A época tumultuada que envolveu o colapso da União Soviética permitiu o soerguimento de sentimentos étnico-religiosos no Azerbaijão, e o crescimento da propaganda contra os armênios que viviam na então república socialista do Azerbaijão.
Os cidadãos que se consideravam azerbaijanos (ou azeris) eram aqueles que adotavam, mesmo que apenas culturalmente, a religião islâmica, e tinham origem turca da Ásia Central. Os armênios, cristãos e habitantes nativos da região milhares de anos antes do início das migrações turcas, já haviam sido vítimas do Genocídio Armênio, e, agora, tinham refúgio apenas na república socialista da Armênia e na república socialista do Azerbaijão.
Mas, os ventos voltaram a soprar contra os armênios.
Os Massacres de Sumgait
O ano de 1988 viu um aumento enorme da propaganda anti-armênia disseminada no Azerbaijão, tanto em publicações impressas quanto em comícios abertos. Esse sentimento anti-armênio eventualmente levou a eventos violentos. De 27 a 29 de fevereiro de 1988, a população armênia de Sumgait, uma cidade nos arredores de Baku, capital do Azerbaijão, foi submetida a massacres indescritíveis. Durante três dias, ocorreram massacres orquestrados da população armênia da cidade.
Os números oficiais de vítimas dos massacres por parte das autoridades do Azerbaijão consistem em cerca de 30 mortos e 200 feridos. Mas relatos de testemunhas oculares dos massacres foram documentadas logo após os massacres, e registradas no livro A Tragédia de Sumgait (The Sumgait Tragedy), do Instituto Zoryan, publicado em 1990. Os relatos retratam ataques feitos por centenas de milhares de azeris, envolvendo saques de propriedades dos armênios, incêndios criminosos das suas casas, estupros, agressões, resultando na morte de centenas de armênios, com milhares deles feridos, com dezenas de milhares de refugiados.
Moscou assistiu impassível aos massacres.
Os Massacres de Baku
Em 13 de janeiro de 1990, uma manifestação promovendo o sentimento anti-armênio foi realizada em Baku. Ao seu término, os manifestantes foram divididos em grupos e enviados para endereços designados onde a população armênia da cidade vivia. Durante seis dias, sob a iniciativa da Frente Popular do Azerbaijão e o patrocínio das autoridades locais, a população armênia de Baku foi submetida a uma inexplicável violência em massa – espancamentos, estupros e assassinatos. Muitos civis foram mortos, feridos e torturados; alguns conseguiram escapar e contar ao mundo a catástrofe a que tinham sobrevivido. A população de Baku de 250.000 armênios – uma minoria étnica – estava sendo expulsa.
Moscou, novamente, assistiu e nada fez.
Consequências
Entre 1988 e 1991, 450 mil armênios deixaram Azerbaijão. Por este motivo, o povo armênio sabe que não pode viver com segurança debaixo da bandeira azeri.
Já passou da hora do mundo reconhecer a importância de reconhecer a independência de Artsaque.
Obs. O Zoryan Instituto tem diversos livros gratuitos sobre os genocídios armênios do século XX.
\Genocidio-Armenio-Massacres-Sumgait-Baku(1988-1990)
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