Faz algum tempo que eu não trato da situação política da Europa frente à islamização. Neste artigo, eu faço um apanhado geral, comentando sobre vários países europeus. Em geral, exceto Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia, países que vem resistindo a ideologia multiculturalista imposta pela União Europeia (UE), e a Sérvia, que não faz parte da UE, as coisas não vem caminhando bem para o resto da Europa.
Por mais paradoxal que possa parecer, o grande promotor da islamização da Europa continha sendo a União Europeia (UE), exatamente o órgão que deveria proteger o continente. A UE impõe uma política de quotas sobre todos os países membros sob o pretexto de distribuir a carga sobre todos. O países que resistem a isso respeitando o desejo da maioria do seu povo, mais notavelmente os países do Grupo de Visegrado (Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia), sofrem todo o tipo de campanha contra, sendo acusados das mais ridículas coisas, tais como serem anti-europeus e antidemocráticos. Mas a imigração em massa de muçulmanos, legal e ilegal, continua, e a suposta ação da UE contra isso não passa de um faz-de-contas.
A crise migratória de 2015-2016 serviu de alerta para o povo europeu e vários partidos nacionalistas e patriotas surgiram, e a tendência globalista sendo imposta pela UE sobre o povo europeu foi em parte revertida, como mostrado por diversas eleições). Mas a UE é implacável e leva à cabo uma política de mudança de governo a qualquer custo. Nisso, a UE tem o apoio de organismos globalistas, como o Fórum Econômico Mundial e a Open Society Foundation de George Soros, e suas ramificações na grande mídia e Big Tech. O desejo é um mundo sem fronteiras, sem nações, governados por uma tecnocracia não eleita.
Resta sempre a esperança. Começando amanhã, e terminando em duas semanas, ocorrerão as eleições na França. Será que os nacionalistas e patriotas conseguirão chegar ao poder na França desta vez? Trataremos da França em outro artigo.
Hungria
A Hungria faz parte do Grupo de Visegrado, que vem tendo uma política nacionalista e independente da União Europeia no tocante a imigração, notadamente a imigração muçulmana. Claro, os húngaros foram ocupados pelos turcos otomanos por quase dois séculos (1541 a 1718), e eles tem no seu consciente e subconsciente as consequências disso: uma grande parte do país ficou devastada, o crescimento populacional foi atrofiado e muitos assentamentos menores desapareceram.
Viktor Orban, líder do Partido Fidesz, venceu as eleições gerais, de 3 de abril de 2022, se reelegendo primeiro-ministro pela quarta vez consecutiva (desde 2010), e mantendo maioria no parlamento húngaro. A agência de notícias Reuters admitiu ter sido uma vitória esmagadora. Orban ganhou mais esta eleição baseando sua campanha na pauta conservadora, nacionalista, anti-imigração, em prol da família tradicional e contra o envolvimento da Hungria no conflito da Ucrânia.
Além das eleições, os húngaros votaram em um plebiscito. Um total de 92% deles responderam com um sonoro NÃO quando perguntados:
– Você apoia a realização de sessões sobre orientação sexual para menores em instituições de ensino público sem o consentimento dos pais?
– Você apoia a representação irrestrita de conteúdo de mídia com temas sexuais para menores que afetem seu desenvolvimento?
– Você apoia a exibição de conteúdo de mídia mostrando a mudança de sexo para menores?
– Você apoia a promoção de tratamentos de redesignação de gênero para crianças menores?
A vitória de Orban, e as respostas às perguntas do plebiscito não agradaram os globalistas e a esquerda europeia (pró-globalista), notadamente os tecnocratas da União Europeia. Isso ficou claro pela reação de jornais tais como o The New York Times, The Washington Post e The Guardian, que, claro, chamaram Orban de extremista de direita e questionaram o resultado das urnas. Dois dias após as eleições, a Presidente da Comissão Europeia (o braço executivo da União Europeia), Ursula von der Leyen, anunciou que a Comissão começaria o processo visando cortar o financiamento para a Hungria devido a questões de Estado de direito. Funcionários do governo húngaro criticaram a medida como uma clara tentativa de punir os eleitores húngaros.
O fato é que a política independente da Hungria não agrada a União Europeia faz tempo. Em março, o parlamento europeu (muitos de seus parlamentares financiados por Soros) votou uma resolução que pede a Comissão Europeia para dar início a uma ação para reter fundos de Estados membros que não respeitam o Estado de Direito, mencionado a Hungria e a Polônia como infratores.
