderança do próprio sultão. Apesar do enorme voleio inicial de flechas turcas, a cavalaria pesada sérvia avançou pelas linhas de frente otomanas e quebrou a sua ala esquerda; a direita otomana, sob o filho mais velho de Murad, Bayezid, circulou e envolveu os cristãos. O confronto caótico continuou por horas.

 Na noite anterior à batalha, Murad havia suplicado a Alá “pelo favor de morrer pela verdadeira fé, a morte de um mártir”. Em algum momento perto do final da batalha, sua oração foi concedida. De acordo com a tradição, Miloš Obilić, um cavaleiro sérvio, ofereceu-se para desertar para o lado dos otomanos com a condição de que, em vista de seu alto nível, ele pudesse se submeter ao próprio sultão em pessoa. Eles o levaram até Murad e, depois que Milos se ajoelhou, em falsa submissão, ele investiu e mergulhou uma adaga no estômago do senhor da guerra muçulmano (outras fontes dizem “com dois impulsos que saíram às suas costas”). Os guardas do sultão, inicialmente paralizados,  reagiram cortando o sérvio em pedaços. Encharcado e cuspindo sangue, Murad viveu o suficiente para ver seu arquiinimigo, o agora capturado Lazar, levado à sua frente, torturado e decapitado. Um pequeno consolo.

O filho de Murad, Bayezid, imediatamente assumiu o comando: “Seu primeiro ato como sultão, sobre o cadáver de seu pai, foi ordenar a morte de seu irmão Yaqub, por estrangulamento com uma corda de arco. Yaqub, que junto a Bayezid era comandante na batalha,  havia conquistado distinção no campo e popularidade com suas tropas.” Em seguida, Bayezid conduziu a batalha a um final decisivo, jogando tudo o que tinha contra o inimigo, levando ao massacre do último cristão – mesmo que isso tenha provocado um número muito maior de baixas do seu lado.

A quantidade de pássaros (melros) que se aglomeraram e se banquetearam no vasto campo de carniça foi tamanha, que a posteridade se lembra da Batalha de de Kosovo como o “Campo dos Melros”. Embora tenha sido, essencialmente um empate – ou, na melhor das hipóteses, uma vitória de Pirro para os otomanos – os sérvios, que possuiam menos homens e recursos do que o ascendente império muçulmano, sentiu mais as consequências do embate.

Melro europeu

Nos anos que se seguiram à batalha de Kosovo, a máquina de guerra otomana tornou-se imparável: as nações dos Bálcãs foram conquistadas pelos muçulmanos, permanecendo sob o domínio otomano por séculos. A própria Constantinopla, que resistiu a um milênio de jihad, caiu definitivamente em 1453.

A memória coletiva das experiências negativas em um passado não muito distante, faz com que o Leste Europeu não subestime o Islã, e adote uma posição significativamente mais cautelosas – se não francamente hostl – ao islamismo e seus imigrantes em comparação com os europeus ocidentais e os liberais.

Como o primeiro-ministro húngaro, Victor Orbán, explicou uma vez :

Não queremos criticar a França, a Bélgica, ou qualquer outro país, mas achamos que todos os países têm o direito de decidir se querem ter um grande número de muçulmanos em seus países. Se eles querem viver juntos, isso é decisão deles. Mas nós não queremos e acho que temos o direito de decidir que não queremos um grande número de muçulmanos em nosso país. Nós não gostamos das conseqüências de ter um grande número de comunidades muçulmanas que vemos em outros países, e eu não vejo nenhuma razão para que alguém nos obrigue a alterar o modo de viver  na Hungria para algo que nós não queremos ver… . Eu tenho que dizer que quando se trata de viver junto com comunidades muçulmanas, nós somos os únicos que têm experiência, porque nós tivemos a possibilidade de passar por essa experiência por 150 anos.

E esses anos – de 1541 a 1699, quando o Império Otomano Islâmico ocupou a Hungria – estão repletos de massacres, da escravização e do estupro dos húngaros.

