• Skip to main content
  • Pular para sidebar primária

lei islâmica em ação

Não queremos Lei Islâmica (Sharia) no Brasil

Constantinopla

Quando os britânicos traíram os gregos (e russos) e mantiveram Hagia Sofia sob controle turco

25 julho, 2020 by José Atento Deixe um comentário

Você sabia que a bandeira grega chegou a tremular em Constantinopla ao final da Primeira Grande Guerra Mundial, e que a região da Trácia Oriental (a parte européia da atual Turquia), incluindo Constantinopla e a Catedral de Hagia Sofia, retornaria ao controle grego? Bem, isso não aconteceu porque o Reino Unido não cumpriu com o seu lado do acordo, temerosos com a reação dos muçulmanos súditos do Império Britânico. Ante disso, porém, em 1878, a esquadra britânica impediu os russo de reconquistar Istanbul (Constantinopla).

O texto abaixo é extraído do artigo Η Αγια Σοφιά χωρίς μιναρέδες και με χριστιανικό σταυρό στον τρούλο, σε ελληνικό χαρτονόμισμα του 1923 (A Hagia Sophia sem minaretes e com uma cruz cristã na cúpula, na nota grega de 1923).

A nota de quinhentos dracmas com uma representação da Hagia Sophia foi projetada em 1921 pela American Banknote Company e entregue em 1923.

No final da Primeira Guerra Mundial, em 30 de outubro de 1918, foi assinado o primeiro armistício da guerra, o Armistício de Mudros, entre o Almirante Inglês Calthorp, procurador dos Aliados da Tríplice Entente, por um lado, e o Império Otomano, por outro. A Grécia estava do lado dos vencedores.

Os encouraçados Georgios Averoff e Kilkis navegaram para Constantinopla e ali ergueram a bandeira grega como uma das forças vitoriosas da Grande Guerra, visando a realização da Grande Ideia. Esses eventos se tornam uma ocasião para expressões emocionais de entusiasmo por toda a população grega de Istambul, naquele tempo, ainda numerosa.

Uma revelação importante foi feita pelo jornal turco Zaman de que, após a ocupação de Istambul pelas tropas aliadas da Tríplice Entente, em 13 de novembro de 1918, os britânicos pretendiam devolver Hagia Sophia aos cristãos da cidade, mas no último momento eles se retiraram.

Percebe-se que se isso acontecesse e se a cruz dominasse novamente a majestosa cúpula de Hagia Sophia, este seria um evento de grande significado histórico, simbólico e psicológico e afetaria decisivamente o retorno final da cidade às mãos dos gregos.

O reaparecimento da cruz na cúpula de Hagia Sophia seria um dos maiores golpes históricos sobre os turcos e provocaria a evacuação da cidade do elemento islâmico, como estimavam as tropas aliadas na época, segundo o jornal turco.

E quando tudo parecia pronto e os planos para a reconversão de Hagia Sophia em uma igreja cristã já haviam sido feitos, houve uma reação das tropas muçulmanas do Império Britânico e foram feitas algumas ameaças de que, se isso acontecesse, os muçulmanos na Índia se revoltariam, o mesmo podendo ocorrer em outras áreas do Império Britânico, onde este dominava populações muçulmanas.

Segundo Zaman, os primeiros pensamentos do então primeiro-ministro britânico Lloyd George, após a ocupação de Constantinopla pelas tropas da Tríplice Entente, em novembro de 1918, foram a entrega imediata de Hagia Sophia aos cristãos. Com essa ação, como estimou o primeiro-ministro britânico, haveria uma grande tendência dos muçulmanos a fugirem para a Ásia Menor, pois parece que a cidade finalmente voltaria às mãos dos cristãos e retornaria ao seu nome original, ou seja, Constantinopla.

Quanto ao califado muçulmano que até então tinha sede em Istambul, eles seriam transferidos para Bursa ou Konya e, assim, grande parte do sacerdócio muçulmano deixaria a cidade. Por outro lado, de acordo com fontes britânicas da época, já havia centenas de mesquitas em Istambul, portanto, alterar o status de Hagia Sophia e convertê-la em uma igreja cristã não afetaria os deveres religiosos dos muçulmanos que permanecessem na cidade.

Mas, começou a haver discordância sobre quem a Hagia Sophia seria entregue. Obviamente, a primeira prioridade foi dada aos gregos da cidade, conforme relatado por fontes britânicas, pois Hagia Sophia foi o símbolo da ortodoxia grega por mil anos e agora o Patriarcado Ortodoxo Grego a reivindicava com seriedade. No entanto, existiam reivindicações do lado russo desde 1915, pelo historiador russo Trubetskoy com referências relevantes ao conhecido escritor russo Dostoyevski.

