No artigo Fontes primárias islâmicas dizem não existir preservação perfeita do Alcorão (vídeo 20), nós discutimos as quatro crenças que muçulmanos modernos são treinados a repetirem sobre o seu livro sagrado, o Alcorão:
- O Alcorão é eterno (sempre existiu)
- O Alcorão foi enviado a Maomé
- O Alcorão é completo (e perfeito)
- O Alcorão permanece inalterado (e Alá impede que qualquer alteração aconteça)
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Nós discutimos também que os primeiros muçulmanos não tinham esta expectativa toda com respeito ao Alcorão, pois eles sabiam que versos haviam sido perdidos, alterados, queimados, e até mesmo comidos por uma ovelha mansa. Eles sabiam como estava sendo o processo de compilação do Alcorão, compilação feita por seres humanos.
Agora, iremos discutir outra evidência de que o Alcorão é uma coleção compilada por seres humanos, olhando os chamados “erros históricos”, os anacronismos históricos tão presentes neste livro. Se o Alcorão fosse realmente eterno (cf. Alcorão 85:22), perfeito e protegido por Alá (Alcorão 10:15; 15:9 e 18:27), como o próprio Alcorão apregoa, é de se supor que erro algum pudesse ser encontrado nele. Bastaria um erro para jogar esta suposição no lixo. O fato é que o Alcorão está cheio de erros.
Existem erros históricos no Alcorão, erros que Deus não faria, mas homens sim.
Então vamos a alguns exemplos de erros históricos e anacronismos, ou seja, erros cronológicos.
I) Segundo o Alcorão, os Samaritanos existiam 700 anos antes deles existirem
No Alcorão, surata 20:85-95, Alá afirma que os Samaritanos existiam no tempo de Moisés (cerca de 1400 a.C), e foi um deles que tentou os hebreus a construírem a vaca de ouro.
“Disse-lhe (Alá): Em verdade, em tua ausência, quisemos tentar o teu povo, e o samaritano logrou desviá-los. Moisés, encolerizado… disse: Ó povo meu…. Eles responderam: Não quebramos a promessa que te fizemos por nossa vontade, mas fomos obrigados …., tal qual o samaritano sugeriu. … Disse (Moisés): Ó samaritano, qual é a tua intenção?”
O problema é que os Samaritanos apenas vieram a existir sete séculos depois! Os samaritanos defendem serem descendentes das tribos de Efraim e Manassé, que sobreviveram a destruição do reino de Israel do Norte (a Samaria) pelo rei assírio Sargão II, em 722 a.C. Registros do rei Sargão II, da Assíria, indicam que ele deportou 27.290 habitantes destes reino.
Se “as-Samirii” não significa “o samaritano”, de que outra forma você expressaria “o samaritano” em árabe? Ainda existe até hoje uma pequena comunidade samaritana no Oriente Médio. Como eles são chamados em árabe?
II) Segundo o Alcorão, Maomé visitou uma mesquita em Jerusalém … que não existia.
“Glorificado é aquele que levou seu escravo para uma viagem noturna de al-Masjid al-Haram [a mesquita próxima, interpretado como sendo em Meca] a al-Masjid al-Aqsa [a mesquita mais distante, interpretado como sendo em Jerusalém] cujos precintos nós abençoamos”.
Segundo interpretação do Alcorão 17:1, existia uma mesquita no Monte do Templo, em Jerusalém, que teria sido visitada por Maomé durante a sua viagem noturna ao céu (a Miraj), em 621 d.C. Só que a primeira mesquita, o Domo da Rocha, foi construída em 691 d.C., ou seja, 70 anos depois da Miraj, e 17 anos após a conquista de Jerusalém pelos exércitos muçulmanos! Muçulmanos, como Yusuf Ali, autor de uma famosa tradução do Alcorão para o inglês, diz que a passagem se refere ao local onde existiu o Templo de Salomão, em Jerusalém. Mas o texto se refere a um templo, e não a um lugar aberto. O próprio Maomé confirma isso em um hadice de al-Bukhari (Sahih Bukhari, Volume 4, Book 55, Number 636), que diz quando a mesquita em Jerusalém foi construída.
Narrado Abu Dhaar: Eu disse: “Ó Apóstolo de Alá! Qual mesquita foi construída primeiro?” Ele respondeu: “Al-Masjid-ul-Haram”. Eu perguntei: “Qual (foi construída) a seguir?” Ele respondeu: “Al-Masjid-ul-Aqs-a (ou seja, Jerusalém)”. Eu perguntei: “Qual foi o período entre elas?” Ele respondeu: “Quarenta (anos)”. Ele então acrescentou: “Onde quer que o tempo da oração chegue sobre você, faça a oração, pois toda a terra é um local de culto para você”.
