Este artigo é uma sequência do artigo O que é o islamismo? e do artigo Desenvolvimento histórico das ‘Fontes Primárias do Islamismo’.
Vídeo disponível no Rumble, Bitchute, Odysee, 3Speak e YouTube (Parte 1 e Parte 2)
Em árabe, Alcorão (al Qur’an) significa “leitura” ou “recitação”. É provavelmente derivado do aramaico siríaco qeryānā, que também significa leitura, e era uma palavra usada para designar uma leitura litúrgica. As referências aos salmos neste lecionário siríaco são chamadas de šurāyā, de onde deriva-se a palavra sura ou surata, usada para designar os versículos do Alcorão.
O islamismo afirma que o Alcorão contém as exatas palavras de Alá, o único deus verdadeiro do universo. O Alcorão afirma ser um livro completo, perfeito, eterno e universal. Muçulmanos irão te dizer que o Alcorão não contém um único erro (é perfeito), por menor que seja, uma vez que vem diretamente de Alá, o único Deus do universo. Eles te dirão que foi escrito estritamente através da palavra de Alá. O Alcorão foi criado antes do universo ter sido criado e descansa em uma mesa de esmeralda à direita de Alá. O Alcorão, dizem eles, é protegido por Alá e o Alcorão, em árabe, que encontramos hoje em qualquer livraria no Brasil, é o mesmo encontrado em qualquer outra parte do mundo, e exatamente como recitado por Maomé. Alá preserva o Alcorão, impedindo que alteração alguma seja feita no seu texto, ou seja, o Alcorão é incorruptível e imutável.
O Alcorão também afirma ser um livro claríssimo, e que cada versículo foi escrito para deixar tudo evidente, sem a necessidade de interpretação.
Mas, ao ler o Alcorão, defronta-se com muitas dificuldades. Talvez a mais gritante seja que ele é confuso. Ou seja, falta-lhe clareza!
O Alcorão talvez seja o livro mais famoso do mundo menos lido e menos compreendido. Quantas pessoas podem dizer: “Eu li o Alcorão”? E, mais importante, quantas pessoas podem dizer: “Eu li o Alcorão e entendi”? E por que esta falta de clareza? Por dois motivos principais. O primeiro motivo, é devido à maneira pela qual o Alcorão está organizado. O segundo motivo é que, na verdade, existem dois alcorões, aparentemente contraditórios, o que resulta em uma das mais importantes características do islamismo: o dualismo. O islamismo tem sempre duas visões sobre qualquer assunto.
Por que é difícil compreender o Alcorão
O Alcorão contém 114 capítulos ou suratas, e 6236 versículos (77.934 palavras), também chamados de aias (ou ayas), sendo menor que o Novo Testamento, que possui 7956 versículos (138.020 palavras).
Ao folhear um Alcorão, você vai perceber muito rapidamente que os maiores capítulos estão no começo e os menores capítulos estão no final, ou seja, o Alcorão está organizado em função do tamanho do capítulo, do maior para o menor. O Alcorão não segue uma ordem cronológica. Além disso, o contexto das recitações não faz parte do Alcorão. O contexto das recitações são os eventos da vida de Maomé, mas não existe nada sobre a vida de Maomé no Alcorão.
Esse modo pelo qual o Alcorão foi organizado gera uma das principais dificuldades em entendê-lo. É como se fosse retirado a trama de um romance de mistério, e, em seguida, os capítulos fossem rearranjados, colocando o mais longo na frente e o capítulo mais curto na parte de trás. Após isso tudo, o livro seria promovido como “o maior romance de mistério jamais escrito.” Mas ao lê-lo, conclui-se ser impossível de entender, porque não existe história e nem enredo.”
E essa é a maneira como o Alcorão foi organizado.
Mas, se o inverso for feito, ou seja, reorganizar os capítulos do Alcorão na ordem certa, acrescentando-se os eventos da vida de Maomé que aconteceram durante a sua recitação, ele se tornaria um livro mais lógico.