Mas nada disso aconteceu por causa de mudanças de planos vindos de Londres, o centro do então grande Império Britânico, que, naquela época, governava a maior parte do mundo islâmico e até ocupava as grandes cidades sagradas dos muçulmanos, ou seja, Meca e Medina.

A questão ficou sem resolução até a catástrofe da destruição da Ásia Menor e a ocupação de Istanbul pelas tropas de Mustafa Kemal Atatürk, em 6 de outubro de 1924. Assim, uma oportunidade única foi perdida para o cristianismo, mas também para o helenismo, que retornaria a este templo histórico após quatro séculos e meio de ocupação islâmica.

Constantinopla e Hagia Sofia

No entanto, Hagia Sophia não permaneceu como mesquita, pois Kemal Atatürk, segundo o jornal turco, aceitou os planos britânicos de transformá-la em museu. A lógica era que esse templo histórico se tornasse, como ele fez, uma atração mundial que a cada ano concederia à economia turca milhões de dólares em troca de visitantes vindos de todo o mundo para admirar esta obra-prima da ortodoxia grega. O Tratado de Lausanne (23 de julho de 1923) já havia imposto um regime greco-turco completamente diferente, tanto territorialmente quanto em termos de população.

Quanto à nota de quinhentas dracmas apresentando Hagia Sophia sem minaretes e com uma cruz cristã na cúpula, nunca foi emitida devido a inflação (de acordo com a justificativa oficial) e, portanto, possui um caráter honorário, permanecendo assim uma nota rara para colecionadores.

Aqui termina o artigo, e começa o meu comentário final, sobre a guerra russo-turca de 1877-1878.

O evento narrado acima não foi o único evento histórico no qual os britânicos ajudaram os turcos. Um evento famoso foi a Guerra da Criméia (1853-1856), quando o Reino Unido, aliado com a França e com os turcos-otomanos, lutaram contra a Rússia. Mas existe outro evento, não tão conhecido, durante a guerra russo-turca de 1877-1878, quando a esquadra inglesa veio em ajuda aos turcos para impedir que as tropas russas reconquistassem Constantinopla, e ocupassem os estreitos de Bósforos e Dardanelos. (Não existem princípios em geopolítica)

Só para servir de ilustração, este é o mapa da campanha da guerra russo-turca de 1877-1878. Veja que o exército russo já havia conquistado a Trácia Oriental (a parte européia da atual Turquia) e estava nos arredores de Istanbul (seta vermelha no canto inferior esquerdo do mapa). Mas, aí, os britânicos resolveram impedir a vitória final dos russos, salvando o Império Otomano.

Teatro de operações da guerra russo-turca de 1877-1878 (fonte)

“Em resposta à proximidade da Rússia com o estreito de Marmara, os britânicos, contra a vontade do sultão turco-otomano, intervieram na guerra. Uma grande força-tarefa representando a supremacia naval britânica entrou no estreito de Marmara e ancorou à vista do palácio real [em Istanbul] e do exército russo. Os britânicos salvaram o Império Otomano mais uma vez. Frenta à perspectiva de uma entrada britânica na guerra, os russos decidiram resolver a disputa através do Tratado de Santo Estéfano.”

Para vocês verem o quão perto os russos estavam de conquistar Istanbul em 1978, que turcos chegaram a se refugiar na então mesquita de Hagia Sofia, como ilustrado na figura abaixo.

M. Tancoigny – Refugiados turcos dentro da Hagia Sophia, em Istambul, durante a Guerra Russo-Turca de 1877 a 1878 (fonte)

Arquivado em: Constantinopla, História, Turquia Marcados com as tags: Constantinopla, Hagia Sofia, História, Reino Unido, Rússia, Turquia

Previous Post Catedral de Hagia Sofia foi transformada em mesquita, novamente (vídeo 21)
Next Post Erros históricos e anacronismos do Alcorão provam que ele é humano e não divino (vídeo 22)

Catedral de Hagia Sofia foi transformada em mesquita, novamente (vídeo 21)

11 julho, 2020 by José Atento 1 comentário

Tratamos sobre a situação da grande Catedral de Hagia Sofia, preservada como um museu, em dois artigos anteriores: Catedral de Hagia Sofia: maravilha arquitetônica da civilização ocidental e Hagia Sofia: Será que a maior igreja vai se tornar uma mega-mesquita novamente?. Agora, ela foi transformada em mesquita novamente. É o que tratamos no artigo abaixo, bem como no vídeo. Compatilhe.

