O que segue abaixo é o teor de um e-mail que eu enviei para o reporter Ronney Argolo, do Correio, de Salvador, relativo a sua matéria intitulada Salvador também é árabe: acarajé, cuscuz, vestir branco na sexta-feira… confira. O meu objetivo é o de discutir alguns aspectos que eu julgo serem erros históricos contidos no artigo. Eu irei reproduzir a resposta do repórter, caso ela exista e se ele me permitir.
PS. O e-mail do repórter, Ronney Argolo, como fornecido na reportagem está errado. As minhas tentativas de comunicação por outros meios falharam.
Tomo a liberdade de tecer alguns comentários sobre a matéria Salvador também é árabe: acarajé, cuscuz, vestir branco na sexta-feira… confira, publicada online no Correio, em 2 de abril de 2016. Eu julgo salutar enfatizar os erros históricos na mesma, bem como mencionar que a matéria acaba fazendo uma confusão entre raças (negro africano, árabe, mouro), culturas e religião (islamismo).
1. Em primeiro lugar, árabe não é sinônimo de muçulmano. Existem árabes muçulmanos, cristãos, judeus, ateus. Além do mais, as ondas de imigração árabe para o Brasil, notadamente sírios e libaneses, foram compostas, em sua esmagadora maioria, por árabes cristãos. Uma maior presença muçulmana no Brasil é algo recente devido ao aumento no volume migratório dos últimos anos. E quanto a muçulmanos negros trazidos como escravos, o percentual foi muito reduzido pois os negros muçulmanos eram os mercadores de escravos e os negros politeístas, por exemplo, os adoradores de Iemanjá e Oxum, eram as vítimas.
2. A influência árabe muçulmana na África Negra é algo para se lamentar, e não algo para se celebrar. Os árabes muçulmanos se fizeram presentes na África negra a partir do século VII, e visavam a busca de escravos negros. Os muçulmanos estavam apenas seguindo o exemplo do seu profeta Maomé, que foi um mercador de escravos. A palavra em árabe usada para se referir a negros, abd, é a mesma usada para se referir a escravos. A maior revolta de escravos negros da história ocorreu no atual Iraque, durante o Califado Abássida, no século IX, chamada de Revolta de Zanj.
Na África, os negros que se converteram para o islamismo se tornaram os mercadores de escravos para os árabes. Os portugueses, como outros europeus, nunca saíram à caça de escravos negros. Na verdade, eles eram comprados de mercadores muçulmanos negros. Por este motivo, muito poucos muçulmanos negros foram feitos escravos. Isso apenas acontecia quando eles não eram considerados muçulmanos de verdade pelos mercadores de escravos, e mereciam ser punidos por isso.
O documentário da TV portuguesa intitulado Escravos Desconhecidos relata bem o fato histórico, bem como discute a negativa dos muçulmanos em admitirem terem sido perpetradores do maior tráfico de escravos da história da humanidade. Vale a pena assistir, serão 41 minutes bem usados. Disponível no YouTube: https://youtu.be/u00pZ-mIZyk, e no Bitchute: https://www.bitchute.com/video/K5WkyRCmFaQF/.
Escravos Desconhecidos
Existe farta bibliografia sobre o escravagismo islâmico. Eu indico algumas delas ao final do meu texto.
3. Sobre a luta de portugueses e espanhóis pela sua liberdade e independência e contra a ocupação árabe e moura
Na matéria é dito que:
Quando a Península Ibérica se libertou, a população já era bastante moura em seus hábitos.
