Mais uma igreja em chamas no Egito. Na foto, a Igreja Amir Tadros, em Minya
O fim do governo da
irmandade muçulmana não vai trazer o alento necessário para os cristãos do
Egito, pois, como visto em um outro artigo, a
lei islâmica vai continuar acima de qualquer preceito constitucionai (e isso
nunca é bom, particularmente para os não-muçulmanos).
Ou seja, os cristãos vão continuar como cidadãos de segunda-classe.
irmandade muçulmana não vai trazer o alento necessário para os cristãos do
Egito, pois, como visto em um outro artigo, a
lei islâmica vai continuar acima de qualquer preceito constitucionai (e isso
nunca é bom, particularmente para os não-muçulmanos).
Ou seja, os cristãos vão continuar como cidadãos de segunda-classe.
Contudo, aconteceu
algo muito interessante no Egito: a comunidade cristã, que sempre fica acuada e
calada (como uma estratégia de auto-preservação) se juntou às forças
democráticas pedindo o fim do governo da Irmandade Muçulmana. Isso levou os
salafistas (aqueles que seguem o islão puro, e a Irmandade Muçulmana é, a
rigor, um grupo salafista) a declararem os cristãos como o bode expiatório.
Afinal,sob o islão, o papel dos cristãos é o de serem cidadãos de
segunda-classe, como estabelecido nas Condições de Umar. Ao reclamarem e
apoiarem o exército, os cristãos, dentro de uma visão islâmica fundamental
(baseada na lei islâmica) deixaram de ser um grupo “protegido” (veja bem que a
definição islâmica de “grupo protegido” é a mesma que a da mafia: um grupo é
“protegido” desde que este grupo aceite a extorção).
algo muito interessante no Egito: a comunidade cristã, que sempre fica acuada e
calada (como uma estratégia de auto-preservação) se juntou às forças
democráticas pedindo o fim do governo da Irmandade Muçulmana. Isso levou os
salafistas (aqueles que seguem o islão puro, e a Irmandade Muçulmana é, a
rigor, um grupo salafista) a declararem os cristãos como o bode expiatório.
Afinal,sob o islão, o papel dos cristãos é o de serem cidadãos de
segunda-classe, como estabelecido nas Condições de Umar. Ao reclamarem e
apoiarem o exército, os cristãos, dentro de uma visão islâmica fundamental
(baseada na lei islâmica) deixaram de ser um grupo “protegido” (veja bem que a
definição islâmica de “grupo protegido” é a mesma que a da mafia: um grupo é
“protegido” desde que este grupo aceite a extorção).
O papa copta Tawadros
II foi uma das mais de uma dezena de personalidades importantes que apareceram
com o general al-Sisi quando ele anunciou a remoção do president Morsi. Outras
personalidades importantes foram o mufti do Egito e o presidente da
universidade Al-Azar. Mas isso não fez com que os islamistas atacassem as
mesquitas. Na verdade, eles usam a oportunidade para apresentarem os cristãos
como uma força alienígena no Egito, como uma espécie de quinta-coluna,
esqueçendo-se que a igreja no Egito foi fundada em Alexandria no ano 50 DC. A
principal ofensa dos cristãos é de serem cristãos no egito. E os militantes da
Irmandade Muçulmana têm o mesmo espírito nihilista que levou a destruição das
estátuas de Buda no Afeganistão em 2001, e os mesmos argumentos envenenados
usados por propagandistas anti-semitas em todas as eras.
II foi uma das mais de uma dezena de personalidades importantes que apareceram
com o general al-Sisi quando ele anunciou a remoção do president Morsi. Outras
personalidades importantes foram o mufti do Egito e o presidente da
universidade Al-Azar. Mas isso não fez com que os islamistas atacassem as
mesquitas. Na verdade, eles usam a oportunidade para apresentarem os cristãos
como uma força alienígena no Egito, como uma espécie de quinta-coluna,
esqueçendo-se que a igreja no Egito foi fundada em Alexandria no ano 50 DC. A
principal ofensa dos cristãos é de serem cristãos no egito. E os militantes da
Irmandade Muçulmana têm o mesmo espírito nihilista que levou a destruição das
estátuas de Buda no Afeganistão em 2001, e os mesmos argumentos envenenados
usados por propagandistas anti-semitas em todas as eras.
