José Atento
(Este artigo pode ser reproduzido, mas, por favor, dêem o devido crédito. Estamos nessa luta juntos. Grato)
As estratégias da islamização incluem apresentar uma visão sanitizada e adocicada do islamismo, bem como penetrar no tecido do governo em todos os níveis, federal, estadual e municipal, além de se montar uma base parlamentar de simpatizantes da “causa islâmica” que apresenta sempre o islão e os muçulmanos como vítimas e os demais, sejam ateus, cristãos, judeus, budistas, hindus, … como os vilões e os agentes do mal.
Isso acontece no mundo inteiro, e também no Brasil (se você tem dúvida, veja a lista em Islamização do Brasil – Exemplos). Vejamos mais um exemplo abaixo.
(Todas as informações são oriundas do site da FAMBRAS, a Federação das Associações Islâmicas no Brasil. Não conseguí achar nenhuma referência a este curso no MRE, apenas no blogo Diplomacia Pública. Fica aqui a dúvida se o MRE realmente co-organizou o evento ou se o MRE apenas disponibilizou o local. Se alguém tiver mais informações, por favor compartilhe que eu atualizo o artigo.)
Um curso intitulado “Mundo Islâmico: Sociedade, Cultura e Estado” foi organizado pela FAMBRAS em parceira com o Ministério das Relações Exteriores. Ele ocorreu no Instituto Rio Branco, em Brasília-DF, entre 1º e 5 de dezembro, e foi o segundo de uma série. O primeiro ocorreu em 2013, e um terceiro está planejado para 2015.
Comentário:
- O tema “mundo islâmico” é extremamente vago. O que é o mundo islâmico? (a) São os países-membros da Organização da Cooperação Islâmica? Se for isso, existem vários outros grupos religiosos e de ateus que vivem neles. Como estes grupos estariam sendo considerados? Do modo prescrito pela lei islâmica? (b) Seriam todos os muçulmanos espalhados pelo mundo, ou seja a “nação islâmica” (umah), incluindo neste caso os muçulmanos no Brasil? Afinal, este é o significado de nação segundo a lei islâmica.
Público alvo: além “dos diplomatas brasileiros, o curso foi dirigido a representantes de embaixadas de países sul-americanos e agentes de outros orgãos da administração pública federal, ligados ao desenvolvimento de novas relações políticas e comerciais, entre o Brasil e os países muçulmanos.” Houve um total de 110 pessoas inscritas.
O curso foi considerado como um sucesso por ter atingido “todos os objetivos previstos pelos idealizadores do evento.” Segundo Mohamed Zoghbi, presidente da FAMBRAS, objetivos incluiam expor “minúcias dos princípios da religião islâmica, a evolução da sua cultura, a interação com a sociedade ocidental, seu potencial de mercado e suas principais características políticas e sociais.” Ele disse ainda que “os professores envolvidos no curso são estudiosos de referência internacional, e em suas biografias constam trabalhos de eminente importância científica, cultural e econômica” tendo sido uma “oportunidade de unir excelência, competência e nacionalismo.”
O embaixador Paulo Cordeiro, sub-secretário geral para África e Oriente Médio, do Itamaraty, destacou ainda que, “fenômenos de grande impacto na agenda internacional contemporânea, como o Islam político, foram exaustivamente discutidos, bem como, o polêmico papel da mulher na sociedade muçulmana”.
Comentários:
- Vejam bem, 110 pessoas influentes, não apenas no Brasil, mas ao largo da América do Sul, expostas a versão islâmica dos fatos, e apenas a ela.
- “Minúcias dos princípios da religião islâmica”, ou seja, pregação religiosa (em parceria com o MRE).
- Além disso, evidência-se mais uma vez que o islão é muito mais do que uma religião, pois inclue diversos outros apectos que foram explorados no curso como “cultura”, “características políticas e sociais”, “Islam político” e “papel da mulher na sociedade muçulmana.” Não é à toa que muçulmanos dizem que o islão é um modo de vida total.
- E veja a menção a “nacionalismo.” A gente pensa em nacionalismo como ser cidadão de um país. No islão isso é diferente. O islão se refere aos muçulmanos ao redor do mundo como a umah, a nacão do islão. Esse é o nacionalismo islâmico, não ao país que eles residem, mas à nação do islão. Um estado islâmico é essencialmente um estado ideológico, sendo deste modo totalmente diferente de um estado nacional. É por isso que a maioria dos muçulmanos deseja Sharia.
