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lei islâmica em ação

Não queremos Lei Islâmica (Sharia) no Brasil

Jahiliyya

Mais um exemplo de Maomé (intolerante) destruindo casa de oração dos outros

10 novembro, 2020 by José Atento Deixe um comentário

Intolerância religiosa faz parte da Sunna do Profeta (tradições, ações e dizeres).

Ataque contra a tribo de Catam para destruir a Dul-Calasa, uma caaba chamada Al-Yama-niya

Segundo um hadice autêntico (sahih) de Bukhari (Sahih Bukhari 3020, Livro 56, Hadice 229), narrado por Jarir, Maomé disse: “Quem me livrará de Dul-Calasa?”

Dul-Calasa era uma casa de adoração de um ídolo, pertencente à tribo de Khath’am, chamada Al-Ka’ba Al-Yama-niya. Então, Jarir liderou cento e cinquenta homens de cavalaria da tribo de Ahmas (tribo esta conquistada por Maomé anteriormente), que eram excelentes cavaleiros.

Após receber uma benção especial de Maomé, Jarir foi até aquela casa de oração, a desmontou e a queimou.

Ao retornarem vitoriosos por mais este feito valoroso da “religião da paz”, Maomé pediu as bênçãos de Alá para os cavalos e os homens de Ahmas cinco vezes.

Este hadice pertence a um livro chamado Lutando pela causa de Alá (Jihad)

Todas as vezes que Maomé dizia:

“Quem me livrará de …”

Violência e morte vinham em seguida.

Tenha o seguinte em mente

Se um budista destruir o símbolo religioso dos outros, ele não está imitando Buda. Se um zoroastra destruir o símbolo religioso dos outros, ele não está imitando Zaratustra. Se um cristão destruir o símbolo religioso dos outros, ele não está imitando Jesus Cristo. Se um muçulmano destruir o símbolo religioso dos outros, ele está imitando Maomé.

Mas José, Jesus expulsou os vendilhões do templo!

Sim, ele expulsou os vendilhões do SEU templo, não do templo dos outros.

Jesus cristo não destruiu nada, e nem matou, nem mandou matar. Quem fez isso foi Maomé!

A rigor, se for para imitar Jesus Cristo, os cristãos deveriam expulsar da igreja católica todos os padres, bispos, cardeais, e até mesmo o papa atual (Bergoglio) que estão vendendo a igreja católica, inclusive rendendo-a para o islamismo.

https://sunnah.com/bukhari/56/229

Leia mais sobre a violência religiosa promovida por Maomé e seus seguidores em:

A Mesquita da Discórdia: a narrativa que tem levado maometanos a lutarem entre sí pela menor diferença em crença e prática

Maomé assassino e intolerante: execuções e destruição de “ídolos” após a ocupação de Meca

Maomé, assassino: Maomé manda assassinar todos aqueles que o criticam

Jahiliyya: ignorância pré-islâmica, e o ódio islâmico às artes, religiões e culturas dos outros – Exemplos

Arquivado em: Biografia, Jihad, Porque muçulmanos matam Marcados com as tags: Jahiliyya, Maomé (biografia), Mesquitas

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Azerbaijão promove “o maior genocídio cultural do século 21” … sob os nossos olhos

7 junho, 2019 by José Atento 3 Comentários

Um novo relatório contundente detalha a destruição do patrimônio cultural armênio por parte do Azerbaijão, incluindo a destruição de dezenas de milhares de esculturas de pedra, protegidas pela UNESCO. Muçulmanos destroem a história para poder afirmar “esta terra sempre foi nossa. Allahu Akbar!” A Turquia tem feito o mesmo.

Artigo escrito por Dale Berning Sawa, em 1/3/2019, no jornal londrino The Guardian,  e complementado com dados e fotos do relatório da revista de arte Hyperallergic.

Pequena revisão histórica para contexto

Antes, porém, talvez seja oportuno uma pequena explicação sobre a origem do Azerbaijão e a situação geopolítica no Cáucaso. O Cáucaso é uma região compreendida entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, composta atualmente pela Rússia, Geórgia, Turquia, Irã, Armênia e Azerbaijão.

O Cáucaso de hoje
(repare os dois enclaves ao sul da Armênia: à esquerda, o Naquichevão destinado ao Azerbaijão;
à direita, o Alto Carabaque, destinado à Armênia)
(imagem: wiki commons)

Já sabemos que a Armênia é uma das nações mais antigas do mundo, e reinos armênios sempre existiram naquela região, variando de tamanho, chegando algumas vezes a alcançar o Mar Mediterrâneo. Em 301, a Armênia se tornou o primeiro país oficialmente cristão do mundo. A Armênia foi assolada pelas diversas ondas de invasões e massacres islâmicos turcos apartir do século XI. Mesmo assim, os cristãos se mantiveram como maioria aquela região, apesar do assentamento gradativo de povos turcomanos muçulmanos, particularmente no entorno do Mar Cáspio e na fronteira com a Pérsia. No começo do século XX, a União Soviética conquistou o Cáucaso, incluindo a recém criada República do Azerbaijão, que possuia um grande contingente de cristãos armênios, notadamente na região do Alto Carabaque (Nagorno-Karabakh). Em 1988, um plebiscito decidiu pela unificação desta região com a Armênia, o que desencadeou na Guerra de Nagorno-Karabakh, pois o Azerbaijão nunca aceitou esta unificação. A trégua de 1994 não encerrou o conflito, que continua como guerra de baixa intensidade até os dias de hoje.

Numa tentativa de apagar os séculos de história armênia da região, o Azerbaijão (a exemplo da Turquia) vem destruindo tudo o que seja armênio, sejam igrejas, pedras de túmulos e cruzes arménias de pedra (khachkar). Ou seja, a exemplo da Turquia, o Azerbaijão tenta apagar a história, alegando que os armênios nunca viveram naquelas terras.

Leia depois sobre o Genocídio Armênio.

O genocídio cultural cometido pelo Azerbaijão

A mais extensa campanha de limpeza cultural do século XXI não ocorre na Síria, como se poderia supor, mas numa parte largamente ignorada do planalto da Transcaucásia.

Perdido no tempo … alguns dos milhares de khachkars de Djulfa, por volta do século XVI, fotografados na década de 1970 antes de sua destruição. Foto: © Argam Ayvazyan, 1970-81

De acordo com um longo relatório publicado na revista de arte Hyperallergic em fevereiro, o governo do Azerbaijão tem, nos últimos 30 anos, promovido a eliminação sistemática da histórica herança armênia do país. Essa destruição oficial, ainda que oculta, de artefatos culturais e religiosos excede a destruição de Palmira pelo estado islâmico, segundo os autores do relatório, Simon Maghakyan e Sarah Pickman.

Maghakyan, analista, ativista e conferencista em ciência política, com sede em Denver, EUA, rotula como “o maior genocídio cultural do século 21”. Ele cresceu com as histórias de seu pai visitando um lugar bonito e misterioso chamado Djulfa. Localizado no enclave de Naquichevão (sob a custódia do Azerbaijão), nas margens do rio Araxes, era o local de uma necrópole medieval, o maior cemitério armênio antigo do mundo. Os visitantes através dos séculos, de Alexandre de Rhodes a William Ouseley, notaram o esplendor deste local remoto.

No seu auge, o cemitério continha em torno de 10.000 khachkars, ou pedras cruzadas, em posição ereta, o khachkar mais antigo datado do século VI. Exclusivas das tradições funerárias armênias, estas distintas e altas pedras vermelhas e amarelas róseo apresentam cruzes, cenas e símbolos figurativos e padrões de relevo altamente decorativos. Quando os soviéticos formalizaram as regiões autónomas de Nagorno-Karabakh e Naquichevão, em 1920, após décadas de pilhagem, restavam menos de 3.000 khachkars. O subsequente vandalismo episódico levou a Unesco, em 2000, a ordenar que os monumentos fossem preservados.

Mas isso teve pouco efeito. Em 15 de dezembro de 2005, o prelado da igreja armênia do norte do Irã, Bispo Nshan Topouzian, filmou – do outro lado do rio, no Irã – as forças armadas do Azerbaijão metodicamente devastando com marretas tudo o que restava de Djulfa. Os soldados carregaram os destroços para os caminhões e jogaram no rio Araxes.

As imagens podem ser encontradas em um filme de 2006 intitulado The New Tears of Araxes postado no YouTube, editado por Maghakyan e roteirizado por Pickman. Imagens de satélite mostram que, em 2003, a paisagem irregular e texturizada estava repleta de múltiplas estruturas pequenas. Em 2009, estava achatada e vazia.

https://youtu.be/JZu2zqFE_gI

O governo do Azerbaijão recusou repetidamente a entrada de inspetores internacionais no sítio, não responde a pedidos de comentários – inclusive para este artigo – e nega que os armênios tivessem vivido em Naquichevão. Tal obstáculo dificulta a verificação independente, mas a enorme quantidade de evidências forenses que Maghakyan e Pickman apresentam faz deste um caso sólido, difícil de ser contextado. Eles alegam que os eventos dramáticos em Djulfa marcaram o estágio final de uma campanha mais ampla para desnudar Naquichevão de seu passado nativo, cristão e armênio.

Muito pouca atenção internacional foi dada a esta história. A maior parte do material em que este relatório se baseia não foi reunida por órgãos oficiais, mas por indivíduos que, como Maghakyan e Pickman, operaram com seu próprio dinheiro.

O pesquisador local Argam Ayvazyan, agora exilado na Armênia, fotografou 89 igrejas armênias, 5.840 khachkars e 22.000 lápides entre 1964 e 1987 – que, segundo o relatório, desapareceram. Um escocês chamado  Steve Sim viajou pelo leste da Turquia em 1984 e coletou mais de 80.000 slides e fotografias nos últimos 35 anos, documentando a antiga herança armênia em toda a região: “Era o lugar mais distante da Grã-Bretanha na época, e também o mais barato para visitar”, diz ele. Ele vem retornando regularmente desde então, acumulando uma biblioteca de 1.000 livros – com muitos livros de Ayvazyan – principalmente sobre a arquitetura armênia.

O antigo diretor do tesouro nacional do Azerbaijão, Akram Aylisli , por sua vez, vive sob prisão domiciliar virtual desde 2013, quando publicou textos críticos sobre as ações de seu governo. Ele primeiro protestou contra o que chamou de “vandalismo maligno” em um telegrama de 1997 ao presidente do país. “Essa ação sem sentido”, escreveu ele, “será percebida pela comunidade mundial como uma manifestação de desrespeito pelos valores religiosos e morais”.

Steven Sim indica que o relatório hiperalérgico não explica adequadamente o valor artístico do que foi perdido. A arquitetura armênia é única, diz ele – aparentemente minimalista na aparência, mas altamente sofisticada estruturalmente e construída para suportar a volatilidade sísmica da paisagem. Ele descreve as igrejas diminutas mais como escultura do que construção, com estruturas do topo das cúpula compreendendo um volume único, que parecem terem sido moldadas em pedra. Os khachkars, por sua vez, são regionais, o significado da iconografia e do simbolismo que eles mostram em grande parte perdidos no tempo. Essa perda é mais intensamente sentida com a destruição das pedras da cruz de Djulfa, que exibiam cenas da vida medieval diária – pessoas andando a cavalo, carregando jarros de água ou fazendo piqueniques em jardins. a comida disposta em tapetes – e estranhas criaturas míticas, incluindo uma fera de quatro patas com dois corpos, uma única cabeça e asas. “Eu olhei para milhares de khachkars em toda a Armênia”, diz Sim, “e eu só vi um que tenha esse animal de cabeça única de corpo duplo. Mas todos eles os tinham em Djulfa.”

O mundo legitimamente reconheceu a destruição de Palmyra pelo Estado Islâmico como um crime de guerra, uma imensa perda para o povo sírio e para a humanidade como um todo. Maghakyan espera que tanto os armênios quanto os azerbaijaneses vejam o que aconteceu em Naquichevão como um crime contra todos, cometido por um regime implacável. O historiador do Azerbaijão que agiu como revisor do artigo, mas desejava permanecer no anonimato por temer por sua segurança, disse a Maghakyan que o relatório era “para todos nós, independentemente de etnia e religião”, mas especialmente para os azeris que não perderam ou renderam sua consciência.

