Ano passado escrevemos um artigo que tratava do Ramadã, o mês sagrado de jejum muçulmano, como o mês da Jihad. Nesse artigo, nós citamos um professor da universidade americana de Beirute que diz o seguinte: “o Ramadã é um mês de compromisso e renovação de sua fé e também da sua causa, seja pela jihad militar ou não militar. É o mês do martírio e compromisso com a ideologia islâmica.”
Curiosamente, este ano nós encontramos um artigo bastante interessante que trata do mesmo assunto. Trata-se de um artigo escrito em doze de abril 2022, por Ali Al-Salabi, importante clérigo salafista líbio e membro da União Internacional de Estudiosos Muçulmanos, que é curiosamente presidida pelo Xeique al-Qaradawi, mentor espiritual da Irmandade Muçulmana. O artigo se intitulava “A conquista islâmica da al-Andalus foi parte das vitórias obtidas durante o Ramadã.” Al-Andaluz é como os muçulmanos que promovem a jihad gostam de se referir a Península Ibérica que, como nós sabemos, foi ocupada pelos exércitos muçulmanos durante alguns séculos.
(Leia mais sobre Al-Andaluz neste artigo)
O artigo enfatiza que as maiores conquistas islâmicas ocorreram durante o mês do Ramadã, inclusive a conquista da al-Andaluz. No artigo, o clérigo ainda descreve a invasão islâmica da Península Ibérica como uma consequência natural da estratégia que os muçulmanos seguiram durante as suas conquistas: proteger as fronteiras das terras conquistadas para promover a religião islâmica dentro delas, e continuar com a jihad armada para além destas fronteiras para espalhar a religião do islamismo, ou seja, consolidar as suas conquistas e se expandir com mais guerras de conquista, algo que necessariamente significa o contínuo avanço do islamismo. No artigo. Al-Salabi menciona a batalha de Badr, a conquista de Meca, e a Batalha de Guadalete como as três grandes batalhas que ocorreram durante o mês do Ramadã.
A Batalha de Badr foi um ato armado entre Maomé e seus seguidores enfrentando os seus primos da tribo dos coraixitas de Meca, e que o autor do artigo diz que foi uma declaração oficial do estabelecimento do novo estado islâmico.
A conquista de Meca, alguns anos mais tarde, foi uma grande vitória para o estado islâmico após anos de jihad armada. Depois da conquista de Meca, as pessoas se converteram para o Islamismo em massa, bem, as pessoas que não se converteram, logicamente, perderam o pescoço.
E a Batalha de Guadalete que foi de fato a primeira e a única batalha que sedimentou o avanço muçulmano na península ibérica. O autor, claro, diz que a conquista islâmica da Península Ibérica determinou o fim do capítulo de opressão e tirania e o começo da civilização. Esse comentário se encaixa perfeitamente dentro da mente muçulmana que considera que tudo aquilo que existia antes do islamismo tomar posse, como a era da ignorância pré-islâmica, e existe até um nome para isso: Jahiliyya. Ou seja, quando os muçulmanos tomarem o poder na França, o que é algo que vai acontecer do jeito que as coisas estão indo, eles vão dizer que o islamismo terminou com a opressão e a tirania, trazendo a civilização verdadeira para o território francês.
O autor diz que é razoável dizer que a ideia da conquista da Península Ibérica foi uma ideia exclusivamente islâmica, uma ideia que surgiu durante o reinado do Califa Otomão, durante o chamado Califado Rashidun. Interessante ver isso porque é comum muçulmanos dizerem que os espanhóis pediram ajuda aos muçulmanos, que os espanhóis convidaram os muçulmanos para invadir a Península Ibérica, como que insinuando que a invasão islâmica na verdade foi um convite. Segundo Al-Salabi, conquistar a Península Ibérica era um sonho que já existia desde os primórdios do islamismo, desde o começo da expansão militar da “religião da paz”, saindo da Arábia, invadindo a Pérsia e o Levante. 80 anos depois, o islamismo conquistou o norte da África, e tornou os berberes em muçulmanos, logo, dedicados a conquista militar e a jihad, a guerra para espalhar o islamismo.
No ano 711, a mando do califa omíada al-Walid, Tarik ibn Ziad, à frente de um exército de sete mil muçulmanos, a maioria deles berberes, escravos libertos, e um punhado de árabes, invadiu a Espanha, derrotando o enfraquecido rei visigodo Rodrigo, na Batalha de Guadalete. Bastou apenas uma batalha para que os muçulmanos tivessem à sua frente, uma Espanha e Portugal totalmente indefesos. O artigo termina com uma celebração do supremacismo islâmico.
O autor diz:
a conquista foi obtida devido ao poderio muçulmano e a ideologia sólida, cujo significado estava escrito no coração dos muçulmanos. A supremacia muçulmana tem sempre sido derivada da crença muçulmana na ideologia e não devido à fraqueza dos adversários. A supremacia islâmica e seus avanços são derivados da sua natureza forte, da sua ideologia pura, e das suas leis de vigorosas, porque elas são uma revelação de Alá.
E isso, senhores, é a “religião da paz.”
\63(h) Al-Andaluz-Ramadan-Supremacismo-Islamico-2022