No Irã, as mulheres querem ser livres para se vestirem do jeito que elas desejarem, mas o governo da República Islâmica não aceita isso e as reprime e ofende.
Quem irá defender o direito das mulheres de NÃO USAREM o véu islâmico nos países regidos pela Sharia?
Existe uma enorme controvérsia com respeito ao direito de se usar o véu islâmico. Excetuando-se o niqab e a burca, que cobrem o rosto todo, constituindo-se deste modo um problema de segurança pública, quem poderia se opor ao hijab, que cobre apenas o cabelo e as orelhas?
Os 3 principais tipos de “véus islâmicos”
Até mesmo o presidente do Estados Unidos, Barack Hussein Obama, no seu “histórico” discurso na Universidade Al Azhar, em Cairo, Egito, em 4 de junho de 2009, disse que “Mais ainda, a liberdade nos Estados Unidos é indissociável da liberdade de praticar a própria religião. É por isso que há uma mesquita em cada estado do nosso país, e mais de 1.200 mesquitas dentro de nossas fronteiras. É por isso que o governo dos Estados Unidos tem ido aos tribunais para proteger o direito das mulheres e das meninas a usarem o hijab e para punir aqueles que desejam negá-lo.”
Enfatizo o que Obama disse: “proteger o direito das mulheres e das meninas a usarem o hijab.”
A pergunta que deve ser feita imediatamente a frases como essa é: QUEM IRÁ DEFENDER O DIREITO DAS MULHERES E MENINAS A NÃO USAREM O HIJAB, bem como o niqab e a burca?
Vejam bem, existem mulheres que são mutiladas ou mortas por não os usarem, por os usarem de alguma forma menos rigorosa, ou mesmo por expressarem o desejo de não usarem véu islâmico algum. E isso acontece nos países islâmicos (aqueles que têm provisão de que a constituição não pode contradizer a Sharia) e também ao redor do mundo, nas comunidades islâmicas (geralmente agrupadas em guetos de modo a facilitar a implementação da Sharia naquela comunidade), bem como pais e familiares que aplicam a Sharia dentro de casa.
Eu tenho retratado alguns dos casos de meninas e mulheres sendo mutiladas ou mortas por não usarem o véu nos Direitos das Mulheres Parte 1 e Parte 2. O assunto foi também discutido no artigo Crimes de Honra: prática sem punição na lei islâmica.
Mas as mulheres não desistem. Veja o exemplo das mulheres iranianas, que encontraram um modo de protestar contra a imposição do véu islâmico no país.
Uma reportagem de “O Globo“, em agosto deste ano, traz uma entrevista com Masih Alinejad, a iraniana que criou uma página no Facebook chamada My Stealth Freedom (A Minha Liberdade Secreta) mostrando (horrores) a sua cabeça descoberta (horrores). A página tem mais de meio milhão de seguidores, e nela, milhares de iranianas mostram fotografias com a sua cabeça descoberta. Segundo a personagem fictícia Alá elas são todas PROSTITUTAS. Esse é o moralismo islâmico!
Em apenas 40 dias esta página chegou a 500 mil pessoas que a “curtiram.” Mulheres e homens, religiosos e não-religiosos, iranianos e não-iranianos, todos defendendo a liberdade de escolher o que vestir, algo tão básico, que é negado pelo islão e pela Sharia. E que esta liberdade não seja escondida.
A página virou coqueluxe mundial, ganhando destaque em diversos jornais, redes de TV, e mídia alternativa.
Esta página, é claro, revoltou o governo islâmico do Irã, que pediu aos “bons muçulmanos” ao redor do mundo que identifiquem as mulheres iranianas que vivem no exterior e que estejam mostrando as suas fotos, de modo que elas sejam punidas conforme a lei islâmica. Isso é “palavra-chave” indicando que os “bons muçulmanos podem lhes fazer mal”, ou pior, que as famílias delas que vivem no Irã sejam “consultadas” com respeito ao “comportamento libertino das suas filhas” (por mostrar os cabelos) e punidas por isso. Tudo isso por mostrar o cabelo. O governo iraniano ainda acusou a criadora da página de ser drogada e prostituta (Reuters;
Iranwire).
Iranwire).
Ayatollah Seyyed Ahmad Khatami
O Irã
mantém uma força policial dedicada a impor a Sharia sobre a população, a
chamada Mutaween, a “Polícia
da Virtude.” Ela é notória em fazer batidas policiais em assediar as mulheres
iranianas que não se vestem do modo prescrito pelo governo islâmico (Fox).
As punições variam de advertência, multa ou prisão. A polícia da virtude é uma
consequência do que estabelece o Alcorão 9:71:
mantém uma força policial dedicada a impor a Sharia sobre a população, a
chamada Mutaween, a “Polícia
da Virtude.” Ela é notória em fazer batidas policiais em assediar as mulheres
iranianas que não se vestem do modo prescrito pelo governo islâmico (Fox).