O pesquisador de arte armênio Argam Ayvazyan em 1981, ao lado de um khachkar do século XIV em Nors, perto de seu local de nascimento. Foto: © Argam Ayvazyan, 1970-81
Material adicional
A Regime Conceals Its Erasure of Indigenous Armenian Culture. Simon Maghakyan e Sarah Pickman, Hyperallergic, 2019.
Tragedy on the Araxes. Sarah Pickman, Archaeology. 2016.
Para mais fotos do cemitério de Djulfa, incluindo fotos da destruição final de dezembro de 2005, visite www.armenica.org.
Para fotos maiores dos khachkars antes da destruição, visite international.icomos.org.
Artigos relatos no blog sobre o Genocídio Armênio, grego e assírio

– descrição do genocídio , (texto e vídeo) 
– bacia do Eufrates preenchida com os ossos dos armênios
– extermínio dos gregos de Constantinopla (1955)
– destruição das igrejas armênias pela Turquia (apagando a história)
– o esquecido genocídio armênio de 1019 AD
– reflexão (no ano do centenário)

Arquivado em: Genocídio Armênio, Jihad Cultural (Jahiliyya) Marcados com as tags: Armênia, Azerbaijão, Genocídio Armênio, História, Jahiliyya, Jihad

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Destruição das igrejas armênias pela Turquia – a história sendo apagada para que os turcos possam dizer “vejam só, a Asia Menor foi sempre nossa, Allahu Akbar.”

26 março, 2019 by José Atento 2 Comentários

De acordo com as Condições de Omar, contido na lei islâmica (Sharia), cristãos e judeus (chamados de “povo do livro” em referência à Bíblia) não podem construir, nas suas cidades ou arredores, novos mosteiros, igrejas, conventos, ou célula para monges, nem sequer consertá-las, de dia ou de noite, mesmo que eles caiam em ruinas. 

Este artigo exemplifica o fato que ocupação muçulmana leva a destruição da cultura local. 

Das mais de 2,5 mil igrejas que existiam antes do Genocídio Armênio (1915), apenas 6 igrejas estão em operação, mas nenhum monastério sobreviveu até hoje. No território conhecido desde o século 13 como “a possessão dos otomanos”, os armênios eram os povos indígenas, especialmente na área que hoje é chamada de Anatólia Oriental (leste da Turquia de hoje).

Igreja Armênia em Ani (Turquia)

Mas mesmo agora, depois de 800 anos, as ruínas de igrejas e monastérios armênios com inscrições e khachkars (cruzes de pedra) quebrados foram preservadas em alguns lugares.

Das outroras belas criações arquitetônicas permaneceu apenas pilhas de escombros e raras lembranças de pessoas idosas que ainda se lembram que os armênios costumavam viver nesta terra. Eles construíram templos, escolas, cidades, que mais tarde, na melhor das hipóteses, simplesmente mudariam de proprietário. Isso aconteceu com o ginásio de Kars, que ainda em funcionamento.

Em 1912-1913, em nome do Ministério do Interior do Império Otomano, o Patriarcado de Constantinopla da Igreja Apostólica Armênia deveria compilar uma lista das igrejas armênias no território do império.

De acordo com as estatísticas coletadas pelo arcebispo Magakia Ormanian, o número de igrejas armênias operando na Armênia Ocidental (sem contar a Cilícia histórica, Constantinopla e outras regiões) era de 2.200.

Mapa com a localização das Igrejas e Monastérios Armênios 
antes do Genocídio Armênio de 1915 na Turquia Otomana

A lista não inclui antigas igrejas cristãs destruídas nos últimos anos em todo o Império Otomano, bem como aquelas localizadas nas áreas remotas das Terras Altas da Arménia. Dos 2.200 templos descritos por Ormanian, 2.150 foram saqueados, danificados e destruídos durante o Genocídio Armênio de 1915.

Dr. Raymond Gevorgyan em sua obra “Les Arméniens dans l’Empire Otomano à Veloia do Genocídio”, publicada em 1992 em Paris e baseada em dados inéditos dos arquivos do Patriarcado de Constantinopla da Igreja Ortodoxa Armênia, referenciou 2.528 igrejas, 451 monastérios, e cerca de 2.000 escolas.

Até hoje, apenas 6 igrejas existentes e nenhum monastério foram preservados, como mencionamos no início. Das 6 igrejas existentes, 4 estão localizadas em Istambul, uma é a Igreja da Santa Cruz na Ilha Akhtamar no Lago Van, que foi renovada em 2007, e a última é a Igreja de St. Giragos em Diyarbakır (Tigranakert), que foi aberto há 2 anos.

No entanto, é um pouco difícil que elas estão em funcionamento – os templos são abertos para a liturgia apenas uma vez por ano. Os templos de Istambul estão em uma posição melhor nesse sentido.

Depois de 1928, o processo de mudar os topônimos (nomes de lugares geográficos) armênios locais começou na nova Turquia. O assentamento Mogk na província de Vaspurakan foi renomeado Müküs e depois Bahçesaray, Anzay tornou-se Görüşlü, Sevan foi renomeado Ortaca, Aren foi renomeado Golduzlu.

Hadjn se transformou em Saimbeyli em honra do organizador dos pogroms armênios no próprio Hadjn em 1920. Akhtamar Island foi renomeada Akdamar, Ani tornou-se Ani (que por coincidência significa “memória” em turco), o Monte Ararat Ağrı Dağı e vários monumentos sobreviventes foram apresentados sem referência à sua origem arménia.

Segundo a UNESCO, de 913 templos que permaneceram após o genocídio de 1915 na Turquia, em 1974, 464 haviam sido completamente destruídos, 252 estavam em ruínas e 197 haviam sido submetidos a restauração imediata sob ameaça de destruição. Hoje, a Turquia é membro da UNESCO, mas há uma enorme quantidade de evidências de que o governo turco ainda está destruindo a herança cultural armênia em seu território.

Em 18 de junho de 1987, o Conselho Europeu adotou uma resolução sobre o genocídio armênio, cujo parágrafo 6 diz: “O governo turco deve mostrar justiça à identidade, idioma, religião, cultura e monumentos históricos do povo armênio. O Conselho da Europa exige que os monumentos históricos e arquitetônicos preservados localizados na Turquia sejam restaurados ”.

De fato, a resolução ecoou as disposições do Tratado de Lausanne de 1923 sobre a preservação do patrimônio cultural e os direitos das minorias nacionais na Turquia. No entanto, 90 anos depois, nada foi feito – pelo contrário, o que poderia ter sido salvo foi destruído pelos habitantes locais com a conivência das autoridades e com o fluxo do tempo.

Mas mesmo hoje, em lugares inacessíveis, nas montanhas, há antigos mosteiros armênios em pé. Um exemplo é a recente “descoberta” do complexo Tsarakar, localizado no coração da província real de Ayrarat. E quem sabe quantos desses complexos de templos estão “escondidos” nas terras altas da Armênia.

Karine Ter-Sahakyan

Fonte. https://allinnet.info/world/demolition-of-armenian-churches-in-turkey/

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Direito das mulheres árabes antes e depois do Islã: abrindo a porta da história árabe pré-islâmica

12 maio, 2017 by José Atento 1 comentário

É comum ouvir muçulmanos e apologistas dizendo que o islamismo é feminista, que ele defende as mulheres, e que, do ponto-de-vista histórico, ele representou um avanço para as mulheres. Demonstrar que o islamimo não é feminista é fácil, basta consultar o que a lei islâmica define como direito das mulheres. Com respeito a um possível avanço para as mulheres da arábia, o artigo transcrito abaixo apresenta evidências que isto não é o caso. O islamismo têm sido ruim para as mulheres desde a sua invenção, no século VII, até os dias de hoje. 

(Leia neste link uma lista com exemplos de como as mulheres não muçulmanas viviam sem o islamismo, antes e depois da sua invenção).  

Mulheres árabes antes e depois do Islã: abrindo a porta da história árabe pré-islâmica

Artigo de S. B. Zaki, publicado em 9 de maio de 2016, no Arab Humanists

“A civilização islâmica desenvolveu uma narrativa da história que rotulou o período pré-islâmico de “Idade da Ignorância” e projetou o Islã como a única fonte de tudo o que é civilizado – e usou essa narrativa de forma tão eficaz ao reescrever a história que os povos do Oriente Médio perderam todo o conhecimento das civilizações passadas da região. Obviamente, essa narrativa tem sido ideologicamente útil, ocultando com sucesso, entre outras coisas, o fato de que, em algumas culturas do Oriente Médio, as mulheres haviam sido consideravelmente melhores antes do surgimento do Islã do que depois dele” (Ahmed, 1992, p.37).

Na citação fornecida acima, Leila Ahmed, uma erudita em Islã, da Divinity School de Harvard, destaca as razões para a versão filtrada da história das mulheres da Arábia pré-islâmica. Se você fizer uma busca no Google sobre ‘Situação das Mulheres no Islã’, sem surpresa você verá milhões de resultados. Uma tarefa mais difícil é descobrir como as mulheres têm sido discutidas na literatura islâmica ao longo dos últimos 14 séculos (discussão feita por homens, para ser preciso). Um padrão emerge. As palavras “Situação das Mulheres no Islã” não aparecem até o início do século XX. Antes disso, os estudiosos islâmicos escreveram sobre os “Deveres de uma mulher muçulmana” ou “Papéis das mulheres muçulmanas.”

Esses primeiros estudiosos, escritores e historiadores, no entanto, muitas vezes mostram através de exemplos históricos que as mulheres muçulmanas não devem agir como as mulheres do “tempo pré-islâmico” (era pré-islâmica da ignorância). Por exemplo, quando alguns anos após a morte do Profeta Maomé, uma jovem muçulmana começou a dormir com seu escravo, afirmando que “eu pensei que a posse pela mão direita tornava lícito para mim o mesmo que era lícito para os homens”, Umar Ibn Khattab, que julgou a ‘matéria’, repreendeu-a severamente e anunciou que ela havia agido “na ignorância” (isto é, como faziam as mulheres no tempo pré-islâmico) e deliberadamente interpretou mal a mensagem do Alcorão. Em outras palavras, o Alcorão não torna lícito às mulheres o que ele torna lícito aos homens. Seus direitos não são os mesmos. Ele então a proibiu de se casar com um homem livre (Musannaf de ‘Abd al-Razzaq al-Sanani em Ali, 2010). Este incidente foi registrado e usado por estudiosos primitivos para mostrar que mulheres pré-islâmicas estavam erradas em exercer sua independência e liberdade sexual e que o modelo islâmico patriarcal de casamento e sexo era lícito e superior.

Avançando rapidamente cerca de onze séculos, muitas partes do mundo que foram colonizadas por muçulmanos (que moldaram as narrativas muçulmanas sobre as mulheres no Islã nesses séculos) estavam sendo colonizadas por europeus que desprezavam os muçulmanos pelo seu atraso e reclusão de mulheres. Esta foi uma época em que os estudiosos muçulmanos tiveram que mostrar urgentemente ao mundo que o Islã realmente “elevava o status das mulheres”. Houve uma mudança de um tom erudito mais autoritário e pomposo discutindo mulheres muçulmanas como as de Al Ghazali, que ditavam às mulheres muçulmanas como elas deveriam se comportar e obedecer a seus maridos e o tom mais acusador dos estudiosos posteriores que deram desculpas para o tratamento das mulheres pelo islã, alegando que as mulheres do período pré-islâmico eram “meros bens móveis” e o Alcorão foi revelado para uma mulher muçulmana para “resgata-la da sombria injustiça da escuridão pré-islâmica” [1].

Essas últimas narrativas politicamente moldadas são aquelas que ainda estamos lendo e usando. Para mostrar que o Islã melhorou as vidas das mulheres muçulmanas, uma história paralela das mulheres no tempo pré-islamico teve que ser forjada, no qual as mulheres “eram tratadas como escravas ou propriedade. O seu consentimento pessoal em relação a qualquer coisa relacionada com o seu bem-estar foi considerado sem importância e desnecessário a tal ponto que elas nunca foram tratados como uma parte de um contrato de casamento. Não tinham independência, não podiam possuir propriedades e não podiam herdar. Em tempos de guerra, as mulheres eram tratadas como parte do saque. Simplificando, sua situação era indizível … A prática de matar crianças do sexo feminino era desenfreada. Os árabes pagãos costumavam enterrar vivas suas filhas com o medo de que essas meninas crescessem e se casassem com alguns homens que serão chamados seus genros” [2].

Essas narrativas não apenas abrangiam a “situação das mulheres” na Arábia antes do Islã, mas eram usadas para justificar as invasões das terras vizinhas pelos muçulmanos, estendendo-as a “todas as nações do mundo” o que exigia que a nova lei islâmica fosse aceita como o sistema mais justo pois o “advento do Islã trouxe profundas mudanças à sociedade árabe em geral e às mulheres em particular”. Ao fazer isso, essas histórias muçulmanas fazem exatamente o que os políticos de guerra contemporâneos fazem – justificam sua missão afirmando que “O Islã libertou as mulheres” [5].

História das mulheres árabes pré-islâmicas

Mais recentemente, várias mulheres muçulmanas começaram a pesquisar a vida das mulheres na Arábia pré-islâmica. Isto não é uma tarefa fácil, pois quando os muçulmanos se espalharam de Medina, eles destruíram categoricamente os velhos modos de vida: templos, poesia pagã escrita em peles de animais, ídolos de deuses e deusas, etc, e a história islâmica praticamente não tem registros escritos por mulheres. O pouco que sabemos são relatos de textos islâmicos, que são narrados para estabelecer a nova ordem, e alguns achados arqueológicos. O resultado é que temos panfletos, links na web e livros que pregam às mulheres que “o Islã realmente liberou as mulheres”, enquanto que não existe justificativa para a existência de mulheres como Khadija bint Khuwalid, Hind bint Utbah, Asma Bint Marwan, Lubna bint Hajar, Arwa Umm Jamil, entre outras, se a condição geral das mulheres árabes não fosse mais do que as de mera propriedade.

