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lei islâmica em ação

Não queremos Lei Islâmica (Sharia) no Brasil

Califado

A jihad do presidente turco Erdogan e o novo califado: conquista traz a “justiça de Alá” às terras conquistadas (vídeo 26)

13 setembro, 2020 by José Atento Deixe um comentário

A Turquia pró-islâmica e neo-otomana de Recep Tayyip Erdogan está criando problemas com: Síria, Iraque, Líbano, Grécia, Bulgária, Chipre, Israel, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Líbia, Itália, França e Armênia. E por que isso? Porque Erdogan se comporta como um califa: quem discorda com ele é descrente (não-muçulmano), hipócrita (muçulmano falso) ou apóstata (ex-muçulmano), e todos merecem a “justiça de Alá”. Erdogan conhece bem as prescrições da lei islâmica Sharia e as segue com orgulho.

Bitchute: https://www.bitchute.com/video/zvR6iyg98c5B/
3Speak: https://3speak.co/watch?v=infielatento/vdfmlenn
YouTube: https://youtu.be/DsYTrQIqS0g

A trajetória política de Erdogan, atual presidente (na prática, vitalício) da Turquia, é meteórica. Ele começou sua carreira como um “islamista suave” no partido islamista do Bem-Estar, sendo eleito prefeito de Istanbul em 1994. Em 1998, foi sentenciado, acusado de incitar ódio religioso e o partido islamista foi banido. Em 2001, fundou o partido AKP, que o levou a sucessos eleitorais consecutivos. Erdogan está no poder desde 2003, como primeiro-ministro e atualmente como presidente, após alterar a constituição do país. A tentativa de golpe em 2016 foi a desculpa que ele precisava para prender opositores, incluindo militares, jornalistas, professores e juizes, e se consolidar no poder.

Duas de suas frases mais famosas são “a democracia é como um trem (comboio): quando se chega ao destino desejado, saímos dela” e “as mesquitas são nossos quartéis, suas cúpulas nossos capacetes, seus minaretes nossas baionetas e os fiéis nossos soldados.“

As ambições islâmicas de Erdoğan vem causando um grande impacto na economia turca, desde sanções econômicas a decréscimo no turismo, uma grande fonte de renda da Turquia. Mas, ao invés de mudar o rumo, Erdogan vem se tornando cada vez mais radical.  

O papel do Califa segundo a lei islâmica

Os livros islâmicos definem Jihad como: “a guerra contra não-muçulmanos para estabelecer a religião.” (o9.0). Jihad não é apenas um dever individual do muçulmano, mas é também o principal dever do chefe de Estado muçulmano (o Califa):

“Ao califa  muçulmano é confiado a tarefa de levar o seu povo para a guerra e o comando ofensivo e agressivo da Jihad. Ele deve organizar a Jihad contra qualquer governo não-muçulmano que impeça a dawah (pregação para espalhar o Islão) em sua terra.” (o25.0 – o25.9).

Sharia o25.9 diz:

“(Quando o califa nomeia um governante em uma região, o dever deste governante inclui) se a área tiver uma fronteira vizinha às terras inimigas, (ele irá) empreender a Jihad contra os inimigos, dividindo os despojos da batalha entre os combatentes e deixando de lado um quinto para destinatários merecedores. “

Também:

“O Califa faz guerra contra os judeus, cristãos e zoroastas até se tornarem muçulmanos ou então até aceitarem pagar o imposto do não-muçulmano, desde que eles tenham primeiro sido convidados para entrarem no Islã ou paguem a Jizya, o imposto dos não-muçulmanos, (de acordo com a palavra de Alá Altíssimo – 9: 29). “

(Depois, leia o artigo O Califa, a Organização da Cooperação Islâmica e o Califado Moderno)

O islamismo divide o mundo entre a Casa da Submissão (Dar al-Islam) e a Casa da Guerra (Dar al-Harb) – toda terra que tenha sido ocupada pelo Islão pertence ao Islão para sempre, e, se perdida, deve ser reocupada

Um dos conceitos mais grotescos do islamismo é a divisão entre os territórios governados pela lei islâmica (Sharia), a chamada Casa da Submissão (Dar al-Islam), onde todos se submetem à lei de Alá, e os territórios que se recusam a se submeter ao islamismo (governados por qualquer outro sistema político), a Casa da Guerra (Dar al-Harb), contra os quais deve-se lutar a Jihad (guerra para impor o sistema político-religioso do islamismo, que ele chamam de din), pelo meio que for possível (propaganda, dissimulação, ameaça, violência ou guerra).

