Judaísmo e Cristianismo: tão violentos quanto o Islã?
por Raymond Ibrahim
Middle East Quarterly
Verão de 2009, páginas 3-12
Middle East Quarterly
Verão de 2009, páginas 3-12
Tradução do texto original: Are
Judaism and Christianity as Violent as Islam?
Versão Portuguesa: Calatrava Bansharia
Judaism and Christianity as Violent as Islam?
Versão Portuguesa: Calatrava Bansharia
“Há muito mais violência na Bíblia do que no
Alcorão; a idéia de que o Islã se impôs pela espada é uma ficção ocidental,
fabricada durante o período das Cruzadas, quando, na verdade, eram os cristãos
ocidentais que estavam lutando guerras santas brutais contra o Islã.”[1]
Assim anuncia a ex-freira e auto-proclamada “monoteísta freelance” Karen Armstrong. Esta
citação resume o mais influente argumento atualmente utilizado para desviar a
acusação de que o Islão é intrinsecamente violento e intolerante: todas as
religiões monoteístas, dizem os defensores de tal argumento, e não apenas o
Islã, tem seu quinhão de escrituras violentas e intolerantes, bem como histórias
sangrentas. Assim, sempre que as sagradas escrituras do Islã – primeiro o Alcorão,
seguido pelos relatos sobre as palavras e atos de Maomé (o Hadith) – são
destacadas como demonstrativo da belicosidade inata da religião islâmica, a
réplica imediata é que as outras escrituras, especificamente as judáico-cristãs,
estão repletas de passagens violentas.
Alcorão; a idéia de que o Islã se impôs pela espada é uma ficção ocidental,
fabricada durante o período das Cruzadas, quando, na verdade, eram os cristãos
ocidentais que estavam lutando guerras santas brutais contra o Islã.”[1]
Assim anuncia a ex-freira e auto-proclamada “monoteísta freelance” Karen Armstrong. Esta
citação resume o mais influente argumento atualmente utilizado para desviar a
acusação de que o Islão é intrinsecamente violento e intolerante: todas as
religiões monoteístas, dizem os defensores de tal argumento, e não apenas o
Islã, tem seu quinhão de escrituras violentas e intolerantes, bem como histórias
sangrentas. Assim, sempre que as sagradas escrituras do Islã – primeiro o Alcorão,
seguido pelos relatos sobre as palavras e atos de Maomé (o Hadith) – são
destacadas como demonstrativo da belicosidade inata da religião islâmica, a
réplica imediata é que as outras escrituras, especificamente as judáico-cristãs,
estão repletas de passagens violentas.
Tempos medievais: As Cruzadas foram violentas e levaram a
atrocidades, para os padrões do mundo moderno, sob a bandeira da cruz e em nome
do cristianismo. Mas as Cruzadas foram um contra-ataque contra o Islã. Invasões
muçulmanas e atrocidades contra os cristãos estavam em alta nas décadas antes
do lançamento das Cruzadas em 1096
atrocidades, para os padrões do mundo moderno, sob a bandeira da cruz e em nome
do cristianismo. Mas as Cruzadas foram um contra-ataque contra o Islã. Invasões
muçulmanas e atrocidades contra os cristãos estavam em alta nas décadas antes
do lançamento das Cruzadas em 1096
Este argumento, muito frequentemente, põe fim a
qualquer discussão sobre se violência e intolerância são únicas ao Islã. Em vez
disso, ele se torna como resposta padrão de que não é o Islã em si que leva à
violência, mas sim que as reclamações e frustrações dos muçulmanos – sempre agravadas
por fatores econômicos, políticos e sociais – são os verdadeiros fatos que os
levam à violência. Esta visão se torna ainda mais inquestionável por se encaixar
perfeitamente com a epistemologia “materialista” de um Ocidente
secular.
qualquer discussão sobre se violência e intolerância são únicas ao Islã. Em vez
disso, ele se torna como resposta padrão de que não é o Islã em si que leva à
violência, mas sim que as reclamações e frustrações dos muçulmanos – sempre agravadas
por fatores econômicos, políticos e sociais – são os verdadeiros fatos que os
levam à violência. Esta visão se torna ainda mais inquestionável por se encaixar
perfeitamente com a epistemologia “materialista” de um Ocidente
secular.
Portanto, antes de condenar o Alcorão e as palavras
e ações históricas do profeta Maomé por incitarem violência e intolerância, os
judeus são aconselhados a considerarem as atrocidades históricas cometidas por
seus antepassados hebreus como registrado em suas próprias escrituras; e os
cristãos são aconselhados a considerarem o ciclo de violência brutal que seus
antepassados cometeram em nome de sua fé, contra não-cristãos e contra companheiros
cristãos. Em outras palavras, os judeus e os cristãos são lembrados de que
aqueles que vivem em casas de vidro não devem sair atirando pedras.
e ações históricas do profeta Maomé por incitarem violência e intolerância, os
judeus são aconselhados a considerarem as atrocidades históricas cometidas por
seus antepassados hebreus como registrado em suas próprias escrituras; e os
cristãos são aconselhados a considerarem o ciclo de violência brutal que seus
antepassados cometeram em nome de sua fé, contra não-cristãos e contra companheiros
cristãos. Em outras palavras, os judeus e os cristãos são lembrados de que
aqueles que vivem em casas de vidro não devem sair atirando pedras.
Mas será que esse é realmente o caso? Será algo
legítimo fazer uma analogia com outras escrituras? Teria sido a violência hebraica
na antiguidade, e violência cristã na era medieval, comparáveis de algum modo
com a tenacidade da violência muçulmana na era moderna?
legítimo fazer uma analogia com outras escrituras? Teria sido a violência hebraica
na antiguidade, e violência cristã na era medieval, comparáveis de algum modo
com a tenacidade da violência muçulmana na era moderna?
Violência na
História Judaica e Cristã
História Judaica e Cristã
Juntamente com Karen Armstrong, qualquer número de proeminentes
escritores, historiadores e teólogos têm defendido esta visão
“relativista”. Por exemplo, John Esposito, diretor do Centro para
Compreensão Muçulmano-Cristão Príncipe Alwaleed bin Talal, da Universidade de
Georgetown, se pergunta:
escritores, historiadores e teólogos têm defendido esta visão
“relativista”. Por exemplo, John Esposito, diretor do Centro para
Compreensão Muçulmano-Cristão Príncipe Alwaleed bin Talal, da Universidade de
Georgetown, se pergunta:
Como é que nós continuamos fazendo a mesma pergunta [sobre violência no
Islã] e não fazemos a mesma pergunta sobre o cristianismo e judaísmo? Judeus e
cristãos se envolveram em atos de violência. Todos nós temos o transcendente e o
lado escuro. … Nós temos nossa própria teologia do ódio. Na corrente principal
do cristianismo e do judaísmo, nós tendemos a ser intolerantes; nós aderimos a
uma teologia exclusivista, de nós contra eles [2].
Islã] e não fazemos a mesma pergunta sobre o cristianismo e judaísmo? Judeus e
cristãos se envolveram em atos de violência. Todos nós temos o transcendente e o
lado escuro. … Nós temos nossa própria teologia do ódio. Na corrente principal
do cristianismo e do judaísmo, nós tendemos a ser intolerantes; nós aderimos a
uma teologia exclusivista, de nós contra eles [2].
Um artigo escrito pelo professor de humanidades Philip Jenkins, da Pennsylvania
State University, intitulado “Dark Passages”, delineia essa posição
mais plenamente. Ele aspira a mostrar que a Bíblia é mais violenta do que o
Alcorão:
State University, intitulado “Dark Passages”, delineia essa posição
mais plenamente. Ele aspira a mostrar que a Bíblia é mais violenta do que o
Alcorão:
Em termos de violência e derramamento de sangue, qualquer afirmação simplista
sobre a superioridade da Bíblia sobre o Alcorão seria totalmente errada. De
fato, a Bíblia está inundada com “textos de terror”, para tomar
emprestada uma frase cunhada pelo teólogo americano Phyllis Trible. A Bíblia
contém muito mais versos elogiando ou pedindo pelo derramamento de sangue do
que o Alcorão, e a violência bíblica é muitas vezes muito mais extrema, e
marcada por mais selvageria indiscriminada. … Se o texto fundador molda toda
a religião, então o judaísmo e o cristianismo merecem a condenação máxima como
religiões de selvageria. [3]
sobre a superioridade da Bíblia sobre o Alcorão seria totalmente errada. De
fato, a Bíblia está inundada com “textos de terror”, para tomar
emprestada uma frase cunhada pelo teólogo americano Phyllis Trible. A Bíblia
contém muito mais versos elogiando ou pedindo pelo derramamento de sangue do
que o Alcorão, e a violência bíblica é muitas vezes muito mais extrema, e
marcada por mais selvageria indiscriminada. … Se o texto fundador molda toda
a religião, então o judaísmo e o cristianismo merecem a condenação máxima como
religiões de selvageria. [3]
Várias histórias da Bíblia, bem como da história
judaico-cristã, ilustram o ponto de Jenkins, mas duas em especial – uma supostamente
representativa do judaísmo, e outra do cristianismo – são regularmente citadas
e, portanto, merecem um exame mais detalhado.
judaico-cristã, ilustram o ponto de Jenkins, mas duas em especial – uma supostamente
representativa do judaísmo, e outra do cristianismo – são regularmente citadas
e, portanto, merecem um exame mais detalhado.