Essa reorganização foi feita pelo Dr. Bill Warner, do Centro de Estudos do Islamismo Político, em um livro chamado The two hour Koran. Existe uma versão gratuita em português deste livro disponível na Internet, chamada Conheça o Corão em Duas Horas. Eu estou disponibilizando o link aqui.
Outra coisa sobre o Alcorão que é confusa, é que suas histórias não estão completas. Toda história tem um começo, um meio e um fim. Mas, a maioria das histórias no Alcorão começam no meio. Não se sabe onde a história começa, e sempre falta alguma coisa.
Uma característica do Alcorão é que ele é repetitivo, tornando-o muito cansativo para ler. Por exemplo, a história de Moisés e do Faraó é repetida de várias formas 39 vezes ao longo do texto. A repetição é tanta que se ela fosse removida, o Alcorão seria reduzido pela metade.
As histórias do Alcorão se dividem em duas classificações. Algumas delas, recontam histórias da antiguidade da Arábia. Outras delas, são alterações de muitas das histórias do Antigo Testamento, como as histórias de Adão, dos judeus, de Noé, de Moisés. Todos esses personagens aparecem no Alcorão. Quem for familiarizado com as histórias do Antigo Testamento irá perceber que as histórias não são iguais. A única coisa igual são os personagens. Por exemplo, no Alcorão, o propósito de Moisés não é o de libertar os judeus da escravidão, mas sim o de obrigar o Faraó a reconhecer que Moisés é um profeta de Alá.
O mesmo ocorre com Noé. No Alcorão, a história de Noé gira em torno de fazer as pessoas admitirem que Noé era um profeta de Alá. A punição de Alá, ou seja, o dilúvio, é consequência da falha das pessoas em admitirem em que Noé era um profeta de Alá, deste modo, desobedecendo Alá. Assim, a história do Antigo Testamento foi adulterada no Alcorão para que se possa proclamar Noé como um dos profetas de Alá.
Veja bem, no começo da sua pregação, Maomé não estava sendo reconhecido como um profeta de Alá. Era necessário criar um lugar comum com os profetas do passado, alterando-se, deste modo, as histórias bíblicas, para mostrá-los como sendo rejeitados pelas pessoas do seu tempo, e que, por isso, elas foram punidas. Rejeitar Maomé como profeta de Alá é igualmente motivo de punição contra aqueles que o rejeitam.
Quando se lê o Alcorão, torna-se evidente que grande parte dele, um total de 64%, é dedicado ao cafre (káfir), um nome pejorativo usado para se referir aos ‘não muçulmanos’. Apenas 36% do Alcorão é dedicado aos muçulmanos.
Não existe informação suficiente no Alcorão para se praticar a religião islâmica. Para um trabalho que se autoproclama como sendo completo, o Alcorão é incrivelmente incompleto. A explicação de como ser um muçulmano é encontrada nas tradições de Maomé, nos hadices. É Maomé, e não Alá, quem ensina como um muçulmano deve rezar e se comportar. O Alcorão precisa ser complementado pelos hadices para fazer sentido.
Conforme dito em artigos anteriores, o Alcorão faz parte da Trilogia islâmica: o Alcorão, a biografia de Maomé (a Sira) e os feitos e dizeres de Maomé (nos hadices).
O problema da preservação do Alcorão
A narrativa islâmica padrão nos diz que não existia Alcorão quando Maomé morreu. Este é um dos grandes enigmas do islamismo: por que Maomé não designou responsáveis para compilar as suas recitações? Ele possuía um secretário. Não seria difícil para ele, com todo o poder que ele acumulou ao final da sua vida, arregimentar pessoas competentes para esta tarefa. Maomé sabia que ele havia sido envenenado após a sua incursão militar contra os judeus do oásis de Kaibar, e que estava morrendo lentamente, a tal ponto de ter feito uma peregrinação final à Meca. O fato é que quando Maomé morreu não existia Alcorão e nem codificação alguma da religião e lei islâmica.
O que existia era a transmissão oral, e o resultado dela, a máxima “quem conta um conto, aumenta um ponto” se fez cumprir, e diversas versões das recitações começaram a existir ao longo dos territórios conquistados pelas campanhas militares muçulmanas.