Erdogan sabe o que está fazendo

No dia 26 de agosto deste ano (2020), Erdoğan fez um discurso no Parque Nacional de Manzikert, na Turquia, em um evento que comemorava o 949º aniversário da Batalha de Manziquerta (Manzikert) – uma das causas das Cruzadas. As suas palavras confirmam que ele sabe perfeitamente qual deve ser o papel de um califa, papel este que ele deseja ocupar.

Ele disse que, para a Turquia, conquista não é ocupação ou saque. Conquista significa remover a opressão e trazer a justiça de Alá para a região conquistada. Erdogan disse que a Turquia irá reivindicar seus direitos nos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro, e que fará o que for necessário do ponto-de-vista econômico, político ou militar. Ele convidou os outros países a se colocarem em ordem e a se afastarem dos erros que abrirão o caminho para sua destruição. Ele afirmou que a Turquia nunca cederá seu território, e que sua paciência, capacidade ou coragem não são para serem testadas. Ele acrescentou: “Se alguém quiser se colocar contra nós e pagar o preço, que venha.”

Defesa e promoção da Irmandade Muçulmana

Após o desastroso governo da Irmandade Muçulmana no Egito em 2013, milhares de seus membros encontraram refúgio na Turquia de Erdogan. Estima-se que dois terços dos cerca de 30.000 egípcios que vivem na Turquia sejam leais a Irmandade Muçulmana. A Turquia hospeda dezenas das figuras mais poderosas e influentes do movimento, tais como Medhat Al Haddad, acusado pelo governo egípcio “de chefiar o comitê financeiro do movimento na Turquia.”

Os membros da Irmandade Muçulmana abraçaram o presidente turco como um “mentor político e aliado próximo”, com principais oradores do movimento descrevendo Erdoğan como um “sultão” e a Turquia como a casa do “califado.”

Este apoio turco se extende aos movimentos derivados da Irmandade Muçulmana, tais como o Hamas, e grupos jihadistas que operam na Síria e na Líbia.

Invasão da Síria e tentativa de influir no Líbano

Síria
Em outubro de 2019, a Turquia invadiu o norte da Síria. A Turquia já vinha tendo um papel importante na guerra civil síria ao apoiar tanto o Estado Islâmico quanto os demais grupos sunitas ligados a Al-Qaeda. Este apoio envolvia desde o tráfico de armas até mesmo apoio logístico à partir do território turco. Isso sem falar nos ataques turcos contra grupos curdos, exatamente quem mais lutava contra o Estado Islâmico. Erdogan enquadrou a ofensiva militar turca como guerra religiosa (Jihad). Mas a presença da Rússia não permitiu que os objetivos turcos fossem alcançados. No entanto, a Turquia estabeleceu uma cabeça de ponte dentro da Síria em torno da cidade de Idlib, e a famosa mão-de-ferro turca desabou sobre os cristãos, curdos, iázides e quaisquer outros que se colocam sob seu caminho. “Os crimes cometidos contra iázides [na Síria] incluem conversão forçada ao Islã, estupro de mulheres e meninas, humilhação e tortura, encarceramento arbitrário e deslocamento forçado”. – Yazda.org, 29 de maio de 2020.

Líbano
Depois que o Hezbollah apoiado pelo Irã, um grupo com amplo apoio da comunidade xiita libanesa, ganhou a maioria nas eleições gerais, os países árabes sunitas do Golfo “pareciam ter mais ou menos cedido” o Líbano a Teerã, de acordo com Spyer, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Jerusalém. O governo turco busca preencher o vácuo deixado pela Arábia Saudita e seus aliados do Golfo, alavancando tanto “suas credenciais islâmicas sunitas para atrair populações árabes sunitas e, quando relevante, sua etnia turca para atrair populações turcas remanescentes” no Líbano, notadamente ao redor de Trípoli. Existe também uma “incrível quantidade” de armas turcas fluindo para o norte do Líbano.