As punições variam de advertência, multa ou prisão. A polícia da virtude é uma
consequência do que estabelece o Alcorão 9:71:
E (assim como) os fiéis e as fiéis, são os guardiões uns dos outros;
eles recomendam o bem e proibem o mal, observam a oração e pagam a zakat, e
obedecem a Alá e Seu Mensageiro; Pra eles, Alá vai mostrar misericórdia;
porque Alá é Poderoso, Prudentíssimo.
eles recomendam o bem e proibem o mal, observam a oração e pagam a zakat, e
obedecem a Alá e Seu Mensageiro; Pra eles, Alá vai mostrar misericórdia;
porque Alá é Poderoso, Prudentíssimo.
“Guardiões
uns dos outros” significa que a comunidade impõe os padrões da Sharia, uns vigiando os outros.
Lembre-se disso. Esse é o motivo que leva os muçulmanos a se segregarem quando
vivem em países onde são minorias.
uns dos outros” significa que a comunidade impõe os padrões da Sharia, uns vigiando os outros.
Lembre-se disso. Esse é o motivo que leva os muçulmanos a se segregarem quando
vivem em países onde são minorias.
Imagem de um documentário sobre a repressão às mulheres iranianas. O texto diz “Claro. A sua cabeça não está coberta. Por favor, rearrange o seu véu. O que você está usando é um sarafan. No código de vestimenta islâmico, isso não é aceitável, como uma cobertura (da cabeça) apropriada.”
Na página
do Facebook “A Minha Liberdade Secreta”, muitas mulheres tiram fotos de óculos, ou de costas, de modo a se
manifestarem e criticarem a ditadura teocrática, evitando assim serem
reconhecidas e punidas. Isso é o sigificado de liberdade sob o islão. Ou se obedece a lei
islâmica Sharia 100% ou sofre-se as consequências, sempre dolorosas ou mortais.
do Facebook “A Minha Liberdade Secreta”, muitas mulheres tiram fotos de óculos, ou de costas, de modo a se
manifestarem e criticarem a ditadura teocrática, evitando assim serem
reconhecidas e punidas. Isso é o sigificado de liberdade sob o islão. Ou se obedece a lei
islâmica Sharia 100% ou sofre-se as consequências, sempre dolorosas ou mortais.
Eu
reproduzo abaixo alguns comentários feitos nesta página.
reproduzo abaixo alguns comentários feitos nesta página.
Liberdade não é apenas a remoção do lenço da cabeça. Tirar o lenço é
apenas um sinal de objeção. Eu gostaria que tivéssemos liberdade de expressão e
de pensamento, bem como a liberdade de rir. Esses deveriam ser nossos direitos;
nenhuma diferença se somos homens ou mulheres.
apenas um sinal de objeção. Eu gostaria que tivéssemos liberdade de expressão e
de pensamento, bem como a liberdade de rir. Esses deveriam ser nossos direitos;
nenhuma diferença se somos homens ou mulheres.
Ás vezes estamos a fazer piadas deste tipo de lei: porque nós
simplesmente não queremos acreditar o que está acontecendo conosco, mas a
realidade é toda a operação e humilhação que nos é imposta por esta lei.
simplesmente não queremos acreditar o que está acontecendo conosco, mas a
realidade é toda a operação e humilhação que nos é imposta por esta lei.
Eu estou esperando o dia quando todo nós sorrimos um para o outro e nos comportarmos respeitosamente em direção
ao outro, apesar de todas as diferenças de entre as nossas opiniões e crenças.
ao outro, apesar de todas as diferenças de entre as nossas opiniões e crenças.
Mas
infelizmente, o problema é muito sério, e a repressão contras as mulheres
permanece. Recentemente, mulheres que “não vestiam o hijab de modo correto,
foram atacadas com ácido. Isso aconteceu na cidade de Isfahan. As mulheres são
atacadas quando dirigem, deixando a janela aberta.” Um parlamentar enviou um
pedido ao governo para aumentar a imposição do hijab, de modo a evitar que
estes ataques continuem acontecendo (Al
Arabiya). Ou seja, o parlamentar não está culpando quem jogou o ácido, mas
sim as mulheres por não se vestirem de modo considerado por ele como decente.
infelizmente, o problema é muito sério, e a repressão contras as mulheres
permanece. Recentemente, mulheres que “não vestiam o hijab de modo correto,
foram atacadas com ácido. Isso aconteceu na cidade de Isfahan. As mulheres são
atacadas quando dirigem, deixando a janela aberta.” Um parlamentar enviou um
pedido ao governo para aumentar a imposição do hijab, de modo a evitar que
estes ataques continuem acontecendo (Al
Arabiya). Ou seja, o parlamentar não está culpando quem jogou o ácido, mas
sim as mulheres por não se vestirem de modo considerado por ele como decente.
Em outro
incidente, que também traduz o nível de repressão no Irã, vários jovens foram
condenados a seis meses de prisão e a 91 chicotadas por dançarem a música ‘Happy’, do cantor americano Pharrell Williams (Extra).
incidente, que também traduz o nível de repressão no Irã, vários jovens foram
condenados a seis meses de prisão e a 91 chicotadas por dançarem a música ‘Happy’, do cantor americano Pharrell Williams (Extra).
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