A narrativa islâmica padrão nos diz que o terceiro califa Otomão (Uthman), como governante absoluto, recolheu todos os fragmentos do Alcorão, inclusive um compilado pelo primeiro califa Abu Baquer, e os entregou a um secretário, cujo trabalho resultou nas recitações registradas em forma de livro. Depois que a nova versão foi montada, Otomão fez algo que foi muito revelador, ele queimou todo o material que constituía a fonte original.
Mas, por que Otomão queimaria o material que era a fonte original deste novo Alcorão? Por que queimar as revelações de Alá? O que Otomão estaria tentando esconder, contradições, variações?
A queima de todos as fontes originais feita por Otomão é usada pelos muçulmanos de hoje para se vangloriar que o seu Alcorão não possui variações, e que foi entregue nesta forma exata por Alá e que esta falta de variações mostra a sua perfeição. E, em seguida, eles apontam para as variações nos textos bíblicos como prova da corrupção destes textos. Essa afirmação tem a intenção submeter cristãos e judeus ao pensamento islâmico. Mas essa afirmação não se sustenta.
O problema é que este Alcorão de Otomão não existe. Não existe cópia alguma dele. Segundo a narrativa islâmica padrão, Otomão enviou cópia deste Alcorão para as principais cidades ocupadas pelo califado, dentre elas centros urbanos importantes, romanos e persas, que existiam há séculos, incluindo Alexandria e Damasco. Onde estão estas cópias? Ou mesmo, as cópias das cópias? Veja bem, ao contrário do cristianismo, que sobreviveu nas catacumbas nos seus primeiros 300 anos, o islamismo começou como uma vitoriosa experiência militar, conquistando a maior parte do império romano do oriente e todo o império persa. Não seria de se esperar que os vitoriosos conquistadores muçulmanos iriam produzir cópias do Alcorão com o melhor material da época e guardá-lo com zelo e fervor? Eles tinham todos os recursos à sua disposição. Onde está o Alcorão de Otomão?
O fato é que ocorreu uma proliferação de versões diferentes do Alcorão, em árabe. Não são diferenças de dialeto. São diferenças importantes de palavras e significados. Quais dessas versões se encontra sobre uma mesa de esmeraldas à direita de Alá? O fato é que o Alcorão passou por desenvolvimentos seguindo o próprio desenvolvimento do árabe, bem como erros escriturais, ao longo dos séculos, resultando em dezenas de versões diferentes disponíveis hoje em dia. As diferenças entre elas chegam ao número impressionante de 93 mil. As duas versões mais utilizadas nos dias de hoje são chamadas de Alcorão Hafs e Alcorão Warsh. O Alcorão Hafs foi escrito no Iraque, no ano 796, ao passo que o Alcorão Warsh foi escrito no Egito, em 812. Maomé morreu em 632, ou seja, estamos falando de alcorões escritos 134 e 180 anos após a morte de Maomé. Uma comparação entre o Alcorão Hafs e Alcorão Warsh resulta em 5 mil palavras diferentes. São significados diferentes, doutrinas diferentes, práticas diferentes, crenças diferentes. Bastaria apenas uma única diferença para destruir a crença da imutabilidade do Alcorão. Mas existem milhares de diferenças.
Nós discutimos essa tema no artigo/vídeo Fontes primárias islâmicas dizem não existir preservação perfeita do Alcorão, onde nós tornamos evidente que os primeiros muçulmanos não apenas sabiam que não existia preservação perfeita do Alcorão, como discutiam abertamente o problema. São os missionários muçulmanos da atualidade que vendem a ideia de que o texto em árabe do Alcorão de hoje é idêntico ao texto que teria sido revelado ao profeta Maomé, na tentativa de convencer os menos atentos que o Alcorão é um livro mágico, e convertê-los ao islamismo. E qual a reação dos missionários muçulmanos ao serem confrontados com as dezenas de milhares de diferenças de texto em árabe, e com as dezenas de alcorões diferentes? Negar, negar e negar … ou partir para a ignorância.