Esse hadice realmente apresenta outro problema. Abraão supostamente (re-)construiu a Caaba (Abraão viveu por volta de 2000 a.C.) e o Templo de Jerusalém foi construído por Salomão por volta de 958-951 a.C., então Maomé deu outra informação historicamente falsa com base em uma grande confusão sobre quando essas pessoas viveram: Abraão em torno de 2000 a.C., e Salomão em torno de 950 a.C. Se Abraão construiu a Caaba ou não, isso é irrelevante para esta discussão. O que interessa é o anacronismo cometido por Maomé.
Em resumo. A susposta “viagem noturna” teria ocorrido em 621 d.C., mas:
- muçulmanos conquistaram militarmente Jerusalém em 638 d.C. (17 anos depois)
- A mesquita do Domo da Rocha foi construído em 691 d.C. (70 anos depois);
- A mesquita de al Aqsa foi construída em 710 d.C. (89 anos depois);
E não poderia ser o templo judeu de Jerusalém, pois ele foi destruído em 70 d.C.!
III) O Alcorão menciona cota de malha 800 anos antes dela ser inventada
Surata 34:10-11 diz, se referindo a David:
“E para ele amolecemos do ferro, dizendo-lhe: “Fabrica cotas de malha completas e ajusta-as às malhas.”
O problema é que David viveu em 1.000 a.C. e as cotas de malha só seriam inventadas em 200 a.C., 800 anos depois!
IV) O Alcorão menciona crucificações ocorrendo no lugar errado a na época errada e cedo demais
Na Surata 7:120-124, o Faraó se refere aos feiticeiros na época de Moisés, cerca de 1400 a.C., dizendo:
“De fato, esta é uma conspiração contra a cidade para desposjá-la de seus habitantes … então certamente crucificarei a todos vocês.” (O mesmo é repetido na Surata 20:70-71)
Na Surata 12:41, na época de José, cerca de 1800 a.C., o Faraó crucifica um padeiro:
“Ó meus dois companheiros da prisão! Como um de vocês servirá vinho para o seu senhor beber; e quanto ao outro, ele será crucificado … “
O problema é que crucificações foram introduzidos pela primeira vez em 500 a.C., e elas nunca foram usadas no Egito. Ou seja, as crucificações referidas nestas passagens do Alcorão estão no lugar errado e entre 1.000 a 1.300 anos antes!
A Enciclopédia Britânica diz que a crucificação foi um importante método de punição capital, particularmente entre persas, selêucidas, cartagineses e romanos, do século VI a.C. ao século IV d.C. Constantino, o Grande, o primeiro imperador cristão, aboliu a crucifição no Império Romano no início do século IV, por veneração por Jesus Cristo, a mais famosa vítima da crucificação. Mas o Alcorão a reintroduziu como punição, e, por estar no Alcorão, muçulmanos não podem a abolir. Isso é mais uma prova que o Islã é atraso total.
V) O Alcorão nega a crucificação de Jesus
“E por dizerem: “De fato, matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o mensageiro de Alá”. Mas não o mataram, nem o crucificaram, apenas imaginaram tê-lo feito” (ou seja, teriam crucificaram um sósia)
Aliás, o Alcorão é o único livro que nega isso. Além da própria descrição nos quatro evangelhos, todos os documentos históricos contemporâneos do século primeiro falam sobre a crucificação de Jesus. Thallus Grego (historiador samaritano, 52 DC) fala sobre a crucificação, bem como Phlegon, o grego (escritor romano), Josephus, historiado judeu (37-90 dC), Mara Bar Serapion, menciona a crucificação de Jesus na sua Carta Pagã (73 d.C.), e Tácito (historiador romano) e Lucian, satirista grego, no começo do século II. De modo que historiadores gregos, romanos e judeus, do século I ao II, todos concordam que era Jesus quem estava na cruz.
VI) O Alcorão confunde Maria, a mãe de Jesus [Miriam em hebraico], com Maria [Miriam], irmã de Arão e Moisés, e filha de Anrão (Êxodo 6:20) (Imram ou Umran no Alcorão), um erro de 1400 anos!
Surata 19:27-28 – “ … Ó Maria, você certamente fez algo sem precedentes. Ó irmã de Arão! … ”
Surata 66:12 – “… Maria, filha de Imran, que guardava sua castidade. …”
Surata 20:30 – Moisés se refere a “Arão, meu irmão”
Fica claro, então, que o Alcorão realmente afirma Maria, mãe de Jesus, sendo filha de Anrão e irmã de Arão e Moisés.
VII) O Alcorão confunde Faraó, a Torre de Babel e Hamã
Surata 40:36-37:
“E Faraó disse:” Hamã, constrói para mim uma torre para que eu possa alcançar os caminhos – os caminhos para os céus – para que eu possa olhar para o Deus de Moisés; mas, de fato, acho que ele é um mentiroso.”