Ah, sim, a cereja no bolo veio antes das eleições. Em março, o parlamento elegeu Katalin Novak como a nova presidente da Hungria. Katalin Novak, antiga ministro da Juventude e Família, é defensora dos valores familiares tradicionais da Hungria.
Polônia
A exemplo da Hungria, a Polônia vem sendo atacada de todos os modos pela UE por ser um país independente. A Polônia vem sendo governada por conservadores e patriotas, liderados pelo presidente Andrzej Duda e pelo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki. O incidente mais recente foi a decisão da suprema corte polonesa decidir que a lei polonesa se sobrepõe à lei da União Europeia. A UE, claro, não gostou e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a lei da UE tem supremacia sobre a lei nacional. Ele concluiu, de forma arrogante, dizendo que “Nossa maior prioridade é garantir que os direitos dos cidadãos poloneses sejam protegidos.” (A pergunta que segue seria: quem representa o interesse dos cidadãos poloneses, o governo que eles elegem ou os tecnocratas não eleitos da UE que vivem em Bruxelas?)
Duas graves crises recentes levaram a Polônia e a UE ao mesmo lado. A primeira, foi a jihad demográfica da Bielorrússia se vingando de embargo da União Europeia promovendo. A segunda crise é o conflito militar na Ucrânia. Mas isso é apenas algo momentâneo. Recentemente, o parlamento europeu votou sanções contra a Polônia (e a Hungria). A UE não gosta de países independentes, apenas de países vassalos.
A, sim, e não se esqueça que a Polônia foi acusada de ser islamofóbica por rezar o terço.
Áustria
Tratamos da Áustria em dois artigos, um de 2016, e outro de 2018. No final de 2017, o povo austríaco elegeu partido do povo (ÖVP), liderado por Sebastian Kurz (então com 31 anos de idade), e o partido da liberdade (FPÖ), liderado por Heinz-Christian Strache, que fizeram campanha com promessas de serem duros com a imigração em massa, notadamente a ilegal, e cortar impostos e burocracia. Em outubro de 2018, Kurz declarou que a Áustria não aderiria ao Global Compact for Migration. Os globalistas e a UE, claro, não gostaram desta nova Áustria nacionalista e patriota, começando uma guerra de atrito visando mudança de governo. Em 2019, Sebastian Kurz cometeu o erro de se coligar com o Partido Verde. Em outubro de 2021, Kurz foi (falsamente) acusado de corrupção. A sua reação foi ao mesmo tempo ética e idiótica: ele renunciou ao seu mandato para permitir um investigação honesta que o desonerasse. A sua renúncia deu o poder de mão beijada para os verdes, para o deleito da UE. O que seguiu foi um recrudescimento das ações de controle social impostas sobre o povo austríaco sob o pretexto de combater a COVID-19, e um realinhamento da Áustria no tocante a política migratória da UE.
Itália
Talvez a mudança de regime mais à luz do dia que os tecnocratas de Bruxelas fizeram ocorreu na Itália. Em 2018 e 2019, a Itália teve um governo de verdade, que defendia os interesses nacionais e as fronteiras do país. O contrabando de seres humanos feitos por diversas ONGs começou a ser combatido. A ação enérgica contra imigração ilegal feita pelo ministro do interior, e líder do partido Lega, Mateo Salvini, fez a sua popularidade crescer de tal modo que a União Europeia teve que intervir. A revolta do globalismo afastou Salvini do governo italiano no final de 2019, formando-se um novo governo por arranjos políticos, e não por eleição. Não houve eleição geral desde então. A primeira ação do novo governo foi voltar a aceitar os refugiados trazidos da África pelos navios das ONGs, financiados por contrabandeadores. Desde então, existe uma campanha orquestrada tentando enlamear Mateo Salvini, com acusações das mais diversas, claro, ampliadas pela imprensa globalista (os de sempre, The Guardian, The New York Times, The Washington Post). Georgia Meloni, líder do Partido Irmãos da Itália, também é vítima da imprensa globalista. A próxima eleição geral italiana será no dia 1 de Junho de 2023.