Nota : O relato acima foi extraído do livro Espada e Cimitarra: Quatorze Séculos de Guerra entre o Islã e o Ocidente, livro este que a organização CAIR (ligada à Irmandade Muçulmana) fez tudo o que pôde para impedir que o autor o apresentasse em palestra no Colégio de Guerra do Exército dos EUA.

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Sobre a superior tecnologia européia na época das Cruzadas

21 junho, 2019 by José Atento 2 Comentários

Há muito se afirma que o maior benefício (ou mesmo, o único benefício, segundo alguns) resultante das Cruzadas foi que elas expuseram os europeus ocidentais atrasados ​​e bárbaros às civilizações “mais avançadas” do mundo muçulmano. No entanto, as evidências demonstram que a situação era consideravelmente mais sutil e que o desenvolvimento era uma via de mão dupla. Além disso, a sociedade mais pronta para se adaptar nem sempre é a mais fraca ou mais atrasada.

Este artigo  apresenta o fato de que as cruzadas apenas foram possíveis devido a uma superioridade technológica européia em diversos aspectos.

Observação. O termo “Francos” usado abaixo se refere aos cruzados europeus e seus descendentes que habitaram a “Terra Santa” durantes os Estados Cruzados, por ser deste modo que os muçulmanos se referiam a eles.

Texto oriundo de Real Crusades History com acréscimos e comentários.

 
Vamos começar com a suposição de que a cultura islâmica 
experimentou um florescimento significativo nos séculos imediatamente anteriores 
às Cruzadas. Isso pode ser facilmente explicado se nos lembrarmos que 
os invasores muçulmanos oriundos da Península Arábica, eram 
mais atrasados, seja culturalmente ou em qualquer outro sentido,
que os povos por eles conquistados, a Pérsia e a porção mais rica do 
Império Romano do Oriente (Síria e Egito). Para os invasores muçulmanos, as
conquistas militares abriu-lhes um mundo novo e muito mais avançado. 
E, deve-se considerar também, que os nomes que se associam ao
florescimento cultura islâmica eram, na verdade, persas, gregos, assírios  
e judeus, que adotaram nomes árabes e escreviam em árabe, que 
havia se tornado a língua oficial. Nem muçulmanos eles eram. 


(Leia depois sobre a guerra que facilitou as conquistas islâmicas) 


No entanto, longe de ficar presa em uma “idade das trevas”, a Europa 
também passava por um período de desenvolvimento significativo e avanço 
tecnológico. Contrariamente às noções populares, ao longo das chamadas 
“Idades das Trevas”, o aprendizado dos antigos textos gregos foi preservado 
– e traduzido para o latim, enquanto ao mesmo tempo grandes inovações 
tecnológicas estavam tornando a Europa mais próspera e seu povo mais 
saudável. O professor Rodney Stark argumenta que “os europeus medievais 
podem ter sido o primeiro grupo humano cujo potencial genético não foi 
prejudicado por uma dieta pobre, com o resultado de que eles eram, em 
média, mais altos, mais saudáveis ​​e mais enérgicos do que as pessoas comuns”.[1]
 
Como resultado, a troca de conhecimento e tecnologia que se seguiu à 
Primeira Cruzada não foi, de modo algum, uma via de mão única. Enquanto os que 
Francos logo aprenderam a empregar a cavalaria ligeira na forma de arqueiros 
cristãos nativos (erroneamente chamados de turcopolos, apesar de não serem 
nem turcos, nem muçulmanos apóstatas), os sarracenos começaram a desenvolver 
a cavalaria pesada capaz de combater de perto. Enquanto os francos aprendiam 
sobre a fabricação de papel e aprimoravam as técnicas de fabricação de vidro 
dos sírios, os árabes aprenderam com os métodos industriais dos Francos para a 
fabricação de açúcar, um comércio altamente lucrativo. Enquanto o costume 
dos banhos públicos se movia de leste para oeste, o conceito de chaminés 
se movia na direção oposta.