A conquista militar da terra de Canaã pelos
hebreus, em cerca de 1200 AC, é muitas vezes caracterizada como
“genocídio”, tendo-se tornado emblemática da violência e intolerância
bíblica. Deus disse a Moisés:
hebreus, em cerca de 1200 AC, é muitas vezes caracterizada como
“genocídio”, tendo-se tornado emblemática da violência e intolerância
bíblica. Deus disse a Moisés:
Mas das cidades destas nações que o Senhor teu Deus te dá em herança, você
não deve deixar permanecendo vivo nada que respire, mas você deve destruí-los
totalmente – os heteus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus – exatamente
como Senhor, teu Deus, te ordenou, para que eles não vos ensinem a fazer todas
as abominações que eles fizeram aos seus deuses e o levem a pecar contra o
Senhor, teu Deus. [4]
não deve deixar permanecendo vivo nada que respire, mas você deve destruí-los
totalmente – os heteus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus – exatamente
como Senhor, teu Deus, te ordenou, para que eles não vos ensinem a fazer todas
as abominações que eles fizeram aos seus deuses e o levem a pecar contra o
Senhor, teu Deus. [4]
Então, [o sucessor de Moisés] Josué conquistou toda a terra: o país da
montanha e do Sul e da planície e as encostas selvagens, e todos os seus reis;
nada deixou, mas destruiu totalmente tudo o que respirava, como o Senhor, Deus
de Israel, havia ordenado. [5]
montanha e do Sul e da planície e as encostas selvagens, e todos os seus reis;
nada deixou, mas destruiu totalmente tudo o que respirava, como o Senhor, Deus
de Israel, havia ordenado. [5]
Quanto ao cristianismo, já que é impossível
encontrar versículos do Novo Testamento incitando à violência, aqueles que
defendem a visão de que o cristianismo é tão violento quanto o Islã dependem de
acontecimentos históricos, como a guerra travada pelos crusados cristãos
europeus entre os séculos XI e XIII. As Cruzadas foram, de fato, violentas e
levaram a atrocidades, quando julgadas segundo os padrões do mundo moderno, sob
a bandeira da cruz e em nome do cristianismo. Depois de ultrapassar os muros de
Jerusalém, em 1099, por exemplo, os cruzados teriam abatido quase todos os
habitantes da Cidade Santa. De acordo com a crônica medieval, o Gesta Danorum, “a matança foi tão
grande que nossos homens caminharam com sangue até os tornozelos.” [6]
encontrar versículos do Novo Testamento incitando à violência, aqueles que
defendem a visão de que o cristianismo é tão violento quanto o Islã dependem de
acontecimentos históricos, como a guerra travada pelos crusados cristãos
europeus entre os séculos XI e XIII. As Cruzadas foram, de fato, violentas e
levaram a atrocidades, quando julgadas segundo os padrões do mundo moderno, sob
a bandeira da cruz e em nome do cristianismo. Depois de ultrapassar os muros de
Jerusalém, em 1099, por exemplo, os cruzados teriam abatido quase todos os
habitantes da Cidade Santa. De acordo com a crônica medieval, o Gesta Danorum, “a matança foi tão
grande que nossos homens caminharam com sangue até os tornozelos.” [6]
Em face do exposto, como Armstrong, Esposito,
Jenkins, e outros argumentam, por que judeus e cristãos apontam para o Alcorão
como prova da violência do Islã, ignorando as suas próprias escrituras e a
história?
Jenkins, e outros argumentam, por que judeus e cristãos apontam para o Alcorão
como prova da violência do Islã, ignorando as suas próprias escrituras e a
história?
A Bíblia contra o Alcorão
A resposta reside no fato de que tais observações confundem história e
teologia, por combinar as as ações temporais dos homens com o que
entende-se como sendo as palavras imutáveis de Deus. O erro fundamental é que
a história judaico-cristã – que é violenta – está sendo confundida com a teologia
islâmica – que comanda violência. Claro, as três grandes religiões monoteístas
têm tido a sua quota de violência e intolerância para com o “outro”.
A questã-chave é se essa violência é ordenada por Deus, ou se são os homens
belicosos que a desejam.
teologia, por combinar as as ações temporais dos homens com o que
entende-se como sendo as palavras imutáveis de Deus. O erro fundamental é que
a história judaico-cristã – que é violenta – está sendo confundida com a teologia
islâmica – que comanda violência. Claro, as três grandes religiões monoteístas
têm tido a sua quota de violência e intolerância para com o “outro”.
A questã-chave é se essa violência é ordenada por Deus, ou se são os homens
belicosos que a desejam.
A violência do Antigo Testamento é um caso
interessante. Deus claramente ordenou os hebreus a aniquilar os cananeus e
povos vizinhos. Essa violência é, portanto, uma expressão da vontade de Deus,
para o bem ou para o mal. Independentemente disso, toda a violência histórica
cometida pelos hebreus e registrada no Antigo Testamento é apenas isso:
história. Foi o que aconteceu. Deus ordenou. Mas ela girava em torno de um
determinado tempo e lugar e foi dirigida contra um povo específico. Em nenhum
momento esse tipo de violência tornou-se padrão ou foi codificada na lei
judaica. Em suma, os relatos bíblicos de violência são descritivos, não
prescritivos.
interessante. Deus claramente ordenou os hebreus a aniquilar os cananeus e
povos vizinhos. Essa violência é, portanto, uma expressão da vontade de Deus,
para o bem ou para o mal. Independentemente disso, toda a violência histórica
cometida pelos hebreus e registrada no Antigo Testamento é apenas isso:
história. Foi o que aconteceu. Deus ordenou. Mas ela girava em torno de um
determinado tempo e lugar e foi dirigida contra um povo específico. Em nenhum
momento esse tipo de violência tornou-se padrão ou foi codificada na lei
judaica. Em suma, os relatos bíblicos de violência são descritivos, não
prescritivos.
Este é o lugar onde a violência islâmica é única.
Embora semelhante à violência do Velho Testamento – ordenada por Deus e manifesta
na história – certos aspectos da violência e intolerância islâmica tornaram-se
padronizados na lei islâmica, e se aplicam em todos os momentos. Assim,
enquanto a violência encontrada no Alcorão tem um contexto histórico, o seu
significado final é teológico. Considere os seguintes versos do Alcorão, mais
conhecidos como os “versos da espada”:
Embora semelhante à violência do Velho Testamento – ordenada por Deus e manifesta
na história – certos aspectos da violência e intolerância islâmica tornaram-se
padronizados na lei islâmica, e se aplicam em todos os momentos. Assim,
enquanto a violência encontrada no Alcorão tem um contexto histórico, o seu
significado final é teológico. Considere os seguintes versos do Alcorão, mais
conhecidos como os “versos da espada”:
Então, quando os
meses sagrados passarem, mate os idólatras onde quer que você os encontre, e
capture-os, e cerque-os, e prepare para eles para todas as emboscadas. Mas se
eles se arrependerem e executarem e realizarem as orações rituais e pagarem as
esmolas, então deixe o seu caminho livre. [7]
meses sagrados passarem, mate os idólatras onde quer que você os encontre, e
capture-os, e cerque-os, e prepare para eles para todas as emboscadas. Mas se
eles se arrependerem e executarem e realizarem as orações rituais e pagarem as
esmolas, então deixe o seu caminho livre. [7]
Lute contra aqueles
que não crêem em Deus, nem no Dia do Juízo, e nem proíbem o que foi proibido
por Deus e Seu Mensageiro – esses homens não praticam a religião da verdade, sendo aqueles a quem o Livro foi
dado – até que paguem a Jizya com submissão voluntária, e se sejam humilhados.
[8]
que não crêem em Deus, nem no Dia do Juízo, e nem proíbem o que foi proibido
por Deus e Seu Mensageiro – esses homens não praticam a religião da verdade, sendo aqueles a quem o Livro foi
dado – até que paguem a Jizya com submissão voluntária, e se sejam humilhados.