Desde então, cristãos
têm sido assassinados (ver exemplos em Perseguição aos Cristãos) e prédios
cristãos, tais como igrejas, mosteiros, colégios e hospitais, têm sido atacados
e destruídos. Mais de 50 igrejas foram destruídas desde o dia 14 de agosto,
algumas que datam do século III (muito antes do Egito ter sido ocupado pelo
islão). Por exemplo, no domingo passado, pela primeira vez em 1.300 anos,
deixou-se de rezar no mosteiro da Virgem Maria e Anba Abraam, localizado em uma
vila no sul do Egito.
têm sido assassinados (ver exemplos em Perseguição aos Cristãos) e prédios
cristãos, tais como igrejas, mosteiros, colégios e hospitais, têm sido atacados
e destruídos. Mais de 50 igrejas foram destruídas desde o dia 14 de agosto,
algumas que datam do século III (muito antes do Egito ter sido ocupado pelo
islão). Por exemplo, no domingo passado, pela primeira vez em 1.300 anos,
deixou-se de rezar no mosteiro da Virgem Maria e Anba Abraam, localizado em uma
vila no sul do Egito.
(No caso específico
deste mosteiro, os islamistas atacaram o mosteiro com bombas. Para completar o
trabalho, eles destruíram a igreja dentro do mosteiro. E não satisfeitos,
anunciaram que o mosteiro estava sendo convertido em uma mesquita).
deste mosteiro, os islamistas atacaram o mosteiro com bombas. Para completar o
trabalho, eles destruíram a igreja dentro do mosteiro. E não satisfeitos,
anunciaram que o mosteiro estava sendo convertido em uma mesquita).
A imprensa não está
nem aí para o que está acontecendo com os cristãos no Egito. Ela se preocupa
mais em mostrar a Irmandade Muçulmana como vítima, afinal, eles foram eleitos.
Mas democracia não é apenas eleição. Democracia é também o que o governo eleito
faz com o mandato recebido pelo povo. E no caso do governo da Irmandade Muçulmana, o que eles queriam era islamizar totalmente a sociedade egípcia,
coisa que a maioria dos egípcios é contra.
nem aí para o que está acontecendo com os cristãos no Egito. Ela se preocupa
mais em mostrar a Irmandade Muçulmana como vítima, afinal, eles foram eleitos.
Mas democracia não é apenas eleição. Democracia é também o que o governo eleito
faz com o mandato recebido pelo povo. E no caso do governo da Irmandade Muçulmana, o que eles queriam era islamizar totalmente a sociedade egípcia,
coisa que a maioria dos egípcios é contra.
Vejamos um exemplo
bastante claro. Quando o exército egípcio foi chamado para deslojar
manifestantes acampados no Cairo, uma mesquita em Al Nazla começou a anunciar
pelos seus auto-falantes que eram os cristãos que estavam matando os manifestantes.
Como consequência, os moradores saquearam e queimaram uma igreja (que havia
sido recém inaugurada) sob os gritos de “Alahu Akbar.”
bastante claro. Quando o exército egípcio foi chamado para deslojar
manifestantes acampados no Cairo, uma mesquita em Al Nazla começou a anunciar
pelos seus auto-falantes que eram os cristãos que estavam matando os manifestantes.
Como consequência, os moradores saquearam e queimaram uma igreja (que havia
sido recém inaugurada) sob os gritos de “Alahu Akbar.”
Em um outro exemplo,
depois que a multidão enfurecida saqueou uma escola franciscana em um subúrbio
do Cairo, destruíndo a cruz e a substituindo com a bandeira negra do islão, as
irmãs foram obrigadas a marcharem pelas ruas como se fossem prisioneiras de
guerra.
depois que a multidão enfurecida saqueou uma escola franciscana em um subúrbio
do Cairo, destruíndo a cruz e a substituindo com a bandeira negra do islão, as
irmãs foram obrigadas a marcharem pelas ruas como se fossem prisioneiras de
guerra.
