Dois incidentes reacendem o debate sobre as rígidas leis do véu islâmico (hijab) do Irã.
No primeiro caso, Arezoo Badri, de 31 anos, ficou paralisada após ser baleada pela polícia iraniana, em 22 de julho, na cidade de Noor, por uma suposta violação da regra obrigatória do hijab. Badri dirigia com sua irmã em um carro com vidros escuros. Ela não cumpriu as exigências da polícia para parar. De acordo com uma fonte não identificada, “A bala entrou em seu pulmão e danificou gravemente sua medula espinhal”, deixando Badri paralisada da cintura para baixo. Ela agora está sob forte segurança em um hospital de propriedade da polícia em Teerã, com sua família autorizada apenas a visitas breves e monitoradas (BBC).
A irmã de Arezoo Badri está “sob pressão para uma confissão forçada para dizer que o tiroteio não estava relacionado ao hijab e que ela está se sentindo bem.” (X)
[Qual a origem do véu islâmico? Leia em A ridícula origem do “véu islâmico” (e pensar que mulheres são mortas por causa disso)]
No segundo caso, duas meninas de 14 anos foram violentamente agredidas por agentes de aplicação do hijab em Teerã, com imagens de câmeras de segurança do incidente gerando indignação generalizada. A mãe de uma das meninas relatou ter encontrado sua filha em uma delegacia de polícia de moralidade com um “rosto machucado, lábios inchados, pescoço machucado e roupas rasgadas”. (X)
Esses eventos angustiantes coincidem com a introdução do Plano Tuba pelo governo iraniano, uma nova iniciativa para treinar 1.500 “missionários” para promover a conformidade com o hijab, particularmente em escolas e centros educacionais.
Esses casos se dão evidência ao conflito crescente entre mulheres iranianas, desafiando a lei obrigatória do hijab, e as táticas de execução cada vez mais agressivas do regime, levantando sérias preocupações sobre direitos humanos e liberdades pessoais na República Islâmica.
Leia depois: Um resumo do “Direito” das Mulheres sob o islamismo
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