Lendo todas as fontes agora disponíveis, pode-se ver que, na ausência de uma única lei antes do Islã, as vidas de homens e mulheres na Arábia dependiam de qual tribo eles pertenciam. O Islã estabeleceu uma lei abrangente e, enquanto algumas mulheres podem ter desfrutado de mais direitos sob a lei islâmica, é certamente verdade que os direitos das outras foram severamente reduzidos. O quadro resultante que surge é o de uma forma profundamente patriarcal de lei religiosa, em vez de uma que poderia ter sido mais equilibrada, justa e igual. Como Leila Ahmed nos escreve em seu livro (1991, p.66):

“Que as mulheres sentiram que o Islã era uma religião um tanto deprimente é sugerido por uma observação da bisneta de Maomé, Sukaina, que, quando perguntada por que ela era tão alegre e sua irmã Fátima tão solene, respondeu que era porque ela tinha sido recebido o nome de sua bisavó pré-islâmica, enquanto sua irmã recebeu o nome de sua avó islâmica.”

Além disso, pode-se argumentar que o “status” de todas as mulheres no Islã também não é igual. A jurisprudência islâmica suporta o classismo e o Alcorão diferencia as mulheres livres e escravizadas, como se verá a seguir.

Existem várias maneiras pelas quais o Islã poderia ter estabelecido uma igualdade de gênero com base na prática já disponível no tempo pré-islâmico. Que as mulheres no período pré-islâmico estavam acostumadas a serem tratadas como iguais para com os homens pode ser inferido pelo comentário feisty de Hind bint Utbah a Maomé, quando ele pediu a ela para fazer um juramento de fidelidade diferente para as mulheres, dizendo “Por Deus, você pede para nós, mulheres, algo que você não pede aos homens. Em todo caso, nós vamos conceder isso a você!” [6]. Os estudiosos muçulmanos ressaltam que algumas “mulheres ilustres se converteram ao Islã antes de seus maridos, uma demonstração do reconhecimento do Islã de sua capacidade de ação independente.” No entanto, o que isso demonstra é a independência das mulheres pré-islâmicas que nunca teriam sido capazes de se converter independentemente, sem os seus parentes do sexo masculino, caso a sua situação de independência já não estivesse estabelecida.

Casamento

Hoyland fornece vários exemplos para ilustrar que, embora a lei islâmica estabeleça “descendência através da linha masculina”, a Arábia pré-islâmica também reconhecia “arranjos matrilineares” que permitiram às mulheres escolher com quem queriam casar e ter filhos (2003, p.129- 131). Os muçulmanos afirmam que “o Islã deu às mulheres o direito de escolher seu marido”, mas há casos em que as meninas muçulmanas foram casadas por seus pais ou guardiões, exemplos dos quais incluem: Aisha, sendo casada com Maomé como uma criança (presumivelmente sem seu conhecimento), Al-Musayyab ibn Najaba dando a mão de sua filha recém-nascida em casamento ao filho de seu primo, Maomé arrumando o casamento de sua prima, Zainab bint Jahsh (aparentemente contra sua vontade, o que provocou a revelação de 33:36, veja tafsir de al Jalalayn) ao seu filho adoptado Zayd ibn Harithah. Assim, vemos que se os guardiões masculinos geralmente casavam as mulheres no tempo pré-islâmico, esta prática se manteve com a invenção do Islã.

Também vemos a lei islâmica tornando necessário que uma mulher (seja virgem ou casada anteriormente) tenha um guardião masculino que a dê em casamento, por exemplo, aprendemos que quando Maomé casou-se com Umm Salamah ela era uma “viúva mais velha”, mas o que dificilmente se lê é que ela foi “casada com o Profeta” por seu filho, Salamah (Ibn Hisham, 2010, página 793). Por outro lado, as formas pré-islâmicas de união, algumas das quais deram autoridade às mulheres em um casamento, foram substituídas pela ordem patriarcal pelo Islã (ver Ahmed, 1986, p.667) eliminando casamentos que ajudavam as mulheres, tais como: casamento uxorilocal (de acordo com Ahmed, a própria mãe de Maomé tinha contraído esta forma de casamento com Abdullah ibn Abdul Muttalib), forma pré-islâmica de casamento mutah (que, de acordo com Robertson escrevendo em Kinship And Marriage in Early Arabia – Parentesco e Casamento na Arábia Antiga – pode ter sido o tipo contratado entre Khadija e Maomé, considerando o fato que ele permaneceu monogâmico), e até poliandria praticada por mulheres pertencentes a tribos matrilineares. Nas palavras de Fátima Mernissi (2011), a poliandria, que foi banida pelo Islã, era degradante para os homens e não para as mulheres:

“Casamentos de sexo em grupo, onde a mulher podia manter relações com um grupo de menos de dez homens ou consumir um número ilimitado de parceiros, degradavam os homens a um anonimato quase animalesco. A paternidade, que implicava que a mulher limitava seu desejo sexual de consumir apenas o corpo de seu marido, era um raro privilégio, já que as crianças pertenciam, em geral, à tribo da mãe.”

O anonimato do pai significava que o papel de um homem era o de um mero doador de esperma e um objeto sexual temporário. Como a mulher dava à luz e criava os filhos, ela tomou posição central. De acordo com Robertson (1907), a poliandria, como praticada no mundo pré-islâmico, é geralmente descrita por escritores muçulmanos como fornicação. No entanto, diz ele, “como as crianças não são bastardas e as mães não são desonradas ou punidas por sua impureza, o termo é claramente inadequado.”

Divórcio

Outra área onde o islã mudou o equilíbrio de poder entre homens e mulheres é o divórcio. Embora geralmente os homens tivessem o direito de se divorciar das mulheres no tempo pré-islâmico, também há registros que indicam que as mulheres tinham direitos iguais para divorciarem dos seus maridos:

“As mulheres na época pré-islâmica, ou algumas delas, tinham o direito de dispensar seus maridos, e a forma da dispensa era esta. Se eles viviam em uma tenda, elas a giravam de modo que, se a porta se voltava para o leste, agora ela estava voltada para o oeste, e quando o homem via isso, ele sabia que tinha sido dispensado e não entrava (Isfahani in Hoyland, p.130).

O relato acima rejeita a alegação de que foi o Islã que deu às mulheres o direito ao divórcio, algo que também é fatualmente falso uma vez que uma mulher muçulmana não pode se divorciar de seu marido, mas tem que pedir para ser divorciada por ele. Uma opção de igualdade teria sido fazer o ‘divórcio através da arbitragem’, uma lei tanto para homens como para mulheres. Em vez disso, os homens têm todo o direito de dispensar uma esposa independentemente, mesmo através de um pronunciamento oral, enquanto que a mulher tem que “pedir” ao marido o divórcio através da intercessão de terceiros (chamado Khul):

“O Islã restringiu ainda mais os direitos de divórcio das mulheres, deixando apenas ao marido a decisão sobre o divórcio. Embora a prática de renunciar a um mahr (dote) para um divórcio continue a existir nos países muçulmanos até agora, já não garante a esposa um divórcio: o marido tem o direito de recusar o divórcio, mesmo se a esposa estiver disposta a renunciar o seu mahr (dote). Somente circunstâncias muito limitadas (como o desaparecimento de um marido durante quatro anos, ou deformidades físicas extremas que levem à impotência sexual) dão direito a uma esposa pedir um divórcio para um juiz islâmico. A decisão final é deixada ao juiz, entretanto. [9] “

Esta disparidade nunca foi mais clara do que na época moderna, quando os homens muçulmanos podem se divorciar via mensagens de texto [10], enquanto  que as mulheres muçulmanas têm que esperar anos para obter o divórcio [11] deixando claro que mudar a direção da abertura de uma tenda era, inquestionavelmente, um ato de empoderamento para uma mulher pré-islâmica!

Preço da Noiva

O Islam também continuou a praticar o “preço nupcial” (chamado Mahr ou Sadaq) tornando o casamento islâmico um “casamento de autoridade”. Mahr ou Sadaq é explicado no Islã (como era entendido antes do Islã também) como o preço que um homem paga a uma mulher para ter relações sexuais com ela (chamado de “thaman al bud’a” – “preço da vulva”, pelo Imam Shafi, ver Ali, 2006, p.4). No entanto, antes do Islã, algumas mulheres eram capazes de contrair casamentos com homens que eram obrigados a viver na casa da mulher. A prole produzida em tal casamento permaneceria com a mulher e sua família e o marido não receberia herança da esposa após sua morte. Alguns primeiros biógrafos de Maomé afirmam que Khadija pagou quatro mil dinares a Maomé por seu casamento, o que leva estudiosos como Robertson e Leila Ahmed especularem que o tipo pré-islâmico de casamento entre os dois obrigou Maomé a viver na casa de Khadija e permanecer monogâmico enquanto ela estivesse viva (ele também não recebeu nada em herança após a sua morte). Depois do Islã, os homens não eram mais obrigados a ser monogâmicos e permitiam até quatro esposas e tantas concubinas quanto pudessem pagar. As mulheres, por outro lado, foram proibidas de praticar poliandria. Os estudiosos muçulmanos explicam que o Islã permite aos homens quatro esposas (ignorando as inúmeras concubinas!), tornando-o o único sistema religioso no mundo a restringir a poliginia ilimitada pela primeira vez. Isso sabemos que não é verdade. Mais de quinhentos anos antes do Islã, o hinduísmo já havia estabelecido a lei segundo a qual ‘a casta superior, Brâhmanas, era permitida a quatro esposas (Baudhayana Prasna I, Adhyay 8, Kandikka 16 [12]).

Assim, haviam outros sistemas religiosos antes do Islã que a poliginia restrita e modelos semelhantes deveriam estar disponíveis para que os muçulmanos adotassem, incluindo um modelo monogâmico igualmente satisfatório que poderia ter sido estabelecido como o modelo preferido para ambos os sexos ao terminar a prática de ‘thaman al bud ‘A’, que reduz o significado de uma mulher para o de bens comprados. Isso não é apontado nos discursos islâmicos modernos, que começaram a chamar Mahr / Sadaq de um “doce presente” ao invés de “preço da vulva”. Mahr é usado de forma intercambiável com Sadaq nos discursos islâmicos, embora o primeiro tenha sido pago, no tempo pré-islâmico, ao guardião masculino da noiva, enquanto o último foi dado à noiva. Depois do Islã, embora permaneça como o pagamento que dá a um homem “o direito de desfrutar das partes íntimas das mulheres” (Sahih Bukhari – Volume 7, Livro 62, Número 81), Mahr ou Sadaq é diretamente dado à noiva e se torna sua propriedade. No entanto, como um homem compra a vulva de uma mulher através de Mahr (Alcorão, 4:24), ela deve permanecer monógama e fiel a seu marido; Se ela não for, ele pode tomar o Mahr de volta (Alcorão, 4:19). Se ele não a quiser mais, ele pode divorciar-se dela e deixar que ela mantenha o Mahr já que ele já “entrou” no que pagou (Alcorão, 4: 20-21). Se uma mulher quer um divórcio, ela retorna o Mahr para que ela possa ser “liberada / libertada” (“tasrīḥun” – Alcorão, 2: 229). Este é um modelo claro de casamento patriarcal da autoridade, onde a vulva da mulher é comprada e ela deve pedir para ser “libertada”, que o Islã estabeleceu como o modelo padronizado trazendo-o do tempo pré-islâmico, abolindo todos os outros modelos, alguns dos quais colocavam as mulheres em pé de igualdade ou em uma posição mais favorável.

Papel social das mulheres pré-islâmicas

Ser esposas e mães não eram os únicos papéis desempenhados pelas mulheres no tempo pré-islâmico. As mulheres encomendavam inscrições, faziam oferendas a seus deuses por direito próprio, agiam como oficiais administrativos, assumiam o privilégio de seus maridos falecidos e construíam prédios públicos e túmulos (Hoyland, p.132, ver também Al Fassi, 2001, p. 55), levando historiadores a afirmarem que a última atividade indica um “considerável grau de independência financeira” (Ibid). “Ahmed também explica que “as mulheres da Jahilia (época da ignorância pré-islâmica) eram sacerdotes, adivinhas, profetas, participantes de guerra e enfermeiras no campo de batalha. Elas falavam sem medo, críticas desafiadoras dos homens; autoras de versos satíricos dirigidos a formidáveis ​​oponentes do sexo masculino; guardas, em alguma capacidade pouco clara, das chaves do santuário mais sagrado em Meca; rebeldes e líderes de rebeliões que incluíam homens; e indivíduos que iniciavam e terminavam casamentos à vontade, protestaram contra os limites impostos pelo islamismo a essas liberdades, e se misturaram livremente com os homens de sua sociedade até que o Islã proibisse tal interação” (1992, p.62).

