Você sabia que tudo o que sabemos sobre o Maomé e o começo do islamismo vem das fontes primárias islâmicas escritas 200 anos após a (suposta) vida de Maomé?
Aviso. Tudo isso que iremos ver e tratar a seguir, é como descrito pelas próprias fontes primárias islâmicas! Não estamos inventando nada. Estamos apenas repetindo o que elas próprias dizem!
Existe um problema enorme na narrativa tradicional do islamismo. Esse problema pode ser resumido deste modo: As fontes primárias islâmicas foram escritas muito depois dos eventos que elas descrevem, e muito longe de onde eles ocorreram. Isso cria conflito entre fatos que podem ser comprovados historicamente, e aquilo que é narrado pelas fontes primárias islâmicas.
Vamos começar com o primeiro problema das fontes primárias islâmicas. Elas foram escritas muito tempo depois dos eventos que elas buscam retratar. E, por muito tempo, nos referimos a séculos!
As fontes primárias islâmicas fazem tantas afirmações que não podem ser comprovadas historicamente, que elas basicamente se destroem. Vejamos a Figura 1, que mostra uma cronologia dos eventos narrados pelas fontes primárias, e apenas por elas (ou seja, não existe fonte externa alguma que as corrobore).
Todas as datas mencionadas a seguir referem-se a era “depois de Cristo” (d.C.).
As tradições islâmicas nos dizem que Maomé nasceu em Meca, em 570, e que o Alcorão começou a ser revelado em 620. Então, segundo narrativa islâmica, Maomé tinha 40 anos quando ele começou a receber revelações de um anjo que se identificou como Jibril, em uma gruta em Meca. Mais tarde, em 621, a narrativa islâmica diz que Maomé acordou no meio da noite, foi ordenado a montar um jumento alado, que voou até Jerusalém, e, de lá, ele foi até os sete céus, um evento chamado de Mi’raj (não confundir com miragem). No ano seguinte, em 622, ele se muda para a cidade de Iatribe, atual Medina. Ele se muda de Meca por diversos motivos. Ele estava tendo problemas de relacionamento com a sua tribo em Meca, que se recusava a aceitar as suas revelações, e também por ter sido convidado por árabes e judeus de Medina para arbitrar os problemas existentes entre eles, já que eles haviam ouvido que Maomé era uma pessoa sábia, justa e neutra. Maomé se muda junto com um número de seguidores, chamados de mahajuru (o povo da mudança, o povo da hégira), entre 80 e 200 seguidores, dependendo da fonte primária. Essa mudança de Meca para Iatribe é chamada de hégira (Hijra) e marca o início do calendário islâmico. Então, ele retorna a Meca, em 630, conquistando-a à frente de um exército. Logo em seguida, Maomé morre, em 632. Isso é a vida de Maomé, de 570 a 632, tudo isso segundo as fontes primárias islâmicas.
Com a morte de Maomé, Abu Baquer assume o poder, reinando de 632 a 634, por dois anos, morrendo de morte natural. Umar o substitui, reinando por dez anos, de 634 a 644, sendo assassinado. Umar é, então, substituído por Otomão, que reina por doze anos, até ser assassinado 656. Durante o seu reinado, em 652, o Alcorão é compilado e canonizado, aproximadamente, 20 anos após a morte de Maomé. Com o assassinato de Otomão em 656, Ali assume o poder, mantendo-o por cinco anos, até 661, quando ele também é assassinado. Dentre estes quatro “califas corretamente guiados”, três morrem assassinados. Considerando que Maomé também foi assassinado, por envenenamento, são quatro assassinatos entre cinco primeiros líderes islâmicos.
O ano de 661 encerra o período do califado rashidum, o califado dos quatro “califas corretamente guiados” (Abu Baquer, Umar, Otomão e Ali), marcando o começo do chamado califado omíada.
Este período de 41 anos, durante o século VII, desde a hégira, em 622, até o assassinato de Ali, em 661, é a verdadeira era de ouro do islamismo, durante o qual, segundo as fontes islâmicas primárias, o islamismo surgiu e se consolidou.
