Tariq Ramadan é o queridinho da esquerda pró-islâmica européia, tendo sido elevado por ela, bem como pela imprensa e universidades, como o porta-voz do islamismo moderado, ao mesmo tempo em que defende a memória e as idéias do seu avô, Al-Banna, o fundador da Irmandade Muçulmana.
Mas veja o quão moderado ele é. Por exemplo, no prefácio de uma nova edição do “Risalat al-Ma’thurat” de Al-Banna, uma coleção de textos-chave do Alcorão e Hadice, Tariq Ramadã chama o livro “o núcleo da educação espiritual para todos os membros da Irmandade Muçulmana.” Ele então elogia seu avô, exaltando a “qualidade de sua fé e a intensidade de seu relacionamento com Alá. Qualquer um que teve em contato com ele percebeu e experimentou isso.”
Dentre de outras coisas, Al-Banna escreveu:
Na Tradição [muçulmana], há uma clara indicação da obrigação de lutar contra o Povo do Livro [isto é, judeus e cristãos], e do fato de que Alá duplica a recompensa daqueles que os combatem. A Jihad não é contra os politeístas, mas contra todos os que não abraçam o Islã.
Agora vem a denúncia feita pela ex-salafista Henda Ayari, que se tornou ativista feminista há vários anos. Em seu livro, I Chose to Be Free (publicado em 2016), Ayari descreveu um evento terrível que aconteceu há vários anos. Um estudioso islâmico proeminente a convidou para o quarto de hotel, onde ela foi estuprada e agredida. Quando ela se rebelou contra este “intelectual” – a quem ela chamou de Zubair no livro por medo de que o expor a colocaria em risco – ele se tornou extremamente agressivo. Ele gritou para ela, bateu-a, insultou-a e usou outros tipos de violência contra ela.
Ayari escreveu no Facebook sexta-feira passada: “Eu confirmo hoje que o famoso Zubair é Tariq Ramadan.” Sua decisão em tornar pública sua identidade é decorrência das histórias sobre abuso sexual em Hollywood e da campanha #MeToo (eu também), no qual mulheres dizem que já foram assediadas. “Eu Fiquei em silêncio por vários anos por causa do medo”, ela explicou, porque, quando ela o ameaçou em acusá-lo pela violação “ele não hesitou em me ameaçar e dizer que eles poderiam ir atrás meus filhos. Eu fiquei com medo e fiquei quieta todo esse tempo.”
Tariq Ramadã é professor de Estudos Islâmicos Contemporâneos na Faculdade de Estudos Orientais do St Antony’s College, em Oxford, e também ensina na Faculdade de Teologia de Oxford.
O jogo-duplo de Tariq Ramadan chegou a ser motivo de livro de Caroline Fourest, intitulado Brother Tariq, the Doublespeak of Tariq Ramadan (revisão em inglês feita pelo Middle-East Forum).
Notícia adaptada de artigo no PJ Media e Jihadwatch
Atualização: Chalie Hebdo faz charge e sofre novas ameaças
O chargista Pierrick Juin, colaborador do jornal Charlie Hebdo, está sofrendo ameaça de morte pela internet por ter satirizado o teólogo suíço muçulmano Tariq Ramadan. Em sua capa da edição de 1º de novembro de 2017, o jornal francês de humor faz alusão às acusações de que Ramadan estuprou pelo menos três mulheres. Juin desenhou Ramadan dizendo “Eu sou o sexto pilar do Islã”, exibindo uma enorme ereção. A polícia francesa reforçou a segurança de integrantes do Charlie Hebdo. (France24)
Ele foi preso para prestar primeiros depoimentos do caso de estupro de Henda Ayari (The Local).
Justiça belga diz que Tariq Ramadan pagou a mulheres para esconder sobre “estupro psicológico”
France 24 relata que Ramadan pagou 27 mil euros a Majda Bernoussi, uma mulher belga-marroquina, para para de postar detalhes sobre o “poder psicológico” que ele detinha sobre ela.