Além disso, os muçulmanos afirmam que no período pré-islâmico durante “tempos de guerra, as mulheres eram tratadas como parte do saque. Simplificando, sua situação era muito ruim [13].” Mas isso continuou muito bem no Islã:

Narrado Buraida: O profeta enviou Ali a Khalid para trazer o Khumus ([um quinto] do saque) e eu odiava Ali, e Ali tinha tomado um banho (após um ato sexual com uma escrava do Khumus). Eu disse a Khalid, “Você não vê isto (isto é, Ali)?” Quando alcançamos o profeta eu mencionei isso para ele. Ele disse: “Ó Buraida! Você odeia Ali?” “Eu disse, “Sim.” Ele disse:” Você o odeia, porque ele merece mais do que o Khumus. “(Sahih Bukhari 5: 59: 637). Veja também Sahih Bukhari 7: 62: 137; Sahih Bukhari 5: 59: 512; Sahih Bukhari 5: 59: 459.)

Herança

Do mesmo modo, “os escritores muçulmanos, sobre o tema da herança, afirmam frequentemente que o Islã instituiu direitos de herança e de propriedade para as mulheres, algo que elas presumivelmente eram privadas na Arábia pré-islâmica. Isso é simplesmente falso e em contradição com muitas declarações no próprio hadice muçulmano” [14], pois lemos sobre a riqueza que Khadija herdara e possuía. Lemos até sobre Sulafa e a Hubba – duas mulheres a quem se confiava serem as Guardiães da Chave da Kaaba, algo que nunca aconteceu depois que Meca foi atacada e os muçulmanos ocuparam a Kaaba – as mulheres nunca se tornaram as sucessoras que poderiam se tornar em Guardiães da Chave. Sabemos agora (através do estudo de ninguém menos do que uma mulher muçulmana de Meca) que “as mulheres eram capazes de herdar e também legar herança para quem assim sempre que desejavam (sic). O fato de que as mulheres são aquelas que concedem direitos a seus parentes próximos demonstra seu poder legal de propriedade e herança”(Al Fassi, 2001, p.55).

Véu

Nos círculos muçulmanos modernos, também vemos afirmações de que o véu é a libertação da atenção sexual, que é uma escolha feminista que “dignifica a mulher” porque antes do Islã as mulheres costumavam andar nuas. Isso não é inteiramente verdade. O classismo (a discriminação baseada na classe social) existia na sociedade árabe pré-islâmica. A classe alta, mulheres livres cobriam seus corpos, até mesmo os rostos, porque sua “sexualidade e capacidade reprodutiva pertenciam a um homem” (Ahmed, 1992, p.12) – isso continuou no Islã. As mulheres pertencentes à classe trabalhadora e as escravas não se cobriam. Na verdade, as escravas não eram autorizadas a cobrirem seus corpos e eram punidas se tentassem se comportar como mulheres livres – isso também continuou no Islã:

Umar bateu nas mulheres escravas da família de Anas ibn Malik, quando as viu cobertas e disse: “Descubram sua cabeça, e não se assemelhem às mulheres livres.” – Abd al-Razzaq al-Sanani (211 AH / 826 CE) em Al-Musannaf.

Com base nesses incidentes “juristas nos séculos seguintes permitiram que as mulheres escravas muçulmanas orassem sem uma cobertura de cabeça, e andassem sem cobrir seus bustos em público. O awrah da mulher escrava – a área legalmente delineada que deve ser coberta para evitar o pecado – tornou-se a mesma que a do homem: desde o umbigo até os joelhos.” [15] O livro “Islam’ Black Slaves”, do renomado historiador Ronald Segal, dá detalhes específicos de como, ao longo da história muçulmana, o classismo existiu, com mulheres livres e escravas tratados de maneira diferente, como nos tempos pré-islâmicos (2001, p.13-65).

Infanticídio

O infanticídio feminino nos tempos pré-islâmicos é outro ponto que os muçulmanos usam para afirmar que as mulheres foram “resgatadas da sombria injustiça da escuridão pré-islâmica”. É certamente verdade que o Alcorão proíbe categoricamente o infanticídio e a prática terminou muito rapidamente, pelo menos na Arábia (Alcorão, 6: 151: 17: 31). No entanto, a prática nunca foi generalizada de qualquer forma, e o Alcorão claramente proíbe o infanticídio de meninos e meninas, não apenas das meninas. As tribos que praticavam o infanticídio não discriminavam entre filhos e filhas. Algumas tribos matavam seus filhos como uma maneira de apaziguar seus deuses. O avô de Maomé, Abdul Muttalib, tinha jurado a seu deus mais elevado, Alá, que sacrificaria um filho se ele tivesse dez. Ele foi então obrigado a sacrificar Abdullah (pai de Maomé) cujo nome foi sorteado por setas de adivinhação, mas que acabou salvo por uma consulta de uma adivinha (Ibn Ishaq, p.66-68). Tribos mais pobres matariam seus filhos pelo medo da pobreza. Havia uma tribo, Tamim, na qual alguns homens matavam suas filhas, pois estavam sempre em guerra com outras tribos e temiam que suas filhas fossem capturadas e transformadas em concubinas. No entanto, enquanto o Alcorão proíbe matar crianças, e se refere ao medo e à tristeza associados ao nascimento de uma filha (16:58-59), ele nunca proibiu a captura de mulheres em guerras e sua posterior escravização e concubinato. Estranhamente, renomados eruditos muçulmanos, como Ibn Khaldun e Ibn Sina, justificaram a captura de africanas como escravos, comentando que “as nações negras são, em regra, submissas à escravidão”, uma vez que têm características que “são bastante semelhantes às dos animais mudos” (Khaldun, citado em Segal, 2001: 49). Da mesma forma, al Idrisi é citado como comentando sobre a conveniência de concubinas nubianas: “Suas mulheres são de beleza insuperáve. Elas são circuncidadas e perfumadas … De todas as mulheres negras, elas são as melhores para os prazeres da cama” (Ibid, p.50). Assim, vemos que enquanto a degradação das mulheres como concubinas escravizadas poderia ter sido banida pelo Islã, que era o receio que levava a tribo Tamim a matar suas filhas, o Islã não só continuou a prática, mas ela foi justificada pelos primeiros estudiosos muçulmanos.

Conclusão

Dois argumentos estão sendo feitos neste ensaio:

  1. a condição das mulheres na Arábia pré-islâmica dependia da tribo a que pertenciam – nem todas as mulheres eram maltratadas, de fato, algumas eram muito mais empoderadas antes do Islã do que depois … todos esses relatos existem em fontes muçulmanas; 
  2. o Islã não escolheu os mitos culturais preexistentes mais capacitadores das mulheres para estabelecer leis sobre as mulheres. 

Parece que as leis islâmicas relacionadas com as mulheres, enquanto se esforçam em oferecer alguma forma de compaixão pelas mulheres, são consistentemente formadas de forma a beneficiar os homens, e o foco de muitas dessas leis tem sido satisfazer o interesse quase obsessivo do Islã na paternidade. Os ativistas muçulmanos de igualdade de gênero argumentam que os primeiros estudiosos, do sexo masculino, deliberadamente interpretaram o Alcorão de forma errada. Mas toda sua premissa baseia-se na crença de que o Islã melhorou universalmente a situação das mulheres que viveram na escuridão sombria, injusta e pré-islâmica. Sem essa suposição ingênua (que vimos ser uma crença falsa), todo o seu argumento desmorona em pó. Alguns muçulmanos já começaram a perceber isso:

“Fiquei apenas mais convencida de que, se as muçulmanas vierem a aceitar plenamente os casos em que o significado do texto do Alcorão são prejudiciais para elas, devemos começar a confrontar esses significados com mais honestidade, sem recorrer a apologética de explicações e manipulações interpretativas para forçar sentidos igualitários do texto. Além disso, também cheguei a acreditar firmemente que devemos começar a re-imaginar radicalmente a natureza da revelação e divindade do Alcorão.” – Hidayatullah (2014, p. viii).

À medida que mais e mais historiadores reconsiderarem a condição das mulheres pré-islâmicas, será extremamente difícil para os estudiosos muçulmanos defender o suposto igualitarismo de gênero no Islã sem radicalmente reimaginar a natureza da revelação e divindade do Alcorão.

Referências

Ahmed, L. ( 1986). Women and the Advent of Islam. Signs, Vol. 11, No. 4, pp. 665-691. University of Chicago Press

Ahmed, L. (1992). Women and gender in Islam. New Haven and London: Yale University press

Al-Fassi, H.A. (2007). Women in Pre-Islamic Arabia, British Archaeological Reports (BAR) Archaeopress, Oxford

Ali, K. (2010). Marriage and Slavery in Early Islam. Cambridge: Harvard University Press

Ibn Ishaq. (2010). Sirat Rasul Allah – The Life of Maomé. Translated by A. Guillaume. Karachi: Oxford University Press

Hidayatullah, A. A. (2014). Feminist Edges of the Qur’an. New York: Oxford University Press

Hoyland, R. G. (2001) Arabia and the Arabs – from the bronze age to the coming of Islam.  London and New York: Routledge

Mernissi, F. (2011). Beyond the Veil: Male-Female Dynamics in Muslim Society. London: Saqi

Robertson, S. W. (1907). Kinship And Marriage In Early Arabia. London: Adam and Charles Black

Segal, R. (2002). Islam’s Black Slaves: The Other Black Diaspora. New York: Farrar, Straus and Giroux

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Direitos das Mulheres ao longo da História

11 maio, 2017 by José Atento Deixe um comentário

Este artigo apresenta uma série de citações relacionadas aos direitos das mulheres “infiéis” ao longo da História. Ela está sendo compilada com o intuito de servir de contra-argumento a declarações de islamistas, muçulmanos e apologistas (muitos deles, pasmem, professores de história) que querem nos vender a idéia de que o islamismo é feminista, e que, do ponto-de-vista histórico, ele representou um avanço para as mulheres. Isso não é verdade. 

Provar que o islamismo não é feminista é fácil, basta consultar o que a lei islâmica define como direito das mulheres. 

O artigo Direito das mulheres árabes antes e depois do Islã: abrindo a porta da história árabe pré-islâmica demonstra que o islamismo não representou avanço para as mulheres da arábia pré-islâmica.  

Abaixo, são apresentados exemplos que retratam direitos e poderes que as mulheres tiveram ao longo da História, em várias partes do mundo, e que destroem a narrativa do imperialismo islâmico (exemplos sendo acrescentados à medida do possível)

Zurich, Suíca. Na época medieval, as mulheres tinham o maior poder político da região
Em 853 A.D., Louis o alemão, rei de Baviera e neto de Carlos Magno, fundou a Abadia de Fraumünster – um presente para sua filha Hildegard. Este pequeno convento era muito pouco convencional desde o início. A abadia foi dotada das terras circunvizinhas e, no século XI, as mulheres de Fraumünster – e em particular a abadessa – detinham quase todo o poder econômico e político da região. Por exemplo, a abadia realizava mercados comerciais, cunhava moedas, e até mesmo selecionava o prefeito. Infelizmente, as mulheres do Fraumünster perderam o seu poder com a ascensão das guildas de comércio, chamadas de Zunfts, no século XIV.  (Freewalk, Wiki, Europe-City)

Fraumünster abbey

Melisende, Rainha de Jerusalém de 1131 a 1153
Melisende (nascida em 1105 – morreu em 11 de setembro de 1161) foi a rainha de Jerusalém de 1131 a 1153, e regente pelo filho entre 1153 e 1161 enquanto estava em campanha. Ela era a filha mais velha do Rei Baldwin II de Jerusalém, e a princesa armênica Morphia de Melitene. Ela recebeu o nome de sua avó paterna, Melisende de Montlhéry, esposa de Hugh I, Conde de Rethel. Ela tinha três irmãs mais novas: Alice, princesa de Antioquia; Hodierna, condessa de Trípoli; e Ioveta, abadesa de São Lázaro em Betânia. A filha de Hodierna, Melisende de Trípoli, foi nomeada em homenagem à rainha.

Melisende, Rainha de Jerusalém

Isabela I de Castela, a Rainha Católica da Reconquista
https://www.acidigital.com/noticias/isabel-a-catolica-foi-modelo-de-mulher-mae-e-politica-dizem-apos-declaracoes-falsas-32335

Isabela I de Castela

Theodora (525-548), Imperatriz do Império Romano do Oriente (Império Bizantino) e santa da Igreja Ortodoxa Oriental. Esposa do Imperador Justiniano I, além de ter sido seu conselheiro mais confiável, foi frequentemente referida como regente, enquanto ele era referido como co-regente. Ela protestou violentamente, desenvolveu legislação, se envolveu em assuntos estrangeiros e lutou pelos direitos das mulheres, aprovando leis antitráfico e trabalhando para melhorar o acesso ao divórcio.

