Neste artigo, continuamos a nossa discussão sobre o significado da palavra “Jihad.” Este assunto foi tratado inicialmente em Jihad: como definida pela lei islâmica. Este artigo serve como um complemento, mostrando como autoridades islâmicas definem e discursam sobre Jihad.
Este artigo está dividido em 3 partes.
- A Parte 1 é um artigo escrito por Raymond Ibrahim, um cristão copta egípcio, que, por falar árabe fluentemente, tem a vantagem de mostrar o que é dito, em árabe, pelos muçulmanos ortodoxos.
- A Parte 2 contém vídeos nos quais autoridades islâmicas falam sobre a Jihad
- A Parte 3 contém citações sobre Jihad feita por diversas outras autoridades islâmicas.
O material contido é abaixo muito bom que precisa ser lido todo, e compartilhado.
Parte 1: Artigo de Raymond Ibrahim
O significado de “Jihad” explicado por autoridades islâmicas (Jihad or Terrorism? The Semantic Arguments of Islam’s Authorities), por Raymond Ibrahim (artigo traduzido por Perigo Islâmico).
Um artigo recentemente publicado no jornal Egípcio Al Ahram intitulado “O Terrorismo é Jihad?”, e escrito por Dr. Abdul Fatah Idris (perito na lei islâmica), fornece-nos lições importantes – desde o facto da jihad realmente se centrar na subjugação dos não-maometanos, até ao porquê da mentalidade Ocidental ainda ser incapaz de o aceitar.
Idris, professor e presidente do Departamento de Jurisprudência Comparativa na Faculdade da Lei Sharia (Universidade de Al Azhar) é um jurista bem reputado. O seu artigo começa com ele citando varias instituições internacionais que correctamente definem o terrorismo como violência ou ameaças levadas a cabo como meio de coerção.
Idris menciona também a forma como “a Academia de Pesquisas Islâmicas, no seu relatório emitido no dia 4 de Novembro de 2001, define o terrorismo como o acto de aterrorizar pessoas inocentes e a destruição das suas propriedades, dos seus elementos essenciais de subsistência, das suas finanças, das suas pessoas, das suas liberdades e da sua dignidade humana sem justificação, e a propagação de corrupção por toda o território.”
Apesar de Idris citar várias instituições internacionais, é interessante notar a forma como só a “Academia de Pesquisas Islâmicas” é que inclui as palavras “inocentes” e “sem justificação” na sua definição, ambas palavras que deixam margem de manobra para exonerar actos de terrorismo contra aqueles que são qualificados como “culpados” ou aqueles contra quem é “justificável” dar início a ataques. Para muitos maometanos, o Ocidente está incluído neste último grupo.
De qualquer das formas, no contexto dos recentes ataques terroristas levados a cabo pela Irmandade Muçulmana por todo o Egipto – incluindo a destruição de mais de 80 igrejas cristãs – Idris diz o seguinte:
Está, portanto, certo definir o que aconteceu [no Egito] de terrorismo, e, tal como foi feito por alguns, não pode ser qualificado de jihad ou ribat nos caminhos de Alá uma vez que a diferença é enorme. O terrorismo é um crime – tanto segundo a Sharia tal como segundo a lei; e todas as convenções internacionais qualificam isso de crime e apelam as pessoas para lutar contra ele de todas as formas.
Até a este ponto, Idris qualifica e concorda com a definição internacional de terrorismo, e caracteriza as acções da Irmandade Muçulmana (que ele nunca identifica por nome) como actos de terrorismo.
Até aqui tudo bem.
No entanto, logo a seguir a Idris faz uma reversão completa em relação ao que ele tinha acabado de dizer:
Mas a jihad nos caminhos de Alá, para fazer a sua palavra suprema, propagar a sua religião, defender a honra da nação islâmica [umma], e responder à agressão contra os muçulmanos por toda a Terra – isto é a jihad: quando um muçulmano luta contra um infiel – sem qualquer tratado – para fazer da palavra de Alá, o Exaltado, suprema, forçando-o a combater ou a invadir as suas terras, isto é permitido segundo o consenso dos juristas [islâmicos]. De facto, isto é uma obrigação para todos os muçulmanos.
Se os atos da jihad – o que inclui lutar contra os infiéis e partir-lhes a espinha de qualquer modo possível – são permissíveis segundo a Sharia, então é impossível defini-los como atos de terrorismo uma vez que as evidências fundamentadas na Sharia as tornaram legítimas.
