Este artigo complementa dois artigos anteriores. O primeiro artigo, Jihad! A conquista da Indonésia, trata do processo de islamização do arquipélago indonésio, esclarecendo que a atual Indonésia se tornou islâmica através de um processo envolvendo a jihad demográfica, a jihad armada e a imposição da sharia sobre os povos nativos, hindus, budistas e animistas. O segundo artigo, Jihad contra a Malásia e contra a Tailândia, trata mais especificamente da islamização da Malásia, e de como a Tailândia conseguiu se manter vitoriosa frente à incansável jihad islâmica originada a partir do sul da península malaia.
Tanto a Malásia quanto a Indonésia sofrem um processo de radicalização, ou seja, cada vez mais sendo submetidos à lei islâmica Sharia e ao islamismo original de Maomé.
As ilhas das Filipinas eram povoadas por animistas. O hinduísmo e o budismo chegaram às Filipinas durante a existência do império Sirivijaia, dos séculos VII ao XIII, seguido pela chegada de imigrantes e comerciantes chineses a partir do XIV, que também trouxeram o budismo com eles. Achados arqueológicos nas Filipinas desenterraram estátuas budistas de valor inestimável e outros artefatos que datam dessa época. O hinduísmo e o budismo também deixaram influências no folclore e arte filipinos.
A exemplo da jihad islâmica contra a Indonésia, o islamismo alcançou o arquipélago filipino a partir do sultanato de Malaca. Folclore local diz que o missionário sufista Makhdum Karim alcançou a ilha de Simunul, hoje parte da província filipina de Tawa Tawa, em 1380. No século seguinte, os guerreiros sagrados chegaram às ilhas Sulu, no extremo sul das Filipinas, onde a população era animista. Não existe muita informação deste processo, mas o que se sabe é que por volta do século 15, o islamismo já havia atingido as ilhas de Mindanau e as ilhas Visayas, e a parte sul de Luzon. As ilhas ao sul de Mindanao ficaram sujeitas aos vários sultanatos muçulmanos de Bornéu, e parte da população animista, hindu e budista no Sul havia sido convertida ao Islamismo.
Talvez o destino das Filipinas teria sido o mesmo que o da Indonésia e da Malásia não fosse pela chegada dos espanhóis. Em 1521, o navegador português Fernão de Magalhães, à serviço da coroa espanhola, chegou às Filipinas. Sua chegada marcou uma nova etapa na resistência dos povos nativos filipinos contra a jihad islâmica.
Fernão de Magalhães desembarcou na ilha de Cebu, nas Ilhas Visayas, reivindicando as terras para a Espanha e nomeando-as Islas de San Lazaro. Ele estabeleceu relações amistosas com alguns dos chefes locais que lutavam contra os muçulmanos e converteu alguns deles ao catolicismo romano. Ao longo das próximas décadas, outras expedições espanholas foram despachadas para as ilhas. Em 1543, Ruy López de Villalobos liderou uma expedição às ilhas e deu o nome de Las Islas Felipinas (em homenagem ao rei Filipe II de Espanha) às ilhas de Samar e Leyte. O nome Filipinas deriva de Felipinas,
O primeiro assentamento espanhol permanente foi estabelecido em 1565, quando uma expedição liderada pelo explorador Miguel López de Legazpi chegou a Cebu. A liderança espanhola logo foi estabelecida em muitas pequenas comunidades independentes que anteriormente não conheciam nenhuma regra central. Seis anos depois, após a derrota do governante muçulmano malaio local, Rajah Solayman, Legazpi estabeleceu sua capital em Manila, devido à sua geografia, oferecendo excelente porto aos navegadores espanhóis. A ocupação das ilhas filipinas foi aceita com relativa facilidade pela que a maioria da população, que tinha como seu principal inimigo os muçulmanos malaios e árabes, que procuravam convertê-los ao islamismo. A exceção foram os muçulmanos, que ofereceram resistência armada aos espanhóis.
Um problema significativo enfrentado pelos espanhóis foi a subjugação dos muçulmanos de Mindanao e do arquipélago de Sulu. Os muçulmanos, em resposta aos ataques dos espanhóis e seus aliados nativos, invadiram áreas de Luzon e Visayas que estavam sob controle colonial espanhol. Mas essas ações foram inconsequentes, pois o destino do Islã nas Filipinas estava selado, e as Filipinas não seguiriam o mesmo caminho que a Malásia e a Indonésia, exceto a ponta sul de Mindanao.
Consequentemente, a maioria dos filipinos (exceto os do Sul) mais tarde se tornou cristã. No final do século XV, o Sultanato de Sulu, o maior reino islâmico do Sudeste Asiático e do Arquipélago Malaio, abrangia partes da Malásia e das Filipinas. Ironicamente, os membros de aparência mongoloide da casa real do Sultanato de Sulu alegaram descendência do profeta Maomé para reforçar suas credenciais em sua nova fé do Islã.