Uma referência em português que discute este assunto é o livro A doutrina da imutabilidade do Alcorão: breve análise histórico-textual, escrito por Marcos Amado, em 2020, publicado pela Martureo, e disponível gratuitamente neste link.
Uma outra referência recente, em inglês, é o livro Corrections in Early Qurʾan Manuscripts: Twenty Examples, traduzido aproximadamente como Correções nos primeiros manuscritos do Alcorão: vinte exemplos, escrito pelo Dr. Daniel Brubaker, em 2019, publicado pela Think and Tell, e disponível para compra neste link.
Contradição e Dualismo
Um fato marcante do Alcorão é que ele é muito contraditório, com versículos contradizendo-se uns aos outros. O Alcorão diz que Alá pode substituir um versículo por um outro melhor. Mas. substituir um versículo por um outro que é melhor significa que o melhor veio por último. Para lidar com essa contradição do Alcorão, é preciso saber qual versículo foi escrito antes ou depois, e esta ordem cronológica é conhecida pelos acadêmicos muçulmanos.
Esta substituição de um versículo por outro versículo é chamada de Ab-rogação. Mas a ab-rogação não cancela o versículo anterior porque ele veio de Alá. Isso significa que o versículo anterior também é verdade porque Alá, por definição, não pode estar errado. O Alcorão é contraditório, mas ambos os lados da contradição são verdadeiros.
Isto nos conduz às profundezas da mentalidade do islamismo, pois permite que muçulmanos possam reter em suas mentes ideias contraditórias e aceitá-las como verdadeiras. Isso explica por que os muçulmanos afirmam que o islamismo é uma religião pacífica, mesmo tendo sido construída e propagada seguindo seus preceitos de conquista militar, ocupação e subjugação. Essas contradições não os incomodam. O Alcorão é um documento dualista.
O dualismo é muito presente e marcante no Alcorão. O Alcorão “revelado” em Meca é um Alcorão radicalmente diferente daquele “revelado” em Medina. Esses “dois volumes” do Alcorão são muito diferentes.
O dualismo dá ao islamismo uma flexibilidade e adaptabilidade incríveis. O dualismo também confunde os cafres e enfraquece sua compreensão e sua capacidade de se opor ao islamismo.
O “Alcorão de Meca” e o “Alcorão de Medina”
O Alcorão inicial, o Alcorão de Meca, pode ser considerado como sendo mais religioso. Dentre as 147 referências sobre o inferno, mais de 90% delas afirmam que o cafre queimará no inferno porque ele não aceita Maomé como o profeta de Alá. Os restantes 10% dizem que pessoas vão para o inferno por acusações morais, como, roubo, ganância ou ódio. Isso nos indica que o inferno islâmico é uma prisão política para os dissidentes que não acreditam que Maomé seja o profeta de Alá. A grande maioria do Alcorão de Meca é dedicado a esse tema. O Alcorão de Meca pode ser resumido em uma frase: “Maomé é o profeta de Alá e se você não acreditar nisso, você irá sofrer.”
Após 13 anos de pregação fracassada em Meca, Maomé se mudou para Medina, onde ele se tornou um Senhor da Guerra vitorioso.
O Alcorão de Medina continua com o mesmo ódio contra cafre, como em Meca, mas esse ódio se manifesta de uma forma totalmente diferente. A menção ao inferno no Alcorão de Medina reduz-se tremendamente, sendo substituída por uma nova forma de punição para o cafre. No Alcorão de Meca, o cafre sofre depois da sua morte. Já no Alcorão de Medina o cafre sofre nesta vida, podendo ser torturado, degolado, roubado ou sofrer coisas piores. Tomado como um todo, o Alcorão espuma muito ódio contra o cafre e é muito político.
O Alcorão introduz a maior e mais perversa inovação de Maomé, o conceito de usar da violência para espalhar uma religião, conceito esse chamado de Jihad islâmica. Além disso, o Alcorão introduz o dimi, que significa a subserviência política do cristão e do judeu ao islamismo.
