Neste artigo, consolidamos material de referência sobre as Cruzadas, através de artigos e vídeos. (Em permanente construção)
Artigos no Blog
- Guerra sem fim: uma breve história das conquistas muçulmanas.
- Lista de Referências sobre as Cruzadas (para um estudo sério sobre o assunto)
- Verdadeiros ‘Historiadores das Cruzadas’ e Karen Armstrong
- Transferência tecnológica na época das Cruzadas (sobre a tecnologia superior dos cruzados)
Artigos Externos
- A real História das Cruzadas (Thomas Madden)
- Deus Vult! Como as Cruzadas salvaram o mundo (Flavio Morgenstern)
Vídeos
1. Ascenção do Islã e seu impacto na civilização cristã: Maomé e as origens do islamismo (texto transcrito abaixo)
2. Um breve resumo das Cruzadas (texto transcrito abaixo)
Link para vídeos:
Primeiro vídeo: Bitchute, YouTube, Rumble, 3Speak, YouTube.
Segundo vídeo: Bitchute, YouTube. Rumble, Odysee.
Um al-qaid (comandante muçumano) andaluz retorna de uma razia, trazendo o seu espólio de guerra: uma escrava sexual
Razia (ou gazia) significa incursão árabe em território inimigo, que visa a destruição e o saque. Maomé inventou isso: um ataque rápido, geralmente à traição (quando o inimigo menos espera) e contra alvos fáceis (civis desarmados).
1. Ascenção do Islã e seu impacto na civilização cristã: Maomé e as origens do islamismo
Bem-vindo a “Verdadeira História das Cruzadas”: a série completa da História das Cruzadas.
Parte 1: A ascensão do Islã e seu impacto sobre a civilização Cristã.
Episódio 1: Maomé e as origens do Islã.
No final deste vídeo, será fornecida uma lista completa das fontes acadêmicas utilizadas.
É impossível considerar as origens do movimento das Cruzadas da Europa Ocidental sem considerar as origens do Islã. O surgimento do Islã teria um enorme impacto sobre a civilização cristã, e de fato colocou a cristandade em uma situação de defesa desesperada, diante de duas opções: lutar ou ser destruída.
Quando Maomé morreu em 632 D.C., seus seguidores começaram uma conquista extremamente rápida, engolindo dois terços do mundo cristão. Maomé havia transformado as tribos árabes desunidas em uma nação unida através do Islã. Mas por que o Islã transformou os árabes em conquistadores do mundo? No início do século sétimo, a Arábia era politeísta. As várias tribos árabes homenageavam uma variedade de divindades do deserto nos santuários de Meca. Em meio a essa atmosfera de diversidade religiosa, Maomé começou a proclamar-se o profeta de Deus. Ele exigiu a destruição de todos os santuários em Meca, insistindo que não havia nenhum deus além de Alá. O carisma de Maomé atraiu seguidores, mas sua mensagem ofendeu a maioria dos habitantes de Meca. Em 622 D.C., ele foi exilado de Meca. Maomé e seus seguidores fugiram para Medina, onde quase metade da população era de judeus. A maioria dos que não eram judeus foram convertidos ao Islã e proclamaram Maomé seu governante. Nesta condição de líder de Medina, Maomé iniciou uma lucrativa campanha de ataques às caravanas de Meca, O próprio Maomé liderou alguns assaltos.
É interessante observar a conversa de um muçulmano com Maomé, em relação a estes ataques: “O Profeta passou por mim em um lugar chamado Al-Abwa, ou Waddan, e lhe foi perguntado se era permitido atacar guerreiros infiéis Al-Mushrikun à noite, e com isso expor suas mulheres e crianças ao perigo”. O Profeta respondeu: “Eles (as mulheres e crianças) pertencem aos infiéis”.
Enfurecidos pelas incursões de Maomé, os habitantes de Meca começaram a rechaçar os muçulmanos. Em 624 D.C., Maomé e seus guerreiros se puseram contra um grande exército de Meca no oásis de Badr. Embora em menor número, Maomé levou os muçulmanos à vitória. Durante esta batalha, um jovem muçulmano se virou para Maomé e perguntou: “Não há nada entre o Paraíso e eu, mas apenas ser morto por estes homens? Maomé respondeu: “Não, nada.” Imediatamente este muçulmano correu para a batalha, onde ele foi morto.
Maomé prometeu que qualquer muçulmano que morre lutando contra os não muçulmanos ganha o Paraíso, onde terá belas virgens para o seu deleito.
Em 625 D.C., os habitantes de Meca derrotaram os muçulmanos, na Batalha de Uhud, e Maomé quase foi morto. Alguns muçulmanos carregaram o corpo espancado de Maomé até uma caverna onde ele poderia se esconder dos triunfantes habitantes de Meca. Em 627 D.C., os habitantes de Meca novamente tentaram livrar-se de Maomé atacando Medina, mas os muçulmanos defenderam com sucesso a cidade. No ano seguinte, Maomé liderou um pequeno grupo de muçulmanos em peregrinação a Meca, e os habitantes de Meca, recusando-se a atacarem peregrinos desarmados, concordaram com um tratado de paz. Talvez os habitantes de Meca tivessem se esquecido de que o próprio Maomé atacou civis desarmados em suas incursões às caravanas.