[8]
Tal como acontece com versículos do Velho
Testamento, onde Deus ordenou aos hebreus a atacar e matar os seus vizinhos, os
versos da espada também têm um contexto histórico. Deus emitiu pela primeira
vez estes mandamentos depois que os muçulmanos, sob a liderança de Maomé, tinham
crescido suficientemente fortes para invadir seus vizinhos cristãos e pagãos.
Mas ao contrário dos versos bélicos e anedotas do Antigo Testamento, os versos da
espada tornaram-se fundamentais para o relacionamento posterior do Islã para com
o “povo do livro” (isto é, judeus e cristãos) e os
“idólatras” (ou seja, hindus, budistas, animistas, etc) e, de fato, justificaram
o desencadear das conquistas islâmicas, que mudaram a face do mundo para sempre. Baseado no Alcorão 9:5, por exemplo, a lei islâmica determina
que idólatras e politeístas devem se converter ao islamismo ou serem mortos; simultaneamente,
o Alcorão 9:29 é a principal fonte das bem-conhecidas práticas discriminatórias
do Islã contra os cristãos e os judeus conquistados vivendo sob a suserania
islâmica.
Testamento, onde Deus ordenou aos hebreus a atacar e matar os seus vizinhos, os
versos da espada também têm um contexto histórico. Deus emitiu pela primeira
vez estes mandamentos depois que os muçulmanos, sob a liderança de Maomé, tinham
crescido suficientemente fortes para invadir seus vizinhos cristãos e pagãos.
Mas ao contrário dos versos bélicos e anedotas do Antigo Testamento, os versos da
espada tornaram-se fundamentais para o relacionamento posterior do Islã para com
o “povo do livro” (isto é, judeus e cristãos) e os
“idólatras” (ou seja, hindus, budistas, animistas, etc) e, de fato, justificaram
o desencadear das conquistas islâmicas, que mudaram a face do mundo para sempre. Baseado no Alcorão 9:5, por exemplo, a lei islâmica determina
que idólatras e politeístas devem se converter ao islamismo ou serem mortos; simultaneamente,
o Alcorão 9:29 é a principal fonte das bem-conhecidas práticas discriminatórias
do Islã contra os cristãos e os judeus conquistados vivendo sob a suserania
islâmica.
De fato, com base nos versos da espada, bem como em
inúmeros outros versículos do Alcorão e as tradições orais atribuídas a Maomé,
os doutores do Islã, xeques, muftis e imãs, ao longo dos tempos, chegaram todos
a um consenso – atando toda a comunidade muçulmana – de que o Islã está em
guerra perpétua contra todo o mundo não-muçulmano até que este último seja
subjugado. De fato, é amplamente aceito pelos estudiosos muçulmanos que, como
os versos da espada estão entre as
revelações finais sobre o tema da relação do Islã com não-muçulmanos, estes
versos anularam cerca de 200 versos anteriores do Alcorão, versos estes mais
tolerantes, tais como “não há compulsão na religião”. [9] (leia mais sobre ab-rogação aqui.) O famoso erudito
muçulmano Ibn Khaldun (1332-1406), admirado no Ocidente por suas idéias
“progressistas”, também coloca por terra a noção de que a jihad é guerra defensiva:
inúmeros outros versículos do Alcorão e as tradições orais atribuídas a Maomé,
os doutores do Islã, xeques, muftis e imãs, ao longo dos tempos, chegaram todos
a um consenso – atando toda a comunidade muçulmana – de que o Islã está em
guerra perpétua contra todo o mundo não-muçulmano até que este último seja
subjugado. De fato, é amplamente aceito pelos estudiosos muçulmanos que, como
os versos da espada estão entre as
revelações finais sobre o tema da relação do Islã com não-muçulmanos, estes
versos anularam cerca de 200 versos anteriores do Alcorão, versos estes mais
tolerantes, tais como “não há compulsão na religião”. [9] (leia mais sobre ab-rogação aqui.) O famoso erudito
muçulmano Ibn Khaldun (1332-1406), admirado no Ocidente por suas idéias
“progressistas”, também coloca por terra a noção de que a jihad é guerra defensiva:
Na comunidade muçulmana, a guerra santa [Jihad] é um dever religioso,
por causa do universalismo da missão muçulmana e da obrigação de converter
todos ao Islã, ou pela persuasão ou pela força … Os outros grupos religiosos
não tinham uma missão universal, e a guerra santa não era um dever religioso
para eles, a não ser para fins de defesa … Eles são apenas requeridos a
estabelecerem a sua religião entre seu próprio povo. É por isso que os
israelitas, depois de Moisés e Josué, permaneceram indiferentes com autoridade
real [por exemplo, um califado]. Sua única preocupação era estabelecer a sua
religião [e não espalhá-la entre as nações] … Mas o Islã está sob a obrigação
de ganhar o poder sobre outras nações. [10]
por causa do universalismo da missão muçulmana e da obrigação de converter
todos ao Islã, ou pela persuasão ou pela força … Os outros grupos religiosos
não tinham uma missão universal, e a guerra santa não era um dever religioso
para eles, a não ser para fins de defesa … Eles são apenas requeridos a
estabelecerem a sua religião entre seu próprio povo. É por isso que os
israelitas, depois de Moisés e Josué, permaneceram indiferentes com autoridade
real [por exemplo, um califado]. Sua única preocupação era estabelecer a sua
religião [e não espalhá-la entre as nações] … Mas o Islã está sob a obrigação
de ganhar o poder sobre outras nações. [10]
Autoridades modernas concordam. A Enciclopédia do Islã, no tocante a “jihad”,
por Emile Tyan, afirma que a “propagação do Islã pelas armas é um dever
religioso aos muçulmanos em geral … Jihad deve continuar a ser feita até que
o mundo inteiro esteja sob o domínio do Islã … o Islã deve
estar inteiramente com o controle de tudo antes que a doutrina da jihad [guerra
para espalhar o Islão] possa ser eliminada.” O jurista
iraquiano Majid Khaduri (1909-2007), após definir jihad como guerra, escreve
que a “jihad … é considerada por todos os juristas, com quase nenhuma exceção,
como uma obrigação coletiva de toda a comunidade muçulmana”. [11] E, claro,
manuais jurídicos muçulmanos escritos em árabe são ainda mais explícitos. [12]
por Emile Tyan, afirma que a “propagação do Islã pelas armas é um dever
religioso aos muçulmanos em geral … Jihad deve continuar a ser feita até que
o mundo inteiro esteja sob o domínio do Islã … o Islã deve
estar inteiramente com o controle de tudo antes que a doutrina da jihad [guerra
para espalhar o Islão] possa ser eliminada.” O jurista
iraquiano Majid Khaduri (1909-2007), após definir jihad como guerra, escreve
que a “jihad … é considerada por todos os juristas, com quase nenhuma exceção,
como uma obrigação coletiva de toda a comunidade muçulmana”. [11] E, claro,
manuais jurídicos muçulmanos escritos em árabe são ainda mais explícitos. [12]
O Idioma do Alcorão
Quando os versos violentos do Alcorão são justapostos
com versículos do Antigo Testamento, eles são especialmente diferentes por usarem
uma linguagem que transcende tempo e espaço, incitando os fiéis a atacar e matar
os descrentes hoje do mesmo modo que ontem. Deus ordenou aos hebreus a matarem
heteus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus – todos estes povos enraizados
em um determinado tempo e lugar. Em nenhum momento Deus deu um comando em
aberto para os hebreus, e por extensão os seus descendentes judeus, para lutar
e matar os gentios. Por outro lado, muito embora os inimigos originais do Islã,
como no judaísmo, tenham sido históricos (por exemplo, os cristãos bizantinos e
os persas zoroastras), o Alcorão raramente os menciona por seus próprios nomes.
Em vez disso, os muçulmanos eram (e são) ordenados a lutarem contra o povo do
livro “até que paguem o tributo e sejam humilhados” [13] e “matem
os idólatras onde quer que você os encontre”. [14]
com versículos do Antigo Testamento, eles são especialmente diferentes por usarem
uma linguagem que transcende tempo e espaço, incitando os fiéis a atacar e matar
os descrentes hoje do mesmo modo que ontem. Deus ordenou aos hebreus a matarem
heteus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus – todos estes povos enraizados
em um determinado tempo e lugar. Em nenhum momento Deus deu um comando em
aberto para os hebreus, e por extensão os seus descendentes judeus, para lutar
e matar os gentios. Por outro lado, muito embora os inimigos originais do Islã,
como no judaísmo, tenham sido históricos (por exemplo, os cristãos bizantinos e
os persas zoroastras), o Alcorão raramente os menciona por seus próprios nomes.