As ondas de conversão ao Islã tinham começado no final do século 15 e estavam se preparando para varrer o arquipélago das Filipinas para o norte no século 16, quando os colonialistas espanhóis chegaram às costas das Filipinas. O que se seguiu foi um xeque-mate de uma fé por outra, e os espanhóis repeliram as diversas incursões militares dos sultões de Bornéu contra o arquipélago filipino.
Assim, a chegada dos espanhóis salvou as Filipinas do Islã, exceto na ponta sul, onde a população havia se convertido ao Islã. Esta população foi, ironicamente, referida pelos espanhóis como moros e mouriscos (espanhol para mouro ou muçulmano). Até hoje, a população muçulmana do sul das Filipinas continua a se referir como moros – o nome dado a eles pelos colonialistas espanhóis.
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Vamos fazer um parêntese na história para ressaltar algo importante. Os espanhóis traziam consigo o “espírito da Reconquista“. Os espanhóis (e portugueses) haviam lutado por vários séculos para expulsarem os invasores muçulmanos da Península Ibérica. Ao chegarem às Filipinas, eles lutaram para tornar os filipinos em súditos da coroa espanhola. Eles sabiam que o islamismo era inimigo deste objetivo. O legado dos espanhóis é uma grande nação cristã no oriente. Agora, compare com os holandeses e ingleses, que governaram a Indonésia por quase 3 séculos e meio (de 1610 a 1949). Mas, qual foi o legado deles, principalmente os holandeses que governaram por mais tempo? Quando eles deixaram a Indonésia, a Indonésia era mais islâmica do que quando eles chegaram. Eles não tinham o “espírito da reconquista” pois nunca tinham esperimentado uma ocupação islâmica. Eles tinham apenas o espírito do lucro comercial. Lucro sem legado.
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Em 1898, o domínio espanhol nas Filipinas foi encerrado devido a derrota espanhola na guerra hispano-americana. Os Estados Unidos passaram a governar as Filipinas. Os moros, que estavam envolvidos em hostilidades contra os espanhóis e os filipinos cristãos, não viram diferença na mudança de governo. Para eles, os americanos também eram infiéis e continuaram sua Jihad, agora contra os americanos. Mas os moros não sabiam que o temperamento caubói dos americanos seria usado para subjugar a mentalidade jihadista.
Em 1911, o general John J. Pershing comandava a guarnição americana em Mindanao. Eles sofreram uma séria de ataques dos moros. Pershing acabou com os ataques usando de um estratagema, fazendo uso das superstições muçulmanas. Após um dos confrontos, ele enterrou os moros mortos enrolados em tripa de porcos. Ele fez isso na frente de outros moros que haviam sido tomados como prisioneiros, liberando-os em seguida. Os jihadistas ficaram aterrorizados ao saberem disso, pois deste jeito eles não chegariam ao paraíso islâmico, e não teriam acesso às tão desejadas virgens do paraíso. Isso trouxe um fim ao terrorismo nas Filipinas pelos próximos 50 anos.
A luta dos filipinos com os jihadistas continua no extremo sul das Filipinas (notadamente em Mindanao e ilhas ao sul), onde os cristãos são rotineiramente assassinados. Grupos terroristas islâmicos incluem a Frente Moro de Libertação Nacional (MNLF), a Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF), os Combatentes da Liberdade Islâmica Bangsamoro, e o grupo terrorista islâmico Abu Sayyaf, este último afiliado ao Estado Islâmico. Estes grupos executam atentados a bomba, sequestros, assassinatos e praticaram extorsões, no decorrer do que descrevem como sua luta por uma província islâmica independente nas Filipinas. Em 2016, o governo filipino cedeu ao terror islâmico e instituiu a Região Autônoma de Bangsamoro no Mindanau Muçulmano. Mas isso não é o suficiente, e o terrorismo islâmico continua (veja exemplos abaixo).
Existe reação contrária de diversos grupos contra esse enclave muçulmano nas Filipinas, isso inclui numerosos grupos indígenas bem como católicos romanos e numerosos grupos cristãos. Esses grupos formam uma numerosa minoria na região e se opõem à possível aplicação da Lei islâmica Sharia, considerando a criação de tribunais da Sharia. Várias cidades e municípios, notadamente Isabela City, em Basilan, e Zamboanga City, rejeitaram sua inclusão na região de Bangsamoro. A Associação Constitucional Filipina acredita que a Lei Orgânica de Bangsamoro levará à destruição e desmembramento das Filipinas, citando como exemplo os poderes dados à legislatura regional de Bangsamoro, que dizem ser reservados ao Congresso das Filipinas.
Veja bem, os muçulmanos compõem apenas 5,1% da população das Filipinas. E mesmo assim, através do terrorismo conseguiram uma região autônoma para eles. Mas eles nunca estão satisfeitos e querem um país independente, onde eles possam implementar totalmente a lei islâmica Sharia e continuar com a jihad para além das fronteiras deste novo país (como estabelece a lei islâmica). E a limpeza étnica continua.
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