Existe uma diferença enorme entre ambas [jihad e terrorismo], e não há qualquer ligação entre o que é obrigatório [jihad] e o que é proibido [terrorismo].
Por esta altura, o confuso leitor ocidental pode-se questionar do como, exactamente, é que a jihad – “segundo o consenso dos juristas” – é diferente das definições de terrorismo mencionadas em cima. Em situações como esta, o não-maometano tem que transcender a sua epistemologia e, por alguns momentos, começar a pensar como um maometano devoto – especialmente no contexto dos pontos que se seguem:
- Segundo a doutrina islâmica, tal como assegura o Dr. Idris, a jihad é uma obrigação para os muçulmanos (jihad ofensiva sendo um esforço comunal enquanto que a jihad defensiva é individual). É exactamente como este perito na jurisprudência islâmica declara: “Mas a jihad nos caminhos de Alá, para fazer a sua palavra suprema, propagar a sua religião, defender a honra da nação islâmica [umma], e responder à agressão contra os muçulmanos por toda a Terra – isto é a jihad: quando um muçulmano luta contra um infiel – sem qualquer tratado – para fazer da palavra de Alá, o Exaltado, suprema, forçando-o a combater ou a invadir as suas terras…”
- Segundo o pensamento islâmico, a jihad ofensiva – “que inclui lutar contra os infiéis e partir-lhes a espinha de qualquer modo possível” – é vista como uma actividade altruísta para o bem do mundo. Dito de outra forma, o fim justifica os meios.
Levando em conta estes dois pontos – (1) Alá ordena os maometanos a levar a cabo a jihad e (2) essa jihad é benéfica para todos os envolvidos, um meio de levar a cabo algo glorioso, isto é, “tornar a palavra de Alá suprema” – como é que os muçulmanos podem classificar a jihad de “terrorismo” mesmo quando, do ponto de vista dum não-maometano, ela parece ser idêntica à definição internacional de terrorismo que o próprio Idris ressalvou e com a qual ele concordou?
A resposta mais directa é, a jihad não é terrorismo apenas e só porque Alá assim o diz – mesmo que no mundo real e em termos prácticos, a jihad e o terrorismo sejam idênticos. Nas palavras de Idris: “Se os actos da jihad – o que inclui lutar contra os infiéis e partir-lhes a espinha de qualquer modo possível – são permissíveis segundo a Sharia, então é impossível defini-los como actos de terrorismo.”
Três pensamentos finais:
- Da próxima vez que vocês acharem estranho o porquê dos muçulmanos “moderados” raramente (se alguma vez) condenarem o terrorismo habitualmente cometido no nome da sua religião, tente-se lembrar do artigo escrito pelo Dr. Idris e pela sua forma de pensar.
- Em relação à supostamente “controversa” questão do que a jihad realmente é, qual é a voz mais autoritária: 1) Um instrutor da lei Sharia que trabalha para a universidade islâmica mais prestigiada do mundo, escrevendo em árabe para outros maometanos, 2) ou a Karen Armstrong, que escreve artigos (falando do benigno e “mal-entendido” islão) dirigidos ao público Ocidental?
- Porque é que o artigo de Idris não foi denunciado? Imaginem a raiva internacional que seria gerada se um teólogo Cristão escreve-se para o New York Times – que é o equivalente do Al Ahram para o Egipto – afirmando que “é uma obrigação” para os Cristãos levar a cabo uma “guerra santa” contra os infiéis não-Cristãos e “lutar ou invadir as suas terras [não-Cristãs] de modo a tornar a Palavra do Senhor Jesus suprema”.
E voltamos assim para o mesmo facto lamentável: embora os mandamentos islâmicos sejam claros como a água – claramente visíveis para quem quer ver – o Ocidente não consegue aceitar a realidade, largamente graças a uma quantidade sem fim de mentirosos, ignorantes e traidores.
Parte 2: Vídeos
Aitolá Ahmad al Hassani al Bagdadhi explica o que é Jihad e a imposição das três escolhas: conversão, submissão ou morte
Clérigo saudita discute a “convivência islâmica, defende a Jihad Ofensiva e a punição de morte para ex-muçulmanos (Xeique Ayman Al-Anqari, canal de TV Al-Ahwaz, 16/2/2017):
Veja o que diz o Imã Abu Ishaq Al Heweny:
(Vídeo em Odysee, Rumble, Bitchute, YouTube.)
Veja o que diz o Xeique Mamdouh al-Harbi (22/5/2015):
(Vídeo em Odysee, Rumble, Bitchute, YouTube.)