Links para vídeo: https://www.bitchute.com/video/nLnIHy3MVWoY/, https://youtu.be/pthol9thEp0, https://3speak.online/watch?v=infielatento/ayueywhl e https://d.tube/#!/v/joseatento00/QmcnWn47MF35Y3D6uvo289f3HC4EaxwxogDgjCCkUr4pBM

Algo muito sério aconteceu ontem e que pode ter repercussões importantes no futuro próximo. O governo turco tornou em mesquita a Catedral da Santa Sabedoria (Hagia Sofia), em Istanbul (ex-Constantinopla). A Catedral era mantida como um museu, e patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, desde 1935. Mas o governo neo-islâmico do presidente, e candidato da califa, Erdogan, deseja re-editar a glória do império otomano (promotor de tantas guerras santas ‘jihads’ e tanto sofrimento por 5 séculos – invasões que são o vetor da bagunça que são os Balcãs até hoje).

O Imperador Justiniano, o Grande, dedicou a Igreja de Hagia Sophia à Santa Sabedoria de Deus, ou seja, Jesus Cristo, em 537. Quase mil anos depois, em 1453, o sultão Maomé II conquistou Constantinopla e converteu a basílica em uma mesquita. Em 1934, o Presidente Kemal Atatürk, fundador da República da Turquia, transformou a mesquita em um museu como parte de suas reformas secularistas.

Mas o espírito secularista de Atatürk está sendo enterrado.

Mustafa Destici, líder do Partido da Grande Unidade (BBP), disse a repórteres que Hagia Sophia “é um símbolo de conquista”. Disse Destici: “Em nossa opinião, a reabertura de Hagia Sophia, longe de ser apenas uma necessidade de reivindicar uma relíquia de conquista, é uma questão de soberania e independência.”

O presidente Erdoğan disse, na televisão turca: “A surata 48 Al-Fath será recitada e as orações [islâmicas] serão realizadas na Hagia Sofia como parte do festival de conquista.” Esta surata diz: “De fato, nós lhe demos, ó Maomé, uma conquista clara.” Isso é uma declaração triunfal de propriedade sobre território conquistado.”

Esta decisão encontra uma forte reação contrária por parte dos países que abraçam o cristianismo ortodoxo, dentre eles a Rússia, a Grécia e a porção independente do Chipre, mas não esperem algo do cristianismo católico que irá ignorar ou minimizar o assunto (para não prejudicar o diálogo inter-religioso com o islamismo – ou seja, submissão ao mesmo). Aliás, a ação da Turquia de converter Hagia Sofia em uma mesquita mostra a inutilidade da declaração conjunta do Papa Francisco com o Grão-Imame de Al-Azhar. O Papa Francisco certamente respeita o Islã e os Muçulmanos, mas esse respeito não é mútuo e nunca seria mútuo, pois o Alcorão 98:6 descreve cristãos que se recusam a aceitar o Islã – ‘os incrédulos entre o Povo do Livro’ – como ‘o mais vil dos seres criados.’

Não esperem reação contrária, também, do cristianismo protestante. Talvez cristãos evangélicos reajam contra e critiquem a decisão. Quanto à esquerda marxista, e o globalismo corporativo que ela apoia, bem para ela, tudo o que enfraquece o cristianismo e/ou a civilização ocidental é bem-vindo. Por exemplo, o Google Maps já apresenta a Hagia Sofia como uma mesquita. Eles são rápidos para satisfazerem os seus senhores.

Os Estados Unidos pediram à Turquia que mantenha a “complexa história multirreligiosa” do Patrimônio Mundial da UNESCO e o Metropolita Ortodoxo Russo, Hilarion Alfeyev, de Volokolamsk, alertou que qualquer tentativa de alterar o status do museu de Hagia Sophia levará a “violar frágeis saldos inter-confessionais”.

O mundo islâmico, claro, está em festa.

O interessante é que existem profecias de santos da igreja ortodoxa (por exemplo, anciões Paisios do Monte Athos, e José de Vatopedi) que ligam o retorno de Hagia Sofia como mesquita a destruição da Turquia, pelas mãos da Rússia, após ataque turco contra a Grécia. Segundo estas profecias, os europeus não irão aceitar o controle russo dos estreitos de Bósforos e Dardanelos, que seriam entregues para controle dos gregos, que retornariam para suas terras. Armênios e curdos ocupariam o restante da Anatólia, finalmente livre a ocupação turca.

