Num caso histórico, Amina Noor, mulher muçulmana de 40 anos, residente em Harrow, foi condenada a sete anos de prisão por facilitar a mutilação genital feminina (MGF) numa menina britânica de três anos durante uma viagem ao Quênia. Este é o primeiro caso na história britânica da condenação de alguém por ajudar na realização de MGF em cidadãos britânicos no estrangeiro, e a segunda condenação por MGF no Reino Unido. Amina foi condenada a sete anos de prisão.
A mutilação da genital feminina consiste na remoção do clítoris, dos pequenos e/ou grandes lábios (leia mais no artigo: Circuncisão Feminina ou Mutilação da Genitália Feminina: prática islâmica — Você quer isso no Brasil?).
Foi a primeira vez que uma pessoa em Inglaterra foi condenada por crimes de mutilação genital feminina cometidos no estrangeiro, disseram os procuradores do Reino Unido.
O juiz classificou o ato como “abominável” e “horrível”, destacando a gravidade do crime. Amina, que tinha sido submetida à MGF quando criança, temia ser condenada ao ostracismo pela sua comunidade, mas acabou por ser responsabilizada pelas suas ações. O Detetive Superintendente Andy Furphy enfatizou a dedicação da Polícia Metropolitana na prevenção da MGF, incentivando as vítimas a se manifestarem e sinalizando a esperança de que a sentença dissuadirá crimes futuros, ao mesmo tempo que aumenta a conscientização sobre o assunto: “Nossa missão é prevenir a ocorrência da MGF, trabalhando com organizações locais comunidades e parceiros especializados em saúde para conseguir isso e proteger as crianças vulneráveis.”
A primeira condenação ocorreu em 2019, quando uma muçulmana de 37 anos, originária do Uganda, foi condenada a onze anos de prisão. A muçulmana realizou o procedimento na filha na sua casa no norte de Londres em 2017, quando a criança tinha três anos. As autoridades descobriram que a genitália da menina foi removida ou parcialmente removida, depois que seus pais a levaram ao hospital com ferimentos graves, cerca de 12 horas depois de ela ter sido cortada com um instrumento pontiagudo. Os pais alegaram que a criança havia caido sentada na quina da pia da cozinha.
A MGF foi proibida no Reino Unido em 1985, após a aprovação da Lei de Proibição da Circuncisão Feminina, que foi posteriormente atualizada em 2003.
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