Nem deveríamos assumir automaticamente que a cultura mais aberta à adaptação era 
a cultura mais fraca. Por exemplo, não há dúvida de que a arquitetura naval européia 
era muito superior à navegação árabe contemporânea, mas os árabes não puderam 
adotar a tecnologia de navegação ocidental, em grande parte devido à baixa 
qualidade de seus construtores e marinheiros. As chaminés construídas na 
Terra Santa pelos Francos caíram em desuso e depois desapareceram completamente 
da arquitetura local depois da partida dos Francos, não porque as chaminés fossem 
inúteis ou atrasadas, mas devido à pura inércia da “tradição”.
Também não devemos esquecer que muitas das “invenções” que associamos ao 
“Oriente” não eram de origem sarracena (árabe), mas grega. Um exemplo clássico 
disso é o conceito de hospitais como locais onde médicos profissionais fornecem 
tratamento médico para curar os doentes. Tais instituições eram desconhecidas 
na Europa Ocidental antes da Primeira Cruzada. Quando os cruzados chegaram 
à Terra Santa, os árabes tinham hospitais sofisticados, mas as origens dessas 
instituições estavam em Bizâncio. Os primeiros hospitais do Império Romano 
do Oriente estão registrados no século IV dC; Os primeiros hospitais do 
Oriente Médio muçulmano não apareceram até o final do século VIII 
ou IX. [4] Sob a égide dos Cavaleiros de São João de Jerusalém 
(conhecidos simplesmente como “os Hospitaleiros”), os hospitais foram 
adotados na cultura da Europa Ocidental. 
O Hospital de Acre – foto do autor
 
Um fator importante que impactou a direção da transferência de tecnologia foi o 
meio ambiente. Os Francos – mas não seus oponentes árabes e turcos – viviam em 
um novo ambiente. Isso significava que os Francos precisavam se se adaptar a esse 
ambiente – um deles com extremos de calor desconhecidos em sua terra natal, 
um ambiente mais árido, menos coberto de florestas e mais densamente povoado. 
Teria sido absurdo – e estúpido – agarrar-se a tradições e tecnologias impróprias 
para o Mediterrâneo, por mais adequadas que fossem essas tecnologias, digamos, 
vivendo na Escócia ou lutando na Prússia. 
 
A adoção de sobretudos é um excelente exemplo disso. No calor intenso do verão 
sírio, usar uma peça de roupa solta sobre a armadura fazia sentido. Que os Francos 
rapidamente o fizeram, e – o que é ainda mais surpreendente – que se tornou moda 
em toda a Europa Ocidental, não é uma marca da inferioridade das formas anteriores 
de vestuário. O manto tinha uma função que estava diretamente relacionada ao 
ambiente físico no Oriente Próximo. E, mais tarde, a evolução em um meio de 
mostrar os braços e a afinidade não tem nada a ver com a superioridade árabe/turca, 
mas sim com os costumes ocidentais de cavalheirismo.
 

A prevalência de estruturas de pedra nos estados cruzados também era uma 
função da escassez de madeira, ao invés de habilidades superiores por parte 
dos pedreiros árabes. Pelo contrário, até hoje os arqueólogos podem datar os 
edifícios da era das cruzadas com base nos padrões excepcionalmente altos da 
alvenaria franca. 
 
Alvenaria franca em St. Annes ’em Jerusalém – foto do autor
 

A adoção de mercados cobertos por parte dos Francos refletiu a necessidade de

manter bens perecíveis fora do alcance do intenso sol de verão, das moscas e da 
poeira – não uma superioridade inerente de mercados cobertos se comparados aos mercados abertos. 