Bem, independente de tudo, vamos ver como se desenrola este novo tapa do islamismo no rosto da humanidade. Lembre-se. Segundo o Islã, o Islã existe para dominar, e não ser dominado. Será que Erdogan vai realizar sua promessa de ‘libertar Al-Aqsa’ (ou seja, Jerusalém) depois de transformar Hagia Sofia em mesquita?

Desenho mostrando os maravilhosos mosaicos da Catedral de Hagia Sofia sendo cobertos por argamassa após Constantinopla ter caído para os turcos-otomanos

Atualizações — mais notícias

Mundo Árabe elogia a decisão turca de reconverter Hagia Sophia em uma mesquita: “Hagia Sophia pertence a todos os muçulmanos”
Expressões de satisfação vieram de importantes figuras, tais como o pregador da mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, o Grão-Mufti de Omã, o porta-voz da Irmandade Muçulmana, e a União do Magrebe Árabe. (Eurasia Times)

Turquia: imã empunha espada durante primeira oração de sexta-feira na Hagia Sofia (Ayasofya), recentemente transformada em mesquita
O imã deu seu sermão com uma espada que marca a conquista islâmica de Constantinopla e a supremacia do Islã. Erdogan estava lá. A Turquia está voltando à barbárie.

Arquivado em: Constantinopla, História, Turquia, Vídeos (série) Marcados com as tags: Constantinopla, Hagia Sofia, vídeos (série)

Previous Post Resumo de notícias sobre a Jihad Global – junho de 2020
Next Post Quando os britânicos traíram os gregos (e russos) e mantiveram Hagia Sofia sob controle turco

Catedral de Hagia Sofia: maravilha arquitetônica da civilização ocidental

17 maio, 2016 by José Atento Deixe um comentário

A tradução literal de Hagia Sofia é “Santa Sabedoria”, sendo o seu nome completo Igreja da Santa Sabedoria de Deus.

Uma ilustração de como Hagia Sofia foi vista por mais de 900 anos: com a cruz no topo  

Poucos sabem que existiram duas catedrais antes da construção definitiva da Catedral de Hagia Sofia. A primeira catedral foi erguida e dedicada no ano de 360 pelo imperador Constâncio, o filho do fundador da cidade, o imperador Constantino. Originalmente, a primeira catedral foi chamada de Megale Ekklesia (Grande Igreja). O nome Hagia Sofia entrou em uso em torno de 430. Esta primeira estrutura da igreja foi destruída durante os distúrbios em 404, durante um motim após o segundo banimento de São João Crisóstomo, então patriarca de Constantinopla. A segunda igreja foi construída e dedicada em 415 pelo imperador Teodósio II. Ela foi incendiada durante a revolta de Nika, em 532. A Revolta de Nika causou grande destruição e morte em toda a cidade de Constantinopla.

Imediatamente após a revolta, o imperador Justiniano I (que reinou de 527 até 565) ordenou a reconstrução da igreja. O novo edifício foi inaugurado em 27 de dezembro de 537. Os responsáveis pela construção foram Antrêmio de Trales (um médico) e Isidoro de Mileto (um matemático), que, provavelmente, ​foram influenciados pelas teorias matemáticas de Arquimedes (287-212 a.C.).

A Catedral de Hagia Sofia representou um feito arquitetônico apenas igualável quando da construção das grandes catedrais européias ao final da Idade Média. Ela permaneceu como a maior catedral até o ano de 1520, quando a Catedral de Sevilha foi completada.

A Catedral de Hagia Sofia continha uma grande coleção de relíquias e tinha, entre outras coisas, uma iconóstase de 15 metros de altura em prata. As suas paredes internas eram recobertas por ícones bizantinos em mosaicos.

Em termos arquitetônicos, Santa Sofia combina uma basílica longitudinal e um edifício centralizado de uma maneira inteiramente original, com uma enorme cúpula principal 32 metros, apoiada sobre pendentes e dois semidomes, um em cada lado do eixo longitudinal. O plano do edifício é quase quadrado. Existem três naves separadas por colunas com galerias sobre elas, e grandes pilares de mármore que se levantam para apoiar a cúpula. As paredes acima das galerias e da base da cúpula possuem janelas que permitem a passagem da luz dando a impressão de que a cúpula flutua no ar.

