Dizem que o islamismo é uma mistura de paganismo regurgitado com histórias distorcidas da Bíblia. Sendo esse o caso, quais as heranças pagãs do islamismo? E, especificamente, do hinduismo?
Existem diversas evidências que apontam para uma possível herança de práticas e vernáculos oriundos do hinduismo que foram adotados pelas religiões pagãs da Arábia, muitos séculos antes da criação do islamismo. Neste artigo, iremos explorar algumas dessas possíveis heranças. Alguns dos assuntos neste artigo são controversos e especulativos. Outros, são bastante interessantes devido às similaridades.
Interação entre o subcontinente indiano e o sudoeste da Arábia. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, por vários séculos antes da criação do islamismo, já existia um forte comércio entre o subcontinente indiano e o império romano, passando pelo sudoeste da Arábia, Iêmen e Hejaz, e pelo Mar Vermelho. Quando Roma conquistou o Egito, abriu-se uma rota comercial pelo Mar Vermelho, sem a intermediação dos persas. Embarcações trazendo bens oriundos da Índia eram levados diretamente para o Egito fazendo uma escala no Iêmen. É de se esperar que a interação comercial tenha sido acompanhada por uma interação cultural e religiosa, afinal, o paganismo era preponderante no subcontinente indiano e na península arábica.
Muito antes de o islão ter vindo à existência, existiam ao redor da Península Arábica, locais de culto e peregrinação chamados genericamente de caaba. Segundo as fontes islâmicas, existia uma delas em Meca, na atual Arábia Saudita, à qual iremos nos referir como Caaba (com capitalização na primeira letra). E aqui apresentamos a primeira coincidência fonética. A palavra caaba pode ser originária da língua tâmil, Kabaalishwaran. O tâmil se originou em torno de 1.7000 antes de Cristo (a.C.). O templo Kabaalishwaran, no estado de Nadu, é dedicado ao deus Xiva. A palavra kabaali refere-se ao deus Xiva.
Vejamos outra semelhança fonética. A pedra negra da Caaba, considerada sagrada e santa no Islã, é chamada, em árabe, de hajaru al-Aswad, semelhante à palavra sânscrita Sanghey Ashweta ou pedra não-branca.
Uma outra curiosidade é quando se relaciona a pedra negra, e seu envólucro, com o xivalinga hindu. Mas antes, precisamos definir dois termos do jargão do hinduismo: yoni e linga.
Yoni (ou pindika) é uma palavra sânscrita que significa literalmente o órgão genital feminino, como vagina e vulva. A Yoni é um símbolo da energia procriativa feminina, um lugar onde a vida se origina, a parte feminina da deusa Maa Parvati. Geralmente, a yoni é mostrada com a sua contraparte masculina, o linga (ou lingam). O linga é a principal imagem devocional em templos hindus dedicada ao Deus Xiva, e significa o órgão genital masculino. Juntos, yoni e linga simbolizam a fusão de microcosmos e macrocosmos, o divino processo eterno de criação e regeneração, e a união do feminino e do masculino que recria toda a existência. A representação da yoni se assemelha a uma vagina, enquanto que a representação do linga possui uma forma fálica. Quando apresentado em conjunto, com o linga encaixado na yoni, servindo de pedestal, se chama xivalinga.
O envólucro de metal que envolve a Pedra Negra, que se situa em um canto da Caaba, se assemelha à estátua da yoni. Ambos simbolizam a fertilidade da mulher. As mulheres coraixitas pré-islâmicas, costumavam esfregar o seu sangue menstrual na Pedra Negra, na esperança de que os deuses lhes dessem fertilidade. A pedra negra dentro do invólucro seria a linga.
Vamos agora mencionar rituais que compõem a peregrinação obrigatória (hajj,em árabe) que todo muçulmano deve fazer pelo menos uma vez durante a sua vida, e umm dos cinco pilares do islamismo.