Segundo Sam Tatros, um
historiador egípcio e autor do livro Lost
Motherland (“Patria Perdida”), o pogrom em andamento é apenas comparável
com o ocorrido no ano de 1321. Na época, a perseguição foi tamanha que a
população cristã, que era 50% do total, sofreu um forte declínio, afinal, nem
todos têm propensão para o martírio. Muitas vezes, é mais fácil se juntar ao
opressor, tornando-se um deles.
historiador egípcio e autor do livro Lost
Motherland (“Patria Perdida”), o pogrom em andamento é apenas comparável
com o ocorrido no ano de 1321. Na época, a perseguição foi tamanha que a
população cristã, que era 50% do total, sofreu um forte declínio, afinal, nem
todos têm propensão para o martírio. Muitas vezes, é mais fácil se juntar ao
opressor, tornando-se um deles.
No seu livro, Tadros se
refere aos efeitos que a corrente principal do islão exerceu sobre os devotos
muçulmanos egípcios, resultando no desgaste inexorável da população copta cristã
em meados do século 14 – a maioria da população native pré-islâmica foi reduzida
a uma minoria vulnerável através dos padrões habituais de islamização através da
jihad: massacre, destruição e pilhagem de locais religiosos, a conversão
forçada ou coagida, e a expropriação. Este processo crônico se intensificou e atingiu
seu apogeu em uma série de pogroms e perseguições do século 14, descrito pelo
grande historiador muçulmano al-Magrizi:
refere aos efeitos que a corrente principal do islão exerceu sobre os devotos
muçulmanos egípcios, resultando no desgaste inexorável da população copta cristã
em meados do século 14 – a maioria da população native pré-islâmica foi reduzida
a uma minoria vulnerável através dos padrões habituais de islamização através da
jihad: massacre, destruição e pilhagem de locais religiosos, a conversão
forçada ou coagida, e a expropriação. Este processo crônico se intensificou e atingiu
seu apogeu em uma série de pogroms e perseguições do século 14, descrito pelo
grande historiador muçulmano al-Magrizi:
Muitos relatos vieram do Alto e do Baixo Egito sobre
os coptas sendo convertidos ao Islã, frequentando mesquitas e memorizando o
Alcorão, de tal modo que alguns deles foram capazes de estabelecer sua
competência legal e sentar-se com as testemunhas legais. Em todas as províncias
do Egito, a norte e ao sul, nenhuma igreja permaneceu que não tivesse sido
demolida, e, em muitos desses locais, mesquitas foram construídas. Foi quando a
aflição dos cristãos cresceu a tal ponto, e seus rendimentos diminuíram, que eles
decidiram abraçar o Islã.
os coptas sendo convertidos ao Islã, frequentando mesquitas e memorizando o
Alcorão, de tal modo que alguns deles foram capazes de estabelecer sua
competência legal e sentar-se com as testemunhas legais. Em todas as províncias
do Egito, a norte e ao sul, nenhuma igreja permaneceu que não tivesse sido
demolida, e, em muitos desses locais, mesquitas foram construídas. Foi quando a
aflição dos cristãos cresceu a tal ponto, e seus rendimentos diminuíram, que eles
decidiram abraçar o Islã.
O destino dos cristãos
no Egito parece semelhante ao destino dos judeus. Eles eram uma populaçãp de
800 mil depois da segunda guerra, e hoje apenas um punhado vive lá.
no Egito parece semelhante ao destino dos judeus. Eles eram uma populaçãp de
800 mil depois da segunda guerra, e hoje apenas um punhado vive lá.
O general al-Sisi
prometeu reconstruir as igrejas destruídas. Contudo, uma mini-tese que al-Sisi
escreveu em 2006, durante um estágio junto ao exército dos EUA, mostra que
al-Sisi não é um secular. Além disso, nesta mini-tese, al-Sisi também defendeu ardentemente
uma visão supremacista baseada na Sharia,
com destaque para a glorificação do sistema de califado islâmico clássico.
prometeu reconstruir as igrejas destruídas. Contudo, uma mini-tese que al-Sisi
escreveu em 2006, durante um estágio junto ao exército dos EUA, mostra que
al-Sisi não é um secular. Além disso, nesta mini-tese, al-Sisi também defendeu ardentemente
uma visão supremacista baseada na Sharia,
com destaque para a glorificação do sistema de califado islâmico clássico.