Quando alguém traz à tona a violência no Alcorão, vem logo algum muçulmano ou apologista (aplicando a falácia lógica do tu quoque) dizendo que o Antigo Testamento também tem muita violência nele. Sim, existe violência no Antigo Testamento, mas ela é muito diferente da violência no Alcorão. A violência no Antigo Testamento é local e temporária, é contra uma tribo vizinha e por um determinado período, e é descritiva, ou seja, ele descreve o que teria acontecido no passado. Do outro lado, a violência no Alcorão é universal e eterna, e é prescritiva. A jihad deve ser feita até que deixe de existir cafre algum na face da terra. Existe uma grande diferença entre ‘violência local e temporária’ (descritiva) e entre ‘violência universal e eterna’ (prescritiva).
A jihad islâmica é muitas vezes chamada de “Guerra Santa”, mas ela seria melhor descrita como “Guerra Política”, pois a única razão no Alcorão para que as pessoas sejam atacadas e mortas é porque elas não aceitam Maomé com o profeta de Alá. Essa é uma ideia intelectual, logo, a jihad é uma guerra política contra o cafre.
Imperfeito
O Alcorão possui todos os tipos de erros, sejam históricos, científicos, matemáticos e lógicos. Veja os artigos Erros históricos e anacronismos do Alcorão provam que ele é humano e não divino e Erros internos, numéricos e científicos no Alcorão e nas Tradições de Maomé, ou seja o islão é mais furado que queijo suíço para mais detalhes.
A universalidade do Alcorão … em árabe
O Alcorão é um documento árabe, escrito em árabe, que se refere à sua natureza árabe, e diz que os árabes são o melhor povo. Como o Alcorão alega ter sido escrito em árabe antes da criação do universo, isso implica que Alá é árabe. Esta é uma parte muito importante do imperialismo árabe, ou seja, a cultura árabe deve dominar todas as outras culturas do mundo.
Um dos contra-argumentos mais comuns usados por muçulmanos ou apologistas ao ouvirem algo negativo sobre o Alcorão é que ele deve ser lido em árabe, e que apenas deste modo pode-se compreendê-lo. Mas, um mínimo de bom-senso joga esta argumentação no lixo. Como Alcorão pode ser universal se apenas uma pequena parcela de pessoas do mundo sabe ler árabe? Isso torna as ideias contidas no Alcorão incompreensíveis para maior parte da população do mundo que não sabe o idioma árabe, ou seja, essas ideias não são universais. Então, as ideias contidas no Alcorão podem ser compreendidas em outro idioma ou não? Porque se as ideias do Alcorão não podem ser compreendidas em outros idiomas, que não o árabe, então o Alcorão não é universal.
A outra falha da contra-argumentação de que o Alcorão apenas pode ser entendido em árabe é que a grande maioria dos muçulmanos de hoje não fala árabe, de modo que eles estão praticando o islamismo sem saber árabe. E para compreender algo, eles precisam do texto em seu idioma natal.
Os muçulmanos recitam, ou mesmo memorizam, o Alcorão em árabe clássico. Mas o árabe clássico não é a língua árabe de hoje. Um árabe moderno pode não compreender plenamente um versículo do Alcorão, necessitando que o árabe clássico seja traduzido para o árabe moderno. Muitos muçulmanos recitam o Alcorão sem saber o que estão dizendo.
O fato é que o árabe não é uma barreira para a compreensão do Alcorão, em particular, e nem da doutrina islâmica, em geral.
Finalizando, o Alcorão é um documento no qual 64% da sua temática verse sobre odiar o cafre,e sobre como o cafre precisa ser subjugado. Portanto, o Alcorão é essencialmente um documento político, e não um documento religioso.
As novidades trazidas pelo Alcorão
O Alcorão trouxe três ideias novas:
1 – Maomé é o profeta de Alá,
2 – a Jihad pode ser praticada contra aqueles que não acreditam nisso, ou seja, contra todos cafres,
3 – regras para subjugação dos cristãos e judeus, chamados de “o povo do livro”, tornando-os em dimis, cidadãos de segunda classe, quando regidos pela lei islâmica Sharia.
A ideia principal do Alcorão é a divisão da humanidade entre o crente e o cafre; e do triunfo do islamismo sobre todos os descrentes.
