A presidente Dilma, e por conseguinte a relação internacional do Brasil de hoje, tem uma visão bastante peculiar de mundo.
Primeiro, ela condenou a “islamofobia dos países europeus” quando na verdade a Europa tem demonstrado um nível exageradamente alto de tolerância ao acolher dezenas de milhões de imigrantes muçulmanos, mesmo sob o risco do ressurgimento na Europa de problemas sociais que tinham sido erradicados.
Depois, ela condenou Israel ao chamar o embaixador brasileiro, tomando partido em um conflito onde a melhor contribuição que o Brasil pode dar deve ser pautada na neutralidade.
E agora, ela, após ficar calada frente às atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, condena os ataques que visam enfraquece-lo. Ela está do lado de quem?
Se o Brasil está preocupado com a validade de ataques dentro do território sírio, que ela diga isso explicitamente, e dentro de um linguajar diplomático. Além do mais, do ponto-de-vista prático, a porção da Síria que foi ocupada pelo Estado Islâmico, pode não pertencer ao Estado Islâmico de direito, mas pertence de fato. Imaginem só os aliados na Segunda Guerra Mundial pedindo permissão para bombardear a Polônia ocupada pelos nazistas? Não faz sentido.
Parágrafo de notícia do Metro1:
Em Nova York para participar do 69ª Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff lamentou os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos na Síria, medida adotada para destruir o grupo radical Estado Islâmico (ISIS em inglês). “O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, é o acordo e a intermediação da ONU”, afirmou a presidente nesta terça (23) em entrevista a jornalistas brasileiros. “O Brasil é contra todas as agressões.”
Que negociações seriam estas? Seria possível que os jihadistas do Estado Islâmico abandonassem as armas e voltassem para suas casas ao redor do mundo sem que nada tivesse ocorrido, ou como se eles tivessem apenas dado um passeio no bosque? Como ficam as atrocidades, os assassinatos, as execuções em massa, o exílio de comunidades inteiras nativas da região, a venda de mulheres como escravas sexuais, o casamento de crianças sequestradas com jihadistas, o estupro sistemático e grupal de mulheres que não tiveram tempo de fugir dos jihadistas, a crucificação de pessoas acusada-as de terem cometido crimes que na verdade são direitos humanos, o espetáculo grotesco do degolamento de pessoas e o prazer quase orgásmico de mostrar as cabeças decepadas, e mesmo usa-las como bola de futebol? Todas estas atrocidades aos gritos de Aláhu Akbar (Alá é o maior) e sendo cometidas entre as 5 orações diárias.
Que concessões deveriam ser dadas aos jihadistas do Estado Islâmico? Deixar que eles controlem um território menor em troca de uma trégua? Anistia? Salvo conduto? Empréstimo do Banco Mundial? Que concessões podem ser dadas para criminosos?
Ou será que a culpa para todas estas atrocidades seria nossa? Seria por causa da invasão do Iraque em 2003? Quer dizer que os cristãos e os yazidis foram quase totalmente exterminados mesmo não tendo nada com isso? Seria por causa da existência de Israel? Devemos então destruir o único país progressista e democrático no Oriente Médio para instituir mais um país falido governado pela Sharia? Seria porque somos infiéis e rejeitamos Alá? O que fazer então? Vamos todos nos tornar muçulmanos para que eles fiquem felizes e o mundo seja todo de Alá?
A Presidente Dilma irá abrir a Assembléia Geral das Nações Unidas, uma prerrogativa que o Brasil possui. Vamos torcer para que ela tenha tido a oportunidade de conversar com diplomatas do Itamarati de modo a que ela fale a linguagem da Diplomacia.
Presidente, lembre-se que o modo pelo qual o Brasil é visto no exterior também depende da sua política exterior.
PS. O discurso da Presidente Dilma na Assembléia Geral da ONU foi vago na questão no tocante ao Estado Islâmico (fonte).
Atualização:
Um pouco das charges que vem sido divulgadas no Facebook sobre a entrevista na qual a Presidente Dilma dá apoio a ISIS.