Hagia Sophia serviu como cátedra, ou assento do Bispo da cidade, desde a sua fundação até a conquista de Constantinopla pelos turcos-otomanos, em 29 de maio de 1453, após 53 dias de sítio. O exército jihadista estava sob o comando do Califa Mehmed II (Maomé II), que dessecrou a catedral tornando-a em uma mesquita. No processo, as relíquias, os ícones e os vasos sagrados foram roubados e os mosaicos foram cobertos por argamassa. Um mihrab e um mimbar foram construídos na parte interna, e enormes discos de bronze com caligrafia islâmica pendurados nas paredes, contendo os nomes de Alá, Maomé e diversos califas. Na parte externa, quatro enormes minaretes foram erguidos. A enorme cruz em um medalhão na cimeira da cúpula foi destruída e substituída pela Lua Crescente.

Alguns mosaicos puderam ser parcialmente recuperados

Os turcos-otomanos apenas conseguiram construir uma mesquita similar em tamanho a Hagia Sofia em 1616, 163 anos após a conquista e ocupação de Constantinopla.

Em 1935, sob ordens do Kemal Atatürk, o prédio foi transformado em um museu. Contudo, muçulmanos podem fazer suas orações dentro do prédio (os cristãos não podem) o que significa que, na prática, Hagia Sofia continua sendo uma mesquita. Apenas uma pequena parte dos ícones nas paredes foram recuperados e são visíveis. Os historiadores da arte consideram os belos mosaicos do edifício como a principal fonte de conhecimento sobre o estado da arte do mosaico no período logo após o fim da controvérsia iconoclasta na séculos VIII e IX.

Em novembro de 2016, o governo do islamista Recep Erdogan, tornou a Hagia Sofia em mesquita, novamente, revogando a ordem de Atarturk de manter a antiga catedral como um museu. Isto se deu, na prática, ao nomear um imã permanente para Hagia Sofia.  (Gatestone Institute)

Para complementar, algumas palavras sobre a Queda de Constantinopla:

Na cidade todos perceberam que o momento fatídico havia chegado. Na cidade, enquanto os sinos das igrejas soaram em luto, os cidadãos e soldados juntaram-se em uma longa procissão atrás das relíquias sagradas tiradas das igrejas. Cantando hinos, homens, mulheres, crianças, soldados, civis, clero, religiosos e religiosas, sabendo que eles iriam morrer em breve, fizeram a paz com eles mesmos, com Deus e com a eternidade.

Quando a procissão terminou o Imperador se reuniu com seus comandantes e os notáveis ​​da cidade. Em um discurso filosófico ele disse a seus súditos que o fim do seu tempo tinha chegado. Em essência, ele disse que o homem tinha de estar pronto para enfrentar a morte quando ele tem que lutar por sua fé, por o seu país, pela a sua família ou pelo seu soberano. Todas as quatro razões agora estavam presentes. Além disso, seus súditos, que eram os descendentes de gregos e romanos, tinham que imitar os grandes ancestrais. Eles tiveram que lutar e sacrificar-se sem medo. Eles tinham vivido em uma grande cidade e eles estavam agora prestes a morrer defendendo-a. Quanto a ele, ele iria morrer lutando por sua fé, por a sua cidade e por o seu povo … Ele agradeceu a todos os presentes pela sua contribuição para a defesa da cidade e pediu-lhes para perdoá-lo, se ele já tinha tratado-os sem bondade. Enquanto isso, a grande igreja de Santa Sofia estava lotada. Milhares de pessoas estavam se movendo em direção à igreja. No interior, padres ortodoxos e católicos estavam celebrando missas. As pessoas estavam cantando hinos, outros choravam abertamente, outros estavam perguntando uns aos outros para serem perdoados. Aqueles que não estavam servindo nas muralhas também foram para a igreja, entre eles foi visto, por um breve momento, o Imperador. Pessoas confessaram e comungaram. Então, aqueles que estavam indo para lutar voltaram para as muralhas.

A partir da grande igreja do Imperador cavalgou até o palácio em Blachernae. Lá, ele pediu a sua casa para perdoá-lo. Ele se despediu dos homens e mulheres que estavam emocionalmente abalados, deixou seu palácio, e afastou-se, para a noite, para uma última inspeção das posições de defesa. Então tomou a sua posição de batalha.

Os excessos que se seguiram durante as primeiras horas da vitória turco-otomana, são descritos em detalhe por testemunhas oculares …

Bandos de soldados começaram a saquear. Portas foram quebradas, casas particulares foram saqueados, seus inquilinos foram massacrados. Lojas nos mercados da cidade foram saqueadas. Monastérios e conventos foram invadidos. Seus inquilinos foram mortos, freiras foram estupradas, muitas, para evitar a desonra, se mataram. As tropas se satisfaziam em uma orgia de matança, estupro, pilhagem, incênciso, escravização, que continuou sem parar. As grandes portas de Santa Sofia foram forçadas a abrir, e multidões de soldados irritados entraram e cairam sobre os adoradores infelizes. O saque e a matança no lugar santo durou horas. Semelhante foi o destino dos adoradores na maioria das igrejas da cidade. Tudo o que poderia ser tomado a partir dos esplêndidos edifícios foi tomado pelos novos senhores da capital imperial. Ícones foram destruídos, manuscritos preciosos foram perdidos para sempre. Dezena de milhares de civis foram escravizados, enquanto que os soldados lutavam pela posse de meninos e meninas. Morte e escravidão não distinguiu entre as classes sociais. Nobres e camponeses foram tratados com igual crueldade.