Para começar, beijar a Pedra Negra. Os muçulmanos beijam a Pedra Negra apenas porque Maomé a beijou. É curioso que Maomé, ao conquistar militarmente Meca ao final da sua vida, destruiu todos os 360 ídolos da Caaba, apenas preservando a Pedra Negra (a xivalinga da Caaba). Isso se torna claro pelo testemunho de `Umar, que se aproximou da Pedra Negra e a beijou, dizendo: “Sem dúvida, eu sei que você é uma pedra e não pode beneficiar ninguém nem prejudicar ninguém. Se eu não tivesse visto o Mensageiro de Allah (ﷺ) te beijando, eu não teria a beijado.” (Sahih Bukhari 1597)
Muçulmanos peregrinos que visitam a Caaba a contornam sete vezes, ritual islâmico chamado de Tawaf. Em nenhuma outra mesquita esta circumambulação é praticada. Hindus, invariavelmente, também circumambulam (ou pradakshina), em torno de suas divindades. Os muçulmanos circulam a Caaba sete vezes no sentido contrário ao dos ponteiros dos relógios, enquanto os hindus circulam a Garbhagriha, o local mais sagrado do templo hindu, sete vezes no sentido horário (prática chamada de Parikrama ou Pradakshina). Além disso, no rito de casamento hindu de Satphere, o casal anda ao redor de uma fogueira também sete vezes. Em ambos os rituais, frases religiosas são repetidas durante a circunambulação.
O islamismo se autodenomina como sendo uma religião que compartilha as mesmas raízes que o judaísmo e o cristianismo. Mas nem judaismo e nem cristianismo praticam a circunambulação ritual para agradar a Deus. Duas das outras grandes religiões, apenas o hinduísmo e o budismo possuem práticas semelhante. O curioso é que ambas são acusadas pelo Islã tradicional de “paganismo” e prática de idolatria. E vale lembrar que Maomé realizou a circunambulação ao redor do Caaba antes mesmo de ter destruído os ídolos.
A exemplo dos hindus, muçulmanos raspam sua cabeça antes da peregrinação. A exemplo dos hindus, muçulmanos vestem traje especial e sagrado, que consiste em dois lençóis brancos sem costura, durante a peregrinação. Um dos lençóis deve ser usado em volta da cintura e o outro sobre os ombros. Ambos os ritos são semelhantes aos da prática védica de entrar limpo em templos hindus, vestindo lençóis brancos sagrados.
Uma nota rápida, as próprias fontes primárias islâmicas narram raspar a cabeça como parte da peregrinação: Aqueles que oravam para Al-Uzza e Manat, por exemplo, “raspavam suas cabeças e completavam todos os ritos associados com o Hajj.” (Ishaq: 39)
Uma outra curiosidade é no tocante água. Existe a tradição hindu associada ao riacho sagrado Ganga (águas sagradas do rio Ganges). De acordo com a tradição hindu, Ganga também é inseparável do emblema de Xiva como a lua crescente. Onde quer que exista um emblema de Xiva, Ganga deve coexistir. Existe a tradição muçulmana de uma fonte sagrada perto da Caaba, a Zam-Zam. Ambos coletam uma amostra da água sagrada para levar as bênçãos sagradas para suas casas.
E, para finalizar, é curioso notar que o domo das mesquitas e a parte interna da mesquita que define a direção da oração têm a forma de uma xivalinga. Pode ser apenas coincidência, mas a semelhança é avassaladora.
Existem ainda outras possíveis similaridades tênuas, mas eu decidí não explorá-las por falta de referências. Por exemplo, Alá ser de algum modo derivado da deusa Durga, ou que a palavra árabe eid, usada para dias festivos, advém do sânscrito.
Explorar as origens de uma religião, como o islamismo, é algo fascinante. Mas, independente das suas origens pagãs, isso não é um problema. O problema é que o islamismo tem em Maomé o exemplo de conduta a ser seguido (lembre-se, Maomé foi um senhor da guerra, ladrão de caravanas, ladrão das aldeias ao redor de Meca, assassino e genocida, mercador de escravos e pirata, torturador, estuprador, espancador de esposas, pedófilo, pervertido sexual e terrorista) e que o islamismo insta seus seguidores a lutarem pela adoção total da lei islâmica Sharia onde quer que eles residam.
Lembre-se da máxima: “Muçulmanos fogem para países seculares, mas votam em favor da Sharia.”
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