As fontes primárias islâmicas nos dizem que Maomé viveu em Meca, e se mudou para Medina, de onde governou. Os quatro califas que seguiram Maomé também governaram de Medina. Quando Ali morreu, os muçulmanos tinham o controle de uma gigantesca extensão territorial, que ia desde a Líbia até o Afeganistão, incluindo a Síria e toda a península arábica. Veja o mapa na Figura 2 para ter uma ideia da extensão deste território.
Essa é uma ótima história. Você já ouviu isso, eu ouvi isso, crescemos com isso. Essa é a única história que ouvimos. Essa é a narrativa que todos nos contaram. Mas, espere um pouco, de onde vem tudo isso? Para responder esta pergunta, precisamos consultar uma outra cronologia.
De onde vem as narrativas propagadas pelo islamismo?
Para responder a esta pergunta, vamos nos referir a Figura 3.
Vamos começar com a data da morte de Maomé. Maomé morreu no ano 632. Foi nessa época que as fontes primárias islâmicas foram escritas? Não. Seria razoável esperar isso, mas não é o caso. Seria razoável esperar que, quando da morte de Maomé, um líder vitorioso que já governava uma boa parte da península arábica, houvesse alguém que o viu morrer, ou alguém que estivesse por perto, para escrever algo sobre sua vida ou o que aconteceu quando ele morreu. Pelo menos é disso que tratam as biografias, pelo menos se escreve algo como testemunha ocular, algo que alguém mais tarde possa se basear, mas pelo menos se começa com um relato de testemunha ocular.
Quando Jesus morreu, existiram testemunhas oculares que escreveram sobre o ocorrido. João estava ao pé da cruz e escreveu sobre sua morte e sobre a sua vida. Os demais apóstolos também foram testemunhas oculares. Mateus e Marcos não estavam ao pé da cruz, mas eles acompanharam todo o processo. O quarto evangelista, Lucas, reproduziu relatos de testemunhas oculares da morte de Jesus e de seu ministério. Seria de se esperar muito mais de um líder vitorioso como Maomé. No caso de Jesus, estamos falando de 2000 anos atrás, e escritos feitos por pessoas pobres e perseguidas. Com respeito a Maomé, estamos falando de 1400 anos atrás, 632. Sabemos que nada foi escrito nos anos e décadas que seguiram a sua morte. E principalmente, considerando que estamos nos referindo a um movimento vitorioso que conquistou a maior parte do mundo civilizado, incluindo grandes cidades cheias de história e cultura, tais como Alexandria, Damasco, Antioquia e Ctesifonte (substituída por Bagdá). Essas cidades estavam cheias de pessoas cultas, que sabiam ler e escrever, e com recursos para ter os primeiros registros escritos usando-se da melhor tecnologia da época, pergaminhos. Pergaminho (parchment)era caro, mas muito durável, podendo durar até séculos, ao contrário do papiro (papyrus), muito mais barato, mas de vida útil muito curta, anos ou décadas apenas. Mas, de acordo com a narrativa islâmica, nada disso foi feito, mesmo com todo o poderio do nascente império islâmico.
Ao contrário, a primeira referência foi escrita 130 anos após a morte de Maomé. Trata-se da biografia, a sira, Sirat Rassul Allah, A Vida do Apóstolo de Alá, escrita por ibn Ishaq, falecido no ano 765. Claro que ele não foi testemunha ocular de nada. Ele teria escrito baseado em lendas e relatos orais. Seria como se a primeira descrição escrita sobre a guerra do Paraguai (que terminou em 1860) tivesse sido escrita no ano 2000, baseada tão somente em lendas e narrativas orais.
Mas, espere um momento. Nós não temos a biografia de ibn Ishaq. Ela não existe. O que sabemos sobre a vida de Maomé foi escrito por ibn Hisham, falecido em 833. Na verdade, não temos nada sobre Maomé até ibn Hisham, 200 anos após a morte de Maomé. A rigor, podemos colocar ibn Ishaq de lado, e nos concentrar em ibn Hisham, que é quem, comprovadamente, escreveu a biografia de Maomé, Sirat Rassul Allah. Depois veio um outro, al Waqidi (-835), cujos escritos vieram através de seu escriba e aluno ibn Sa’ad, após a sua morte.