 


 


Mercado Coberto no Acre – foto do autor
 


A adaptação do Ocidente para o Oriente, por outro lado, foi inibida tanto pelo
fato de que o ambiente permaneceu o mesmo para os muçulmanos quanto 
pelas presunções muçulmanas de superioridade. Os muçulmanos viam os Francos 
como fundamentalmente atrasados porque eram “blasfemadores adorando a Deus 
incorretamente … ou como idólatras adorando ídolos em forma de cruz”. [2] 
No extremo, eles compartilhavam a atitude expressa por Bahr al-Fava’id, que 
escreveu: quem acredita que o seu Deus saiu das entranhas de uma mulher é 
muito louco; ele deve ser ignorado, e ele não tem inteligência nem fé.” [3] 
 
Deve-se dar crédito aos cruzados que, independentemente do que pensassem da 
teologia islâmica, não consideravam seus adeptos como inerentemente loucos 
e idiotas. Foi por causa dessa disposição de separar a religião da ciência e da arte 
que os Francos se mostraram notavelmente abertos à adaptação ao novo ambiente 
e ao desenvolvimento de uma cultura híbrida única.


O parágrafo abaixo é transcrito de [6]:


Mesmo se concedermos às alegações de que árabes instruídos possuíam um conhecimento superior de autores clássicos e produzissem alguns matemáticos e astrônomos, o fato é que eles ficaram para trás em termos de tecnologia vital como selas, estribos, ferraduras, carroças e vagões, cavalos e arreios, arados eficientes, bestas, fogo grego, construtores de navios, marinheiros, agricultura produtiva, armaduras eficientes e infantaria bem treinada. Não é de admirar que os cruzados pudessem marchar mais de quatro mil quilometros, derrotar um inimigo que os superasse em número e continuar derrotando-o, enquanto a Europa estivesse preparada para apoiá-los.
 

[1] Stark, Rodney. God’s Battalions: The Case for the Crusades, (New York: HarperOne, 2009) 70.

[2] Christie, Niall, Muslims and Crusaders: Christianity’s Wars in the Middle East, 1095-1382, From the Islamic Sources (London: Routledge, 2014) 78.

[3] Christie, 77-78.

[4] Mitchell, Piers D., Medicine in the Crusades: Warfare, Wounds and the Medieval Surgeon (Cambridge: Cambridge Univ. Press, 2004) 49-50.
[5] Edgington, Susan B., “Oriental and Occidental Medicine in the Crusader States,” in The Crusades and the Near East: Cultural Histories, ed. Conor Kostick (London: Routledge, 2011) 208.

[6] Stark, Rodney. God’s Battalions: The Case for the Crusades, 
(New York: HarperOne, 2009) 76.

 

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A guerra que enfraqueceu Roma e Pérsia, facilitando as conquistas militares da jihad islâmica

16 maio, 2019 by José Atento 2 Comentários

Na sua porção leste, o Império Romano fez fronteira com dois impérios persas, a Pártia (247 a.C. a 224 d.C.) e a Sassânia (224 até 651). Diversas guerras foram travadas entre eles. No ano 395 d.C., o império romano se dividiu, e o Império Romano do Oriente (Bizâncio) passou a ter o ônus destas guerras. No total, foram mais de 30 guerras, sendo a primeira no ano 92 a.C. e a última, a mais sangrenta e devastadora de todas, durou 26 anos (de 602 a 628 d.C.).

A última guerra debilitou os dois impérios de tal modo que eles puderam oferecer uma resistência muito fraca contra a jihad islâmica, quando ela saiu da Península Arábica no ano de 632, para propagar pela espada a fé de Maomé. É deste conflito que tratamos neste artigo.

Em 602, se aproveitando de uma guerra civil dentro do Império Bizantino, o imperador sassânida Cosroes II invadiu a Armênia, o Levante, o Egito, e a Anatólia, chegando até mesmo às muralhas de Constantinopla.

Um dos eventos mais dramáticos desta fase ocorreu em maio do ano 614 (1405 anos atrás), quando Jerusalém foi conquistada pelos persas sassânidas, e a população cristã foi massacrada.  A maioria das fontes indica que o cerco durou cerca de três semanas, com a conquista dos sassânidas entre 15 e 20 de maio.

Por Getoryk, origem: Império Bizantino e Sassânida em 600 d.C.