Em vez disso, os muçulmanos eram (e são) ordenados a lutarem contra o povo do
livro “até que paguem o tributo e sejam humilhados” [13] e “matem
os idólatras onde quer que você os encontre”. [14]
As duas conjunções árabe “até” (hata) e
“sempre que” (haythu) demonstram a natureza perpétua e onipresente
desses mandamentos: Ainda existe o “povo do livro” que ainda tem que
ser “totalmente humilhado” (especialmente nas Américas, Europa e
Israel) e os “idólatras”, a serem mortos “sempre que” se
olha (especialmente na Ásia e África subsaariana). Na verdade, a característica
saliente de quase todos os mandamentos violentos nas escrituras islâmica é a
sua natureza aberta e genérica: “Combata-os [os não-muçulmanos] até que não haja perseguição e a
religião seja inteiramente de Deus [ênfase adicionada.].” [15] Além disso,
em uma tradição bem atestada que aparece nas coleções dos hadith, Maomé proclama:
“sempre que” (haythu) demonstram a natureza perpétua e onipresente
desses mandamentos: Ainda existe o “povo do livro” que ainda tem que
ser “totalmente humilhado” (especialmente nas Américas, Europa e
Israel) e os “idólatras”, a serem mortos “sempre que” se
olha (especialmente na Ásia e África subsaariana). Na verdade, a característica
saliente de quase todos os mandamentos violentos nas escrituras islâmica é a
sua natureza aberta e genérica: “Combata-os [os não-muçulmanos] até que não haja perseguição e a
religião seja inteiramente de Deus [ênfase adicionada.].” [15] Além disso,
em uma tradição bem atestada que aparece nas coleções dos hadith, Maomé proclama:
Eu fui ordenado a fazer guerra contra toda a humanidade até que eles testemunhem que não há
nenhum deus além de Deus e que Maomé é o mensageiro de Deus; e que eles
estabaleçam a oração de prostração, e paguem a esmola de impostos [isto é, se convertam
ao Islã]. Se eles fizerem isso, o sangue e a propriedade deles serão
protegidos. [ênfase adicionada]. [16]
nenhum deus além de Deus e que Maomé é o mensageiro de Deus; e que eles
estabaleçam a oração de prostração, e paguem a esmola de impostos [isto é, se convertam
ao Islã]. Se eles fizerem isso, o sangue e a propriedade deles serão
protegidos. [ênfase adicionada]. [16]
Este aspecto lingüístico é crucial para entender as
exegeses com relação à violência. Novamente, vale a pena repetir que nem as escrituras
judáicas e cristãs, os Velho e Novo Testamentos, respectivamente, empregam mandamentos
semelhantes de forma perpétua e aberta. Apesar de tudo isso, Jenkins lamenta
que:
exegeses com relação à violência. Novamente, vale a pena repetir que nem as escrituras
judáicas e cristãs, os Velho e Novo Testamentos, respectivamente, empregam mandamentos
semelhantes de forma perpétua e aberta. Apesar de tudo isso, Jenkins lamenta
que:
Comandos para matar, para cometer uma limpeza étnica, para
institucionalizar a segregação, a odiar e temer outras raças e religiões … estão
todos na Bíblia, e ocorrem com uma freqüência muito maior do que no Alcorão. Em
cada etapa, pode-se argumentar o que as passagens em questão
significam, e certamente se elas têm qualquer relevância para idades
posteriores. Mas o fato é que as palavras estão lá, e sua inclusão na escritura
significa que elas são, literalmente, canonizadas, nada menos do que na
escritura muçulmana. [17]
institucionalizar a segregação, a odiar e temer outras raças e religiões … estão
todos na Bíblia, e ocorrem com uma freqüência muito maior do que no Alcorão. Em
cada etapa, pode-se argumentar o que as passagens em questão
significam, e certamente se elas têm qualquer relevância para idades
posteriores. Mas o fato é que as palavras estão lá, e sua inclusão na escritura
significa que elas são, literalmente, canonizadas, nada menos do que na
escritura muçulmana. [17]
Pode-se pergunta o que Jenkins tem em mente ao usar
a palavra “canonizado”. Se por canonizado ele quer dizer que tais
versos são considerados parte do cânone da escritura judaico-cristã, ele está
absolutamente correto. Inversamente, se por canonizado ele significa, ou está
tentando conotar, que estes versos têm sido implementados na ideologia judaico-cristã,
ele está absolutamente errado.
a palavra “canonizado”. Se por canonizado ele quer dizer que tais
versos são considerados parte do cânone da escritura judaico-cristã, ele está
absolutamente correto. Inversamente, se por canonizado ele significa, ou está
tentando conotar, que estes versos têm sido implementados na ideologia judaico-cristã,
ele está absolutamente errado.
No entanto, não é preciso confiar em argumentos
puramente exegéticos e filológicos, história e acontecimentos atuais, para desmascarar
o relativismo de Jenkins. Considerando que o cristianismo do primeiro século se
espalhou através do sangue de seus mártires, o islamismo do seu primeiro século
se espalhou através da conquista violenta e derramamento de sangue. Na verdade,
desde o primeiro dia até o presente, sempre que possível, a propagação do Islã
tem-se dado através da conquista, como evidenciado pelo fato de que a maioria
do que é agora conhecido como o mundo islâmico, ou Dar al-Islã, foi conquistado
pela espada do Islã. Este é um fato histórico, atestado pelos mais respeitados
historiadores islâmicos. Mesmo a península da Arábia, a “casa” do
Islã, foi subjugada através de grande força e derramamento de sangue, como
evidenciado pelas guerras Ridda após
a morte de Maomé, quando dezenas de milhares de árabes foram mortos pela espada
do primeiro califa Abu Bakr por abandonarem o islamismo.
puramente exegéticos e filológicos, história e acontecimentos atuais, para desmascarar
o relativismo de Jenkins. Considerando que o cristianismo do primeiro século se
espalhou através do sangue de seus mártires, o islamismo do seu primeiro século
se espalhou através da conquista violenta e derramamento de sangue. Na verdade,
desde o primeiro dia até o presente, sempre que possível, a propagação do Islã
tem-se dado através da conquista, como evidenciado pelo fato de que a maioria
do que é agora conhecido como o mundo islâmico, ou Dar al-Islã, foi conquistado
pela espada do Islã. Este é um fato histórico, atestado pelos mais respeitados
historiadores islâmicos. Mesmo a península da Arábia, a “casa” do
Islã, foi subjugada através de grande força e derramamento de sangue, como
evidenciado pelas guerras Ridda após
a morte de Maomé, quando dezenas de milhares de árabes foram mortos pela espada
do primeiro califa Abu Bakr por abandonarem o islamismo.
O papel de Maomé
Além disso, no tocante à posição padrão atual que
se propõe a explicar a violência islâmica como um produto da frustração de muçulmano
em relação a opressão política ou econômica, deve-se perguntar: o dizer sobre
todos os cristãos e judeus oprimidos, para não mencionar os hindus e budistas,
do mundo de hoje? Onde está a sua violência religiosamente travestida? O fato
permanece: mesmo que o mundo islâmico tenha a parte do leão das manchetes
dramáticas da violência, do terrorismo, homens-bomba, decapitações, o mundo
islâmico certamente não é a única região do mundo que sofre pressões internas e
externas.
se propõe a explicar a violência islâmica como um produto da frustração de muçulmano
em relação a opressão política ou econômica, deve-se perguntar: o dizer sobre
todos os cristãos e judeus oprimidos, para não mencionar os hindus e budistas,
do mundo de hoje? Onde está a sua violência religiosamente travestida? O fato
permanece: mesmo que o mundo islâmico tenha a parte do leão das manchetes
dramáticas da violência, do terrorismo, homens-bomba, decapitações, o mundo
islâmico certamente não é a única região do mundo que sofre pressões internas e
externas.
Por exemplo, apesar de praticamente toda a África
sub-saariana estar cheia de corrupção política, opressão e pobreza, quando se
trata de violência, terrorismo, caos completo, a Somália – que é o único país
sub-saariano que é inteiramente muçulmano – lidera o grupo. Além disso, os
principais responsáveis pela violência na Somália e pela execução de medidas
legais intolerantes e draconianas, são os membros do grupo Jihadista Al-Shabab (o jovem) – articulando e
justificando todas as suas ações através de um paradigma islâmico.
sub-saariana estar cheia de corrupção política, opressão e pobreza, quando se
trata de violência, terrorismo, caos completo, a Somália – que é o único país
sub-saariano que é inteiramente muçulmano – lidera o grupo. Além disso, os
principais responsáveis pela violência na Somália e pela execução de medidas
legais intolerantes e draconianas, são os membros do grupo Jihadista Al-Shabab (o jovem) – articulando e
justificando todas as suas ações através de um paradigma islâmico.
No Sudão, também, uma jihad de genocídio contra os
povos cristãos e politeístas está sendo travada pelo governo islâmico de Cartum
e deixou quase um milhão de “infiéis” e “apóstatas” mortos.