Em 630 D.C., Maomé reuniu um exército de 10.000 homens para tomar Meca de uma vez por todas Quando os habitantes de Meca se viram cercados por este grande número, eles perderam toda a esperança de resistir. Eles se renderam e entregaram a cidade a Maomé. Ibn Ishaq diz que o povo de Meca se converteu ao Islã “de forma voluntária e involuntária”.
Maomé agiu rapidamente para tornar-se o soberano supremo, que dominava toda a Arábia. Ele enviou delegados para cada cidade árabe, oferecendo duas opções: submeter-se ao governo de Maomé ou encarar uma guerra até a morte.
Embora algumas cidades tivessem tentado em vão se defender de Maomé, no final a maioria das cidades da península se renderam. Em 632 D.C., Maomé liderou uma peregrinação em massa para Meca, na qual toda a sua ação foi cuidadosamente documentada pelos muçulmanos. Maomé se tornou o homem ideal para o Islã e o seu comportamento consagrado como perfeito. Por volta de 633 D.C., Maomé morreu acometido por uma febre, mas antes, ele havia designado Abu Bakr como seu herdeiro e o novo líder supremo do Islã: o Califa.
Como mencionado anteriormente, Maomé tornou-se, para os muçulmanos, o homem ideal, tanto pelo seu exemplo pessoal, como pelas suas ordens dentro do Islã. Maomé mostrou aos árabes como estes deveriam se comportar. Ele foi um líder militar triunfante, que usou a conquista agressiva para expandir seus domínios até, finalmente, controlar toda a Arábia. Os muçulmanos, a partir deste ponto, iriam imitar Maomé através de uma política bastante consistente com o “Imperialismo Militar”, com o objetivo de subjugar o mundo ao governo islâmico.
Na verdade, o Islã, tradicionalmente, divide o mundo em duas categorias:
a Dar al-Islam, a “Casa do Islã”; e,
a Dar al-Harb, a “Casa da Guerra”.
Após a morte de Maomé, a “Casa do Islã” incluía apenas a Arábia. Assim, o mundo cristão, era então, automaticamente, considerado pelos seguidores de Maomé como uma parte da “Casa da Guerra” e por isso mesmo passaram a atacá-lo e a exigir a sua subjugação ao seu poder.
Algumas citações do Alcorão:
“Lancemos o terror nos corações dos incrédulos. Para tanto, cortem as suas cabeças e a ponta dos seus dedos. “(Alcorão 8:12).
“… Matem os idólatras onde quer que você os encontre… torne-os cativos, cerquem-nos e fiquem à espreita, embosquem-nos…” (Alcorão 9: 5).
Ao se fazer uma análise da história da vida de Maomé, e a ideia da jihad contida no Islã, as primeiras conquistas islâmicas fazem sentido perfeito. Foi o exemplo de vida de Maomé, juntamente com a exigência de guerra santa no Islã, o que levou os árabes, anteriormente satisfeitos em viverem na Arábia, a empreenderem uma campanha maciça de ataque e conquista do mundo cristão, o que resultou na subjugação de dois terços da comunidade cristã ao império islâmico.
No vídeo seguinte, vamos abordar os primeiros ataques do Islã sobre a civilização cristã, bem como, as primeiras regiões cristãs a caírem sob o domínio árabe. Obrigado por assistirem. Se vocês gostarem do meu trabalho, considere fazer uma doação usando o link do PayPal. As informações desse vídeo podem ser verificadas nas seguintes fontes: Tradução: A. L. Legendas: infielatento.blogspot.com.