República Tcheca
Outro membro do Grupo de Visegrado, cujo povo vem elegendo governos conservadores e patriotas. Este país caiu na lista negra da UE com o sucesso do partido ANO (que significa “sim” em tcheco) e seu líder Andrej Babiš, primeiro-ministro entre 2017 e 2021. Nas últimas eleições, em outubro de 2021, a aliança SPOLU (que significa “juntos” em tchecos), uma coalizão liberal-conservadora de três partidos, conquistou 27,8% dos votos, derrotando o ANO do primeiro-ministro Andrej Babis, que ganhou 27,1%. O SPOLU assumiu o governo formando uma coligação com a esquerda, o Partido Pirata (PIR) e o Partido dos Autarcas e Independentes (STAN), que receberam 15,6% dos votos. Vamos se essa aliança entre direita e esquerda irá acabar como acabou na Áustria, com a esquerda tomando o poder. Até o momento, não parece que o novo gabinete de Milos Zeman irá reverter sua política migratória nacionalista.
Sérvia
A Sérvia é um caminho para migrantes que saem do Oriente Médio rumo ao centro da Europa. Existe grande desconfiança da Sérvia com respeito a UE, e principalmente, a OTAN, por seu papel na dissolução Iugoslávia, que culminou no bombardeamento da Sérvia. Devido a isso, grande parte se volta ao seu aliado histórico, a Rússia. Por outro lado, um bom número de sérvios gostaria de ver seu país como membro da UE. As eleições deste ano mostraram que a maioria prefere o nacionalismo sérvio. Aleksandar Vucic foi re-eleito presidente com 60% dos votos e seu Partido Progressista Sérvio (SNS) obteve 43% dos votos no parlamento. O SNS, que compõe a maioria no parlamento coligado com outros partidos de centro-direita, terá na oposição a coligação Unidos pela Vitória da Sérvia (US), também de centro-direita. Parece que a única diferença entre o SNS e o US é que o US odeia Aleksandar Vucic. A Sérvia é um país socialmente conservador.
Alemanha
Para quem não gostava da chanceler Angela Merkel, o resultado das eleições de setembro de 2021 não poderia ter sido mais decepcionante. O Partido Social Democrata (SPD) obteve 26% dos votos e acabou formando um governo de coalização junto com o Partido Verde (15% dos votos) e com o Partido Democrático Livre (FDP) (11% dos votos). O novo governo alemão do chanceler Olaf Scholz está mais à esquerda do que estava com Merkel. Ele é mais globalista, mais pró-UE, mais a favor de fronteiras livres e imigração em massa. O CDU de Merkel obteve 24% dos votos. O Partido Alternativa para a Alemanha (AfD) terminou em quinto lugar com 10% dos votos.
Reino Unido
A vitória eleitoral dos conservadores em 2019, liderados por Boris Johnson, permitiu que a saída do Reino Unido da União Europeia fosse concluída. Mas, no tocante ao problema da imigração e da assimilação daqueles cuja cultura se choca com a cultura britânica, bem, nada mudou. A ideologia do multiculturalismo ainda permeia o governo britânico. Mas, um novo problema surgiu: ondas de migrantes ilegais cruzando o Canal da Mancha de barco oriundos da França. Segundo estatísticas oficiais, foram detectadas 28.526 pessoas chegando em pequenas embarcações em 2021. Isso se compara a 8.466 em 2020, 1.843 em 2019 e 299 em 2018. Não é possível saber o tamanho exato da população irregular no Reino Unido, nem o número total de pessoas que entram no Reino Unido irregularmente.
Em 2021, 30% das chegadas de pequenos barcos eram de cidadãos iranianos (excluindo chegadas onde as informações sobre nacionalidade ainda não estavam disponíveis no conjunto de dados). Iraquianos (21%), eritreus (11%) e sírios (9%) foram as seguintes nacionalidades mais comuns. Os iranianos representaram a grande maioria das chegadas de pequenos barcos em 2018 (80%) e 2019 (66%). No entanto, uma maior mistura de nacionalidades foi detectada fazendo a travessia desde 2020.
Portugal
Como dizem alguns portugueses, Portugal se assemelha ao Titanic, com seus passageiros aplaudindo e achando tudo muito bonito. Contudo, existe um soerguimento do patriotismo, como indicado pelo crescimento do Partido Chega, nas eleições deste ano, que, com 7% dos votos, elegeu 12 mandatos. O Partido Socialista recebeu 41% dos votos, com 120 mandatos, e o PPD teve 27% dos votos, com 72 mandatos. O interessante é que o CHEGA teve mais votos (10%) dos portugueses residentes no Brasil.
Talvez os leitores de Portugal queiram dar suas opiniões nos comentários.
O resto da Europa
O restante da Europa continua na mesma toada. Bélgica, Holanda e, principalmente, Suécia parecem mesmo liderando o continente para a beira do penhasco.
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\Islamizacao Europa – 2022-Situação política da Europa frente à islamização