- Houve alguma discussão sobre os direitos dos não muçulmanos segundo a Sharia? O MRE concorda com eles?
- Houve alguma discussão sobre os direitos das mulheres segundo a Sharia? O MRE concorda com isso?
- Houva alguma discussão sobre Jihad, como definida pela lei islâmica e como explicado pelos doutores do islão (ulema)?
- Houve alguma discussão sobre a islamização da Europa e o extermínio lento, gradual e certo da civilização nativa?
Depois de cinco dias de aulas e palestras (carga horária total de 20 horas), na solenidade de encerramento, os participantes e os embaixadores da Organização de Cooperação Islâmica (OIC), especialmente convidados, assistiram a um depoimento do escitor e cronista, Milton Hatoum, sobre as questões de tolerância, convivência e respeito inter-religioso.
Comentários:
- Este parágrafo para mim já diz tudo. A Organização de Cooperação Islâmica (OIC) é o bloco de 57 países que rejeitam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, dizendo que a lei islâmica Sharia está acima de tudo!!! Eles são o maior bloco votante na ONU, e, junto a outros países vêm tendando impor a Sharia a nível global, por exemplo, eles buscam a criminalização, a nível internacional, de toda e qualquer comentário sobre o islão que eles não gostem, mesmo que o que se diga seja a verdade! A OIC busca um Califado Global, e também está por trás de todo o esforço de islamização do mundo (financiado pelos petro-dólares).
- Perguntou-se ao embaixador do Irã porque o Pastor Behnam permanece preso acusado de “espalhar corrupção na terra”, o que, sob a Sharia, significa pregar o Evangelho para os muçulmanos?
- Ainda, para o embaixador do Irã, perguntou-se porque as mulheres iranianias não podem ter a liberdade de se vestirem como desejam?
- Perguntou-se ao embaixador do Paquistão porque a Lei da Blasfêmia continua em vigor, e porque Asia Bibi, uma mulher que teve a ousadia de dizer que Jesus era Deus está presa a 4 anos esperando sua execução?
- Perguntou-se ao embaixador da Malásia porque converter muçulmanos é um crime neste país, embora o oposto seja permitido. Muçulmanos, que são dois terços da população de 28 milhões da Malásia, não são permitidos de mudar de religião legalmente.
- Perguntou-se ao embaixador da Arábia Saudita porque as igrejas na Península Arábica devem ser destruídas, porque muitos direitos básicos são negados às mulheres, porque degola-se à rodo (mais do que o ISIS), até mesmo por motivos medievais (como por bruxaria), porque não se pode promover cultos de outras religiões mesmo que privadamente, e sobre a pena de morte para quem carregar um Bíblia? E, porque a Arábia Saudita (e o Qatar) vem gastando dezenas de bilhões de dólares na construção de mesquitas, centros islâmicos, instituições, centros em universidades ao redor do mundo visando a propagação do Wahabismo, uma seita violenta, intolerante e cruelmente puritana?
- Perguntou-se ao embaixador da Mauritânia sobre a escravidão ainda praticada neste país?
- Perguntou-se ao embaixador da Jordânia porque distribuir presentes vestido de Papai Noel é considerado terrorismo?
A lista de perguntas pode ser extendida, mas já deu para perceber onde desejamos chegar. Vejam que estes fatos são ações de governos e não ações de grupos islâmicos à parte. (Para mais eventos, leia em Perseguição aos Cristãos e Islão não tolera outras religiões)
Então, antes de falarem sobre “tolerância, convivência e respeito inter-religioso” o islão deve praticá-las. Na verdade o islão exige dos outros uma tolerância que ele não pratica porque suas leis são medievais, e imutáveis. Mas é claro, é obrigação deles propagar o islão, até mesmo mentindo se for preciso (leia sobre o conceito de taqiyya aqui).
Mas e nós? Será que nós ficamos covardes ou apenas nos abobamos? Será que perdemos a capacidade de pensar e indagar? Que tipo de país o Brasil se tornou que é capaz de não apenas permitir, mas de promover uma ideologia medieval cujos frutos são tão perversos? Nos tornamos todos tolos? Fica-se agora festejando com representantes de países que negam Direitos Humanos à grande parte da sua população (particularmente às mulheres, aos homosexuais e aos não-muçulmanos)? Que princípios o Brasil advoga e defende a nível nacional e internacional? Que princípios?