O fato que a Organização da Conferência Islâmica veio em defesa do presidente
sudanês Hassan Ahmad al-Bashir, que é procurado pelo Tribunal Penal
Internacional, é um fato ainda mais revelador da aprovação da violência pelo
corpo Islâmico tanto contra não-muçulmanos como contra todos aqueles não considerados
como suficientemente muçulmanos.
povos cristãos e politeístas está sendo travada pelo governo islâmico de Cartum
e deixou quase um milhão de “infiéis” e “apóstatas” mortos.
O fato que a Organização da Conferência Islâmica veio em defesa do presidente
sudanês Hassan Ahmad al-Bashir, que é procurado pelo Tribunal Penal
Internacional, é um fato ainda mais revelador da aprovação da violência pelo
corpo Islâmico tanto contra não-muçulmanos como contra todos aqueles não considerados
como suficientemente muçulmanos.
Os países da América Latina e os países asiáticos não-muçulmanos
também têm o seu quinhão de opressores, de regimes autoritários, de pobreza, e
todo o resto que o mundo muçulmano sofre. No entanto, ao contrário das
manchetes diárias que emanam do mundo islâmico, não há registros de cristãos
praticantes, budistas ou hindus jogando veículos carregados de explosivos nos
edifícios de regimes opressivos (comunistas, por exemplo, cubano ou chinês),
enquanto acenam as suas escrituras na mão gritando: “Jesus [ou Buda ou
Vishnu] é o maior!” Por quê?
também têm o seu quinhão de opressores, de regimes autoritários, de pobreza, e
todo o resto que o mundo muçulmano sofre. No entanto, ao contrário das
manchetes diárias que emanam do mundo islâmico, não há registros de cristãos
praticantes, budistas ou hindus jogando veículos carregados de explosivos nos
edifícios de regimes opressivos (comunistas, por exemplo, cubano ou chinês),
enquanto acenam as suas escrituras na mão gritando: “Jesus [ou Buda ou
Vishnu] é o maior!” Por quê?
Há um aspecto final que é muitas vezes esquecido,
ou por ignorância ou desonestidade por aqueles que insistem que a violência e a
intolerância é equivalente em toda a linha para todas as religiões. Além das palavras
divinas do Alcorão, o padrão de comportamento de Maomé – o que define a sua sunna ou seu “exemplo” – é uma
fonte extremamente importante da legislação islâmica. Os muçulmanos são
exortados a imitar Maomé em todas as esferas da vida: “Você tem um bom
exemplo no Mensageiro de Deus.” [18] O padrão de conduta de Maomé para contra
os não-muçulmanos é bastante explícito.
ou por ignorância ou desonestidade por aqueles que insistem que a violência e a
intolerância é equivalente em toda a linha para todas as religiões. Além das palavras
divinas do Alcorão, o padrão de comportamento de Maomé – o que define a sua sunna ou seu “exemplo” – é uma
fonte extremamente importante da legislação islâmica. Os muçulmanos são
exortados a imitar Maomé em todas as esferas da vida: “Você tem um bom
exemplo no Mensageiro de Deus.” [18] O padrão de conduta de Maomé para contra
os não-muçulmanos é bastante explícito.
Sarcasticamente, argumentando contra o conceito do
Islã moderado, por exemplo, o terrorista Osama bin Laden, que tem o apoio de metade
do mundo islâmico árabe, segundo uma pesquisa de opinião da Al-Jazeera, [19]
retrata sunna do Profeta assim:
Islã moderado, por exemplo, o terrorista Osama bin Laden, que tem o apoio de metade
do mundo islâmico árabe, segundo uma pesquisa de opinião da Al-Jazeera, [19]
retrata sunna do Profeta assim:
“Moderação” é demonstrada pelo nosso profeta que não permaneceu
mais de três meses em Medina sem invadir ou enviar um grupo de ataque para as
terras dos infiéis, para bater em seus redutos, e aproveitar as suas posses, suas
vidas, e suas mulheres. [20]
mais de três meses em Medina sem invadir ou enviar um grupo de ataque para as
terras dos infiéis, para bater em seus redutos, e aproveitar as suas posses, suas
vidas, e suas mulheres. [20]
De fato, com base tanto no Alcorão e como na sunna de Maomé, pilhagens e saques de infiéis, escravização dos
seus filhos, e colocar as suas mulheres em concubinato, é procedente. [21] E o conceito de sunna –
raiz da palavra sunita, a facção adotada por 90 por cento dos mais de um bilhão
de muçulmanos – essencialmente afirma que qualquer coisa realizada ou aprovada
por Maomé, o exemplo mais perfeito da humanidade, é aplicável para os
muçulmanos de hoje do mesmo jeito que era para os muçulmanos de ontem. Isto,
naturalmente, não significa que os muçulmanos em massa vivam apenas para saque
e estupro.
seus filhos, e colocar as suas mulheres em concubinato, é procedente. [21] E o conceito de sunna –
raiz da palavra sunita, a facção adotada por 90 por cento dos mais de um bilhão
de muçulmanos – essencialmente afirma que qualquer coisa realizada ou aprovada
por Maomé, o exemplo mais perfeito da humanidade, é aplicável para os
muçulmanos de hoje do mesmo jeito que era para os muçulmanos de ontem. Isto,
naturalmente, não significa que os muçulmanos em massa vivam apenas para saque
e estupro.
Mas isso significa que as pessoas naturalmente
inclinadas a tais atividades, e que acontecem também de serem muçulmanas, podem,
e fazem, muito facilmente justificar as suas ações, referindo-se a “Sunna
do Profeta” – a forma como a Al-Qaeda, por exemplo, justificou seus
ataques em 9/11, onde inocentes, incluindo mulheres e crianças, foram mortos: Maomé
autorizou seus seguidores a usarem catapultas durante o cerco da cidade de Taif,
em 630 AD – os seus habitantes haviam se recusado a submeter-se – mesmo
ciente de que mulheres e crianças estavam abrigadas
lá. Além disso, quando lhe perguntaram se era permitido lançar incursões
noturnas ou atear fogo nas fortificações dos infiéis se mulheres e crianças
estivessem entre elas, reporta-se que o Profeta teria respondido: “Eles
[as mulheres e as crianças] são de dentro deles [dos infiéis]”. [22]
inclinadas a tais atividades, e que acontecem também de serem muçulmanas, podem,
e fazem, muito facilmente justificar as suas ações, referindo-se a “Sunna
do Profeta” – a forma como a Al-Qaeda, por exemplo, justificou seus
ataques em 9/11, onde inocentes, incluindo mulheres e crianças, foram mortos: Maomé
autorizou seus seguidores a usarem catapultas durante o cerco da cidade de Taif,
em 630 AD – os seus habitantes haviam se recusado a submeter-se – mesmo
ciente de que mulheres e crianças estavam abrigadas
lá. Além disso, quando lhe perguntaram se era permitido lançar incursões
noturnas ou atear fogo nas fortificações dos infiéis se mulheres e crianças
estivessem entre elas, reporta-se que o Profeta teria respondido: “Eles
[as mulheres e as crianças] são de dentro deles [dos infiéis]”. [22]
As maneiras dos judeus
e cristãos
e cristãos
Embora centrado na lei e possivelmente legalista, o
judaísmo não tem equivalente à Sunna: as palavras e ações dos patriarcas,
embora descritas no Antigo Testamento, nunca passaram a prescrever a lei
judaica. Nem as “mentiras brancas” de Abraão, nem a perfídia de Jacó, nem o fusível
curto de Moisés, nem o adultério de Davi, nem o mulherengo Salomão, jamais passaram
a instruir os judeus ou cristãos. Eles foram entendidos como atos históricos
perpetrados por homens imperfeitos, que eram muito frequentemente punidos por
Deus devido ao seu comportamento abaixo do ideal.
judaísmo não tem equivalente à Sunna: as palavras e ações dos patriarcas,
embora descritas no Antigo Testamento, nunca passaram a prescrever a lei
judaica. Nem as “mentiras brancas” de Abraão, nem a perfídia de Jacó, nem o fusível
curto de Moisés, nem o adultério de Davi, nem o mulherengo Salomão, jamais passaram
a instruir os judeus ou cristãos. Eles foram entendidos como atos históricos
perpetrados por homens imperfeitos, que eram muito frequentemente punidos por
Deus devido ao seu comportamento abaixo do ideal.
Quanto ao cristianismo, grande parte da lei do
Antigo Testamento foi revogada ou cumprida – dependendo da perspectiva – por Jesus.
“Olho por olho” deu lugar a “virar a outra face”. Amar totalmente
a Deus e ao próximo se tornou a lei suprema [23]. Além disso, a sunna de Jesus – como se costuma
perguntar “O que Jesus faria?” – é caracterizada pela passividade e pelo
altruísmo. O Novo Testamento contém absolutamente nenhuma exortações à
violência.