Muçulmanos, árabes e bérberes (mouros), ocuparam militarmente a Península Ibérica por séculos. Portugal foi ocupado por cerca de 500 anos. Em geral, a ocupação da Península Ibérica pelo islamismo foi brutal e pode ser resumida por esta frase do historiador Roger Collins:
A conquista árabe criou as condições para um estado de guerra quase permanente na Península Ibérica que colocou especial ênfase na destruição e na exibição de inimigos mortos, com um animado comércio de escravos como um incentivo adicional. Isto continuou durante todo o período abrangido por este livro, e em escala e intensidade que excedeu qualquer coisa que pudesse ser encontrada em outros lugares na Europa Ocidental nestes séculos. Mesmo em Córdoba, no seu apogeu cultural, terá sido difícil escapar do fedor de decomposição da carne humana das cabeças decapitadas exibidas nos portões e os corpos daqueles publicamente crucificados, deixados a apodrecerem na frente do palácio.
Os portugueses e espanhóis nunca aceitaram a ocupação islâmica e lutaram contra ela até o fim.
Na matéria é dito que:
Os mouros toparam a viagem e vieram de onde seria o Marrocos e a Argélia.
Não se trata de terem “topado a viagem” como se fosse um passeio. Os mouros eram a tropa de infantaria dos árabes, e não estavam “viajando” para Portugal. Estavam invadindo e ocupando!
É sempre importante fazer a seguinte pergunta: por que os árabes muçulmanos deixaram a Península Arábica, caminharam mais de 6 mil quilômetros pelo deserto, e invadiram a Península Ibérica? Que ideologia sórdida e que objetivos macabros os levaram a fazer isso, sem nunca terem sido provocados pelos habitantes da Península Ibérica?
Recentemente, alguns apologistas islâmicos vem tentando propagar a idéia de que os árabes foram convidados a invadirem a Península Ibérica pelos próprios reis visigóticos. Isso é um absurdo e não possue base histórica alguma. Curiosamente, um infográfico usado na matéria diz exatamente isso! De onde o jornalista tirou esta barbaridade?
5. Quanto a herança linguística, deve ser dito que é surpreendente que apenas algumas palavras de origem árabe tenham sobrevivido a ocupação muçulmana de Portugal de vários séculos. Isso indica a enorme rejeição do islamismo por parte da população nativa portuguesa. Se os nativos estivessem satisfeitos com os seus algozes, eles teriam não apenas adotado mais palavras em árabe, mas todo o árabe, bem como a religião islâmica! Na verdade, eles lutaram para se livrar deles todos!
Outra coisa que deve ser dita é que influência linguística faz parte do desenvolvimento histórico de qualquer idioma. O português tem, claro, forte influência do latim, mas também herdou palavras do basco, celta, fenício, visigodos, chinês, francês, grego, italiano, espanhol e árabe. E, no Brasil, existe ainda a influência do tupi-guarani e dos dialetos da África Negra. Sem esquecer da forte influência do inglês na atualidade. Então, Salvador é basca, celta, fenícia, visigódica, chinesa, francesa, grega, italiana, espanhol, árabe, tupi-guarani, iorubá, quimbumbo e inglesa? Não, Salvador é brasileira!
4. O azulejo português é uma herança dos mouros?
A rigor, é um erro dizer que o azulejo português é uma herança dos mouros. O emprego de azulejos para decorar paredes é algo muito antigo, usado e desenvolvido por várias civilizações e povos. Os Romanos já usavam azulejos, e Portugal fazia parte do Império Romano como a Província da Lusitânia. A China, a Pérsia, a Índia foram povos que usaram azulejos de todos os tipos. É verdade que uma “arte islâmica” foi desenvolvida sobre a técnica existente e inspirada na porcela chinesa, porém os chineses continuaram a popularizar estilos distintos e esmaltes que foram amplamente adotadas pelos holandeses, inglêses, espanhóis, portugueses, italianos e em outros países europeus. Você já ouviu falar no Delft Blue?
Deve ser ressaltado que a lei islâmica proibe a reprodução de seres vivos, inclusive humanos, motivo pelo qual os adornos usados pela “arte islâmica” eram todos geométricos, ao passo que a arte do Azulejo Português emprega figuras humanas e de animais, bem como a retratação de eventos históricos. Narra-se que o Rei Manuel I desejou ter seu palácio em Sintra ornamentado por azulejos que humilhassem aqueles do Palácio de Alhambra. Ou seja, o estilo islâmico serviu de inspiração não para ser imitado, mas para ser sobrepujado.