E porque que isso
importa, em termos imediatos, tanto
moralmente quanto estrategicamente? Como David French escreveu, em sua denúncia das
predileções atuais do exército egípcio e da cegueira moral e estratégica
concomitante dos EUA:
importa, em termos imediatos, tanto
moralmente quanto estrategicamente? Como David French escreveu, em sua denúncia das
predileções atuais do exército egípcio e da cegueira moral e estratégica
concomitante dos EUA:
Enquanto igrejas queimam, enquanto que freiras
são desfiladas pelas ruas pela Irmandade Muçulmana, e enquanto os cristãos em
todo o Egito temem por suas vidas em face do ataque jihadista, a política
americana poderia, e deveria, ser simples: nem um centavo de ajuda até que os militares
egípcios demonstrem – por ações, não apenas por palavras – que têm o
compromisso de parar esta onda de perseguição, protegendo os direitos humanos
mais básicos de seus cidadãos cristãos, e derrotando totalmente a Irmandade
Muçulmana.
são desfiladas pelas ruas pela Irmandade Muçulmana, e enquanto os cristãos em
todo o Egito temem por suas vidas em face do ataque jihadista, a política
americana poderia, e deveria, ser simples: nem um centavo de ajuda até que os militares
egípcios demonstrem – por ações, não apenas por palavras – que têm o
compromisso de parar esta onda de perseguição, protegendo os direitos humanos
mais básicos de seus cidadãos cristãos, e derrotando totalmente a Irmandade
Muçulmana.
A propósito, o governo
Obama está calado (na verdade, Obama vem trabalhando para fazer com que a
Irmandade volte ao poder), os governos europeus
estão calados, governos latino-americanos estão calados. Até mesmo a igreja
está calada, com o papa fazendo alguns pequenos comentários (quando ele deveria
estar colocando a boca no trombone.
Obama está calado (na verdade, Obama vem trabalhando para fazer com que a
Irmandade volte ao poder), os governos europeus
estão calados, governos latino-americanos estão calados. Até mesmo a igreja
está calada, com o papa fazendo alguns pequenos comentários (quando ele deveria
estar colocando a boca no trombone.
Será que é
politicamente incorreto defender os cristãos no Egito e no Oriente Médio?
politicamente incorreto defender os cristãos no Egito e no Oriente Médio?
Estamos vendo o
capítulo final do cristianismo, no local onde ele nasceu. Estamos vendo
minorias sendo extintas. Vamos ficar omissos?
capítulo final do cristianismo, no local onde ele nasceu. Estamos vendo
minorias sendo extintas. Vamos ficar omissos?
Referências
Egypt’s Anti-Christian Pogrom, Rich Lowry, National
Review online, 20 de agosto de 2013
Review online, 20 de agosto de 2013
Lost Motherland:
the Egyptian and Coptic Quest for Modernity, Sam Tatros, 2013
the Egyptian and Coptic Quest for Modernity, Sam Tatros, 2013
In Egyptian village, Christian shops marked ahead of
church attack (+video), Kristen Chick, Christian Science Monitor, 18 de
agosto de 2013
church attack (+video), Kristen Chick, Christian Science Monitor, 18 de
agosto de 2013
Coptic Defense League (Facebook)
Why the Failure of Egypt’s ‘Secular’ Army to Protect
Coptic Churches Matters, Andrew Bostom, PJ Media, 21 de agosto de 2013
Coptic Churches Matters, Andrew Bostom, PJ Media, 21 de agosto de 2013
Coptic conversion to Islam under the Bahrí Mamlúks, 692-755 / 1293-1354, Donald P. Little, Bulletin of the School of
Oriental and African Studies, University
of London, Vol. 39,
No. 3 (1976), pp. 552-569, Cambridge University Press
Oriental and African Studies, University
of London, Vol. 39,
No. 3 (1976), pp. 552-569, Cambridge University Press
Not One More Plane, Not One More Tank, Not One More
Dollar, Until Egypt’s Christians are Protected, David French,
National Review Online, 19 de agosto de 2013.
Dollar, Until Egypt’s Christians are Protected, David French,
National Review Online, 19 de agosto de 2013.
*
Islâmico mundo
mentalmente escravizado
cabalam sionistas?
– FLASh
https://infielatento.org.br/2016/01/atualizacoes-em-dezembro-de-2015.html?m=1
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