Ataques contra a soberania da Grécia e do Chipre

Antes da pandemia provocada pelo COVID-19, Erdogan, que vinha regularmente intimidando a União Européia com a ameaça de “abrir os portões” para a imigração islâmica em massa, passou da ameaça à ação. Ele começou a instigar uma jihad demográfica turca contra a Europa, oferecendo todo o apoio e incentivo para que os refugiados muçulmanos que vivem na Turquia entrassem na Europa através da fronteira com a Grécia e Bulgária. Só que dessa vez, tanto a Grécia quanto a Bulgária fecharam sua fronteiras, com o apoio de diversos países europeus. Esta crise, mesmo adiada pela pandemia, continua latente e ocorrendo em pequena escala.

Mas o atrito com a Grécia se ampliou no campo da fronteira marítima, com a Turquia fazendo novas reivindicações de mar territorial e direitos de exploração mineral, notadamente petróleo e gás, que entram em conflito direto com a Grécia e o Chipre. A retórica se tornou em ação, com a Turquia enviando o seu navio de pesquisa geofísico escoltado por navios de guerra para fazer pesquisa em uma região a oeste do Chipre de soberania grega e cipriota. A Grécia respondeu enviando seus próprios navios de guerra, em um comboio naval que inclui um navio de guerra e dois caças da França. https://youtu.be/MYRHQUZlRA0

Sim, a França entrou na história devido à intervenção militar turca na Líbia (veja abaixo). Além do mais, Grécia e Chipre vêm forjando acordos para a exploração e distribuição do gás com a Itália, Egito e Israel, além de pedir uma ação da União Européia para resolver o conflito. Sete países da União Européia já estão pedindo que sanções econômicas sejam impostas sobre a Turquia. E os EUA se posicionam ao lado do Chipre.

Mapa mostra a delimitação das zonas de exploração esclusiva (linha azul clara), a área reinvindicada pela Turquia e a zona de exploração de óleo e gás. Note que a área reinvidicada pela Turquia cria uma ligação marítima direta entre Turquia e Líbia, algo importante no apoio da Turquia à Irmandade Muçulmana na guerra civil líbia

Na visão neo-otomana e pan-islamista de Erdogan, tando a Grécia (um tumor malígno), quanto Chipre, Síria, Líbano e Egito eram domínios do Império Otomano, e a parte do Mar Mediterrâneo que estes países contornam também era controlada pelos turcos-otomanos. Nada mais natural do que considerar os recusos minerais nela existentes como turcos … e ameaçar a Grécia. O Neo-Otomanismo turco concentra-se no renascimento de uma “grande Turquia” que renova um modelo civilizacional clássico do legado do Império Otomano ancorado pelo poder econômico, militar e político.

A Turquia é uma potência colonialista que ocupa o norte do Chipre desde 1974. O governo turco não reconhece a República de Chipre como um estado e reivindica 44% da zona econômica exclusiva cipriota (ZEE) como sua. Outra seção considerável dessa zona é reivindicada pela chamada “República Turca do Norte de Chipre” instalada no norte da ilha ocupada pela Turquia, e, claro, apenas reconhecida como um país pela própria Turquia.

Algo curioso é que a retórica jihadista de Erdogan inclui a escolha dos nomes dos navios de exploração de gás da Turquia. O nome do principal navio que a Turquia está usando para “levantamentos” sísmicos da plataforma continental grega é Oruç Reis, (1474-1518), um almirante do Império Otomano que costumava invadir as costas da Itália e as ilhas do Mediterrâneo que ainda eram controlados por poderes cristãos. Outros navios de exploração e perfuração que a Turquia usa ou planeja usar nas águas territoriais da Grécia têm o nome de sultões otomanos que alvejaram Chipre e a Grécia em sangrentas invasões militares. Isso inclui o navio de perfuração Fatih “o conquistador” ou Sultão Otomano Maomé II, que invadiu Constantinopla em 1453; o navio de perfuração Yavuz, “o decidido”, ou Sultão Selim I, que chefiou o Império Otomano durante a invasão de Chipre em 1571; e Kanuni , “o legislador” ou Sultão Suleiman, que invadiu partes da Europa oriental, bem como a ilha grega de Rodes.