Theodora (basilica San Vitale, Ravenna)

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Jahiliyya: ignorância pré-islâmica, e o ódio islâmico às artes, religiões e culturas dos outros – Exemplos

21 agosto, 2015 by José Atento 3 Comentários

O que leva muçulmanos a destruírem símbolos culturais e religiosos dos outros? Resposta: o exemplo de Maomé. 

O que é Jahiliyya? É um conceito islâmico dos “dias da ignorância” referentes às condições em que os árabes se encontravam na Arábia pré-islâmica, ou seja, antes da “revelação” do Alcorão a Maomé. O termo jahiliyyah tem suas raízes no verbo jahala, que significa “ser ignorante ou estúpido, agir estupidamente”.

O significado de Jahiliyyah tem sido estendido para indicar todos os períodos da história da humanidade em que as pessoas associam parceiros com Alá, seja por adorar ídolos, atribuindo-lhes algumas funções divinas, por endeusar algumas pessoas, ou mediante a atribuição de criatividade para natureza e materiais causas. Neste caso, ele se assemelha a shirk que significa “atribuir parceiros a Alá.”

O teórico sênior da Irmandade Muçulmana, Sayyed Qutb (1906-1966), explorou este significado mais amplo em seu trabalho. De acordo com Qutb, qualquer sociedade não-muçulmana, ou uma sociedade secular muçulmana, qualifica-se como jahiliyya porque Alá não é soberano, sendo que as leis humanas substituem as leis da Alá (Sharia).

Nas palavras de Qutb “O abismo entre o Islão e a Jahiliyyah [o mundo não-islâmico] é grande, e uma ponte não é a ser construída entre eles para que as pessoas dos dois lados possam se misturar umas com as outras, mas apenas para que as pessoas do lado da  Jahiliyyah possam vir para o Islão.”

Alguns séculos antes de Qutb, Muhammad Wahhab (1703-1792) defendeu um retorno ao islamismo como praticado por Maomé e seus companheiros, iniciando um movimento conhecido hoje como wahabismo. E o que Maomé fazia?

O site Islam Question and Answer traz os motivos que tornam uma obrigação para os muçulmanos destruírem o que é dos outros. Isso vem de ordens da Maomé nos hadices:

“Não deixe qualquer imagem sem que seja desfigurada ou qualquer sepultura construída sem a nivelar.” (Muslim, 969)

“Com o que você fui enviado?” Ele disse: “Eu fui enviado para manter os laços de parentesco, para quebrar os ídolos, e para que Alá seja adorado sozinho, sem parceiro ou associado.” (Muslim, 832)

E isso não devemos esquecer o que Maomé fez ao entrar vitorioso em Meca e forçar os seus residentes à rendição: Maomé destruiu todas as estátuas e pedras que representavam outras religiões da Arábia, ou seja, mostrou claramente toda a sua intolerância. (Veja outro exemplo: Dul-Calasa)

O que leva muçulmanos a destruírem símbolos culturais e religiosos dos outros? O exemplo de Maomé. Fazer isso é seguir a sunna (tradição) do profeta.

Abaixo, vamos listar alguns exemplos.

Século XV: Templo Hindú do Sol Martand (na Caxemira) destruído pelo Sultanato de Delhi
O Templo Hindu do Sol Martand, na Caxemira, contruído no século VIII, foi considerado como lugar de culto infiel e destruído pelos exércitos do sultanato muçulmano de Delhi. (Richard Eaton (2000), Temple Desecration and Indo-Muslim States, Journal of Islamic Studies, 11(3), pp 283-319)

1920: Arábia Saudita destrói o cemitério al-Baqi

As autoridades sauditas destruiram este mausoléu, parte do cemitério al-Baqi, em Medina, no início de 1926, logo após assumirem o poder da cidade no ano anterior. Na verdade, eles aplainaram o sítio inteiro, que remontava ao século VII, sendo considerado por alguns como contendo os restos de alguns dos primeiros profeta compatriotas de Maomé.

Segundo Dr. James Noyes, autor de The Politics of iconoclatia, este ato “chocou a comunidade muçulmana internacional.”

Os sauditas não fizeram isso apenas por um capricho. Eles eram, e ainda são, em linha com a facção religiosa chamada os wahabitas – um grupo de fundamentalistas sunitas que, como algumas denominações cristãs, rejeitam qualquer forma de adoração através santuários religiosos e ícones. Porém, eles vão ao extremo de destruí-las.

“Os ataques a santuários e túmulos são uma rejeição ao ‘shirk’ (adoração a Alá através de santuários)”, explicou Noyes.

Teologicamente, os wahabitas e outros islamistas traçam isso de volta para a história do bezerro de ouro que aparece no Corão e da Bíblia, em que os israelitas construiram e oraram a um ídolo, o que provocou a fúria de Alá. Um número de muçulmanos vêm este conto como uma proibição geral contra a adoração de imagens e santuários.

Como os wahabitas sauditas consolidaram o controle sobre o que é agora a Arábia Saudita, eles destruíram tudo, até mesmo aquilo que insinuasse a adoração de ídolos. “A Península Arábica costumava ter comunidades judaicas, tribos pagãs pré-islâmicas, santuários favorecidos por peregrinos xiitas e sufistas no Hajj à Meca e Medina, influências otomanas e egípcias, e o reino hachemita.” Segundo Noyes “tudo isso se foi.” (fonte)

2001: o Taleban explode Bamiyan Buddhas do Afeganistão

O modo como os wahabitas vêm a adoração de ícones influencia grupos militantes sunitas em todo o mundo muçulmano de hoje. Em 2001, o Talibã explodiu duas estátuas de Buda, de 1.700 anos de idade, esculpidas em um penhasco no vale de Bamiyan no centro do Afeganistão, provocando um enorme clamor internacional. Elas eram as estátuas mais altas de Buda do mundo, com cerca de 50 metros de altura. A UNESCO tem planos para reconstruir as figuras imponentes, mas o trabalho tem sido atolado em disputas. (fonte)

2006: bombas da Al-Qaeda destroem a mesquita milenar de al-Askari do Iraque

A motivação deste tipo de destruição nem sempre é puramente teológica: às vezes ele pode servir objectivos políticos mais mundanos. Em 2006, no auge da guerra civil iraquiana, a al-Qaeda no Iraque bombardeou a mesquita al-Askari, um dos mais sagrados santuários xiitas do mundo, construído na cidade de Samarra, no ano 944. A cúpula dourada icónica da mesquita foi reduzida a escombros em uma tentativa do grupo militante sunita para inflamar ainda mais a guerra sectária do Iraque. A Al-Qaeda no Iraque, é claro, viria a evoluir no que é hoje o ISIS, e o bombardeio a mesquita al-Askari, em muitos aspectos, pressagiou o tumulto que iria seguir o ISIS. (fonte)

2008: al-Shabaab destrói túmulos sufistas e santuários na Somália

O vídeo mostra o grupo somali al-Shabaab destruindo túmulos e santuários dos sufistas, em Kismayo, a terceira maior cidade da Somália, em 2008. Anteriormente, o grupo havia destruído uma igreja antiga, independente do fato de que um único cristão vivia na cidade no momento (todos expulsos).

2012: al-Qaeda e Ansar Dine fazem um estrago em Timbuctu

Governos estabelecidos nas linhas islâmicos como a da Arábia Saudita e do Afeganistão sob o Talibã durante o final da década de 1990, são relativamente raros. Mas o surgimento de grupos islâmicos gerando conflitos caóticos tornou-se comum. E quando esses grupos invadem cidades e vilas com tesouros históricos, os resultados muitas vezes são desastrosos.

Em 2012, os islamistas da Al-Qaeda e Ansar Dine invadiram a antiga cidade de Timbuctu, um Patrimônio Mundial da ONU, no Mali. A imagem abaixo mostra a porta da frente da mesquita Sidi Yahya de Timbuctu. Diz a lenda que a porta deveria permanecer fechada até o fim do mundo, mas o jihadistas a ; os islâmicos romperam. Pelo menos metade dos santuários da cidade foram destruídos antes de uma força internacional empurrar os jihadistas para fora. (fonte, fonte, fonte)

2013 Islamização da cultura no Egito

Durante o ano em que esteve no poder, a Irmandade Muçulmana destruiu cerca de 130 igrejas, conventos, mosteiros, orfanatos, asilos e escolas cristãs. Muitos destes prédios eram seculares. Mas não foi apenas esta a Jihad feita pela Irmandade Muçulmana. Eles também investiram contra a arte teatral e a música.

Funcionários da Casa da Ópera do Egito fizeram greve em protesto  contra o governo da Irmandade Muçulmana, e outros aliados islâmicos do presidente Mohammed Morsi. Eles acusavam o governo de planejarem a destruição da cultura e das artes no Egito. (maio/2013, National Post) A retomada do poder pelos militares salvou a Casa da Ópera do Egito (dentre outras coisas).

Alguns islamitas egípcios pediram a abolição do balé no Egito – exibições que são geralmente realizadas no Cairo Opera House – descrevendo-o como “imoral” e “nu artístico”

2013: Hamas danifica sítio histórico em Gaza
Em uma carta urgente enviada ao diretor-geral da UNESCO, Irina Bokova, da UN Watch, exigiu uma ação imediata para parar a demolição pelo Hamas de um porto 3000 anos em Gaza para uso como um campo de treinamento terrorista, como relatado pelo  Al Monitor Palestine Pulse. Uma cópia também foi enviada ao ministro das Relações Exteriores da União Européia, Catherine Ashton chamando a UE a tomar medidas. (fonte)

2014: ISIS explode a antiga igreja assíria de Tikrit

Há duas razões pelas quais o ataque de ISIS contra a história é muito mais devastador do que o que veio antes dele. Primeiro, o ISIS controla uma enorme quantidade de território (um pouco maior do que o Reino Unido), por isso tem uma área enorme na qual pode travar a sua campanha de vandalismo cultural. Em segundo lugar, o território que ele controla é repleta de santuários religiosos históricos, sagrados a todos os povos, como a Igreja assíria Verde em Tikrit, originalmente construída no ano de 700. Em setembro, surgiram relatos de que ISIS tinha explodido a igreja.

Segundo Dr. James Noyes, autor de The Politics of iconoclatia, “o grande volume de sítios importantes, que sobrepõem o antigo e o bíblico é exclusivo da Síria e do Iraque. Assim, também, é o grande volume de sobreposição de expressões religiosas de fé para os sunitas absolutistas, que torna esta área o principal alvo, com muitas coisas para alvejar.” (fonte)

“A Síria e o Iraque são o centro disso tudo.”

2014: Bombas ISIS o túmulo do profeta bíblico

A “purificação” do território controlado pelo Estado Islâmico  é um meio de afirmar o seu controle sobre a população local e enviar uma mensagem de que este território será, a partir de agora, governado ao longo de linhas islâmicas. Noyes escreve: “Como o ISIS luta para definir as fronteiras do seu chamad califado,  a iconoclastia representa um meio de conectar os princípios de unidade teológica e política.”

Isso explica porque você se vê tantos vídeos como este, que mostra o ISIS detonando o túmulo do profeta bíblico Jonas (ou Yunus), em Mosul, Iraque. O vídeo, junto com este outro vídeo que mostra jiahdistas do ISIS desfigurando o túmulo antes da sua demolição, serve como um meio de afirmar seu controle sobre o território que foi apreendido. (fonte)

Outro vídeo aqui:

2014: Estado Islâmico desfigura a Igreja do Memorial do Genocídio Armênio, na Síria

A imagem abaixo mostra a Igreja do Memorial do Genocídio Armênio, em Deir ez-Zor, na Síria. No blog Hyperallergic, Sam Hardy fez um trabalho muito bom ao indicar o dano à igreja, cuja desfiguraçãoque se acredita ser o resultado da ação de jihadistas do ISIS. Talvez a igreja seja restaurada após a guerra, mas muito do detalhe original foi perdido. E a mensagem já foi dada. Leia mais sobre o Genocídio dos Armênios aqui e aqui. (fonte)

2015: Estado Islâmico destrói milhares de livros raros em bibliotecas iraquianas

Militantes do Estado Islâmico destruíram milhares de manuscritos, documentos e livros raros após invadirem a Biblioteca Pública de Mosul, no norte do Iraque, de acordo com relatos do diretor da instituição, informou o jornal britânico “The Independent”. A estimativa é que pelo menos 10.000 livros e mais de 700 manuscritos raros tenham sido destruídos. (fonte)


2015: ISIS destrói esta estátua do antigo rei de Hatra

ISIS não apenas destrói edifícios religiosos. De acordo com Christopher Jones, um estudante de PhD da história do Oriente Médio na Universidade de Columbia, EUA, a estátua seendo destruída na imagem abaixo, parte do acervo do Museu de Mossul, representa um antigo rei de Hatra. Hatra foi uma cidade-estado da época romana, e não uma parte importante da teologia islâmica.