Antigo Testamento foi revogada ou cumprida – dependendo da perspectiva – por Jesus.
“Olho por olho” deu lugar a “virar a outra face”. Amar totalmente
a Deus e ao próximo se tornou a lei suprema [23]. Além disso, a sunna de Jesus – como se costuma
perguntar “O que Jesus faria?” – é caracterizada pela passividade e pelo
altruísmo. O Novo Testamento contém absolutamente nenhuma exortações à
violência.
Ainda assim, existem aqueles que tentam retratar Jesus como tendo um caráter
igualmente militante como Maomé, citando o verso onde
Jesus – que “falou às multidões por parábolas e sem parábolas não
falava” [24], disse: “Venho não para trazer paz, mas espada “.
[25] Mas, com base no contexto desta declaração, é claro que Jesus não estava
ordenando violência contra não-cristãos, mas, ao invés disto, prevendo que vai
existir contenda entre cristãos e seu ambiente – uma previsão que foi
verdadeira para os primeiros cristãos que, longe de empunharem a espada,
passivamente pereceram pela espada no martírio como muitas vezes eles ainda o
fazem no mundo muçulmano de hoje. [26]
igualmente militante como Maomé, citando o verso onde
Jesus – que “falou às multidões por parábolas e sem parábolas não
falava” [24], disse: “Venho não para trazer paz, mas espada “.
[25] Mas, com base no contexto desta declaração, é claro que Jesus não estava
ordenando violência contra não-cristãos, mas, ao invés disto, prevendo que vai
existir contenda entre cristãos e seu ambiente – uma previsão que foi
verdadeira para os primeiros cristãos que, longe de empunharem a espada,
passivamente pereceram pela espada no martírio como muitas vezes eles ainda o
fazem no mundo muçulmano de hoje. [26]
Outros apontam para a violência prevista no Livro
de Apocalipse, enquanto, novamente, não conseguindo discernir que todo o relato
é descritivo – sem dizer que é claramente simbólico – e, portanto, dificilmente
prescritivo para os cristãos. De qualquer forma, como alguém pode
conscientemente comparar estes punhados de versículos do Novo Testamento que
metaforicamente mencionam a palavra “espada” com as centenas de
injunções corânicas literais e declarações de Maomé que claramente ordenam os
muçulmanos para empunharem uma espada de verdade contra os não-muçulmanos?
de Apocalipse, enquanto, novamente, não conseguindo discernir que todo o relato
é descritivo – sem dizer que é claramente simbólico – e, portanto, dificilmente
prescritivo para os cristãos. De qualquer forma, como alguém pode
conscientemente comparar estes punhados de versículos do Novo Testamento que
metaforicamente mencionam a palavra “espada” com as centenas de
injunções corânicas literais e declarações de Maomé que claramente ordenam os
muçulmanos para empunharem uma espada de verdade contra os não-muçulmanos?
Implacável, Jenkins lamenta o fato de que, no Novo Testamento, os judeus
“planejam apedrejar Jesus, eles fazem um complô
para matá-lo. Por sua vez, Jesus os chama de mentirosos, filhos do diabo”
[27]. Fica para ser decidido se ser chamado de “filhos do Diabo” é
mais ofensivo do que ser referidos como os descendentes de macacos e porcos – o
modo que o Alcorão chama os judeus. [28] Colocando as ofensas de lado, no
entanto, o que importa aqui é que, enquanto o Novo Testamento não ordena os cristãos
a tratarem os judeus como “filhos do Diabo”, baseado no Alcorão,
principalmente 9:29, a lei, islâmica obriga os muçulmanos a subjugar os judeus,
na verdade, subjugar todos os não-muçulmanos.
“planejam apedrejar Jesus, eles fazem um complô
para matá-lo. Por sua vez, Jesus os chama de mentirosos, filhos do diabo”
[27]. Fica para ser decidido se ser chamado de “filhos do Diabo” é
mais ofensivo do que ser referidos como os descendentes de macacos e porcos – o
modo que o Alcorão chama os judeus. [28] Colocando as ofensas de lado, no
entanto, o que importa aqui é que, enquanto o Novo Testamento não ordena os cristãos
a tratarem os judeus como “filhos do Diabo”, baseado no Alcorão,
principalmente 9:29, a lei, islâmica obriga os muçulmanos a subjugar os judeus,
na verdade, subjugar todos os não-muçulmanos.
Isso significa que nenhum auto-proclamado cristão
pode ser anti-semita? Claro que não. Mas isso significa que cristãos anti-semitas
são paradoxos vivos – pela simples razão de que textualmente e teologicamente,
o cristianismo, longe de ensinar o ódio ou a animosidade, de forma inequívoca
salienta amor e perdão. Se todos os cristãos seguem ou não tais mandatos não é
o ponto; do mesmo modo que não é o ponto se todos os muçulmanos mantêm a
obrigação da jihad. A única questão é: o que as religiões ordenam?
pode ser anti-semita? Claro que não. Mas isso significa que cristãos anti-semitas
são paradoxos vivos – pela simples razão de que textualmente e teologicamente,
o cristianismo, longe de ensinar o ódio ou a animosidade, de forma inequívoca
salienta amor e perdão. Se todos os cristãos seguem ou não tais mandatos não é
o ponto; do mesmo modo que não é o ponto se todos os muçulmanos mantêm a
obrigação da jihad. A única questão é: o que as religiões ordenam?
John Esposito é, portanto, correto ao afirmar que
“judeus e cristãos se envolveram em atos de violência.” Ele está
errado, no entanto, ao acrescentar: “Nós [os cristãos] temos a nossa
própria teologia do ódio.” Nada no Novo Testamento ensina ódio – certamente
nada que se compare com as injunções corânicas, tais como: “Nós [os
muçulmanos] não acreditamos em vocês [não-muçulmanos], e entre nós e você
inimizade tem se mostrado, e do ódio para sempre até que você acredite em Deus”.
[29]
“judeus e cristãos se envolveram em atos de violência.” Ele está
errado, no entanto, ao acrescentar: “Nós [os cristãos] temos a nossa
própria teologia do ódio.” Nada no Novo Testamento ensina ódio – certamente
nada que se compare com as injunções corânicas, tais como: “Nós [os
muçulmanos] não acreditamos em vocês [não-muçulmanos], e entre nós e você
inimizade tem se mostrado, e do ódio para sempre até que você acredite em Deus”.
[29]
Reavaliando as
Cruzadas
Cruzadas
E é a partir daqui que se pode melhor apreciar as Cruzadas de um ponto
de vista histórico – eventos que foram completamente distorcidos por muitos apologistas influentes do Islã. Karen Armstrong, por exemplo, praticamente fez uma carreira para
si mesma desvirtuando as Cruzadas, escrevendo, por exemplo, que “a idéia
de que o Islã se impôs pela espada é uma ficção ocidental, fabricada durante o
período das Cruzadas, quando, na verdade, era os cristãos ocidentais que
estavam lutando guerras santas brutais contra o Islã” [30]. O fato de uma ex-freira condenar as Cruzadas,
de modo raivoso, sem nada mencionar sobre o que o Islã fez, tornou a sua
crítica ainda mais comercializável. No entanto, declarações como esta ignoram o
fato de que desde os primórdios do Islã, mais de 400 anos antes das cruzadas,
os cristãos perceberam que o Islão foi disseminado pela espada [31]. De fato,
historiadores muçulmanos com autoridade escrevendo séculos antes das Cruzadas,
como Ahmad Ibn Yahya al-Baladhuri (m. 892) e Muhammad ibn Jarir at-Tabari
(838-923), deixam claro que o Islão foi disseminada pela espada.
de vista histórico – eventos que foram completamente distorcidos por muitos apologistas influentes do Islã. Karen Armstrong, por exemplo, praticamente fez uma carreira para
si mesma desvirtuando as Cruzadas, escrevendo, por exemplo, que “a idéia
de que o Islã se impôs pela espada é uma ficção ocidental, fabricada durante o
período das Cruzadas, quando, na verdade, era os cristãos ocidentais que
estavam lutando guerras santas brutais contra o Islã” [30]. O fato de uma ex-freira condenar as Cruzadas,
de modo raivoso, sem nada mencionar sobre o que o Islã fez, tornou a sua
crítica ainda mais comercializável. No entanto, declarações como esta ignoram o
fato de que desde os primórdios do Islã, mais de 400 anos antes das cruzadas,
os cristãos perceberam que o Islão foi disseminado pela espada [31]. De fato,
historiadores muçulmanos com autoridade escrevendo séculos antes das Cruzadas,
como Ahmad Ibn Yahya al-Baladhuri (m. 892) e Muhammad ibn Jarir at-Tabari
(838-923), deixam claro que o Islão foi disseminada pela espada.