Intervenção turca na Líbia e antagonismo com o Egito e a França

A Líbia está em estado de guerra civil desde que a aliança inglória da OTAN com grupos jihadistas removeu e assassinou o ditador líbio Muammar Gaddafi em 2011 (lembrem-se do papel que o então presidente Obama e a secretária-de-estado Hillary Clinton tiveram apoiando a Irmandade Muçulmana para derrubarem Gaddafi). Duas forças emergiram do caos inicial, o Governo de Acordo Nacional (GNA) apoiado pela Turquia em coalizão com a Irmandade Muçulmana, que controla a capital, Trípoli, e o Exército Nacional da Líbia (LNA) liderado pelo marechal de campo líbio Khalifa Haftar, que controla cerca de 80% do país e tem o apoio do parlamento líbio com sede em Tobruk, bem como um base de aopio internacional mais ampla da França, Egito, Rússia, Israel e Emirados Árabes Unidos. A guerra civil estava para terminar com a vitória do LNA, mas uma intervenção mais explícita da Turquia, com armas e mercenários jihadistas sírios (entre 3.500 e 3.800), deu uma sobre-vida ao Acordo Nacional. Agora, o Egito ameaça enviar tropas e a França critica a situação do bloqueio naval para evitar que navios turcos transportem equipamento militar e pessoal para a Líbia.

Área controlada pelo GNA (azul), LNA (rosa) e grupos tribais (verde)

(Depois leia o artigo Turquia: fornecendo as armas usadas no genocídio de cristãos na Nigéria?)

Antagonismo crescente contra Israel

Após cumprir com sua promessa de transformar a Catedral de Hagia Sofia novamente em mesquita, Erdogan prometeu ‘libertar Al-Aqsa’ (ou seja, Jerusalém). Não se deve minimizar a promessa de um jihadista que luta pela causa de Alá. Em um vídeo recente, mercenários sírios apoiados pela Turquia lutando na Líbia, são vistos dizendo: “Estamos apenas começando. O alvo será Gaza.” A rejeição da Turquia contrária ao acordo diplomático e comercial entre Israel e Emirados foi tão forte quanto a do Irã.

Apoio ao Azerbaijão em conflito contra a Armênia

Desde 12 de julho, o Azerbaijão, país muçulmano de etnia turcomana, lançou uma série de ataques transfronteiriços contra a região de Tavush, no norte da Armênia, em escaramuças que resultaram na morte de pelo menos quatro soldados armênios e 12 do Azerbaijão. O Azerbaijão ameaçou lançar ataques com mísseis contra a usina nuclear Metsamor da Armênia em 16 de julho. A Turquia se tornou parte do conflito ao oferecer assistência militar ao Azerbaijão, incluindo mísseis e drones, enviar mercenários sírios (de Afrin e Ezaz), e fechar seu espaço aéreo para aviões alemães resgatarem força de paz na Armênia. O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, disse em 16 de julho que os armênios “certamente pagarão pelo que fizeram” ao principal aliado regional de seu país. Mas o talvez sonho turco-otomano de Erdogan de concluir com o genocídio armênio recebeu um tranco com o anúncio de exercícios militares das tropas russas estacionadas na Armênia. A Armênia hospeda até 5.000 soldados russos como parte de sua aliança militar com a Rússia. Sucessivos governos armênios consideram a presença militar russa um impedimento crucial contra a possível intervenção militar da Turquia no conflito fronteiriço com o Azerbaijão sobre a região de Nagorno-Karabakh.

Destruição de igrejas

A conversão da Catedral de Hagia Sofia, de museu em mesquita, foi um sinal claro da crescente islamização da sociedade turca por parte do governo. Mas o que aconteceu com Hagia Sofia é apenas um dentre inúmeros eventos semelhantes que vem ocorrendo. Dentre deste período curto outras dez igrejas com o mesmo nome (Hagia Sofia) foram igualmente transformadas de museus em mesquitas (uma delas, em Iznik, onde ocorreu o Segundo Conselho Ecumênio de Nicéia, no ano 787). A igreja-museu de Chora, em Istanbul, também se tornou em uma mesquita, e a igreja de Hagia Sofia, na cidade de Bursa, foi demolida.