O Sultão entrou na cidade na tarde do primeiro dia de ocupação. Constantinopla era finalmente dele, e ele tinha a intenção de torná-la o capital de seu poderoso Império. Ele visitou a cidade em ruínas. Ele visitou Santa Sofia, que ele ordenou para ser transformada em uma mesquita. O que se viu foi desolação, destruição, morte nas ruas, ruínas, igrejas profanadas …

Referências:

  • Rowland J. Mainstone, Hagia Sophia: Architecture, Structure and Liturgy of Justinian’s Great Church, Thames & Hudson, 1997.
  • Evans, Helen C. (Editor), Byzantium: Faith and Power (1261–1557), Met Publications, 2004. (pdf disponível online)
  • Encyclopædia Britannica, Hagia Sophia, página visitada em 15 de maio de 2016.
  • Emma Wegner, Hagia Sophia, 532-37, Department of Medieval Art and The Cloisters, The Metropolitan Museum of Art, outubro de 2004, visitado em 15 de maio de 2016.
  • Dionysios Hatzopoulos, The Fall of Constantinople, 29 May 1453, Facing Islam Blog, visitado em 15 de maio de 2016.
Hagia Sophia como vista hoje: sob ocupação a 563 anos    

Arquivado em: Constantinopla, História Marcados com as tags: Constantinopla, Hagia Sofia, História

Previous Post Islão proíbe a música, o canto e instrumentos musicais
Next Post Não! Salvador não é árabe (e muito menos, islâmica) – refutação a artigo de Ronney Argolo, no Correio de Salvador

Hagia Sofia: Será que a maior igreja vai se tornar uma mega-mesquita novamente?

10 junho, 2012 by José Atento 1 comentário

Imagine Roma, a capital do cristianismo, sendo ocupada por um exército muçulmano e islamizada à força. As suas igrejas sendo destruídas, suas obras de arte vandalizadas, seus ícones religiosos dessecrados e o Vaticano tranformado em uma mesquita. Bem, isso já aconteceu, não com Roma, mas com Constantinopla (atual Istanbul). Por mil anos, Constantinopla foi a capital do cristianismo, tendo a Catedral de Hagia Sofia como o seu maior símbolo. Constantinopla foi sítiada por diversas vezes através dos séculos, primeiro pelos árabes e depois pelos turcos otomanos, que, no seu zelo de espalhar o Islão, sabiam que era necessário conquistar militarmente Constantinopla. E isso ocorreu no ano de 1453. Imediatamente, Hagia Sophia foi tornada em mesquita e quatro enormes minaretes foram erguidos ao seu redor, uma demonstração da superioridade do islão sobre o cristianismo.   

  Hagia Sofia, uma maravilha bizantina

Hagia Sophia foi, por mais de mil anos, a maior igreja do mundo. Estes atos (os vários ataques a Constantinopla bem como a sua eventual conquista) seriam apenas comparáveis a se os cristãos tivessem sitiado e conquistado Meca, algo que nunca aconteceu.

Por mais de mil anos, a magnífica Catedral de Hagia Sofia manteve-se como o centro da cristandade, até Constantinopla ser conquistada pelas hordas islâmicas dos turco-otomanos. Naquele dia fatídico, duas mil pessoas buscaram refúgio dentro da catedral, achando que os invasores iriam respeitar um lugar sagrado. Na verdade, ele foram abatidos e decapitados dentro dela, incluindo o bispo ortodoxo grego. No dia seguinte, a Catedral de Hagia Sofia foi transformada em mesquita.

Em 1934, líder turco Atatürk tornou Hagia Sofia em um museu. Mas atualmente, um Islão rejuvenecido e confiante, deseja tornar Hagia Sophia
novamente em mesquita. E deseja também conquitar Roma.

O interior de Hagia Sofia nos dias de hoje

O artigo abaixo, escrito por Raymond Ibrahim em 8 de junho de 2012, trata da Hagia Sofia. O seu título em portugues soaria como “Será que a maior igreja vai se tornar uma mega-mesquita novamente?”   