Xeique Abd Al-Hamid Dabbous define Jihad (12/4/2022):
“Quando grupos de [muçulmanos] partem para a jihad pela causa de Alá, eles primeiro chamam as pessoas para se juntarem ao Islã. Se eles aceitarem isso – é isso que Alá quer e o que os muçulmanos querem, eles adquirem os mesmos deveres e direitos que os nossos. Se eles recusarem, eles devem pagar o imposto jizya em humilhação, ou vamos lutar contra eles, até alcançarmos o martírio ou a vitória, com a ajuda de Alá. Jihad é o pináculo do Islã, o que torna o Islã glamoroso, forte e amável. Mesmo as pessoas que foram coagidas a se converter ao Islã através da jihad pela causa de Alá lamentaram que tivessem que ser forçadas. Elas disseram: ‘Se ao menos tivéssemos o bom senso de nos convertermos por conta própria …’ Isso porque o Islã é a melhor religião enviada por Alá.” (memri)
Vídeo em Odysee, Bitchute, YouTube e Rumble
Pregadores confirmam: islamismo propagado pela espada
(Vídeo em Rumble, YouTube, Bitchute, Odysee)
Parte 3: Mais autoridades islâmicas falam sobre a Jihad
Citações oriundas de Andrew G. Boston, autor do livro seminal The Legacy of Jihad: Islamic Holy War and the Fate of Non-Muslims.
Richard Bell, em sua tradução e exegese do Alcorão de 1937, demonstra que a Sura (capítulo) 9, ” … proclamações de guerra …”, e os versículos Q.9:29 a Q.9:35, especificamente,
…formam de fato uma proclamação de guerra contra judeus e cristãos, e provavelmente pertencem ao ano IX [9 anos após a Hégira] quando uma expedição foi projetada para o Norte que envolveria guerra com cristãos e possivelmente também com judeus.
Al-Muntakhab fii Tafsiir al-Qur’aan al-Kariim, seleção correta de Comentário do Alcorão, emitido pelo “Vaticano do Islã Sunita”, Comitê da Universidade Al-Azhar para o Alcorão e Sunna [tradições de Profeta do Islã Maomé, e seus primeiros seguidores], 11ª edição, Cairo 1985, reafirma a erudição de Bell, afirmando , em relação ao Alcorão 9:29 e 9:30:
(9.29) Ó crentes, combatei os incrédulos, a saber, o Povo do Livro que não acredita na Verdadeira Fé e não aceita a Ressurreição e a Recompensa [céu, inferno] no verdadeiro caminho, e não exige que detenha o que Alá e seu Emissário mandou parar; eles não abraçam a Verdadeira Religião, ou seja, o Islã. Lute até que acreditem, ou obrigue-os a pagar a jizya (* o imposto deliberadamente humilhante) humilde e obedientemente, não de má vontade, para que contribuam para o orçamento islâmico.
(9.30)…que Alá amaldiçoe esses incrédulos e suas famílias, por espanto de quão longe eles se desviaram da Verdade, que é clara; mas eles se inclinaram para o erro.
O padrão essencial da guerra da jihad é capturado no registro do grande historiador muçulmano al-Tabari da recomendação dada por Umar b. al-Khattab ao comandante das tropas que ele enviou para al-Basrah (636 dC), durante a conquista do Iraque. Umar (o segundo “califa bem guiado”) teria dito:
Convoque o povo a Deus; aqueles que respondem ao seu chamado, aceitam-no deles (isto é, aceitam sua conversão como genuína e abstêm-se de combatê-los), mas aqueles que se recusam devem pagar o imposto por humilhação e humildade. (Alcorão 9:29) Se eles recusarem isso, é a espada sem clemência. Tema a Deus em relação ao que lhe foi confiado.
A jihad foi perseguida século após século, porque jihad, que significa “lutar no caminho de Alá”, incorporava uma ideologia e uma jurisdição. Ambos foram formalmente concebidos por jurisconsultos e teólogos muçulmanos dos séculos VIII a IX em diante, com base em sua interpretação dos versículos do Alcorão (por exemplo, 9:5,6; 9:29; 4:76-79; 2:214-15; 8:39-42), e longos capítulos nas Tradições (ou seja, “hadice”, atos e ditos do Profeta Maomé, especialmente aqueles registrados por al-Bukhari [d. 869] e Muslim [d. 874]) . O consenso sobre a natureza da jihad de todas as quatro escolas de jurisprudência islâmica sunita (ou seja, Maliki, Hanbali, Hanafi e Shafi’i) é claro.
