A costa norte da África era composta por estados cujas economias se baseavam na pirataria, sequestro e escravização dos europeus. Estes estados tinham a motivação e a permissão para escravizar os káfir (infiéis não muçulmanos) seguindo o exemplo deixado pelo próprio Maomé.
Os chamados de Estados Berberes do Norte de África*, compostos por Marrocos, Argel, Tunis e Tripoli, vinham saqueando o comércio marítimo no Mar Mediterrêneo ao longo dos séculos. A base econômica era a “cobrança de pedágio” de modo a não atacarem os navios europeus. Para isso eles exigiram dinheiro do tributo, navios apreendidos, ou dinheiro para o resgate de prisioneiros, caso contrário eles seriam vendidos com escravos.
- Os piratas recebem diversas denominações: piratas da barbária, piratas da berbéria, piratas barbarescos, piratas berberescos, piratas berberes, piratas mouros ou corsários otomanos.
A pirataria estendia-se por todo o Mediterrâneo, ao sul ao longo da costa atlântica da África Ocidental, e até mesmo na América do Sul, e para o Atlântico Norte para o norte até a Islândia, mas eles operavam principalmente no Mediterrâneo ocidental. Além de navios que eles apreendiam, os piratas também se engajaram em razias, ataques a cidades europeias e aldeias costeiras, principalmente na Itália, França, Espanha e Portugal, mas também na Inglaterra, Escócia, Holanda, Irlanda, chegando a alcançar lugares tão distantes como a Islândia. O principal objetivo de seus ataques era capturar escravos cristãos para o mercado de escravos árabes do Norte da África.
De acordo com o historiador Robert Davis, autor do livro Christian Slaves, Muslim Masters: White Slavery in the Mediterranean, the Barbary Coast, and Italy, 1500-1800, entre 1 milhão e 1,25 milhões de europeus foram capturados por piratas berberes e vendidos como escravos entre os séculos 16 e 19.
Com a sua independência, os EUA deixarem de ter a proteção da Coroa Britânica. Com isso, ele teve alguns navios apreendidos e 300 marinheiros feitos prisioneiros.
A resposta do presidente dos EUA, Thomas Jefferson, foi montar uma marinha de guerra (6 fragatas) e enviá-la para a costa da atual Líbia. Em 1803 ela atacou Trípoli e neutralizou a marinha pirata. Dois anos depois, um corpo de fuzileiros foi enviado até a cidade de Derna, onde eles, apoiados por um bombardeio naval, conseguiram derrotar os bérberes e libertar os marinheiros (28 de abril de 1805).
Apenas após as guerras napoleônicas os europeus puderam impor um fim nesta pirataria islâmica.