Greatest Church Soon To Be Mega Mosque? Por Raymond Ibrahim

Ostensivamente lidando com um prédio, um relatório recente demonstra como a população da Turquia, Turquia esta considerada como o país mais secular e liberal no mundo muçulmano, está revertendo para a sua herança islâmica, completa com animosidade para o Ocidente infiel e sonhando o com seu passado islâmico, com aqueles dias de glória, jihad e conquistas.

Segundo a Reuters: Milhares de muçulmanos devotos oraram fora do histórico museu de Hagia Sophia no sábado [23 de maio] para protestar contra uma lei 1934 que proíbe serviços religiosos na antiga igreja e mesquita. Adoradores gritaram: “Quebrem as correntes, vamos abrir a mesquita da Hagia Sophia” e “Deus é grande” [o notório “Allahu Akbar”] antes de se ajoelharem em oração enquanto turistas os observavam. Leis seculares da Turquia evitam que muçulmanos e cristãos adorem dentro do monumento do século 6, a maior catedral do mundo por quase um milênio antes dos  otomanos invasores terem a convertido em uma mesquita no século 15.  

Hagia Sophia, palavra grega que significa “Santa Sabedoria,” foi, de fato, a maior catedral da cristandade por mil anos. Construída em Constantinopla, o coração do império cristão, era também um símbolo vigoroso de desafio vindo do leste, um símbolo contra um Islã cada vez mais agressivo. Depois de séculos aparando os golpes dos jihadistas, Constantinopla foi finalmente conquistada por turcos otomanos em 1453. Suas cruzes foram profanadas e seus ícones desfigurados, Hagia Sophia, bem como milhares de outras igrejas, foi imediatamente convertida em uma mesquita, com os minaretes altos do Islã que a rodeiam em triunfo.

Então, após a dissolução do Império Otomano, como parte de várias reformas, Ataturk transformou Hagia Sophia em um museu “neutro” em 1934 – um gesto de boa vontade de uma Turquia cabisbaixa para o então Ocidente triunfante.

Apesar de Hagia Sophia ser um centro cristão sob a dominação islâmica, várias autoridades cristãs estão contentes de ve-la como um museu, incluindo o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, líder espiritual dos cristãos ortodoxos: “Queremos que ela permaneça um museu em linha com a República dos princípios da Turquia “, acrescentando,” que se tornasse uma igreja seria o caos. “

É verdade; basta recordar como em 2006, quando o Papa Bento estava programado para visitar Hagia Sophia, os muçulmanos ficaram indignados. Na época, o jornal independente turco Vatan escreveu: “O risco é que Bento XVI vai enviar os muçulmanos da Turquia e grande parte do mundo islâmico em paroxismos de fúria se ouver alguma percepção de que o Papa está tentando se re-apropriar de um centro que caiu para os muçulmanos. ” Antes da visita do Papa, um grupo de turcos invadiram e ocuparam Hagia Sophia, gritando “Allahu Akbar!” e avisaram! “Papa, não cometa um erro; não canse a nossa paciência.” No dia da visita do Papa, uma outra multidão de islâmicos acenavam bandeiras dizendo “Papa saia da Turquia”, enquanto cantavam que Hagia Sophia “é turca e permanecerá turca.”

Tudo isso é mais um lembrete dos duplos padrões do mundo islâmico: quando os muçulmanos conquistam territórios não-muçulmanos, como Constantinopla e suas igrejas – através do fogo e aço, com todo o sofrimento humano e miséria consequentes – os descendentes daqueles conquistados não devem esperar quaisquer desculpas ou concessões. No entanto, os muçulmanos, aqueles mesmos que nunca concederiam uma polegada de conquistas do Islã, incluindo edifícios, se encontram do outro lado da moeda – palestineos versus Israel, por exemplo – então eles recorrem a Organização das Nações Unidas e a outras cortes de opinião pública, exigindo justiça, restituições, direitos, e assim por diante. (leia sobre este tema no Artigo de Opinião no LA Times em 2006)

Mesmo no breve relatório da Reuter, as evidências de tal comportamento “passivo-agressivo” emerge. Primeiro, não se trata de muçulmanos que querem rezar; trata-se de muçulmanos que querem se vangloriar dos dias de glória da jihad islâmica e conquista: os muçulmanos “encenam as orações antes das comemorações da semana que marcam o aniversário de 559 da conquista da Constantinopla bizantina pelo sultão otomano Mehmet.” De acordo com Salih Turhan, um porta-voz citado pela Reuters, “Como netos de Mehmet, o Conquistador, buscar a reabertura da Hagia Sophia como uma mesquita é nosso direito legítimo.”