6. Apropriação da cultura negra e politeísta africana pelos muçulmanos
A matéria diz:
Hoje, no aniversário de 466 anos de Salvador, o CORREIO reconhece uma outra paternidade da cidade: os árabes e muçulmanos.
Sobre a Nigéria, por exemplo, onde nasceu Abdul e de onde vieram os malês há cerca de 200 anos, até a comida é familiar. Lá existe o acará, que parece muito o acarajé. Já o maimae é uma versão do nosso abará. Até o caruru encontra suas origens nigerianas. Outros hábitos, como vestir branco na sexta-feira, são compartilhados entre baianos e muçulmanos (confira no infográfico).
O prato acará (acarajé) é árabe? Até onde eu saiba, este prato é original do Oeste da África Negra!
O prato maimae (abará) é árabe? Este é um prato típico da culinária baiana e, como o
acarajé, também faz parte da comida ritual do candomblé!
O prato caruaru é árabe? Na verdade, ele procede do termo africano kalalu. É um prato típico da culinária baiana, originário da culinária africana, e é utilizado como comida ritual do candomblé.
Será que os negros africanos não tinham capacidade para criarem a sua própria culinária e dependiam dos árabes para isso? E como seria possível que os muçulmanos criassem pratos para fazerem parte de ritos pagãos? Nunca! (Leia aqui sobre o que Maomé fez com símbolos pagãos)
Abaixo, fotos tiradas durantes festivais de Iemanjá e Oxum na Nigéria. Repito, essas fotos não são de Salvador da Bahia, mas da Nigéria. Com sinceridade, por algum acaso isso parece árabe? Ou muçulmano? Então, as tradicionais Baiananas de Salvador que conhecemos tem que origem? E os pratos que elas cozinham, o acarajé, o abará e o caruaru, vem de onde, da arábia?
O erro cometido na matéria chama-sa de “apropriação cultural.” Neste caso, a matéria faz com que o islamismo tome posse de uma prática cultural (e religiosa) que não apenas não lhes pertence, mas que é condenada por ele por ser pagã.
Os descrentes entre o Povo do Livro e os pagãos irão queimar eternamente no fogo do inferno. Eles são as criaturas mais desprezíveis (Alcorão, 98:51)
7. A grande civilização moura?
A matéria usa vários infográficos, muitos deles com informação errada, mas este abaixo chama atenção particular por ser destinado aos professores:
Ser dominado pelos árabes acabou ajudando Portugal a virar a potência das grandes navegações. Acontece que os mouros eram uma civilização de vanguarda: dominavam técnicas de navegação e arquitetura, o que ficou de herança para os novos reinos ibéricos.
Vamos comentar sobre os erros do infográfico:
- A única contribuição árabe para Portugal ter se tornado uma potência foi a resistência a ocupação árabe. Os portugueses tiveram que se agrupar como entidade política e se tornar potência militar, forte o suficiente para derrotar os árabes e expulsá-los da sua terra.
- Os mouros nunca foram civilização de vanguarda. A técnica de navegação que eles dominavam é conhecida como navegação de cabotagem, pois eles precisavam manter a costa à vista. Por exemplo, as Ilhas Canárias, que se encontram a apenas 100 quilômetros de distância do Marrocos, nunca foram visitadas pelos Mouros! As técnicas de navegação que os portugueses e espanhóis usaram para os grandes descobrimentos vieram pelo norte do mediterrâneo, via Império Romano do Oriente (Bizâncio), Veneza e Genova.
- Só para deixar claro a superioridade naval dos bizantinos, venezianos e genoveses (e mais tarde dos portugueses, espanhóis, holandeses, ingleses, …) os muçulmanos nunca tiveram controle naval do Mar Mediterrâneo. Todas as batalhas navais envolvendo europeus e muçulmanos (tenham sido estes árabes, mamelucos ou otomanos) foram vencidas pelos europeus.