Faró e Hamã também são citados na Surata 28:8 e 28:38
Mas Hamã não era egípcio, mas sim persa. O livro de Ester 3:1 nos diz que Hamã foi ministro do rei persa Assuero (talvez melhor conhecido pelo nome grego de Xerxes I), que reinou entre 486-465 a.C. Deste modo, o Faraó (1500 a.C.) e Hamã nunca se conheceram: existe uma diferença temporal entre eles de mil anos, bem como uma enorme separação geográfica! Além do mais, o Faraó pede pela construção de uma torre para ver o Deus de Moisés, algo semelhante à Torre de Babel. Só que a Torre de Babel teria ocorrido antes de Abraão, que viveu 400 anos antes de Moisés.
VIII) O Alcorão menciona o emprego de moeda (Dirrã) antes delas terem sido inventadas
A Surata 12:20 diz que José, personagem que viveu no século XVIII a.C., foi comprado por algumas “dracmas contadas”, com algumas traduções mencionando “moedas de prata.” Ou seja, o Alcorão afirma que moedas eram usadas dezoito séculos antes de Cristo. Só que as moedas começaram a ser utilizadas como método de pagamento por volta do século VI ou V a.C.
É claro que o texto foi escrito quando o emprego de moeda era comum, a ponto de quem redigiu o Alcorão mencionar moedas como se elas existissem no passado.
O texto em árabe, se refere a darāhima, que é o nome de uma moeda, o dirrã, que só começou a ser utilizado a partir de 661 d.C. Teria Maomé recebido uma revelação sobre um evento no passado mencionando uma moeda que só iria surgir 30 anos após sua morte? (A palavra dirrã é derivada de dracma (δραχμή), moeda grega.
O interessante é que na descrição bíblica (Gen 37, 28), José foi vendido por 20 shekels (ou siclo), sendo o shekel uma unidade de peso utilizada para negociações antes do surgimento das moedas.
IX) O Alcorão transforma Alexandre, o Grande, ou Alexandre Magno, em um engenheiro genial … que fez uma obra que nunca foi feita
A Surata 18:96 diz que Alexandre, o Grande, construiu um muro feito de ferro e cobre grande o suficiente para bloquear o avanço do exército de povos bárbaros:
“Traga-me folhas de ferro … entre as duas paredes da montanha … para que eu possa derramar sobre ela cobre fundido”
O que isso nos diz é que Alexandre, o Grande, construiu uma parede de ferro e cobre fundido entre 2 montanhas! Em 330 a.C.! Mas não existe registro algum desse muro nas suas 3 biografias, e nem evidência física do mesmo. Um feito desta natureza, seria difícil de fazer mesmo nos dias de hoje.
X) Alexandre, o Grande, é mencionado no Alcorão (Surata 18: 89-98) como um muçulmano devoto que viveu até uma idade avançada
Os registros históricos, no entanto, mostram que Alexandre, o Grande, morreu jovem, aos 33 anos de idade (356 – 323 a.C.), e acreditava que ele próprio era divino, forçando outros a reconhecê-lo como tal. Ele era idólatra. Na Índia, no rio Hyphasis (atual rio Bias), Alexandre ergueu doze altares para doze deuses do Olimpo. No Egito, foi reconhecido como filho do deus Amon.
Muçulmanos afirmam que o Alcorão é um livro perfeito e eternamente preservado (existindo eternamente, como Deus). Só que Deus não cometeria esses erros, mas um homem sim.
Existem mais erros históricos, mas, por ora, estes já nos bastam.
CONCLUSÃO:
Quem escreveu o Alcorão não conhecia história e Deus não cometeria esses erros. O Alcorão introduz moedas, samaritanos, cota de malha, crucificação e moedas de dirrã muito cedo, sugere que Alexandre, o Grande, era um engenheiro incrível, além de ser muçulmano, confunde as Marias do Antigo e Novo Testamento, bem como confunde o Faraó, a Torre de Babel e Hamã. Isso sugere que os autores do Alcorão não conheciam bem sua história ou que eles copiaram essas histórias de outras fontes com pouca discrição de suas partes. De qualquer forma, isso prova mais uma vez que o Alcorão não é de Deus, mas criado e escrito por homens finitos e frágeis como você e eu.
Bibliografia
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“Dirham” In The Time Of Joseph?, Answering Islam.
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John Gilchrist, Jam’ Al-Qur’an: The Codification of the Qur’an Text – A Comprehensive Study of the Original Collection of the Qur’an Text and the Early Surviving Qur’an Manuscripts, 1989, MERCSA.
Behnam Sadeghi, Mohsen Goudarzi, “Sana’a and the Origins of the Qu’ran”, 2012, Der Islam.
Créditos
Dr. Jay Smith, Pfander Films.
David Wood, Acts17Apologetics.
\022(d) Erros históricos do Alcorão provam que ele é humano
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