O fato permanece: as Cruzadas foram um
contra-ataque sobre o Islã, e não um ataque não provocado como Armstrong e
outros historiadores revisionistas retratam. O eminente historiador Bernard
Lewis coloca-o bem:
contra-ataque sobre o Islã, e não um ataque não provocado como Armstrong e
outros historiadores revisionistas retratam. O eminente historiador Bernard
Lewis coloca-o bem:
Mesmo a cruzada cristã, muitas vezes comparada com a jihad muçulmana, foi
em si uma resposta tardia e limitada à jihad e em parte também uma imitação.
Mas ao contrário da jihad, a principal preocupação era com a defesa ou
reconquista de territórios cristãos perdidos ou ameaçados. Foi, com poucas
exceções, limitadas às guerras bem sucedidas para a recuperação do sudoeste da
Europa, e as guerras infrutíferas para recuperar a Terra Santa e para deter o
avanço otomano nos Balcãs. A jihad muçulmana, ao contrário, foi entendida como
ilimitada, como uma obrigação religiosa que continuaria até que todo o mundo ou
tenha adotado a fé muçulmana ou se submetido ao domínio muçulmano. … O objeto
da jihad é trazer o mundo inteiro sob a lei islâmica [32].
em si uma resposta tardia e limitada à jihad e em parte também uma imitação.
Mas ao contrário da jihad, a principal preocupação era com a defesa ou
reconquista de territórios cristãos perdidos ou ameaçados. Foi, com poucas
exceções, limitadas às guerras bem sucedidas para a recuperação do sudoeste da
Europa, e as guerras infrutíferas para recuperar a Terra Santa e para deter o
avanço otomano nos Balcãs. A jihad muçulmana, ao contrário, foi entendida como
ilimitada, como uma obrigação religiosa que continuaria até que todo o mundo ou
tenha adotado a fé muçulmana ou se submetido ao domínio muçulmano. … O objeto
da jihad é trazer o mundo inteiro sob a lei islâmica [32].
Além disso, as invasões muçulmanas e as atrocidades
contra os cristãos estavam em alta nas décadas antes do lançamento das Cruzadas,
em 1096. O califa fatímida Abu ‘Mansur Tariqu’l-Hakim (r. 996-1021) profanou e
destruiu um número importante de igrejas, tais como a Igreja de São Marcos no
Egito e a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e decretou decretos ainda mais
opressivo do que o habitual contra os cristãos e judeus. Então, em 1071, os
turcos seljúcidas esmagaram os bizantinos na crucial batalha da Manzikert e, de
fato, conquistaram uma grande fatia da Anatólia bizantina, pressagiando o
caminho para a eventual captura de Constantinopla séculos mais tarde.
contra os cristãos estavam em alta nas décadas antes do lançamento das Cruzadas,
em 1096. O califa fatímida Abu ‘Mansur Tariqu’l-Hakim (r. 996-1021) profanou e
destruiu um número importante de igrejas, tais como a Igreja de São Marcos no
Egito e a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e decretou decretos ainda mais
opressivo do que o habitual contra os cristãos e judeus. Então, em 1071, os
turcos seljúcidas esmagaram os bizantinos na crucial batalha da Manzikert e, de
fato, conquistaram uma grande fatia da Anatólia bizantina, pressagiando o
caminho para a eventual captura de Constantinopla séculos mais tarde.
Foi neste contexto que o Papa Urbano II (r.
1088-1099) chamou para as Cruzadas:
1088-1099) chamou para as Cruzadas:
A partir dos limites de Jerusalém e da cidade de Constantinopla, um
conto horrível e freqüente foi trazido para os nossos ouvidos, ou seja, que uma
raça oriunda do reino dos persas [ou seja, os muçulmanos turcos] … invadiu as
terras daqueles cristãos, despovoadas pela espada, pilhagem e incêndio; eles levaram
uma parte dos cativos para o seu próprio país, e uma outra parte destruiu com
torturas cruéis; eles têm destruído totalmente as igrejas de Deus ou se apropriado
delas para os ritos de sua própria religião [33].
conto horrível e freqüente foi trazido para os nossos ouvidos, ou seja, que uma
raça oriunda do reino dos persas [ou seja, os muçulmanos turcos] … invadiu as
terras daqueles cristãos, despovoadas pela espada, pilhagem e incêndio; eles levaram
uma parte dos cativos para o seu próprio país, e uma outra parte destruiu com
torturas cruéis; eles têm destruído totalmente as igrejas de Deus ou se apropriado
delas para os ritos de sua própria religião [33].
Muito embora a descrição de Urbano II ser
historicamente precisa, o fato permanece: independente de se interpretar estas
guerras como ofensivas ou defensivas, justas ou injustas, é evidente que elas
não foram feitas com base no exemplo de Jesus, que exortou seus seguidores a
“amai o seu inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos
odeiam e orai por aqueles que maldosamente vos maltratam e perseguem [34]”.
Na verdade, demoram-se séculos de debate teológico, de Agostinho a Tomás de
Aquino, para racionalizar a guerra defensiva articuladas como “guerra
justa”. Assim, parece que se alguém, foram as cruzadas – não os jihadistas
– que foram menos fiéis às suas escrituras (do ponto de vista literal); ou olhando
por outro lado, são os jihadistas, e não os cruzados, que vêm fielmente cumprindo
as suas escrituras (também a partir de um ponto de vista literal). Além disso,
como os contos violentos do Antigo Testamento, as Cruzadas são manifestações
históricas e não manifestação de quaisquer verdades mais profundas nas escrituras.
historicamente precisa, o fato permanece: independente de se interpretar estas
guerras como ofensivas ou defensivas, justas ou injustas, é evidente que elas
não foram feitas com base no exemplo de Jesus, que exortou seus seguidores a
“amai o seu inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos
odeiam e orai por aqueles que maldosamente vos maltratam e perseguem [34]”.
Na verdade, demoram-se séculos de debate teológico, de Agostinho a Tomás de
Aquino, para racionalizar a guerra defensiva articuladas como “guerra
justa”. Assim, parece que se alguém, foram as cruzadas – não os jihadistas
– que foram menos fiéis às suas escrituras (do ponto de vista literal); ou olhando
por outro lado, são os jihadistas, e não os cruzados, que vêm fielmente cumprindo
as suas escrituras (também a partir de um ponto de vista literal). Além disso,
como os contos violentos do Antigo Testamento, as Cruzadas são manifestações
históricas e não manifestação de quaisquer verdades mais profundas nas escrituras.
Na verdade, longe de sugerir alguma coisa
intrínseca ao cristianismo, as Cruzadas ajudam, ironicamente, a explicar melhor
o Islã. Pois, o que as Cruzadas demonstram, de uma vez por todas, é que,
independentemente de ensinamentos religiosos – de fato, no caso destas auto-intituladas
Cruzadas cristãs, apesar delas – o homem é muitas vezes predisposto à
violência. Mas isso levanta a questão: se essa é a forma de como os cristãos se
comportaram – cristãos que são ordenados a amar, abençoar e fazer o bem aos
seus inimigos que os odeiam, os amaldiçoam, e os perseguem – o quanto pode-se
esperar de muçulmanos que, compartilhando das mesmas tendências violentas, são
ainda comandados pela sua divindade para atacar, matar e saquear os não
crentes?
intrínseca ao cristianismo, as Cruzadas ajudam, ironicamente, a explicar melhor
o Islã. Pois, o que as Cruzadas demonstram, de uma vez por todas, é que,
independentemente de ensinamentos religiosos – de fato, no caso destas auto-intituladas
Cruzadas cristãs, apesar delas – o homem é muitas vezes predisposto à
violência. Mas isso levanta a questão: se essa é a forma de como os cristãos se
comportaram – cristãos que são ordenados a amar, abençoar e fazer o bem aos
seus inimigos que os odeiam, os amaldiçoam, e os perseguem – o quanto pode-se
esperar de muçulmanos que, compartilhando das mesmas tendências violentas, são
ainda comandados pela sua divindade para atacar, matar e saquear os não
crentes?
[1] Andrea Bistrich, “Discovering the
common grounds of world religions,” interview with Karen Armstrong,
Share International, Sept. 2007, pp. 19-22.
[2] C-SPAN2, June 5, 2004.
[3] Philip Jenkins, “Dark
Passages,” The Boston Globe, Mar. 8, 2009.
[4] Deut. 20:16-18.
[5] Josué. 10:40.
[6] “The
Fall of Jerusalem,” Gesta Danorum, accessed Apr. 2, 2009.
[7] Alcorão 9:5. All translations of Qur’anic
verses are drawn from A.J. Arberry, ed. The
Koran Interpreted: A Translation (New York: Touchstone, 1996).
[8] Alcorão 9:29.