Destruir símbolos religiosos dos outros vem do exemplo de Maomé (leia sobre isso em Maomé assassino e intolerante: execuções e destruição de “ídolos” após a ocupação de Meca).

Palavras finais

Veja bem, existe muito mal no mundo. Guerra, intervencionismo, invasão, imperialismo, colonialismo, o que seja, têm sido parte lamentável da história da humanidade. Contudo, apenas o islamismo os tornou como parte integral da religião (din) dentro do conceito (compulsório) da jihad islâmica, algo considerado como sagrado pois vem do Alcorão e das tradições de Maomé, e postas em prática desde Maomé até os dias de hoje. Isso se torna claro na afirmação de Erdogan: conquista não é ocupação ou saque. Conquista significa remover a opressão e trazer a justiça de Alá para a região conquistada.

Erdogan não é louco. Ele é apenas mais um maometano fervoroso que está pondo em prática aquilo que o islamismo determina.

Erdogan e sua esposa saúdam a multidão frente a atores vestidos de janízaros, a temida tropa de elite do Império Otomano, formada por meninos pequenos tomados de famílias cristãs e treinados para se tornarem muçulmanos jihadistas fanáticos

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O Califa, a Organização da Cooperação Islâmica e o Califado Moderno

11 abril, 2012 by José Atento 1 comentário

O islamismo é um sistema político-religioso poderoso que deve ser regido por um Califa. O califa é o chefe de Estado e o governador da Ummah Islâmica, a comunidade islâmica regida pela lei islâmica (Sharia). A palavra califa significa “sucessor” ou “representante”. Maomé foi um líder político, militar e religioso. Após a morte de Maomé, em 632 DC, os primeiros líderes da nação muçulmana foram chamados de “Khalifat Rasul Allah”, os sucessores políticos do Mensageiro de Alá (referindo-se a Maomé). Desde então, e até o século 20, houve uma sucessão de califas até que em 1924 a Assembléia Nacional Turca dissolveu o Califado. Desde então, o retorno do Califado é um desejo da Ummah (nação) Islâmica.

A lei islâmica define o papel do Califa [1]

Os livros islâmicos definem Jihad como: “a guerra contra não-muçulmanos para estabelecer a religião.” (o9.0). Jihad não é apenas um dever individual do muçulmano, mas também é o principal dever do chefe de Estado muçulmano (o Calipha):

“Ao califa  muçulmano é confiado a tarefa de levar o seu povo para a guerra e o comando ofensivo e agressivo da Jihad. Ele deve organizar a Jihad contra qualquer governo não-muçulmano que impeça a dawah (pregação para espalhar o Islão) em sua terra.” (o25.0 – o25.9).

Sharia o25.9 diz:

“(Quando o califa nomeia um governante em uma região, o dever deste governante inclui) se a área tem uma fronteira adjacente às terras inimigas, (ele irá) empreender a Jihad contra os inimigos, dividindo os despojos da batalha entre os combatentes e deixando de lado um quinto para destinatários merecedores. “

Também:

“O Califa faz guerra contra os judeus, cristãos e zoroastas até se tornarem muçulmanos ou então até aceitarem pagar o imposto do não-muçulmano, desde que eles tenham primeiro sido convidados para entrarem no Islã ou paguem a Jizya, o imposto dos não-muçulmanos, (de acordo com a palavra de Alá Altíssimo – 9: 29). “


Zia-Ul-Haq, ex-presidente do Paquistão, disse que “jihad em termos de guerra é uma responsabilidade coletiva da Ummah (nação) muçulmana.”

Um dos mais eminentes estudiosos islâmicos do século 20, Sheikh Maolana Maududi, disse:

“O Islã quer destruir todos os estados e governos, em qualquer lugar da face da terra, que se oponham à ideologia e ao programa do Islã, independentemente do país ou do nação que o governe. O propósito do Islã é a criação de um estado com base na sua própria ideologia e programa … o objetivo da jihad islâmica é eliminar o governo de um sistema anti-islâmico e estabelecer um sistema islâmico. O Isla não pretende limitar esta revolução para um único Estado ou alguns países. O objetivo do Islã é o de promover uma revolução universal.”