Noyes acredita que isso também faz parte do projeto de construção do Califando Islâmico do ISIS. Ele explica como o grupo está usando a palavra “shirk”, a adoração a Alá através de santuários, para se referir a uma gama muito mais ampla de conceitos que considera herético. “Tornou-se uma espécie de frase pega-tudo usada para descrever a forma como o Estado Islâmico define-se: combater o shirk de Bashar (al-Assad, o presidente sírio), o shirk de passaportes, o shirk dos poetas e dos museus nacionais, o shirk das mesquitas xiitas”, etc. (fonte). (dailymail)

Mais sobre isso: UNESCO acusa Estado Islâmico de “razia cultural” e “crime de guerra”

2015: ISIS destrói a própria cidade de Hatra

ISIS não apenas destruir arte em Hatra. Segundo a ONU, o ISIS tem tentado destruir o que resta da própria Hatra. A cidade, Património Mundial da ONU, pode ter sido demolida completamente.

“A destruição de Hatra marca um ponto de viragem na estratégia terrível de limpeza cultural em curso no Iraque”, disse o diretor da UNESCO, Irina Bokova, em comunicado conjunto com Abdulaziz Othman Altwaijri, diretor de uma organização dedicada à preservação do patrimônio cultural islâmico. “Este é um ataque direto contra a história das cidades árabes islâmicas, e confirma do papel da destruição do patrimônio na propaganda de grupos extremistas.” (fonte)

2015: ISIS bulldozes a cidade assíria de Nimrud

ISIS também saqueou e nivelou Nimrud, uma antiga cidade assíria no norte do Iraque. A cidade compartilha um nome com a figura bíblica Nimrod, então poderia haver alguma motivação teológica aqui. Mas é importante notar que o Estado Islâmico também lucra com o contrabando de antiguidades (do mesmo modo que o Talibã com ópio): O Estado Islâmico destrói publicamente alguns artefatos, e depois tomar o que pode e os vende para alimentar os seus esforços militares e de construção do Califado Islâmico (Reuters).

Segundo Mark Vlasic, um professor adjunto na Universidade de Georgetown Law Center: “Eles foram muito consistentes em fazer duas coisas: eles destroem as antiguidade como um show e propaganda, e eles usam a cortina de fumaça da destruição para cobrir-los enquanto eles movem itens mais transportáveis ​​para o lucro”, (US News): “É, afinal, uma organização criminosa.” (fonte). Sim, islão parece ser, em última essência, crime organizado em escala global.

Mais sobre isso: Estado Islâmico destrói antiga capital assíria no Iraque

2015: A tragédia acontecendo na cidade histórica de Palmira

Leia sobre isso no artigo Palmira: a Jihad islâmica contra a História da Humanidade

2015: Homem-bomba ataca templo do Egito Antigo em Luxor

Os devotos jihadistas islâmicos no Egito começaram a atacar a indústria turística visando amedrontar os turistas e também tentando destruir a História, sob a desculpa de destruir “ídolos.” (CBC)

2016: Estado Islâmico destrói mosteiro de São Elias, de 1420 anos
Datado do ano de 595 dC, no século VI, o mosteiro de São Elias é mais um dos símbolos cristãos destruídos pelo grupo terrorista Daesh no Iraque. Ele tinha 1420 anos, e era localizado a sul de Mossul, a capital da província iraquiana de Ninawa, na região Assíria. O Estado Islâmico quer destruir toda presença e herança cristã no Iraque. (Toronto Sun)

2016: Estado Islâmico destrói “Portal de Deus” em Nineve
A estrutura tinha mais de 2 mil anos, também conhecida como Portal de Mashqi (UPI) 

2016: Estado Islâmico destrói sitios arqueológicos
A jihad contra a história continua. Reporta-se que o Estado Islâmico destruiu o Zigurate de Nimrod, um templo elevado construído 3 mil anos atrás. (smithsonianmag; pt.wikipedia)

2017: Egito: Grão-Mufti condena a exposição pública de estátuas
Uma notícia de 2006, porém importante e representativa da ideologia islâmica. Ali Goma, a autoridade islâmica mais importante to Egito, editou uma fatwa (decreto religioso) condenando a exposição pública de estátuas. Ele se referiu às tradições de Maomé, através de um hadice que declara que “escultores serão muito atormentados no Dia do Julgamento.” Críticos acusaram a fatwa incentiva os muçulmanos militantes a atacarem as milhares de estátuas do Egito, fundamentais para a indústria de turismo. (National Geographic)

2017 Iraque: Estado Islâmico destrói mesquita de 850 anos de idade
A mesquita se localizava na cidade de Mosul, e foi onde o Califa Abu Bakr Al-Baghdadi declarou o califado. Tropas iraquianas estão reconquistando Mosul, com ajuda dos EUA. (Reuters)

2019: Destruição das igrejas armênias pela Turquia – a história sendo apagada para que os turcos possam dizer “vejam só, a Asia Menor foi sempre nossa, Allahu Akbar”
Leia o artigo no blog.

2019 Azerbaijão promove “o maior genocídio cultural do século 21” … sob os nossos olhos
https://infielatento.org/2019/06/azerbaijao-genocidio-contra-cultural-armenia.html

Igreja de São Gregório Iluminador, em Ani – Ani foi a antiga capital da Armênia, a cidade das mil e uma igrejas. Saqueada pelos turcos seljúcidas e pelas seguintes hordas de “conquistadores islâmicos.” Ani foi totalmente abandonada durante o Império Otomano, no século XVIII. Esta igreja foi construída durante o curto reinado de Jorge IV da Geórgia (1213-1223), com arquitetura armênia e afrescos geórgios.   O surgimento do islamismo, e seu carater belicista e supremacista, conduziu ao estágio atual da quase total destruição do cristianismo no Oriente, bem como a destruição do zoroastrianismo na Pérsia e do budismo e do hinduísmo na região compreendida atualmente pelos “ões” (Afeganistão, Paquistão, etc).  

Igreja de São Gregório Iluminador, em Ani

Invasão da Turquia reacende o receio de destruição de sítios arqueológicos, como feito sistematicamente pelo Estado Islâmico (e pelos invasões islâmicas ao longo dos séculos com igrejas, universidades, templos, etc.). Um lembrete que, ano passado, a Turquia destruiu parte do Templo de Ain Dara, na Síria. (livescience)

Tornando arte universal em arte islâmica

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Maomé assassino e intolerante: execuções e destruição de “ídolos” após a ocupação de Meca

7 julho, 2015 by José Atento 2 Comentários

Os políticos, os meios de comunicação e os grupos muçulmanos, e seus apologistas,  nos asseguram que Maomé não retaliou contra as pessoas que o insultaram. Porém, segundo as próprias narrativas islâmicas (que são as únicas fontes sobre Maomé), Maomé exerceu vingança ao mandar executar várias pessoas que o criticavam (por conta dos crimes que ele cometeu). Essas execuções não foram algo que aconteceu “no calor da batalha” já que não houve batalha alguma. As execuções foram planejadas friamente pela pessoa que é considerada como o exemplo de conduta dos muçulmanos. É por isso que os muçulmanos devotos se enlouquecem à frente de qualquer crítica a Maomé. 

Além disso, Maomé mostrou toda a sua intolerância religiosa ao destruir os símbolos religiosos dos outros. Na Caaba, um templo pagão pré-islâmico, existiam cerca de 300 estátuas e pedras representando entidades divinas. Maomé poderia ter imposto o seu modelo de monoteísmo sem precisar desrespeitar os outros e dando o exemplo de tolerância e pluralismo. Mas não. Ele fez exatamente o contrário. Ele destruiu tudo, deixando apenas a pedra negra do islão (na direção da qual os muçulmanos devotos se curvam 5 vezes por dia). Com isso, Maomé deu o exemplo a ser seguido pelos muçulmanos devotos: destruir os símbolos religiosos dos outros. Muçulmanos devotos fazem isso há 1400 anos. 

É uma pena que esses apologistas modernos não extivessem em Meca naquela época para dizer a Maomé para ele não fazer nada do que ele fez pois no futuro ele seria considerado como uma pessoa tolerante. 

Os muçulmanos celebram as ações de Maomé, mesmo os seus crimes, como atos sagrados.  

Leitura complementar: Maomé assassino: Maomé manda assassinar todos aqueles que o criticam.  

Execuções após a ocupação de Meca

É interessante notar que as próprias fontes islâmicas nos dizem que Meca se tornou islâmica após ter sido ocupada por um exército muçulmano. Isso é importante. A maioria das cidades que hoje associamos ao islão, inclusive Meca, foram conquistadas e ocupadas militarmente! Esse é o exemplo e o legado de Maomé.

Os habitantes de Meca não se converteram ao Islão por livre e expontânea vontade. Eles tinham duas opções: aceitar Maomé como “mensageiro de Alá” (ou seja, se tornarem muçulmanos) ou eles seriam executados. Senão, vejamos.

Maomé fez uma trégua de onze anos (Hudna) com os líderes de Meca, o chamado Tratado de Hudaybiyya. Enquanto que os líderes de Meca trataram esta trégua como um período para se “aparar as arestas” visando uma paz duradoura, Maomé a usou para reforçar o seu exército (isso se tornou o modo de ação dos califas e sultões e líderes islâmicos até os dias de hoje: nunca buscar a paz, mas sim uma trégua). Assim que o exército estava grande o bastante, Maomé quebrou a trégua e atacou Meca de surpresa. 

Sem condições de se defender, os líderes de Meca se renderam.

Algo curioso aconteceu com Abu Sufyan, um velho inimigo de Maomé. Ele foi levado até Maomé que disse: “Não é hora de você reconhecer que sou o apóstolo de Alá?” Quando Abu Sufyan expressou dúvida, um de seus captores muçulmanos lhe disse: “Submeta-se e testemunhe que não há Deus além de ‘Alá’ e que Maomé é o apóstolo de Alá antes que você perca a sua cabeça”. Desnecessário dizer que Abu Sufyan se tornou um muçulmano bom e obediente. (ibn Ishaq p. 547)

(Aliás, os líderes de Meca eram da mesma tribo de Maomé, os Coraixitas. A luta de Maomé com eles foi uma luta fraticida pelo controle do templo pagão, a Caaba).

Quando Maomé entrou em Meca, Maomé ordenou que seus seguidores apenas lutassem contra aqueles que se recusassem a se render a ele (ou seja, não o aceitassem como “mensageiro de Alá), exceto certas pessoas que deveriam ser executadas, mesmo se elas se rendessem. 

A fonte biográfica mais antiga que detalha a queda de Meca, a biografia de Maomé escrita por Ibn Ishaq, lista oito pessoas condenadas à morte, mesmo que se rendessem. A acusação contra quatro das oito pessoas era “insultar Maomé.” Um dos quatro críticos acabou sendo perdoado; os outros foram mortos.

Ao final deste texto você irão encontrar uma imagem com a passagem de Ibn Ishaq. Eu apresento alguns detalhes, indicando outras fontes quando necessário.

Abdullah ibn Sa‘ad: ele foi morto porque ele se tornou e apóstata (deixou o islão) e fugiu para Meca. Ele também alegou que ele era a pessoa que escreveu o Alcorão e começou a zombar de Maomé, fato que o irritou.

Um mal-entendido levou ao seu perdão. Abdullah ibn Sa’ad foi trazido à frente de Maomé e ofereceu sua lealdade. Maomé levantou a mão para indicar que seus seguidores deveriam matá-lo, mas os muçulmanos pensaram que ele tinha o perdoado. Mais tarde, Maomé reclamou com os seus companheiros (guarda-costas): “não havia um único homem sábio entre vocês para enfrentá-lo, quando ele viu que eu tinha retido minha mão indicando que eu não aceitava a sua fidelidade, e queria matá-lo? ” [Ibn Ishaq, e também o hadice de Abu Dawud 38:4346]

Abdullah bin Khatal: ele foi morto por ter matado um escravo e fugir, e assim por poemas recitando insultar Maomé. Dois muçulmanos o exectaram depois de encontrá-lo escondido sob as cortinas da Caaba.

Fartana e sua amiga: Fartana era uma escrava de Abdullah ibn Khatal. Ela e sua amiga costumavam recitar poemas sobre  Maomé. Fartana foi executada. [Ibn Ishaq, e também o hadice de Abu Dawud 14:2678]

al-Huwayrith: era um poeta que narrava histórias melhor do que Maomé antes de Maomé se mudar para Medina. Isso irritou Maomé que o acusava de “desonhar e abusar do islão. Ele foi executado. Veja bem, o motivo que levou Maomé a condenar à morte este poeta foi algo que tinha acontecido 15 anos antes! Maomé guardou o ranço e o rancor todo este tempo e se vingou na primeira oportunidade. Este evento traduz muito bem quem era Maomé. E, como exemplo de conduta, isso define como os muçulmanos devem se conduzir.   