[9] Alcorão 2:256.
[10] Ibn Khaldun, The Muqudimmah: An
Introduction to History, Franz Rosenthal, trans. (New York: Pantheon,
1958,) vol. 1, p. 473.
[11] Majid Khadduri, War and Peace in the Law
of Islam (London: Oxford University Press, 1955), p. 60.
[12] Ver, por exemplo, Ahmed Mahmud Karima, Al-Jihad
fi’l-Islam: Dirasa Fiqhiya Muqarina (Cairo: Al-Azhar University, 2003).
[13] Alcorão 9:29.
[14] Alcorão 9:5.
[15] Alcorão 8:39.
[16] Ibn al-Hajjaj Muslim, Sahih Muslim,
C9B1N31; Muhammad Ibn Isma’il al-Bukhari, Sahih al-Bukhari (Lahore:
Kazi, 1979), B2N24.
[17] Jenkins, “Dark_Passages.”
[18] Alcorão 33:21.
[19] “Al-Jazeera-Poll:
49% of Muslims Support Osama bin Laden,” Sept. 7-10, 2006, accessed
Apr. 2, 2009.
[20] ‘Abd al-Rahim ‘Ali, Hilf al Irhab
(Cairo: Markaz al-Mahrusa li ‘n-Nashr wa ‘l-Khidamat as-Sahafiya wa
‘l-Ma’lumat, 2004).
[21] For example, Alcorão 4:24, 4:92, 8:69,
24:33, 33:50.
[22] Sahih Muslim, B19N4321; for English
translation, see Raymond Ibrahim, The Al Qaeda Reader (New York:
Doubleday, 2007), p. 140.
[23] Mateus. 22:38-40.
[24] Mateus. 13:34.
[25] Mateus. 10:34.
[26] Ver, por exemplo, “Christian Persecution Info,”
Christian Persecution Magazine, accessed Apr. 2, 2009.
[27] Jenkins, “Dark_Passages.”
[28] Alcorão 2:62-65, 5:59-60, 7:166.
[29] Alcorão 60:4.
[30] Bistrich, “Discovering the
common grounds of world religions,” pp. 19-22; Para uma crítica do
trabalho de Karen Armstrong leia “Karen Armstrong,”
in Andrew Holt, ed. Crusades-Encyclopedia, Apr. 2005, accessed Apr. 6,
2009.
[31] Ver, por exemplo, os escritos de
Sophrinius, o patriarca de Jerusalém durante a conquista muçulmana da Cidade
Sante, apenas alguns anos aós a morte de Maomé, ou as cronicas de Theophane, o
Confessor.
[32] Bernard Lewis, The Middle East: A Brief
History of the Last 2000 Years (New York: Scribner, 1995), p. 233-4.
[33] “Speech
of Urban—Robert of Rheims,” in Edward Peters, ed., The First
Crusade: The Chronicle of Fulcher of Chartres and Other Source Materials
(Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1998), p. 27.
[34] Mateus. 5:44.
common grounds of world religions,” interview with Karen Armstrong,
Share International, Sept. 2007, pp. 19-22.
[2] C-SPAN2, June 5, 2004.
[3] Philip Jenkins, “Dark
Passages,” The Boston Globe, Mar. 8, 2009.
[4] Deut. 20:16-18.
[5] Josué. 10:40.
[6] “The
Fall of Jerusalem,” Gesta Danorum, accessed Apr. 2, 2009.
[7] Alcorão 9:5. All translations of Qur’anic
verses are drawn from A.J. Arberry, ed. The
Koran Interpreted: A Translation (New York: Touchstone, 1996).
[8] Alcorão 9:29.
[9] Alcorão 2:256.
[10] Ibn Khaldun, The Muqudimmah: An
Introduction to History, Franz Rosenthal, trans. (New York: Pantheon,
1958,) vol. 1, p. 473.
[11] Majid Khadduri, War and Peace in the Law
of Islam (London: Oxford University Press, 1955), p. 60.
[12] Ver, por exemplo, Ahmed Mahmud Karima, Al-Jihad
fi’l-Islam: Dirasa Fiqhiya Muqarina (Cairo: Al-Azhar University, 2003).
[13] Alcorão 9:29.
[14] Alcorão 9:5.
[15] Alcorão 8:39.
[16] Ibn al-Hajjaj Muslim, Sahih Muslim,
C9B1N31; Muhammad Ibn Isma’il al-Bukhari, Sahih al-Bukhari (Lahore:
Kazi, 1979), B2N24.
[17] Jenkins, “Dark_Passages.”
[18] Alcorão 33:21.
[19] “Al-Jazeera-Poll:
49% of Muslims Support Osama bin Laden,” Sept. 7-10, 2006, accessed
Apr. 2, 2009.
[20] ‘Abd al-Rahim ‘Ali, Hilf al Irhab
(Cairo: Markaz al-Mahrusa li ‘n-Nashr wa ‘l-Khidamat as-Sahafiya wa
‘l-Ma’lumat, 2004).
[21] For example, Alcorão 4:24, 4:92, 8:69,
24:33, 33:50.
[22] Sahih Muslim, B19N4321; for English
translation, see Raymond Ibrahim, The Al Qaeda Reader (New York:
Doubleday, 2007), p. 140.
[23] Mateus. 22:38-40.
[24] Mateus. 13:34.
[25] Mateus. 10:34.
[26] Ver, por exemplo, “Christian Persecution Info,”
Christian Persecution Magazine, accessed Apr. 2, 2009.
[27] Jenkins, “Dark_Passages.”
[28] Alcorão 2:62-65, 5:59-60, 7:166.
[29] Alcorão 60:4.
[30] Bistrich, “Discovering the
common grounds of world religions,” pp. 19-22; Para uma crítica do
trabalho de Karen Armstrong leia “Karen Armstrong,”
in Andrew Holt, ed. Crusades-Encyclopedia, Apr. 2005, accessed Apr. 6,
2009.
[31] Ver, por exemplo, os escritos de
Sophrinius, o patriarca de Jerusalém durante a conquista muçulmana da Cidade
Sante, apenas alguns anos aós a morte de Maomé, ou as cronicas de Theophane, o
Confessor.
[32] Bernard Lewis, The Middle East: A Brief
History of the Last 2000 Years (New York: Scribner, 1995), p. 233-4.
[33] “Speech
of Urban—Robert of Rheims,” in Edward Peters, ed., The First
Crusade: The Chronicle of Fulcher of Chartres and Other Source Materials
(Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1998), p. 27.
[34] Mateus. 5:44.
Bom texto. Até estou surpreso em ser o primeiro a comentar.
Um passeio pela teologia histórica, que enriquece futuros debates. Em Verdade, é sabido que a prática do Materialismo Religioso nos dias atuais pelos cristão protestantes,está longe da passagem de Jesus. Em verdade,não é aceitável seguir as escritura, mas tê-las como referência à sua Fé. O tempo,a época e pensamentos são outros. Em verdade, o Islã não é uma obra final, mas uma construção revisionista para seguir novos tempos
o problema dos cristãos atuais é justamente não seguir as escrituras.
O Islão não está aberto para reforma. As portas da Ijtihad estão fechadas!
O Islã tem um sistema de bloqueio triplo, como uma prisão de segurança máxima. Bloqueio um: se está escrito no Alcorão, e não foi revogada, essa é a maneira como as coisas tem que ser para sempre. Bloqueio dois: ao se tornar parte da Sharia, estando ou não no Alcorão, deve ficar para sempre. Bloqueio de três: se estudiosos islâmicos concordaram em alguma coisa, se está ou não no Alcorão ou na Sharia, o assunto nunca deve ser reaberto para questionamento. Daí a importância as escolas de jurisprudência.
O islão está fechado. Revisionismo é blasfêmia.
PS. "construção revisionista" é Marxismo. E o islão não tem nada a ver com isso. O islão está engessado até o talo.
Quanto engano do islã a igreja romana é um cristianismo pagão, quando nos protestantes somos Jenuinos na fe em Jesus este é Rei de vivos e de mortos, é fato que o isla é a religião que mais crece no mundo.claro pela violencia, um dia saberemos toda a verdade da biblia deixa só nosso Reu Jesus Vier, MARANATA ORA VEM SENHOR JESUS.
O cristianismo esta escrito no livro de atos la nao vemos violência, o cristianismo católico é pagao. E esta fora de contexto.
Prezado Anônimo. O seu comentário é que está fora do contexto. O islamismo não distingue entre católico, protestante, ortodoxo ou evangélico. São todos káfir (descrentes) do mesmo jeito. Sugiro você reconhecer quem são os seus alidados nesta luta. Abraços.
Muito elucidativo esse texto!O que aqui está descrito precisa chegar a mais pessoas para que se crie uma malha de pensamentos contrários a barbárie justificada através da religião.