Uma coisa é ter relacionamento com países. Outra coisa totalmente diferente é festejar países que desrespeitam os Direitos Humanos.
Sinceramente, eu gostaria de saber o que o Barão do Rio Branco teria a dizer sobre isso tudo.
As notícias sobre o curso mencionam uma avaliacão. “Durante a reunião de avaliação dessa segunda edição do curso, o embaixador Gonçalo Mourão, diretor geral do Instituto Rio Branco, manifestou o propósito de incluir, na terceira edição, em 2015, os alunos do curso de diplomacia do instituto, proposta imediatamente aceita pela FAMBRAS e acolhida pelo embaixador Paulo Cordeiro.”
Pergunta:
- Embaixador, vai haver uma discussão real sobre o assunto “islão” da próxima vez ou o senhor vai permitir que a propaganda islâmica continue sem impedimentos?
- Serão convidados outros palestrantes para mostrar uma visão mais realista do islamismo sob um ponto-de-vista não-islâmico?
Para terminar, vamos listar os palestrantes da 2ª edição do curso Mundo Islâmico. Eles constituem a “linha de frente.”
(a) acadêmicos:
Beatriz Bissio, professora adjunta do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde 2011, onde ensina História Medieval, mais particularmente História Árabe-Islâmica. Ela é autora do livro “O mundo falava árabe: a civilização árabe-islâmica clássica através da obra de Ibn Khaldun e Ibn Battua” que é resultado da sua tese de doutorado. Ela foi contribuidora do periódico “Cadernos do Terceiro Mundo.”
Gisele Fonseca Chagas, professora do Departamento de Antropologia, Universidade Federal Fluminense. Ela trabalha no Núcleo de Estudos do Oriente Médio tendo seu interesse relacionado com antropologia do Oriente Médio, o Islã, gênero e etnia, a construção do conhecimento religioso e Autoridades no Islã, as comunidades muçulmanas na Síria e no Brasil, o Sufismo
Murilo Sebe Bon Meihy, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com enfoque em História Moderna e Contemporânea do Oriente Médio e Norte da África, atuando principalmente nos seguintes temas: Nação e Revolução no Oriente Médio, Cultura Árabe-Islâmica, Orientalismo, Vocabulário político árabe, Guerra Fria e Petróleo, e árabes no Brasil.
(b) acadêmicos ligados ao Instituto de Cultura Árabe:
Hussein Ali Kalout, identificado como sendo da Universidade de Harvard (mas não o encontrei por lá).
Mohamed Habib, professor do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas e Conselheiro do Instituto de Cultura Árabe (ICArabe).
Salem Nasser, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, e presidente do Instituto de Cultura Árabe (ICArabe).
Soraia Smaili, Reitora da Unifesp. É professora associada da Escola Paulista de Medicina, diretora da Regional SP do ANDES-SN e diretora cultural e científica do Instituto da Cultura Árabe (ICArabe).
(c) não acadêmicos:
Ali Zoghbi, Vice-Presidente da FAMBRAS
Luiz Nelson, Consultor Econômico Financeiro
Mohamed Zoghbi, Presidente da FAMBRAS
Rubens Hannun, Consultor em Marketing Internacional.
O curso, com carga horária de 20 horas, foi dividido em seis módulos. O primeiro tratou da história do surgimento, dos princípios e das principais vertentes do Islã. O segundo foi dedicado a filosofia, artes, ciência e cultura, com palestra sobre a mulher no mundo islâmico. O terceiro, à história e expansão da civilização islâmica para além do Oriente Médio, com destaque para Ásia Central e África Subsaariana. O quarto módulo concentrou-se no direito islâmico e suas relações com os direitos nacionais e internacional. O quinto teve como tema as questões de geopolítica do Islã, abordando fenômenos políticos contemporâneos como Primavera Árabe e o islã político. O sexto e último foi dedicado à economia, mercado e comércio internacional em países de maioria muçulmana.
Só para registro, existem outros órgãos que o MRE participa que são ligados a “países árabes”:
- Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA)
- Liga dos Estados Árabes (LEA), este último mantém a Biblioteca e Centro de Pesquisas América do Sul-Países Árabes (BibliASPA) em São Paulo.
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