Miqyas ibn Hubabah (Subabah): Miqyas matou um muçulmano que acidentalmente matou seu irmão, e fugiu para Meca. Lá, ele see tornou-se um apóstata, abraçando o politeísmo.   

Sara: ela foi condenada porque Maomé alegou que ela o molestou quando ele estava em Meca. De novo, vingança após mais de 15 anos. Duas narrativas conflitantes. Ibn Ishaq relata que ela abraçou o islão, mas foi morta mais tarde, durante a época de Umar, enquanto que al-Tabari relata que ela foi executada [al Tabari, Michael Fishbein (translator), Volume 8, Victory of Islam, State University of New York Press, p. 79, ISBN 9780791431504, 1997]. 

Um fato muito importante é mencionado por al Tabari, Volume 8, páginas 181-183 e ibn Ishaq 553: após assistirem a estas execuções, os habitantes de Meca se submeteram ao islão.

Maomé disse: “Eu fui feito vitorioso com o terror”

Execuções públicas: prática que Maomé manteve como exemplar, pois ele as praticou

Maomé destrói os símbolos religiosos dos outros

Ishaq, página 552, narra que Maomé destruiu todos os símbolos religiosos dos outros, que ele chamou de ídolos, exceto a pedra negra, que ele disse ser sagrada, e estabeleceu o islão.

Muçulmanos e apologistas dizem que ao destruir os “ídolos” (os símbolos religiosos dos outros) Maomé trouxe a paz. Mas que paz é esta que é conseguida impondo-se uma idéia sobre todos e matando aqueles que discordam? Isso se chama autoritarismo. O islão é uma ditadura político-religiosa.

O que o Estado Islâmico faz hoje é o mesmo que Maomé fez, e o mesmo que os jihadistas islâmicos têm feito desde o tempo de Maomé

Maomé mostra como os muçulmanos devem proceder: desrespeitando tudo aquilo que não lhes pertence

Imagem com o texto de ibn Ishaq

Abu Dawud 38:4346

Book 38, Number 4346:
Narrated Sa’d ibn AbuWaqqas:

On the day of the conquest of Mecca, Abdullah ibn Sa’d ibn AbuSarh hid himself with Uthman ibn Affan.

He brought him and made him stand before the Prophet (peace_be_upon_him), and said: Accept the allegiance of Abdullah, Apostle of Allah! He raised his head and looked at him three times, refusing him each time, but accepted his allegiance after the third time. 

Then turning to his companions, he said: Was not there a wise man among you who would stand up to him when he saw that I had withheld my hand from accepting his allegiance, and kill him?

They said: We did not know what you had in your heart, Apostle of Allah! Why did you not give us a signal with your eye?

He said: It is not advisable for a Prophet to play deceptive tricks with the eyes.

Sahih Bukhari 5:59:582

Volume 5, Book 59, Number 582:
Narrated Anas bin Malik: 

On the day of the Conquest, the Prophet entered Mecca, wearing a helmet on his head. When he took it off, a man came and said, “Ibn Khatal is clinging to the curtain of the Ka’ba.” The Prophet said, “Kill him.” (Malik a sub-narrator said, “On that day the Prophet was not in a state of Ihram as it appeared to us, and Allah knows better.”)

Sahih Bukhari 3:29:72

Volume 3, Book 29, Number 72:
Narrated Anas bin Malik: 

Allah’s Apostle entered Mecca in the year of its Conquest wearing an Arabian helmet on his head and when the Prophet took it off, a person came and said, “Ibn Khatal is holding the covering of the Ka’ba (taking refuge in the Ka’ba).” The Prophet said, “Kill him.”

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Palmira: a Jihad islâmica contra a História da Humanidade

4 junho, 2015 by José Atento 9 Comentários

É algo natural se pensar que a destruição dos Budas de Bamyan destruídos pelo Talibã ou a destruição dos sítios e artefatos arqueológicos de Nimrud (com o seu famoso Touro Alado), Hathra, Mosul, Níneve, e agora Palmira, seja algo de “doidos varridos.” Na verdade, estes doidos varridos estão fazendo aquilo que o doido-varrido-mor Maomé os ordenou a fazer, ou seja, destruir.

O site Islam Question and Answer traz os motivos que tornam uma obrigação para os muçulmanos destruírem o que é dos outros. Isso vem de ordens da Maomé nos hadices:

“Não deixe qualquer imagem sem que seja desfigurada ou qualquer sepultura construída sem nivelá-la.” (Muslim, 969)

“Com o que você foi enviado?” Ele disse: “Eu fui enviado para manter os laços de parentesco, para quebrar os ídolos, e para que Alá seja adorado sozinho, sem parceiro ou associado.” (Muslim, 832)

E isso sem contar que Maomé, ao entrar vitorioso em Meca após forçar os seus residentes à rendição, destruiu todas as estátuas e pedras que representavam outras religiões da Arábia, ou seja, mostrou claramente toda a sua intolerância.

Bem, como o Estado Islâmico conquistou Palmira, aguarda-se o pior. Palmira é um destes lugares que parece ter parado no tempo.

Palmira é um Património Mundial da UNESCO, contendo algumas das maiores ruínas romanas do planeta. Fundada há três milênios, este antigo centro urbano romano continua a ser uma maravilha de colunas, arcos, e espaços abertos. Palmira é conhecida como a Pérola do Deserto, sendo que o seu nome significa cidade das Palmas, é um oásis de bem-preservados 200 km a nordeste de Damasco. Seu nome apareceu pela primeira vez inscrito em uma pedra no século 19 a.C. como um ponto de parada para as caravanas que viajavam na Rota da Seda. Mas foi durante o Império Romano, a partir do primeiro século antes de Cristo e com duração mais 400 anos, que Palmira alcançou o seu ápice.

O Estado Islâmico oblitera não apenas seres humanos, mas também os restos arqueológicos de sociedades que eles pretendem refazer.

Abaixo, um vídeo a algumas fotos. Eu achei interessante tê-las pois, possívelmente, Palmira vai se tornar em apenas mais uma lembrança.

Fotos de Palmira

O anfiteatro

Visão geral

O Leão de Palmira (aparentemente, ele já foi destruído)

O Leão de Palmira é uma estátua que representa o Leão de Al-Lat, e ficava situado do lado de fora do Templo de Bel. Esta estátua era dedicada a deusa Al-Lat. Esta deusa, junto com Manat e al-Uzza, chegou a ser reconhecida por Maomé, no episódio conhecido como Versos Satânicos.

Atualização em 23 de junho: dois templos islâmicos foram destruídos
Em um aviso que o islamismo verdadeiro é o salafismo wahabista do Estado Islâmico, e não um inexistente “islamismo moderado”, dois templos islâmicos foram destruídos. Eles destruíram um templo que continha a tumba de Mohammed bin Ali, um descendente do sobrinho de Maomé, bem como o templo de Abu Brhadine, uma figura religiosa de Palmira. (ibtimes). Imagina a farra que estes caras vão fazer na Europa, ou em Tiradentes, MG.

Atualização em agosto de 2015: estudioso de 80 anos decapitado por se recusar a revelar a localização de objetos de valor
Semana passada, militantes do ISIS decapitaram Khaled al-Asaad, um renomado estudioso do mundo antigo de 80 anos, e pendurou-o em uma coluna romana nas ruínas de Palmira, na Síria. Al-Asaad não era uma ameaça: ele dedicou sua vida a estudar as antiguidades em Palmyra, um Patrimônio Mundial da UNESCO cheio de tesouros históricos insubstituíveis, como os 2.000 anos de antigos edifícios romanos e magníficas estátuas pré-islâmicas. Quando ISIS conquistou Palmyra em maio, al-Asaad se recusou a fugir, ficando para trás para tentar proteger o local contra ISIS pilhagem. Alegadamente, ele morreu após ISIS tê-lo interrogado, na expectativa dele revelar a localização de alguns dos objetos de valor escondidos de Palmyra. Para um estudioso como al-Asaad, proteger esses segredos é uma causa que vale a pena morrer (fonte, fonte).


Agosto de 2015: Califado Islâmico destroi templo de Baal Shamin 
O mundo acorda mais pobre esta manhã. O islão acrescenta mais um patrimônio cultural dos outros na sua lista de atrocidades contra o mundo civilizado. Eles fazem isso seguindo o exemplo de Maomé, que destruiu todos os símbolos religiosos dos outros após ocupar militarmente Meca. Os valorosos “soldados de Alá” do Estado Islâmico destruíram o templo de Baal Shamin. Esta edificação foi construída no ano 17 d.C. (exatos 1998 anos atrás!) e expandida pelo Imperador Romano Adriano no ano 130 d.C. (fonte)

Outubro de 2015
Estado Islâmico destrói o “Arco do Triunfo” de Palmira (CNN).

Março de 2016
Exército sírio recaptura Palmyra!

O presidente Bashar al-Assad elogiou a recaptura de Palmyra do chamado Estado Islâmico (IS) como uma “conquista importante” na “guerra ao terrorismo”.
Fontes militares afirmam que o exército sírio agora tem “controle total” sobre a cidade de Palmyra, devido ao apoio russo. O exército sírio do presidente Bashir al-Assad vinha ganhando terreno durante vários dias, apoiado por ataques aéreos russos.
O presidente russo, Vladimir Putin felicita Assad, disse um porta-voz do Kremlin.
O Kremlin disse que o presidente Assad sabia que a operação Palmyra “teria sido impossível sem o apoio da Rússia” ….
(BBC)


Maio de 2016

Russos comemoram com um concerto no Anfiteatro Romano de Palmira.

Dezembro de 2016

Estado Islâmico retoma Palmira. Os jihadistas se reagruparam e formaram um batalhão com 4 mil psicopatas.  (CNN)

Janeiro de 2017

Síria: Estado Islâmico destrói metade do anfiteatro de Palmira
A jihad contra a história e a arte continua, e eles detonaram metade do anfiteatro romano. Para não perder o ensejo, eles degolaram 12 pessoas. (PJMedia)

Leituras Complementares

Obrigação de destruir “ídolos”: a Jihad islâmica contra a Arte e a História da Humanidade (Islam Q&A)

Jahiliyya: ignorância pré-islâmica, e o ódio islâmico às artes, religiões e culturas dos outros – Exemplos

Maomé assassino e intolerante: execuções e destruição de “ídolos” após a ocupação de Meca

Mais sobre Palmira no wikipedia em inglês e um pouco em português.

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Obrigação de destruir “ídolos”: a Jihad islâmica contra a Arte e a História da Humanidade (Islam Q&A)

2 junho, 2015 by José Atento 1 comentário

A única maneira de se aprender sobre o islamismo é ouvindo ou lendo aquilo que os imãs muçulmanos dizem ou ensinam aos muçulmanos, pois o que eles dizem para os káfirs (não muçulmanos) é geralmente uma versão higienizada e mentirosa do islão, usada com intenção de angariar simpatias (ou talvez novos adeptos) bem como a de facilitar a penetração da Sharia na sociedade onde vivem. 

O site Islam Question and Answer traz os motivos que tornam uma obrigação para os muçulmanos destruírem o que seja dos outros (considerado como ‘não islâmico’). Vale a pena ler tudo. Mas, resumidamente, esta obrigação vem de ordens da Maomé nos hadices:

“Não deixe qualquer imagem sem que seja desfigurada ou qualquer sepultura construída sem nivelá-la.” (Muslim, 969)

“Com o que você foi enviado?” Ele disse: “Eu fui enviado para manter os laços de parentesco, para quebrar os ídolos, e para que apenas Alá seja adorado, sem parceiro ou associado.” (Muslim, 832)

E isso sem contar que Maomé, ao entrar vitorioso em Meca após forçar os seus residentes à rendição, destruiu todas as estátuas e pedras que representavam outras religiões da Arábia, ou seja, mostrou claramente toda a sua intolerância.

O texto abaixo diz, dentre outras coisas que “é prescrito que se removam as coisas que podem seduzir ou confundir as pessoas, quer sejam edifícios, pessoas, animais ou objetos inanimados.” O texto diz ainda que “no tocante à desculpa de que essas estátuas são parte do legado da humanidade, não deve ser dada atenção a essas palavras. Este é um legado, mas é um legado haram [proibido] que deve ser extirpado.” 

O texto ainda diz que as pirâmides do Egito e a Esfinge só não foram destruídas quando da invasão islâmica porque elas estavam encobertas com areia, e não havia tecnologia suficiente na época para destruí-las de modo eficiente mais tarde.  

Artigos relacionados: Jahiliyya: ignorância pré-islâmica, e o ódio islâmico às artes, religiões e culturas dos outros – Exemplos e Palmira: a jihad islâmica contra a história da humanidade. (a serem publicados nos próximos dias)

20894: Obrigação de destruir ídolos

[Pergunta]

É obrigatório a destruição de estátuas no Islã, mesmo se elas sejam parte do legado da civilização humana? Por que é que quando os Sahaabah [companheiros de Maomé] conquistaram outras terras e viram estátuas eles não as destruiram?