2. Um breve resumo das Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares durante a Idade Média, realizadas por católicos europeus para defender ou expandir a civilização cristã. As Cruzadas foram desenvolvidas como um resultado de uma longa luta do mundo cristão com o Islã. O fundador do Islã, Maomé, formulou um conceito de guerra santa – “jihad”, exortando os muçulmanos a subjugar os não-muçulmanos por meio da guerra. Portanto, entre AD 633 e 715, os exércitos árabes conquistaram 2/3 do mundo cristão, incluindo a Mesopotâmia, Síria, Terra Santa, Egito, África do Norte, e Espanha. Através dos séculos VIII e XI cristãos e muçulmanos continuaram a lutar entre si. Os cristãos tentaram vencer os muçulmanos e reconquistar os territórios que haviam sido perdidos. A maior parte dos combates ocorreram nas regiões de fronteira entre os mundos cristão e muçulmanos, especialmente em Espanha, Itália, e na atual Turquia, na época uma região cristã conhecida como Anatólia, governada pelo Império Bizantino. No século X, um povo guerreiro, os Turcos Seljúcidas, se converteram ao Islã, e tomaram o poder do mundo muçulmano. Os bizantinos foram derrotados pelos turcos em 1071, na Batalha de Manzikert, perdendo quase toda a Anatólia. Em 1095, o imperador bizantino Alexius Comnenus enviou mensageiros ao Papa Urbano II, em Roma, pedindo ajuda militar do Ocidente. O Papa Urbano fez um discurso no Conselho de Clermont, onde ele pediu que os cavaleiros da Europa se unissem e marchassem para o leste para ajudar os bizantinos. Os cristãos guerrearam contra os muçulmanos antes, mas o Papa Urbano declarou que qualquer um que lutasse nessa guerra estaria participando de um ato sagrado e ganhando a remissão da culpa associada com o pecado, isto é, ganhando uma “indulgência”. Papa Urbano também enfatizou o caráter sagrado de Jerusalém, onde Cristo andou, morreu e ressuscitou. O Papa ensinou que, purgando Jerusalém de governantes muçulmanos, os cristãos estariam realizando um ato santo aos olhos de Deus. Essencialmente, o papa imaginou cruzados como um novo tipo de peregrino: peregrinos guerreiros. A tradição de peregrinação aos lugares santos no Oriente era considerada primordial na vida dos europeus medievais. Portanto, quando o papa sugeriu aos cavaleiros da Europa que conquistassem a cidade santa de Jerusalém e a governassem, isto ressoou profundamente e um grande número de cavaleiros, e pessoas comuns, organizaram-se e partiram para o Oriente. Vários senhores feudais poderosos e ricos, daquela da época, reuniram seus exércitos para esta missão, incluindo Godofredo de Bouillon, Raymond IV de Toulouse, e Bohemond. Esta foi a primeira Cruzada (1096-1099). Ela foi muito bem-sucedida, conquistando e organizando vários novos “estados cruzados” na Síria e na Palestina. O mais importante destes estados foi o Reino de Jerusalém, com sua capital na cidade sagrada de Jerusalém. Ao longo dos séculos XII e XIII, os cristãos continuaram a lutar Cruzadas contra os muçulmanos, na Terra Santa, com Jerusalém mudando de mãos várias vezes. Durante este mesmo período, os papas conclamariam muitas Cruzadas, na Espanha e Portugal, contra os ocupantes muçulmanos nessas regiões. Aos poucos, os cruzados expulsaram os muçulmanos de toda a Península Ibérica. Além disso, os papas sancionaram as Cruzadas no Báltico contra os povos pagãos que viviam nesses territórios as Cruzadas do Norte (1147-1290). Enquanto as Cruzadas na Espanha e no Báltico foram bem-sucedidas, as campanhas na Terra Santa, falharam, com os muçulmanos expulsando os cruzados para fora da Síria e da Palestina em 1291. No século XIV, os turcos otomanos chegaram ao poder no mundo islâmico, se tornando a maior potência da história islâmica. Após terem expulsado os cristãos para fora da Terra Santa, os otomanos conquistaram Constantinopla, e invadiram a Europa Oriental. Durante o início da era moderna, as Cruzadas não eram mais visando a conquista da Terra Santa, mas tentando evitar que os poderoso otomanos conquistassem a Europa. Os papas conclamaram cruzadas contra o avanço otomano, mas muitos falharam. O Império Otomano continuou a crescer, engolindo a Grécia Cristã, a Crimeia, a Wallachia, a Hungria, a Moldávia, e ameaçando capturar a Áustria e a Itália. Por outro lado, as Cruzadas na Espanha continuaram a ser um sucesso, com a Rainha Isabel I e D. Fernando destruindo a última comunidade islâmica em Granada, em 1492. No final do século XVI, a maré começou a virar novamente. Potências europeias formadas por Ligas Santas, sancionadas Cruzadas Papais. Os otomanos foram derrotados por uma Liga Santa na Batalha de Lepanto, em 1571, e outra Liga Santa derrotou os otomanos decisivamente na Batalha de Viena (1683) e na Batalha de Zenta (1697). Para recapitular, a era das cruzadas começou em 1095 com a Primeira Cruzada, e continuou mais ou menos até o século XVII. Uma Cruzada teve várias características definidoras que a distinguiam da outra expedição militar:
1) Foi conclamada por um papa.
2) Os participantes de uma Cruzada ganharam indulgências (remissão da pena associada a pecados),
3) as Cruzadas foram travadas, ou para manter um local sagrado, ou para expandir ou defender as fronteiras cristãs.
Para uma visão geral concisa da Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Cruzada, por favor, assista meu vídeo: As Cruzadas, 1095-1291: uma revisão resumida para estudantes. Fontes bibliográficas. Tradução: A. L. Legendas: infielatento.org
\0-Projeto_Cruzadas\Videos\Part-1-1
\0-Projeto_Cruzadas\Videos\Crusades Concise Overview
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