Os sassânidas persas, sob o comando do general Charbaraz, se juntaram a Neemias ben Hushiel e ao rico líder judeu Benjamim de Tiberíades, que havia reunido uma força de 26.000 judeus tiberianos. Neemias foi então nomeado governante de Jerusalém. Ele começou a fazer arranjos para a construção do Terceiro Templo.

As contas variam de acordo com o número de cristãos massacrados depois que a cidade foi tomada (entre 17.000 e 90.000). Seus corpos foram jogados em várias grandes valas comuns, incluindo a piscina Mamilla a oeste das muralhas da cidade (descobertas em 1989, escavadas em 1992 com milhares de restos humanos, 72% deles de mulheres). Este local de carnificina tornou-se subseqüentemente o lugar de enterro muçulmano mais reputado na Palestina, o cemitério Maman Allah (Mamilla). O patriarca Zacaria, e outros 35.000, foram feitos escravos.

Muitas igrejas na cidade (incluindo a Igreja da Ressurreição ou Santo Sepulcro) foram queimadas, e numerosas relíquias, incluindo a Verdadeira Cruz (Vera Cruz), a Lança Sagrada e a Esponja Santa, foram levadas para a capital de Sassanid, Ctesiphonte. A captura de Jerusalém pelos sassânidas, na primavera de 614, foi um tremendo choque para o mundo cristão, e o impacto psicológico de sua conquista talvez só possa ser comparado ao saque de Roma em 410.

A queda de Jerusalém e o roubo das relíquias serviram de grito de batalha do novo imperador bizantino, Heráclio, que organizou um contra-ataque. Jerusalém voltaria ao controle bizantino em 629.

Os bizantinos decidiram então atacar o coração da Pérsia, e, após seis anos de vitórias, obrigaram o imperador sassânida Cosroes a fugir da sua capital Ctsefonte para as montanhas. O exército sassânida derrubou Cosroes, elevando o seu filho Casades II ao trono. Cavades imediatamente enviou ofertas de paz. Heráclio não impôs termos severos, sabendo que seu império estava também próximo da exaustão. Como termos, os bizantinos readquiriram todos os territórios perdidos, seus soldados capturados, uma indenização de guerra, e o mais importante, a Vera Cruz e outras relíquias perdidas em Jerusalém em 614.

Após alguns meses de viagem, um triunfante Heráclio entrou em Constantinopla levando as relíquias sagradas para a Catedral de Santa Sofia, em 14 de setembro de 629. Muitos viram isso como um sinal de uma nova era de ouro que estava prestes a começar no Império Bizantino.

Infelizmente, isso não se concretizou. O império bizantino estava totalmente debilitado economicamente com a longa guerra e precisaria de vários anos para se reerguer. Mas, apenas dois anos depois de toda a festa em Constantinopla, a província da Síria seria invadida pelos muçulmanos. 

Uma ironia da história é que, com a vitória, Heráclio se tornou um dos generais mais bem sucedidos da história, pelos seis anos de vitórias ininterruptas, por liderar o exército romano por onde nunca tinha ido antes, e por ter recuperado a Vera Cruz e outras relíquias. Contudo, Heráclio teria o seu nome manchado pelas derrotas contra os jihadistas árabes muçulmanos.

Quanto a Pérsia, ela também não teve tempo de se reerguer, sendo completamente aniquilada pela jihad islâmica. A Pérsia nunca conseguiu reencontrar sua grandeza desde que a praga islâmica se instalou nela. E o zoroastrianismo, uma religião monoteísta que precede ao Islã por pelo menos 18 séculos, seria praticamente exterminada da face da Terra.

Expansão territorial máxima do Império Sassânida, durante o reinado de Cosroes II 
(durante a última guerra bizantina-sassânida de 602 a 628)
Batalha entre exército de Heráclio e persas sob Cosroes II. 
Afresco de Piero della Francesca, c. 1452 
Heráclio retorna a Vera Cruz para Jerusalém, anacronicamente acompanhado por Santa Helena. 
Óleo sobre tela de Miguel Jiménez e Martín Bernat, 1481

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