Algumas pessoas parecem pensar que essas leis são apenas relíquias históricas, nos livros, mas não na prática ou no controle das mentes de muçulmanos. Mas esse é o tipo de negação que não podemos nos permitir. Essas leis governam os corações, mentes e ações da maioria dos indivíduos e países muçulmanos ao redor do mundo de hoje. Estas escrituras são ensinadas, pregadas e promovidas como a palavra incontestável e eterna de Deus e financiadas pelos petrodólares sauditas em todo o mundo, incluindo em países ocidentais como o Reino Unido e os Estados Unidos.

Nenhum líder muçulmano pode sobreviver em um país muçulmano se ele anunciar o fim da Jihad contra os países não-muçulmanos e afirmar que todas as referências à Jihad na lei islâmica não se aplicam hoje. Tratar países não-muçulmanos vizinhos e individuos como iguais, com respeito e em paz, sem tentar convertê-los ao Islão, é simplesmente contra a Lei Islâmica.

Os líderes muçulmanos que se atrevem a ir contra essa teologia são chamados de traidores e fantoches do Grande Satã Ocidental. Essa é uma descrição que nenhum líder muçulmano quer ser rotulado. Quando o presidente Anwar Sadat do Egito assinou o tratado de paz com Israel em 1979, ele disse a seus confidentes que ele sabia que estava assinando sua própria sentença de morte. Ele entendeu que segundo a Sharia, ele deve ter guerra permanente com o não-muçulmano Israel.

Como pode um líder muçulmano ou indivíduo evitar as centenas mandamentos do Alcorão e dos Hadith que comandam os muçulmanos a matarem os judeus e os cristãos? Alcorão 9:29: “Combatei aqueles que não crêem em Alá até que paguem a Jizya com submissão voluntária e se sintam subjugados” Alcorão 9:05: “Matai os infiéis onde quer que você os encontre”. Alcorão  47.4: “Quando você encontrar os incrédulos, corte suas cabeças.”

O retorno do Califado tem sido um sonho da Ummah. Mas, existindo tantos países islâmicos, qual líder poderá reinvidicar para sí o título de Califa e restituir o Califado? A solução foi a criação de uma organização composta pelos chamados países islâmicos, a Organização da Cooperação Islâmica (OIC), que atualmente promove a Jihad Demográfica e a Jihad Legal.

A OIC e o Califado moderno [2].

A Organização da Cooperação Islâmica (OIC) é uma organização religiosa e política. A OIC compartilha da visão estratégica e cultural da Liga Mundial da Irmandade Muçulmana: a de uma comunidade religiosa universal, a Ummah, baseada no Alcorão, na Sunna e na ortodoxia canônica da Sharia. A OIC representa 56 países e a Autoridade Palestina (considerada como um Estado), constituindo a Ummah universal, uma comunidade de mais de um bilhão de muçulmanos.

O OIC tem uma estrutura única entre as nações e as sociedades humanas. O Vaticano e as várias igrejas são, de fato, destituídas de poder político, mesmo que participem da política, porque no cristianismo, como no judaísmo, as funções religiosas e políticas têm que ser separadas. Religiões asiáticas, também, não representam sistemas que reúnem estratégia, religião, política e lei dentro de uma única estrutura organizacional.

Não só a OIC desfruta de um poder ilimitado através da união e coesão de todos os seus corpos, mas também a isso, acrescenta a infalibilidade conferida pela religião. Reunindo 56 países, incluindo alguns dos mais ricos do mundo, controla a parte do leão dos recursos energéticos globais. A União Européia (UE), longe de antecipar os problemas causados ​​pela concentração de poder e investir na diversificação e autonomia das fontes de energia desde 1973, atuou para enfraquecer os EUA internacionalmente, a fim de substituí-lo pela ONU, uma agente dócil à OIC. Na esperança de angariar algumas migalhas de influência, a UE privilegiou uma imigração maciça de muçulmanos para a Europa, pagou bilhões de dólares para a União do Mediterrâneo e para a Autoridade Palestinina, enfraqueceu os estados europeus, minou a sua unidade, e envolveu-se na bandeira da justiça palestina, como se isso pudesse fornecer algum sistema de proteção contra a jihad global, que se esforça para se concentrar sobre Israel.

