O que é o islamismo?
Essa pergunta pode ter várias respostas dependendo de como as pessoas projetam seu conhecimento ou sua experiência de vida a ela. Mas se você fizer essa pergunta a um muçulmano normal, a resposta vai ser algo do tipo
“o islamismo é um modo completo de vida.”
Esse modo completo de vida inclui aspectos não apenas religiosos, mas também culturais, políticos, militares, sociais, econômicos, e claro, religiosos. Em árabe, isso se chama “Din.”
Em termos históricos, esse sistema sócio-político-econômico-religioso, que a gente chama de islamismo, começou a se desenvolver a partir do século sétimo, se consolidando no século nono durante o chamado califado abássida.
Segundo as escrituras islâmicas, tudo o que se sabe sobre o islamismo vem de Maomé, da boca de Maomé, e do comportamento de Maomé, das ações de Maomé. Sem Maomé não existe islamismo, e, antes de Maomé, também não existiria islamismo.
A exemplo do judaísmo e zoroastrismo, que surgiram milhares de anos antes de Maomé, Maomé defendeu a existência de um Deus único, dentro de um monoteísmo puro. Diferentemente dos outros dois, a divindade islâmica Alá é um Deus distante.
Do ponto de vista estritamente histórico, tudo o que se sabe sobre o islamismo começou a ser escrito 200 anos após a morte de Maomé, supostamente ocorrida no ano 632 depois de Cristo. Maomé é uma a figura tão fundamental no islamismo, que ele teria instituído a frase de adesão ao islamismo, a chamada shahada, uma espécie de profissão de fé que, se repetida três vezes por um não muçulmano, torna-o automaticamente muçulmano. A shahada diz: eu declaro não existir nenhum Deus senão Alá e que Maomé é o seu profeta.
Essa dependência total do islamismo a Maomé torna-o quase como um semideus, existindo críticos, muçulmanos e não-muçulmanos, que alertam para o fato de Maomé ser tão adorado quanto Alá. Veja, por exemplo, o que diz o alcorão, um livro que, segundo as tradições islâmicas, foi todo ele recitado por Maomé, e apenas por ele. Alcorão Capítulo 4 Versículo 80:
aquele que obedece o Mensageiro (ou seja Maomé) obedece Alá.
Alcorão Capítulo 7 Versículo 157:
É Maomé quem comanda o que é justo e proíbe o que é mal. Ele permite o que é halal, ou seja o que é bom e puro, e proíbe o que é haram, ou seja o que é mal e impuro.
O alcorão, lembremo-nos que foi receitado por Maomé e apenas por ele, diz que Maomé é o exemplo de conduta, o homem perfeito. Tudo o que Maomé disse e fez é exemplar, e está acima de crítica. Os dizeres e as ações da Maomé fazem parte da chamada Suna do profeta, ou seja, as tradições do profeta, que é um material tão importante quanto o Alcorão. Ou seja, o Islamismo é o Alcorão, que como vimos, é a recitação que veio de Maomé, e as tradições de Maomé, as suas ações e seus dizeres. Fica claro então o papel central de Maomé. Sem Maomé não existe islamismo.
A vida profética de Maomé pode ser separada em duas fases. Os primeiros 13 anos em Meca, quando ele se comportou apenas como profeta, pregando agressivamente, porém sem violência, e os seus dez últimos anos em Medina. Em Medina, Maomé se tornou um político e um guerreiro e tudo mudou. Em Meca, ele não foi bem-sucedido em número de adeptos, quando ele era apenas um pregador, mas Medina ele se torna muito bem sucedido, pois ele criou um novo conceito, o conceito de Jihad.
Esse comportamento duplo de Maomé cria uma das características mais importantes do islamismo: a dualidade. Uma ação pode ser certa ou errada dependendo de como Maomé agiu ao se deparar com uma situação semelhante. Todas as ações de Maomé são corretas. Nenhuma ação de Maomé pode ser criticada. Por exemplo, vejamos o que o Xeique al-Islam ibn Taymiyyah tem a dizer sobre isso:
Qualquer um que insultar o profeta deve ser morto, seja ele muçulmano ou descrente.