Mas não é apenas a biografia de Maomé que é importante. Existem os registros daquilo que Maomé falou, comeu, bebeu, como ele dormiu, os detalhes da sua vida diária. Para saber como se comportar como muçulmano, você precisa consultar os hadices.
A primeira coleção de hadices foi escrita por al Bukhari (-870), descrevendo, no século IX, tudo aquilo que Maomé fez no século VII.
Preste atenção. De acordo como a própria narrativa islâmica, as fontes primárias que falam sobre Maomé, o que ele disse, como ele viveu, como ele se comportou, foram escritas, pelo menos, 200 anos após a sua morte!
Após al Bukhari, começam, então, a surgir diversos volumes de hadices, compilados por Sahih Muslim (-875), ibn Majah (-887), Abu Dawood (-889), al-Tirmidhi (-892), an-Nasa’i (-915). Estas são as seis principais compilações de hadices (sunitas), de acordo com a narrativa islâmica.
Mas ainda existem outros dois gêneros da narrativa islâmica, das tradições islâmicas, que é preciso mencionar, o tafsir e o tahrikh. Tafsir são os comentários sobre o Alcorão, e o tahrikh é a descrição histórica do islamismo bem como a história da humanidade (isso mesmo, o islamismo reescreveu a história da humanidade). O primeiro a escrever este material foi al-Tabari (-923). Todos os outros comentários que tentam explicar o significado dos versículos do Alcorão começam a surgir a partir daí.
E por que isso é importante? Vejamos as datas. São 200 anos entre a morte de Maomé é a sua biografia, por ibn Hisham. Vale a pergunta. Você pode realmente acreditar que alguma testemunha ocular tenha sobrevivido por tanto tempo?
Um adendo para acrescentar a visão xiita do islamismo, que corresponde a menos de 10% do total de muçulmanos. O xiismo possui sua própria coleção de hadices, a maioria deles supostamente narrados por Ali, sobrinho de Maomé e o quarto dentre os “califas corretamente guiados.” A coleção xiita também foi compilada séculos após a morte de Maomé, a primeira delas por al-Kulayni (864-941) durante seus últimos 20 anos de vida. Eu trato dos hadices xiitas em outro artigo.
(Uma observação com respeito a rivalidade entre sunismo e xiismo. Eles têm diferenças sobre quem deve liderar a Umma – a nação do Islã – mas eles concordam no tocante aos direitos e tratamento das mulheres, ex-muçulmanos, descrentes e homossexuais.)
Agora, precisamos falar sobre a primeira vez que o termo muhammed foi introduzido. Hoje, consideramos muhammed como sendo um nome próprio, pouco se sabe que muhammed é um atributo, significando “o elogiado.” E muito poucos sabem que cristãos primitivos usavam este termo se referindo a Jesus (mais sobre isso em um outro artigo).
O nome (ou termo) muhammed (mhmd) foi usado pela primeira vez por Abd al Malik, um rei da dinastia omíada, que governou entre 685 e 705. Abd al Malik introduz muhammed (mhmd) nas moedas, no Domo da Rocha, e no protocolo dos califas, sem, contudo, escrever nada sobre ele, ou seja, sem criar narrativa alguma sobre ele. Isso ocorreu em 692. Foram precisos 141 anos para que fosse possível saber quem foi este muhammed e o que ele fez.
A narrativa islâmica foi então criada durante o reinado da dinastia abássida, que começou em 749. A narrativa islâmica é, de fato, a narrativa abássida. Foram precisos 84 anos até que eles começassem a escrever. Os abássidas chegarem ao poder em 749, e apenas em 833 que eles finalmente conseguem compilar uma biografia para Maomé, e apenas em 870, isso é, 120 anos depois de chegar ao poder, é que finalmente conseguem compilar suas palavras e ações. E por que se demora tanto tempo? Porque este foi o tempo necessário para eles concordarem com o que deveria ser dito.