Religião emerge como o principal aspecto da OIC a partir da sua linguagem e suas metas. Parece que o OIC está restaurando, no século 21, o Califado, o órgão supremo de controle para todos os muçulmanos. Em seus Estatutos (2008), os Estados-Membros confirmam que a sua união e solidariedade são inspiradas por valores islâmicos. Eles afirmam o seu objetivo de reforçar, dentro da arena internacional, os interesses comuns e a promoção dos valores islâmicos. Eles comprometem-se a revitalizar o papel pioneiro do Islão no mundo, aumentando a prosperidade dos Estados membros, e – em contraste com a dos Estados europeus – assegurando a defesa das soberanias nacionais e integridades territoriais. Eles proclamam o seu apoio para a Palestina, tendo al-Quds Al Sharif, o nome arabizados de Jerusalém, como sua capital, e exortam uns aos outros para promoverem os direitos humanos, liberdades fundamentais, o estado de direito (Sharia), e da democracia de acordo com os seus sistemas constitucionais e legais – em outras palavras, o cumprimento da Sharia.

Eles também se comprometem a estimular nobres valores muçulmanos, a preservar seus símbolos e sua herança comum, e para defenderem a universalidade da religião islâmica – ou seja, a propagação universal do Islã (Da’wa). Eles afirmam que eles estão a promover os direitos das mulheres e incentivar a sua participação ativa em todas as esferas da vida, de acordo com as legislações dos Estados-Membros. Eles concordam em inculcar as crianças muçulmanas com os valores islâmicos e apoiar as minorias muçulmanas e comunidades fora dos Estados-Membros, a fim de preservar sua dignidade e sua identidade cultural e religiosa.

Os objetivos estratégicos dos Estatutos da OIC buscam “assegurar a participação ativa dos Estados-Membros [da OIC] nas políticas globais, econômicas e sociais, e nos processos de decisão para garantir os seus interesses comuns” (I-5) e “promover e defender uma posição unificada sobre questões de interesse comum em fóruns internacionais” (1-17).

Entre suas metas, os Estatutos da OIC especificam a propagação, promoção e preservação dos ensinamentos e valores islâmicos, a difusão da cultura islâmica, e a preservação do patrimônio islâmico (I-11). O artigo I-12 promove a proteção e defesa da verdadeira imagem do Islão, a luta contra a difamação, e o incentivo ao diálogo entre civilizações e religiões. Outros objetivos tratam da proteção dos valores familiares inerentemente islâmicos (I-14) e a preservação de direitos, dignidade e identidade religiosa e cultural das comunidades muçulmanas e das minorias muçulmanas em Estados não membros (I-16). Essa questão aponta para a autoridade da OIC sobre os imigrantes muçulmanos no exterior e sua pressão sobre os governos dos países não-muçulmanos através de canal de diálogo, incluindo a Aliança das Civilizações, cujo relatório apoia programas da OIC bem como redes inter-fé e redes de imigração.

A OIC apoia todos os movimentos jihadistas considerados por ela como resistência a “ocupação estrangeira”, incluindo-se aí a Caxemira indiana “ocupada”, e condena a “humilhação e opressão” dos muçulmanos na Índia.

Os Estatutos determinam que o Tribunal Internacional de Justiça Islâmica passe a ser o principal órgão legal da Organização (Cap. X, art. 14) e que “a Comissão Permanente Independente de Direitos Humanos deve promover os direitos civis, políticos, sociais e econômicos consagrados nos convênios e declarações da organização [OIC] e instrumentos de direitos humanos universalmente acordados, em conformidade com os valores islâmicos”(Art. 15). Isso implica que os convênios que não estejam em conformidade com os valores islâmicos não serão seguidos.

Pode-se notar que o presidente sudanês, Omar al Bashir, acusado (de acordo com critérios ocidentais de justiça) de genocídio cometido no sul do Sudão e em Darfur, não foi incomodado pelo Tribunal Islâmico de Justiça. Seus colegas da OIC não o consideram de forma nenhuma um criminoso e o recebem com grande respeito, como o faz primeiro-ministro turco Erdogan.

