No dia 16 de setembro deste ano, 2022, Mahsa Amini, uma iraniana de 22 anos de idade, foi detida pela polícia da moralidade por não se vestir islamicamente. Algumas horas depois, ela foi declarada morta. Polícia moral iraniana? O que existe de imoral em uma mulher escolher não usar um lenço na cabeça?
O que aconteceu com Mahsa Amini no Irã, acontece diariamente com muitas mulheres no Oriente Médio e ao redor do mundo islâmico.
É exatamente por isso que o povo do Irã está protestando, mais uma vez, e arriscando suas vidas em manifestações. Desde a trágica morte de Mahsa Amini, três semanas atrás, mais de 70 pessoas foram mortas pelos agentes de segurança iranianos durante as manifestações. Mahsa Amini foi declarada morta pelas autoridades iranianas e morreu enquanto estava sob sua custódia. Mahsa foi presa por não usar o véu islâmico hijab de acordo com os padrões do governo, padrões esses baseados na lei islâmica Sharia.
Mas, o que é essa polícia da moralidade?
A polícia da moralidade, também conhecida como a polícia religiosa islâmica, são agências oficiais da polícia iraniana, pertencentes ao esquadrão de combate aos vícios, que impõem a observância religiosa e a moralidade pública.
A lei islâmica cria uma bússola moral completamente distorcida. Prender Mahsa e espancá-la sob custódia, resultando em sua morte, é considerado uma ação moral, enquanto a sua escolha de não usar um hijab é imoral e ela merece ser presa e processada?
É por isso que o islamismo merece crítica. É por isso que tantas pessoas criticam o islamismo e dizem que ele não é uma religião de paz, mas sim uma religião de opressão e violência.
Muitas vezes você vê apologistas muçulmanos se levantarem para defender o islamismo e o Alcorão. Eles apontam versículos como لا إكراه في الدين قد تبين الرشد من الغي “Não haja compulsão na religião, pois a verdade se destaca claramente da falsidade.” Eles usam este versículo para dizer que o islamismo não deve ser culpado de acontecimentos como esses, afinal o Alcorão afirma claramente que não deve existir compulsão ou obrigação na religião.
Vamos deixar de lado o fato deste versículo (2:256) ter sido ab-rogado (ou seja, anulado) pelo versículo da espada (9:5) e nos concentrar no caso em questão.
O que aconteceu com Mahsa Amini não teria sido exatamente uma imposição obrigatória, uma compulsão? Ter uma polícia de moralidade para impor os padrões islâmicos não seria forçar as pessoas contra sua vontade? Funcionários do governo islâmico precisam forçar observância religiosa sobre os cidadãos para governar. Se isso não for compulsão na religião, então o que seria?
Os apologistas muçulmanos nos questionam: Por que vocês atacam o islamismo? A resposta a essa pergunta é simples: porque o islamismo ataca as pessoas diretamente! Porque o islamismo ataca o próprio cerne dos direitos humanos.
É por isso que criticamos o islamismo e qualquer autoridade que aplique as leis islâmicas, porque essas leis transcendem a ideia de fé pessoal. É uma fé empurrada goela abaixo das pessoas, e isso custa vidas.
O caso de Mahsa Amini é apenas um exemplo entre milhares de mulheres que sofrem diariamente em todo o Oriente Médio e ao redor do chamado “mundo islâmico.”
A repressão contra as mulheres iranianas, e contra as muçulmanas em geral, advém do Alcorão 33:59: “Profeta! Diga a suas esposas e filhas, e todas as mulheres muçulmanas, para usarem capas e véus cobrindo todo o seu corpo (cobrindo-se totalmente exceto para um ou dois olhos para ver o caminho). Isso vai ser melhor. Elas não vão se aborrecer e nem serem molestadas.”
Elas não vão se aborrecer e nem serem molestadas? Muito pelo contrário. O caso de Mahsa Amini é apenas mais um exemplo que a exigência corânica de forçar as mulheres a se cobrirem com “capas e véus cobrindo todo o seu corpo” as aborrece e as molesta.
Mas está no Alcorão, logo, tem que ser imposto. Coação. Compulsão.
Veja a ridícula analogia entre mulher e pirulito, que é popular no mundo islâmico. A mulher é comparada a um pirulito, que, se descoberto, vai ser atacado e coberto pelas moscas. Será que o cérebro dos homens muçulmanos é equivalente ao cérebro das moscas? Será que os homens muçulmanos são maníacos sexuais?
Em outras vezes, as mulheres são comparadas a carne exposta. Aliás, esta comparação foi feita por uma entidade islâmica no Brasil.
O homem que que assediar uma mulher porque ela não está usando o véu islâmico, eu sinto muito, mas o problema é o homem e não a mulher. Mas o que esperar de uma religião quando o seu criador, Maomé, ele próprio disse: “Quando uma mulher atinge a idade da menstruação, não é adequado que ela mostre as suas partes do corpo, exceto isto e isto, e ele apontou para o rosto e para as mãos” (Abu Dawud, 34: 4104).
Eu vou concluir com uma pergunta. Foram os membros da polícia da moralidade que perverteram o islamismo, ou foi o islamismo que os perverteu?
\Direito-Mulher-Iran-Mahsa-Amini-morta-hijab-2022
Luís Fernando Lemos Fernandes diz
Que horror!!
Realmente, o islamismo passa dos limites da civilidade.