Ibn Khaldun (d. 1406), jurista (Maliki), renomado filósofo, historiador e sociólogo, resumiu essas opiniões de consenso de cinco séculos de jurisprudência muçulmana sunita anterior em relação à instituição exclusivamente islâmica da jihad:
Na comunidade muçulmana, a guerra santa é um dever religioso, por causa do universalismo da missão [muçulmana] e [a obrigação de] converter todos ao islamismo, seja pela persuasão ou pela força… Os outros grupos religiosos não tinham um missão universal, e a guerra santa não era um dever religioso para eles, exceto apenas para fins de defesa… O Islã tem a obrigação de ganhar poder sobre outras nações.
Molla Khosrew (falecido em 1480) foi um célebre escritor e jurista Hanafi, que foi nomeado o Shaykh-al-Islam otomano pelo sultão Mehmed II em 1469. Uma das obras jurídicas autorizadas e amplamente citadas de Molla Khosrew reiterou essas visões clássicas sobre a jihad:
… jihad é um fard al-kifaya, ou seja, que se deve começar a luta contra o inimigo, mesmo quando ele [o inimigo] pode não ter tomado a iniciativa de lutar, porque o Profeta… .permitiu que os crentes se defendessem, mais tarde, porém, ordenou-lhes que tomassem a iniciativa em certas épocas do ano, ou seja, no final dos meses haram, dizendo: “Matem os idólatras onde quer que os encontrem…” (Q9:5). Ele finalmente ordenou a luta sem limitações, em todos os momentos e em todos os lugares, dizendo: “Combater aqueles que não acreditam em Alá, e no último dia…” (Q9:29); há também outros versículos [semelhantes] sobre o assunto. Isso mostra que é um fard al-kifaya
Finalmente, a jurisprudência xiita estava de acordo com o consenso sunita sobre a natureza básica da guerra jihad , como refletido neste trecho do Jami-i-Abbasi [o popular manual persa da lei xiita] escrito por al-Amili ( d.1622), um teólogo distinto sob Shah Abbas I:
A guerra santa islâmica [jihad] contra seguidores de outras religiões, como judeus, é necessária, a menos que eles se convertam ao islamismo ou paguem o imposto poll tax* [jizya].
* um imposto cobrado de todo adulto, sem referência a renda ou recursos.
Na época da morte de al-Tabari em 923, as guerras da jihad haviam expandido o império muçulmano de Portugal para o subcontinente indiano. Conquistas muçulmanas subsequentes continaram na Ásia, bem como na Europa Oriental. Sob a bandeira da jihad, os reinos cristãos da Armênia, Bizâncio, Bulgária, Sérvia, Bósnia, Herzegovina, Croácia e Albânia, além de partes da Polônia e da Hungria, também foram conquistados e islamizados por ondas de seljúcidas, ou mais tarde turcos otomanos, bem como os tártaros. Além disso, os invasores árabes muçulmanos se engajaram em ataques jihadistas contínuos que devastaram e escravizaram populações animistas da África Subsaariana, estendendo-se até o sul do Sudão. Quando os exércitos muçulmanos otomanos foram parados nos portões de Viena em 1683, mais de um milênio de jihad havia transpirado. Esses tremendos sucessos militares geraram uma literatura triunfalista da jihad. Historiadores muçulmanos registraram em detalhes o número de infiéis massacrados, ou escravizados e deportados, as cidades, aldeias, e locais religiosos infiéis que foram saqueados e pilhados, e as terras, tesouros e bens móveis apreendidos.
E qual era a natureza do sistema de governança imposto aos indígenas não-muçulmanos conquistados pela jihad? Em seu seminal The Laws of Islamic Governance, al-Mawardi (d. 1058), um renomado jurista de Bagdá, examinou os regulamentos relativos às terras e populações infiéis subjugadas pela jihad. Esta é a origem do sistema de dhimmitude. A população nativa infiel “dhimmi” (que deriva tanto da palavra “pacto” quanto da “culpa” – culpada de erros religiosos) teve que reconhecer a propriedade islâmica de sua terra, submeter-se à lei islâmica e aceitar o pagamento do Imposto de votação do Alcorão (jizya), baseado no Alcorão 9:29. Al-Mawardi observa que “O inimigo faz um pagamento em troca de paz e reconciliação.” Ele distingue, então, dois casos: (I) O pagamento é feito imediatamente e é tratado como despojo, “não impedindo, porém, que se faça uma jihad contra eles no futuro.” (II) O pagamento é feito anualmente e “constituirá um tributo contínuo pelo qual sua segurança é estabelecida”. A reconciliação e a segurança duram enquanto o pagamento for feito. Se o pagamento cessar, a jihad recomeça. Um tratado de reconciliação pode ser renovável, mas não deve exceder 10 anos. Esta mesma formulação básica foi reiterada durante uma entrevista de 8 de janeiro de 1998 por Yusuf al-Qaradawi confirmando como a jihad continua a regular as relações entre muçulmanos e não-muçulmanos até hoje.