Matar está prescrito para aquele que insultar o profeta, e não é permitido prendê-lo ou mostrar favoritismo a ele ou pagar resgate.
Qualquer muçulmano ou não muçulmano que insultar o profeta deve ser morto, e não se busca o seu arrependimento.
O problema é que a definição de calúnia é totalmente diferente daquela que nós entendemos. Vejamos o que diz a lei islâmica:
Calúnia significa mencionar qualquer coisa relativa a uma pessoa que ela não goste.
Agora vejamos um exemplo concreto do dualismo e de uma das ações de Maomé. Maomé se casou com uma criança. Por conta disso, o alcorão permite o casamento de meninas que não tenham ainda menstruado. Vejamos, das tradições de Maomé, o hadice 5133 escrito por al-Bukhari:
Capítulo 39. Dar os filhos pequenos em casamento é permitido.
Em virtude da afirmação de Alá: e para aquelas que não têm escoamento (mensal) (ou seja, ainda são imaturas)
– ou seja, não tenham ainda menstruado. Isso vem do Alcorão Capítulo 65 Versículo 4.
E a Idda …
idda é o período que a mulher deve esperar depois de se divorciar para saber se ela não está grávida.
E a Idda para menina antes da puberdade é de 3 meses, conforme o versículo acima.
Narrou Aisha que o profeta escreveu o contrato de casamento com ela quando ela tinha 6 anos de idade, e ele consumou o seu casamento quando ela tinha 9 anos, então ela permaneceu com ele por 9 anos, ou seja, até a sua morte.
O Islamismo permite casamento de meninas pré-púberes porque Maomé se casou com uma menina pré-púbere, e, como Maomé é o exemplo de conduta, proibir o casamento de meninas pré-púberes é, na verdade, afirmar que Maomé fez algo errado. Esse é o motivo pelo qual é muito difícil, se não impossível, banir o casamento precoce no Islamismo. É claro que existem muitos muçulmanos que são contra essa prática. Mas aqueles que a praticam podem alegar, como alegam, que estão seguindo o exemplo de Maomé. A questão aqui não é criticar o que uma pessoa fez no deserto da Arábia, no século sétimo. O problema é tomar essa ação, considerada como errada nos dias de hoje, como algo absoluto porque foi praticada pelo “exemplo de conduta.”
Neste vídeo, então, aprendemos que:
- o islamismo é um modo completo de vida: é um sistema sócio-político-econômico-cultural-religioso (Din).
- O islamismo começou a se desenvolver a partir do século sétimo se consolidando durante o califado abássida do século nono.
- Tudo o que se sabe sobre o islamismo vem dos dizeres e das ações de Maomé. Sem Maomé não existe islamismo; e só existe islamismo a partir de Maomé.
- Obedecer a Maomé é o mesmo que obedecer a Alá.
- Os livros sagrados do islamismo são o alcorão, a recitação por Maomé, e as tradições de Maomé, a chamada Suna.
- O Islamismo é um sistema dualista, ou seja, o que é certo e errado depende do que Maomé fez. Maomé, em Meca, foi um pregador. Maomé, em Medina, foi um líder político e militar.
- Tudo o que Maomé fez é correto. Maomé é o exemplo de conduta.
- Criticar Maomé é crime capital.
- O Islamismo permite o casamento de meninas pré-púberes. Proibi-los seria o mesmo que dizer que Maomé estava errado ao se casar com Aisha (ela tinha nove anos).
Se você quiser aprender mais sobre Maomé, assista o vídeo sobre a sua vida.
Existem muitos outros vídeos sobre islamismo que estão no meu canal no Bitchute e no Rumble.
O que acontece é que a gente tem que ser muito cuidadoso com os vídeos que a gente coloca no YouTube, porque a censura tá muito feia.
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