O Sultão Mehmet foi o flagelo do Cristianismo Europeu, cujas hordas islâmicas conquistaram e violaram Constantinopla, islamisando-a à força. Idolatrá-lo abertamente, como muitos turcos fazem, equivale a dizer “Estamos orgulhosos de nossos antepassados ​​que mataram e roubaram as terras dos cristãos.” E ainda, apesar de tais conotações militantes, Turhan, cuja posição é compartilhada por muitos turcos, ainda consegue culpar o Ocidente: “Manter a Mesquita de Hagia Sophia fechada é um insulto à nossa população de maioria muçulmana de 75 milhões. Isto simboliza como o Ocidente nos maltrata.”

Se apenas manter um edifício historicamente cristão e ocidental, que foi roubado pela Jihad Islâmica, como um museu neutro é visto como “maus-tratos pelo Ocidente”, em que base podem muçulmanos e não muçulmanos “diálogar”?

Milhares de muçulmanos rezam pela reconquista da maior igreja do mundo cristão  

Atualização em novembro de 2016

Turquia Transforma a Hagia Sophia em Mesquita (em termos práticos)
Ao nomear um imã permanente para a Hagia Sofia, o governo turco do islamista Erdogan torna a antiga catedral em uma mesquita. Deste modo, ele revogou, na prática, a ordem de Atarturk, de manter a antiga catedral como um museu. Esse é um grito do imperialismo islâmico, afirmando que “apesar das inúmeras garantias dos muçulmanos moderados do contrário, o Islã contemporâneo é intolerante na sua maneira de ver as coisas, beligerante com respeito aos infiéis e perigosamente hegemonista quanto as suas intenções.” (Gatestone Institute)  

Arquivado em: Constantinopla, História Marcados com as tags: Constantinopla, Hagia Sofia, Islamização

Previous Post Hudna – No Islamismo trégua não significa trégua
Next Post Roma, saqueada pelo Islão em 846. Será ela, no futuro, conquistada como foi Constantinopla?

Sidebar primária

Artigos Selecionados

  • "Direito" das Mulheres sob o islão
  • A História de Maomé (livro)
  • A verdade sobre Maomé: Conquistador e Primeiro Soberano da Arábia – Parte 1
  • A verdade sobre Maomé: Conquistador e Primeiro Soberano da Arábia – Parte 2
  • A verdade sobre Maomé: Conquistador e Primeiro Soberano da Arábia – Parte 3
  • Islã 101: Uma Introdução ao Islã e a Jihad Islâmica
  • Lei Islâmica (Sharia) para os não-muçulmanos
  • Lei Islâmica: resumo do que não presta
  • Mitos sobre Maomé (tentativa de tornar um Senhor da Guerra em um pregador pacífico)
  • Mitos sobre o islão (argumentos usados para "sanitizar" o islão)
  • O Aterrorisante Brilhantismo do Islão

Busca no blog

Busca por assunto

Busca por mês

Páginas Recomendadas

  • Amigo de Israel
  • De Olho na Jihad
  • Ecoando a Voz dos Mártires
  • Europa em Chamas
  • Gatestone Institute
  • Jihad Watch
  • Missão Impactar
  • Notícias Viriato
  • Portas Abertas
  • Rafik responde ao Islam
  • Vlad Tepes Blog
  • Voz dos Mártires

Artigos mais recentes

  • Esclarecendo “Cadija, a rica e poderosa mulher que foi chave no nascimento do Islamismo”
  • Higiene e Saúde islâmica
  • Maomé e islamismo para alunos do ENEM (vídeo 29)
  • Mais um exemplo de Maomé (intolerante) destruindo casa de oração dos outros
  • Resumo de notícias sobre a Jihad Global em setembro de 2020

Comentários mais recentes

  • Zé Anti-Jihad em Esclarecendo “Cadija, a rica e poderosa mulher que foi chave no nascimento do Islamismo”
  • Valdemir Silva em Ashura: a grotesca festa islâmica do auto-flagelamento
  • Antonio em Esclarecendo “Cadija, a rica e poderosa mulher que foi chave no nascimento do Islamismo”
  • José Atento em Exemplos de “Direitos” das Mulheres sob o Islã – PARTE 2
  • José Atento em Higiene e Saúde islâmica

Meta

  • Cadastre-se
  • Acessar
  • Feed de posts
  • Feed de comentários
  • WordPress.org
Copyright © 2021 • News Pro on Genesis Framework • WordPress • Login