Em resumo
- Muçulmanos dizem que o Alcorão é perfeito, completo, eterno e universal, além de ser claríssimo e autoexplicável. Mas o Alcorão não é nada disso.
- O erros e contradições contidos no Alcorão provam que ele não é perfeito (longe disso)
- A falta de contexto e a necessidade se se consultar os textos contendo as tradições de Maomé para explicá-lo, bem como para praticar a religião, provam que ele é incompleto.
- Como o Alcorão pode ser eterno se existem dezenas de versões diferentes dele, em árabe?
- A afirmação de que o Alcorão só pode ser compreendido se lido em árabe destrói a ideia de universalidade.
- O Alcorão é arranjado do capítulo mais longo para o capítulo mais curto. Isso destrói toda a história do Alcorão.
- Cada capítulo tem um arranjo aleatório de tópicos.
- É muito repetitivo. A história de Moisés é contada 39 vezes.
- Não existe contexto para muitos versos. Isso é muito confuso.
- Ele tem muitos versos contraditórios.
- O dualismo existente no islamismo é consequência das contradições do Alcorão.
- O Alcorão pode ser melhor compreendido se ele for rearranjado em ordem cronológica, agrupando-se os versículos que tratam do mesmo assunto e acrescentando o contexto, ou seja, considerando a vida de Maomé para esclarecer as circunstâncias e o ambiente do texto.
- A três novidades que o Alcorão deu para a humanidade foram:
- Afirmar que Maomé é o profeta de Alá
- Ordenar a jihad islâmica contra todos aqueles que negarem isso (os ‘não muçulmanos’)
- Criar regras para conquista e subjugação dos não muçulmanos, incluindo judeus e cristãos (o povo do livro), estes últimos inclusive tendo um nome especial: dimis.
Um resumo do resumo seria afirmar que o Alcorão é um livro confuso, contraditório, cheio de erros, sem sentido, estranho, violento, ameaçador, desconfortável, difícil de ler e entender.
Bibliografia
1) The Syro-Aramaic Reading of the Qur’an, by Christoph Luxemberg
2) The Hidden Origins of Islam, by Karl-Heinz Ohlig, and Gerd-R. Puin
3) Did Muhammad Exist? An Inquiry into Islam’s Obscure Origins—Revised and Expanded Edition, by Robert Spencer
4) Seeing Islam as Others saw it, by Robert G Hoyland, the PDF Download
5) The ‘Hafss reading of the Qur’an in Arabic (read by 95% of Muslims
6) The ‘Warsh’ reading of the Qur’an in Arabic (read by 3% of Muslims)
7) Guia auto-didata sobre o islamismo, Bill Warner
\047(d)-Alcorao-resumao
Rodolfo diz
José, seria legal se vc postasse neste site os livros de Bait Ye’or(Bat Ye’or é o pseudônimo de Gisèle Littman), principalmente o livro “Eurabia : the euro-arab axis”.
Conhece essa autora?
José Atento diz
Sim, mas os livros dela são todos em inglês. Você conhece algum em português?
Luís Fernando Lemos Fernandes diz
Gostaria de fazer alguns esclarecimentos sobre a divulgação do Alcorão no Brasil.
Aqui você consegue o Alcorão traduzido para a língua portuguesa de graça através de sites islâmicos brasileiros, em formato pdf ou físico e também nas Mesquitas. E pode comprá-lo em algumas livrarias. São três principais autores que mais traduziram o Alcorão no Brasil: Helmi Nasr, Mansour Challita e Samir El Hayek. De fato, ler o Alcorão sem comentários não dá pra entender. Os tradutores Helmi Nasr e Samir Hayek lançaram suas traduções com comentários de cada suratas (capítulos). O Alcorão traduzido pelo Mansour Challita é considerado o mais fiel para a língua portuguesa pelos muçulmanos brasileiros mas não tem comentários. As suratas não estão dispostas na ordem da revelação dos acontecimentos mas na tradução de Mansour Challita tem uma lista com a ordem cronológica das suratas para que quiser seguir. A leitura não é difícil se você ler com os comentários.