Ah, o belo arquipélago das Maldivas, famoso por suas praias, lagoas azuis e extensos recifes. E também por ser um país cujo governo insiste em governar de acordo com princípios islâmicos conservadores e que todos os cidadãos devem ser muçulmanos. Todos. “100%.” As Maldivas é o único país no mundo que exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos.
Nas Maldivas, a prática e a pregação de outras religiões são proibidas pela constituição. A conversão para outra fé é proibida por lei e os convertidos ao cristianismo têm que esconder sua decisão, sob o risco de enfrentar extrema pressão da família e da sociedade e se ver entre duas escolhas: deixar o país ou enfrentar a justiça. As autoridades exercem amplo controle sobre o povo para corrigir qualquer desvio do Islã, que se move em direção ao Islã Deobandi – a religião do Talibã, cuja missão é limpar o Islã de todas as outras influências.
As Maldivas são vistas como “um paraíso perdido para o terrorismo”. Isso pode ser um exagero, mas as Maldivas têm uma das maiores taxas per capita de militantes islâmicos que lutam no exterior. O país de 400.000 habitantes também é conhecido por ter o maior número de combatentes estrangeiros per capita na Síria.
Leia mais sobre as Maldivas no site Portas Abertas e no site Open Doors.
Artigo de Krishan Francis, da Associated Press, publicado em 18 de outubro de 2019 no Washington Post, apresenta mais um caso de blasfêmia contra o Islã. Neste caso, o grupo Rede de Democracia das Maldivas está sendo atacado por dizer a verdade em um relatório público publicado por esta organização em 2016.
A verdade é a maior inimiga do Islã.
O governo das Maldivas suspendeu as atividades da Rede de Democracia das Maldivas por causa do relatório sobre radicalização religiosa no país. O diretor executivo do grupo, Shahinda Ismail, foi intimada pela polícia para um inquérito dentro de 14 dias após o recebimento da intimação. Ismail mora na Alemanha, onde estuda.
O governo decidiu tomar ação seguindo uma condenação pública generalizada do relatório por causa do “conteúdo difamador do Islã e do profeta Maomé”.
O relatório registrou o crescimento do fundamentalismo islâmico, tendo examinado livros escolares de cada série analisando como o Islã vem sendo ensinado, e registrando alguns sermões de sexta-feira, que incitaram ódio e intolerância. O relatório também menciona que mais de 90% das pessoas entrevistadas apóiam a implementação de açoitamento, apedrejamento até a morte, pena de morte e amputações como punições nas Maldivas.
Ismail especula que esta investigação tenha começado por causa da crítica dos pregadores que foram mencionados por promoverem o extremismo. Apesar da lei anti-terror das Maldivas criminalizar qualquer forma de apoio ao extremismo e radicalização, o governo, oriundo de um golpe que derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito, em 2012, reiterara seus planos para promover e defender a religião islâmica.