Vejamos o exemplo da coleção de hadices de al Bukhari. Diz-se que ele recebeu 600.000 narrações orais de dizeres e feitos de Maomé. Ele fez uma auditoria, reduzindo este número a 7.397. Isso é menos do que 2% do número original. Ou seja, ele jogou fora 98% do material original. E, de onde e quando vieram esses 98%, e por que eles foram descartados? Ele alegou que eles estavam corrompidos, ou seja, 98% do material original não se encaixava na narrativa que os abássidas queriam sedimentar, e foram perdidos para sempre. O que continham esses 98%? Foram destruídos por pessoas como al-Bukhari. Eles próprios admitem que os destruíram. Como seria importante ter acesso a esses 98%, porque, se pudéssemos ver o que esses 98% continham, nós poderíamos realmente saber se Maomé existiu ou não, se o Alcorão existiu ou não, se foi revelado naquele ponto, e até mesmo saber se Meca existia e onde os eventos da vida de Maomé realmente ocorreram.
Mas, será que essas 600 mil narrações orais de ditos e feitos de Maomé realmente existiram? Ou isso também faz parte da “narrativa abássida”?
Agora, vamos olhar para o mapa (Figura 4) para analisar um outro problema, a localização dos eventos não bate com a localização de onde eles foram escritos ou com a origem de quem os escreveu.
Tudo o que se sabe sobre Maomé, e o surgimento do islamismo, são eventos centrados nas cidades de Meca e Medina, na região do Hejaz, uma região desértica fora dos eixos civilizatórios da época. Mas, todas as histórias que pertencem à narrativa islâmica foram escritas em Bagdá, a capital da dinastia abássida, 1.800 km ao norte. E os autores, nenhum deles é original de Meca ou Medina. Ibn Hisham, que escreveu a sira (biografia) nasceu em Basra, cresceu no Cairo (Fustat), e fez o seu trabalho todo em Bagdá. Al Bukhari nasceu em Bukhara (Bucara), cidade no atual Uzbequistão, onde ele viveu e fez o seu trabalho. Al Tabari, nasceu no Tabaristão, às margens do Mar Cáspio, no Irã.
Conclusão, nenhum dos escritores tradicionais viveu ou trabalhou em Meca ou Medina, eles estavam muito longe ao norte de Meca e vieram do oeste e leste de Bagdá. O mapa mostra que todos eles advêm de área de onde os abássidas originaram. Além disso, todos os autores das fontes primárias islâmicas trabalharam nos séculos IX e X, durante a dinastia abássida. Ou seja, todos eles escreveram o material dos eventos que eles tentam retratar, centenas de quilômetros longe demais, e centenas de anos tarde demais, (Figura 5)
Repito. Tudo isso que vimos não é teoria conspiratória. O que vimos é exatamente o que as próprias fontes primárias islâmicas dizem.
Aí, alguém vem com a falácia lógica do tu quoque (responder uma crítica com uma outra crítica), dizendo: Mas, José, o cristianismo tem o mesmo problema.
Será?
Vejamos a cronologia do cristianismo primitivo, apresentada na Figura 6, indicando quando os primeiros escritores escreveram sobre Jesus, usando de datas do modo mais liberal possível. A maioria dos cristãos não irão concordar com estas datas, mas, de novo, eu estou usando datas mais liberais possíveis. Eu estou fazendo isso intencionalmente.
Vamos começar com a morte de Jesus, no ano 33. O primeiro livro escrito foi o Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas entre 52 e 62 (ou seja, entre 20 e 30 anos após a morte de Jesus). O Atos dos Apóstolos descreve a história da igreja primitiva, e seria o correspondente ao tahrikh. Em seguida, vêm os comentários escritos por Paulo, correspondente aos tafsir. As Cartas de Paulo foram escritas entre os anos 48 e 65 (ou seja, entre 15 e 34 anos após a morte de Jesus). Paulo explica os ensinamentos de Jesus nos seus comentários. Então, vem o primeiro escrito sobre a vida de Jesus, o que ele disse e fez (algo correspondente a sira e os hadices) com o evangelho de Marcos no ano 70 (37 anos após a morte de Jesus). Mais tarde, no ano 80 (ou seja, 47 anos após a morte de Jesus), Mateus e Lucas escrevem os outros dois evangelhos (sira e hadices). Então, são três evangelhos escritos entre 37 e 47 anos após a morte de Jesus. E, para finalizar, temos o evangelho de João, escrito no ano 90 (57 anos após a morte de Jesus), que corresponderia a última sira e ao último hadice.