O Tribunal Islâmico de Justiça tem um mandato internacional e poderia julgar estrangeiros, muçulmanos e não-muçulmanos (blasfemos, apóstatas, ou os resistentes à Jihad) que violaram as leis da sharia em qualquer lugar. Além disso, a reivindicação da OIC para ser a guardiã e a protetora dos imigrantes muçulmanos que vivem em todos os países que não são membros da OIC implica uma extensão de sua competência e influência política sobre todos os muçulmanos da Europa, América do Norte e do Sul e outros Estados não-membros. Esta situação agrava o perigo incorrido por muçulmanos europeus não religiosos, sejam eles ateus, apóstatas, ou livre-pensadores.

Dentro de sua organização, os Estatutos da OIC apresentam características semelhantes aos da União Européia. No entanto, em termos de seu espírito, as funções, princípios e objetivos, os Estatutos da OIC são uma antítese dos Estatutos da União Européia. Mesmo empregando a linguagem das organizações internacionais, o significado das palavras é diferente por se encontrarem enraizadas no mundo conceitual do Alcorão, o que contradiz a base do pensamento ocidental secular. Assim, o artigo 32-2 afirma: “O Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da OIC recomendará as regras de procedimentos da Cúpula islâmica”. Isto implica uma visão e compreensão política islâmicas.

Uma instituição que combina política e religião se coloca na borda externa do pensamento ocidental, que é ancorado na separação entre política e religião. Mesmo que a interferência entre os dois campos tenha persistido, o princípio da separação tem facilitado a emancipação nas arenas intelectuais e políticas da autoridade religiosa e do desenvolvimento do pensamento crítico.

A aspiração atual da Ummah de se submeter a um califado que incorpora uma instituição político-religiosa combinada só pode surpreender o ocidental e destacar o fosso que separa os dois. Enraizados no individualismo, os europeus cultivam a busca da felicidade e prezam a liberdade de pensamento e a exploração racional, científica, que são percebidos como o maior privilégio do ser humano e a sua melhor aventura.

Por outro lado, a aspiração ao Califado indica o desejo de uma autoridade suprema, devendo a sua infalibilidade à Alá e seu intermediário humano, Momé. De acordo com Ibn Khaldun, esta instituição, que coloca a política ao serviço do expansionismo religioso mundial, foi criada como instrumento para uma islamização obrigatória da humanidade. Confrontado hoje com este arcaísmo político, um Ocidente dividido e quebrado busca refúgio na recusa a encarar a realidade e se fixa com o fim do minúsculo Israel como se fosse o seu salva-vidas. Fazendo água por todos os lados, este Ocidente que abandona sua própria identidade em favor do multilateralismo e do multiculturalismo e aruína da sua cidadania através da compra de segurança tem pouca chance de sobrevivência.

[1] Nornie Darwish, Roots of the Gaza Conflict. Frontpage Magazine.

[2] Bat Ye’or, OIC and the Modern Caliphate. American Thinker.

Leia mais sobre a OIC neste artigo:  Organização da Cooperação Islâmica (OIC), Apostasia, Blasfêmia, e a Difamação do Islão. 

Atualização em agosto de 2020

Será que Erdogan irá mesmo re-editar o califado?

Vamos rever as datas da extinção do califado turco-otomano e criação de uma Turquia moderna.

Em 1 de novembro de 1922, o parlamento de uma Turquia revolucionária, sob a liderança de Atatürk, aboliu o sultanado otomano, depondo o sultão (e califa), Maomé VI, pondo um fim a 623 anos de governo da monarquia otomana. Em 24 de julho de 1923, o Tratado de Lausanne reconheceu a recém-formada República da Turqia, como sucessora do Império Otomano. A república foi proclamada em 29 de outubro de 1923, na sua nova capital Ancara. Contudo o parlamento turco havia eleito um califa, Abdulmecid II (foto abaixo), em novembro de 1922, que foi deposto e exilado em 3 de março de 1924. De modo que, tecnicamente falando, o califado islâmico foi extindo em 3 março de 1924 (uma data que deveria ser comemorada).

Alguns suspeitam que o atual presidente turco, Ecep Erdogan, e o parlamento turco que ele controla, irá ressurgir o califado no centenário do Tratado de Lausanne, ou seja 24 de julho de 2024. Apenas o futuro nos dirá.

Abdulmecid II – o último califa do Império Turco-Otomano

Arquivado em: Califado, Organização da Cooperação Islâmica Marcados com as tags: Califa, Jihad, Organização da Cooperação Islâmica (OIC)

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