[Resposta]

Louvado seja Alá.

A evidência da Sharia indica que é obrigatório destruir ídolos, por exemplo [hadices de Muslim]:

1 – Muslim (969) narrou que Abu’l-Hayaaj al-Asadi disse: ‘Ali ibn Abi Taalib disse-me: “Não hei de enviar-lhe com as mesmas instruções que o Mensageiro de Alá (que a paz e as bênçãos de Alá estejam com ele) me enviou? “Não deixe qualquer imagem sem desfigurar ou qualquer sepultura construída sem nivelá-la.'”

2 – Muslim (832) narrou a partir de ‘Urwah ibn’ Abasah que ele disse ao Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele): Ele disse: “Eu fui enviado para manter os laços de parentesco, para quebrar os ídolos, e para que apenas Alá seja adorado, sem parceiro ou associado.“

A obrigação de destruí-los é ainda mais forte se eles são adorados em vez de Alá.

3 – al-Bukhari (3020) e Muslim (2476) narraram que Jareer ibn ‘Abd Allah-al-Bajali disse: O Mensageiro de Alá (paz e bênçãos de Alá estejam sobre ele) disse-me: “O Jareer, você não me livra de Dhu’l-Khalsah? “Essa foi uma casa (no Iêmen) pertencente à (tribo de) Khath’am, que foi chamado Ka’bat al-Yamaaniyyah. Parti com cento e cinquenta cavaleiros. Eu não costumava sentar firme em cavalos e eu mencionei ao Mensageiro de Alá (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele). Ele me bateu no meu peito com a mão e disse: “Ó Alá! Faça-o firme e faça-o aquele que guia os outros e é guiado no caminho certo.” “Então Jareer foi e queimou isso com fogo, em seguida, Jareer enviou um homem chamado Abu Artaat ao Mensageiro de Alá (paz e bênçãos de Alá estejam sobre ele). Ele disse:” Eu não vim para você até que nós tivéssemos deixado tudo tal como um camelo sarnento. “Então o Mensageiro de Alá (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele), abençoou os cavalos da (tribo de) Ahmas e os seus homens cinco vezes.

Al-Haafiz Ibn Hajar disse:

Este hadice indica que é prescrito que se removam as coisas que podem seduzir ou confundir as pessoas, quer sejam edifícios, pessoas, animais ou objetos inanimados. [o grifo é nosso]

4 – O Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele) enviou Khaalid ibn al-Waleed (que Alá esteja satisfeito com ele) em uma campanha para destruir a Al-‘Uzza.

5 – e ele enviou Sad ibn Zayd al-Ashhali (que Alá esteja satisfeito com ele) em uma campanha para destruir Manaat.

6 – E enviou ‘Amr ibn al-‘Aas (que Alá esteja satisfeito com ele) em uma campanha para destruir Suwaa’. Tudo isso aconteceu depois da conquista de Meca.

Al-Bidaayah wa’l-Nihaayah, 4/712. 776. 5/83; al-Seerah al-Nabawiyyah pelo Dr. Ali al-Salaabi, 2/1186.

Al-Nawawi disse em Sharh Muslim quando se discute a questão da tomada de imagem:

Eles concordaram por unanimidade que  tudo o que lançar uma sombra não permitida deve ser mudado.

Imagens que lançam uma sombra são imagens tridimensionais como estas estátuas.

Com relação ao que é dito sobre os Sahaabah [companheiros de Maomé] (que Alá esteja satisfeito com eles) não terem destruído ídolos nas terras conquistadas, isto é apenas conjectura. Os companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele) não teriam deixado ídolos e estátuas sozinhos, especialmente desde que eles fossem adorados naquele momento.

Se for perguntado, como é que os Sahaabah [companheiros de Maomé] deixaram em paz os antigos ídolos dos faraós e fenícios? A resposta é que esses ídolos cairam em uma das três categorias:

1 – Estes ídolos podem ter estado em lugares remotos que os Sahaabah não alcançaram; quando os Sahaabah conquistaram o Egito, por exemplo, isso não significa que eles chegaram a todas as partes da terra.

2 – Esses ídolos podem não ter sido visíveis, ao contrário, eles podem ter estado dentro de prédios faraônicos, etc. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá esteja sobre ele) disse-nos apressar para atravessar as moradas dos malfeitores e aqueles que tinham sido punidos, e ele proibiu de entrar em tais lugares. Em al-Saheehayn é dito: “Não entre sobre aqueles que foram punidos, a menos que você esteja chorando, para que não suceda-lhe algo como aquilo que lhes sucederá.” Ele (paz e bênçãos de Alá estejam sobre ele) disse que, quando ele passou por ashaab al-Hijr [os habitantes do trato rochoso – ver al-Hijr 15:80], na terra de Samud, o povo de Saalih (que a paz esteja com ele).

De acordo com outro relatório narrado em al-Saheehayn, “Se você não está chorando, então não entre em cima deles, para que não suceda-lhe algo como aquilo que lhes acontecer.”

O que nós pensamos é que, se os companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele) viram um templo ou edifício pertencente dessas pessoas, eles não entraram nem mesmo olharam para o que estava dentro dele.

Isto irá dissipar qualquer confusão sobre o porquê os Sahaabah não viram as pirâmides ou o que está dentro delas. Há também a possibilidade de que as suas portas de entradas estavam cobertas com areia naquele momento.

3 – Muitos desses ídolos que são visíveis hoje em dia foram cobertos e escondidos, e só foram descobertos recentemente, ou eles foram trazidos de lugares remotos que os companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam sobre ele) não atingiram.

Al-Zarkali foi questionado sobre as Pirâmides e a Esfinge, etc: Será que os Sahaabah que entraram no Egito não as viram?

Ele disse: Elas estavam principalmente cobertas com areia, especialmente a Esfinge.

Shibh Jazeerat al-‘Arab, 4/1188

Então, mesmo se assumirmos que havia uma estátua que era visível e não escondida, então ainda temos que provar que os Sahaabah a viu e foram capazes de destruí-la.

O fato é que os Sahaabah [companheiros de Maomé] (que Alá esteja satisfeito com eles) não teriam sido capazes de destruir algumas dessas estátuas. Levou-se 20 dias para destruir algumas dessas estátuas, mesmo com ferramentas, equipamentos e explosivos, etc. que não estavam disponíveis para os Sahaabah de modo algum.

Isto é indicado pelo que Ibn Khuldoon disse em al-Muqaddimah (p. 383), que o califa al-Rasheed era incapaz de destruir a plataforma de Chosroes [rei sassânida da Pérsia]. Ele começou a fazer isso, e ele reuniu homens e ferramentas, e queimou-a com fogo, e derramou vinagre sobre ela, mas ele foi incapaz de destruir. E o califa al-Ma’moon queria destruir as pirâmides do Egito, e reuniu trabalhadores para isso, mas ele não foi capaz de fazê-lo.

No tocante à desculpa de que essas estátuas são parte do legado da humanidade, não deve ser dada atenção a essas palavras. Al-Laat, al-‘Uzaa, Hubal, Manaat e outros ídolos eram também um legado para aqueles que os adoraram entre os Coraixitas e os árabes.

Este é um legado, mas é um legado haram [proibido] que deve ser extirpado. Quando o comando vem de Alá e Seu Mensageiro, em seguida, o crente deve apressar a obedecer, e o comando de Alá e do Seu Mensageiro não pode ser rejeitado com o fundamento desta desculpa esfarrapada. Alá diz (interpretação do significado):

“A única resposta dos fiéis crentes, quando eles são chamados a Alá (suas palavras, o Alcorão) e Seu Mensageiro, para julgar entre eles, é que eles digam:” Nós ouvimos e obedecemos.” E esses são os que obtém sucesso (aqueles que vão viver para sempre no Paraíso) “

[Al-Noor 24:51]

Pedimos a Alá para ajudar os muçulmanos a fazer o que Ele ama e que Lhe agrada.

E Alá sabe melhor.

Abaixo, uma screen capture da fatwa do Islam Question and Answer.

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Reflexões ao caminhar sobre a Muralha da China: o poder corrompedor do islão e a “idade da ignorância pré-islâmica”

15 maio, 2014 by José Atento Deixe um comentário

Injunções de natura profissional
me fazem viajar bastante (a propósito, graças a elas conhecí, e mantenho
relação, com o islão ortodoxo que exponho). Estou na China. E algo que me enche
de admiração por esta cultura milenar é a Muralha da China. Obra de proporções
monumentais, ela foi erguida ao longo de muitos anos com o intuito de proteger
a China das incursões bárbaras, notadamente das tribos nomáticas do norte (mongóis).
É claro que, mais tarde, os mongóis se agruparam (ou melhor foram agrupados à
força por Genghis Khan) e conquistaram a China, mas as muralhas estão ainda aí,
resitindo ao tempo e testemunhando a grandeza da China.
Nós sabemos desta
história, da construção da muralha e das incursões dos mongóis, porque a China
tinha alcançado um padrão civilizatório que permitia o registro histórico.
O
poder corrompedor do islão, capaz de tornar povos pacíficos em bárbaros
Agora, vamos no mover
geograficamente para a região compreendida pelo Oriente Médio, Sudeste da
Europa, e Nordeste da África. Esta região foi testemunha do surgimento de
diversos impérios, desde os egípcios, passando pelos babilônios, persas,
gregos, romanos, e culminando com os impérios bizantino e persa sassânido.  São milhares de anos de história, a qual
tomamos conhecimento pelos registros históricos que estas cilizações nos
deixaram.
Agora, veja que
curioso. Durante estes impérios, não existe um único registro do povo da
península arábica (os árabes) fazendo incursões para pilhar e roubar, estuprar
e matar. Nenhuma. Até que veio Maomé e a criação do islão. Depois disso, os
árabes se lançaram nas suas conquistas genocidas, pilhagem, estupro,
escravidão, que levaram ao extermínio do império bizantino cristão no Oriente
Médio e Norte da África, levaram ao extermínio do império sassânida zoroastra
na Pérsia, causaram o extermínio dos reinos visigodos cristãos na Península
Ibérica, a eliminação do budismo e hiduísmo no Afeganistão, e ao quase
aniquilamento da civilização hindú. E isso sem contar nas incursões na Europa,
para pilhar e sequestrar mulheres européias para servirem de escravas sexuais
nos haréns árabes, bem como no tráfico de escravo da África sub-saariana (que só foi estancado pelos canhões dos colonialistas britânicos). 
Então, me diga, foram
os árabes que corromperam o islão ou foi o islão que corrompeu os árabes?
Jahiliyya,
a idade da ignorânica pré-islâmica
Uma das coisas mais
interessantes de se descobrir, ao ler ou conversar com muçulmanos ou com
apologistas islâmicos, é sobre o conceito de Jahiliyya. Eles irão tentar
demonstrar que a ciência moderna é totalmente uma consequência de uma suposta
idade de ouro do islão, apenas destruída por forças externas. Algo que como um
milagre de Alá e do Alcorão. Que as trevas que existiam foram dissipadas com as
revelações do “último profeta.” Isto, claro, é 
pura propaganda. Eles dizem que tudo o que existia antes foi nada mais
do que uma idade da ignorância pré-islâmica.
E aqui estou eu,
caminhando sofregamente por 3 horas sobre as Muralhas da China (já não tenho o
mesmo preparo físico da minha juventude), e admirando esta obra da engenharia
milenar chinesa e refletindo sobre panacéia islâmica da jahiliyya.
Ora bolas, é muita
presunção, sem dizer erro histórico e total desdém para como os outros , sequer
insinuar sobre uma “idade da ignorância pré-islâmica.” A bússola foi invenção
chinesa, o zero foi inventado pelos hindús, a álgebra já existia, e por aí vai.
E chega-se ao absurdo de falarem sobre a maravilha da arquitetura islâmica como
se nada tivesse sido feito antes, e melhor, diga-se de passagem, muito tempo
antes. A Catedral de Hagia Sofia é um exemplo disso. Ela foi construída 3
séculos antes de Maomé, mas foi imediatamente transformada em mesquita quando
os turcos otomanos conquistaram Constantinopla, no século XV, e existem
muçulmanos que têm a audácia de apontar Hagia Sofia como um exemplo de
arquitetura islâmica!
E ainda é comum
encontrar muçulmanos, e apologistas, que dizem que enquanto que a Europa estava
na idade das trevas, as cidades islâmicas tinham luz nas ruas (o que por sí só
é um exagero). Mas o fato é que enquanto chineses, egípcios, babilônios,
persas, gregos, romanos, bizantinos e persas sassânidos estava ocupados
construindo civilizações, saber e conhecimento, os árabes estavam comendo
areia, vivendo em tendas e promovendo o infanticídio de seus filhos.
Para propagar o
islamismo vale tudo, inclusive mentir ou fazer propaganda enganosa.

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