Muito embora as datas usadas sejam “liberais”, fica claro que registros sobre a vida de Jesus, seus ensinamentos, e comentários sobre eles, o que conhecemos como Novo Testamento, foram escritos em um período de menos de 60 anos após a sua morte. Todos os escritores do Novo Testamento viveram no mesmo lugar onde Jesus viveu, e eles o conheciam pessoalmente ou obtiveram material daqueles que o conheceram, viram o que ele fez e ouviram o que ele disse. Eles foram testemunhas oculares. Eles não escreveram séculos depois de Jesus baseado em boatos.
Jesus era pobre. Seus seguidores eram pobres. Mas, no caso de Maomé, era diferente. Maomé era rico e vitorioso. Diversas tribos pagavam tributos para ele. Seus seguidores diretos eram ricos e vitoriosos, expandindo ainda mais o império iniciado por Maomé. Com toda essa riqueza, acesso a recursos e controle de várias cidades dentre as mais avançadas da época, por que nada foi imediatamente registrado? Por que os primeiros registros começaram apenas a partir de 200 anos após a morte de Maomé?
Alguém pode dizer: Mas José, os primeiros muçulmanos eram analfabetos. Um momento. Eles tinham poder sobre uma região que ia da Líbia até o Afeganistão. Quer dizer que não existia ninguém que soubesse ler e escrever?
Não é à toa que estudiosos da atualidade têm dificuldade em aceitar a narrativa islâmica.
Vejamos alguns exemplos:
O Islamismo, como conhecemos hoje, não existia no século VII, mas evoluiu ao longo de um período de duzentos a trezentos anos. (Humphreys, 1991)
O Alcorão provavelmente não foi revelado a um homem em 22 anos, mas provavelmente evoluiu durante um período de cinquenta a cem anos. (Rippin, 1985; 1990; Lester 1999; Wansbrough 1977)
Conclusão:
A história do islamismo, pelo menos até a época do califa Abd al-Malik (685-705), é uma invenção posterior. (Cook 1983, Robinson 1996)
Por causa desses problemas, as preocupações dos estudiosos são múltiplas. Se, eles afirmam, grande parte da história do Islã foi criada tão tarde e tão distante de onde e quando os eventos que ela descreve ocorreram. Então, eles perguntam:
- Por que demorou tanto para escrever sobre Maomé?
- Os árabes não eram alfabetizados e não moravam naquela área? Lembre-se, de acordo com a história islâmica, eles controlaram Basra, Bagdá, Damasco, Jerusalém e Cairo em 642 dC, e dentro dessa grande faixa de terra havia certamente muitas cidades sofisticadas onde as pessoas podiam ler e escrever.
- Então, de onde os biógrafos do século nono obtiveram seu material?
- Além disso, pode-se confiar nesse material se ele foi resgatado tão tarde (200-300 anos depois) e tão distante?
- Não deveríamos, portanto, ir ao período em que ocorreram esses eventos em torno de Meca? Em outras palavras, não deveríamos ir ao século VII e ver o que encontramos? Claro que sim.
Para saber realmente o que aconteceu, precisamos nos focar séculos VII e VIII, não nos séculos IX e X.
Referências
Aaron W. Hughes, Method in the Study of Islam, DOI: 10.1093/OBO/9780195390155-0132.
Cook, Michael. Muhammad. New York: Oxford University Press, 1983:65.
Humphreys, R. Stephen. Islamic History: A Framework for Inquiry. Rev. ed. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1991: 71, 83-89.
Rippin, Andrew, “Literary analysis of Qurʾān, tafsīr, and sīra: the methodologies of John Wansbrough,” Approaches to Islam in religious studies. R. C. Martin, ed. Tucson: UAP, 1985, pp. 151-163.
Rippin, Andrew and Jan Knappert , eds. Textual Sources for the Study of Islam. Chicago, IL: University of Chicago Press, 1986
Rippin, Andrew, ed. Defining Islam: A Reader. London: Equinox, 2007.
Robinson, Neal. Discovering the Qur’an: A Contemporary Approach to a Veiled Text. London: SCM Press, 1996:47.
Smith, Jay, Islam & Mecca are Historical FABRICATIONS! The Internet, 2022.
Wansbrough , John. Qur’anic Studies: Sources and Methods of Scriptural Interpretation. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1977: 160-163.
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