E para deixar claro algo muitíssimo importante. Os árabes que invadiram a Península Ibérica eram culturalmente muito abaixo dos reinos visigóticos que eles estavam invadindo.
8. Mais um pouco sobre culinária
A matéria diz:
Sabe o cuscuz? É marroquino.
O cuscuz é um prato bérbere. A palavra cuscuz é uma outra palavra herdada do árabe (alcuzcus), que, neste caso, herdou do bérbere, já que o prato pré-data a expansão árabe. É considerado como o prato nacional da Tunísia (apesar de o chamarmos de cuscuz marroquino), e consiste num preparado de sêmola de cereais, principalmente o trigo. Ele pode ser misturado com diversos outros alimentos, como vegetais ou carne. De modo, que o nome passou a designar uma mistura de alimentos. Após a reconquista, este tipo de cuscuz se manteve popular por algum tempo em Portugal (caindo em desuso). Na época da colonização, os portugueses perceberam que os povos indígenas brasileiros tinham pratos cujo preparo envolvia a mistura de alimentos, porém usando os frutos da terra, nomeadamente, a mandioca, o milho, o coco, a tapioca, e outros. Isto levou os portugueses a usarem o mesmo nome, sendo o seu uso banalizado para indicar uma mistura. Porém, os pratos são diferentes, muito diferentes!
A matéria diz:
Na Bahia, conta-se que o falafel, bolinho frito de grão-de-bico, teria inspirado o acarajé.
Esta afirmação se contradiz com uma outra da própria matéria, que mencionou o acarajé com sendo oriundo do acará da Nigéria. Além do mais, o falafel é um prato típico ao redor do Oriente Médio e é feito de grão-de-bico. Essa comparação entre o falafel a o acarajé não faz o menor sentido, nem do ponto-de-vista culinário, nem do ponto-de-vista geográfico, e nem do ponto-de-vista histórico.
O equívoco sobre o falafel e o acarajé é repetido em um infográfico.
9. Sobre a “herança arquitetônica”:
A matéria diz:
Já os terraços e varandas fazem parte da tradição arquitetônica muçulmana.
Interessante. Quer dizer que os terraços e as varandas de Salvador vem da “arquitetura muçulmana.” Bem, em primeiro, eu não sei o que é isso. Mas vamos ver se isso foi algo trazido para Portugal junto com a jihad islâmica que conquistou e subjugou os portugueses por 500 anos, ou se era algo que já existia em Portugal antes das invasões militares muçulmamos.
Em primeiro lugar é importante ressaltar que os árabes muçulmanos saíram dos desertos da Arábia e a única forma arquitetônica que eles dominavam era montagem de tendas. Estes primeiros muçulmanos, sem cultura, sairam a conquistar militarmente, sob a bandeira da jihad islâmica, as grandes civilizações da época, o Império Romano do Oriente e o Império Persa Sassânida. Tudo o que os muçulmanos aprenderam veio destes impérios! Mas, e os terraços e varandas? Bem, eles já existiam na aquitetura romana, grega e persa. Eles eram construídos muitos séculos antes da invenção do islamismo no século VII. Terraços e varandas são característica de lugares de clima quente.
Por exemplo, ao longo da Grécia antiga, terraços já eram usados extensivamente na arquitetura, pública e privada. Por exemplo, terraços podem ser encontrados em Knossos, circa 1700 a.C. [3.1]. O império romano também fez uso extensivo de terraços, colocando-os em frente de estruturas monumentais (tais como templos) ao longo da sua história imperial [3.2]. E isso sem olharmos para o sudeste e leste da Ásia, que já fazia uso de terraços.
Quanto a varandas, do mesmo modo, era comum na Grécia e Roma antigas. Por exemplo, em Pompéia, existem pinturas e evidências arquitetônicas de varandas.
