Embora a constituição do Irã reconheça o cristianismo como uma fé minoritária no país, as autoridades não reconhecem o cristianismo dos muçulmanos convertidos. Ou seja, o islamismo xiita praticado no Irã, a exemplo do islamismo sunita praticado na maior parte do mundo muçulmano, não respeita o Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que estabelece que “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.
(Maomé disse: “Qualquer um que deixar a sua religião islâmica, mate-o.” (Bukhari 6922). Leia depois sobre o crime da apostasia, ou seja, deixar a fé islâmica, neste artigo)
Esses convertidos não têm permissão para frequentar as igrejas de comunidades cristãs autorizadas pelo governo, como os cristãos armênios e assírios, deixando-os sem nenhum lugar para se reunir para adoração comunitária e oração além das igrejas domésticas. Mas como essas igrejas domésticas não são autorizadas pelo governo, elas se tornam vulneráveis à perseguição pelo próprio governo, que as rotula como:
(a) ofensivas ao Islã, e
(b) uma ameaça à segurança nacional.
Os tribunais iranianos são, claro, dominado por muçulmanos. Recentemente alvejaram mais quatro cristãos por atividades relacionadas a igrejas domésticas.
Reportagem do Internacional Christian Concern nos apresenta dois casos.
No primeiro caso, a vítima cristã é Rahmat Rostamipour. Ele foi preso em abril de 2022. Durante sua prisão inicial, agentes do governo apreenderam telefones de sua família, carteiras de identidade, tablets usados na escola e outros pertences pessoais. Eles também interrogaram sua esposa por várias horas. Em maio, os tribunais o condenaram a cinco anos de privação de direitos sociais e multa de 6 milhões de tomans (cerca de 7,5 mil reais) por “engajar-se em atividades educacionais contrárias à sagrada religião do Islã, estabelecendo igrejas domésticas.” Essa punição é relativamente leve, mas é o suficiente para deixar Rahmat com antecedentes criminais, privando-o de um mês de salário por meio da multa.
Em outro caso ainda mais recente, três membros de uma igreja doméstica cristã estão sendo julgados, em 19 de julho, por um crime pelo qual já foram condenados. No julgamento anterior, os três homens, Ahmad Sarparast, Morteza Mashoodkari e Ayoob Poor-Rezazadeh, foram condenados a cinco anos de prisão, acusados de “engajar-se em propaganda e educação de crenças desviantes contrárias à sagrada Sharia”. Os três homens argumentaram em uma audiência em 5 de julho que “se reservam o direito de ter um lugar para oração e adoração coletiva.” Este segundo julgamento pode dobrar a pena.
Isso, amigos, é a lei islâmica (Sharia) em ação.
\Apostasia-Irã-reprime-igrejas-domésticas-pune-ex-muçulmanos-2022
Deixe um comentário