Se considerarmos que o Império Romano tomou conta de toda área ao redor do Mar Mediterrâneo, inclusive a Península Ibérica e o Norte da África, por vários séculos, é muito mais coerente concluir que os invasores muçulmanos tomaram conhecimento dos terraços e varandas ao invadirem aquelas terras e não o contrário. Ou seja, os muçulmanos adotaram a arquitetura greco-romana já existente. A rigor, Salvador é greco-romana.
10. Sobre um “provável” sincretismo religioso entre as religiões nativas da África negra e o islamismo
A matéria diz:
Hábitos como usar patuás para proteção, provavelmente, eram comuns às duas culturas desde a África e se mantiveram no Brasil.
Repare o emprego da palavra provavelmente na afirmação da matéria. Isso é uma suposição! A matéria insinua que existia um sincretismo religioso entre as religiões nativas da África negra e o islamismo, e se utiliza de suposições para sustentar esta tese. A suposição é o emprego de patuás para proteção. O fato é que o islamismo proíbe terminantemente o uso de objetos, isso seria feitiçaria, algo considerado um crime sujeito a retaliação pela lei islâmica Sharia (lei o1.0 e p3.0 – ‘Umdat as-Salik wa ‘Uddat an-Nasik). A falta de referência na matéria impede que o tema possa ser aprofundado.
11. Sobre o “turbante” usado pelas baianas
Sim, as baianas usam um turbante, também chamado de torço. Isso vem do Candomblé, e se chama ojá e vem das religiões tradicionais africanas, tendo sido herdado pelas religiões afro-americanas e afro-brasileiras.
Mas, qual a origem do turbante? A rigor, a origem do turbante é desconhecida. Porém, ele já era usado no Oriente muito antes do surgimento do islamismo. As mulheres muçulmanas não usam turbantes, elas usam o hijab, que cobre o pescoço todo, e isso sem contar a vestimenta recomendada pelo Alcorão, o niqab, que só deixa os olhos de fora. É muito diferente do torço (ojá) usado pelas baianas.
Comentarios Finais
Me parece que o autor da matéria se deixou levar pela ânsia de encontrar “raizes árabes” em tudo o que existe. Notadamente, com respeito a cultura negra, o que se fez é uma verdadeira apropriação cultural. Será que o autor não considera os negros capazes de desenvolverem nada por sí só, apenas com influências externas, neste caso, do islamismo?
Eu espero ter podido não apenas indicar os principais erros da matéria como também esclarece-los.
Para quem desejar maiores esclarecimentos, deixe o seu comentário.
Atualização em 28 de maio
Eu estou enviando comentário para o jornal Correio, mas ele tem sido ignorado. Já fiz isso três vezes.
1. Livros sobre a escravidão islâmica
- The Legacy of Arab-Islam in Africa, John Alembellah Azumah, 2001, Oneworld Publications
- Ronald Segal, Islam’s Black Slaves: The Other Black Diaspora, 2002, Farrar, Straus and Giroux
- Slavery in the Arab World, Murray Gordon, 1998, New Amsterdam
- Robert C. Davis, Christian Slaves, Muslim Masters: White Slavery in the Mediterranean, the Barbary Coast and Italy, 1500-1800, 2004, Palgrave McMillan
- Roger Collins, Caliphs and Kings, Spain, 796-1031, Willey Blackwell, 2012
- Dário Fernández-Morera, The Myth of Andalusian Paradise, Muslims, Christians, and Jews under Islamic Rule in Medieval Spain, ISI Books, 2016
- Olivia Remie Constable (Ed.), Medieval Iberia, Readings from Christian, Muslim, and Jewish Sources, University of Pensilvania Press, 2011.
- Dinsmoor, William Bell and Anderson, William J. The Architecture of Ancient Greece: An Account of Its Historic Development. New York: Biblo and Tannen, 1973.
- MacDonald, William Lloyd. The Architecture of the Roman Empire: Volume 3, An Urban Appraisal. New Haven, Conn.: Yale University Press, 1986, p. 135.