O “contrato da jizya“, ou “dhimma“, abrangia outras obrigações obrigatórias e recomendadas para os povos “dhimmi” não-muçulmanos conquistados. Coletivamente, essas “obrigações” formaram o sistema discriminatório de dhimmitude imposto aos não-muçulmanos – judeus, cristãos, [assim como zoroastrianos, hindus e budistas] – subjugados pela jihad. Algumas das características mais salientes da dhimmitude incluem: a proibição de armas para os dhimmis vencidos e de sinos de igreja; restrições relativas à construção e restauração de igrejas, sinagogas e templos; desigualdade entre muçulmanos e não-muçulmanos no que diz respeito aos impostos e à lei penal; a recusa do testemunho dhimmi pelos tribunais muçulmanos; uma exigência de que judeus, cristãos e outros não-muçulmanos, incluindo zoroastrianos e hindus, usem roupas especiais; e a humilhação e degradação geral dos não-muçulmanos. É importante notar que esses regulamentos e atitudes foram institucionalizados como características permanentes da sagrada lei islâmica, ou Shari’a. Os escritos do muito venerado teólogo e jurista sufi al-Ghazali (d. 1111) destacam como a instituição da dhimmitude era simplesmente uma característica normativa e proeminente da Shari’a:
… o dhimmi é obrigado a não mencionar Alá ou Seu Apóstolo … Judeus, Cristãos e Majians devem pagar a jizya [imposto sobre não-muçulmanos] … ao oferecer o jizya, o dhimmi deve abaixar a cabeça enquanto o oficial segura sua barba e bate [no dhimmi] no osso protuberante abaixo de sua orelha [ou seja, a mandíbula] … Eles não podem exibir ostensivamente seu vinho ou sinos de igreja … suas casas não podem ser mais altas do que a dos muçulmanos, não importa quão baixo seja. O dhimmi não pode montar um cavalo ou mula elegante; ele pode montar um burro apenas se a sela for de madeira. Ele não pode andar na parte boa da estrada. Eles [os dhimmis] têm que usar [um adesivo de identificação] [em suas roupas], até mesmo as mulheres, e mesmo nos banhos [públicos] … [dhimmis] devem segurar a língua.
As consequências práticas de tal sistema discriminatório foram resumidas em 1930 de AS Tritton, The Caliphs and their Non-Muslim Subjects, um tratado pioneiro sobre o status dos dhimmis:
… Califas destruíam igrejas para obter materiais para suas construções, e a turba estava sempre pronta para saquear igrejas e mosteiros … os dhimmis … sempre viveu de sofrimento, exposto aos caprichos do governante e às paixões da multidão [muçulmana] … em tempos posteriores … eles eram muito mais propensos a sofrer com a violência da multidão, e o fanatismo popular foi acompanhado por um crescente rigor entre os educados. O isolamento espiritual do Islã foi realizado. O mundo estava dividido em duas classes, muçulmanos e outros, e só o Islã era importante… De fato, o sentimento geral era que os restos dos muçulmanos eram bons o suficiente para os dhimmis.
Quarenta anos depois, em 1970, SD Goitein, um dos maiores estudiosos das relações muçulmanas e não muçulmanas do século XX escreveu o seguinte sobre o assunto dos dhimmis sob o governo islâmico:
…um grande humanista e contemporâneo da Revolução Francesa, Wilhelm von Humboldt, definiu como o melhor estado aquele que é menos sentido e se restringe a uma única tarefa: proteção, proteção contra ataques de fora e opressão de dentro … em geral, a tributação [pelo governo muçulmano] era impiedosa, e uma grande parte da população deve ter vivido permanentemente no nível da fome. De muitas cartas de Geniza, tem-se a impressão de que os pobres estavam mais preocupados em conseguir dinheiro para o pagamento de seus impostos do que para comida e roupas, pois a falta de pagamento geralmente induzia a punições cruéis … o estado muçulmano era exatamente o oposto dos ideais propagada por Wilhelm von Humboldt ou os princípios embutidos na [C]onstituição dos Estados Unidos. Um estado islâmico fazia parte ou coincidia com Dar al-Islam, a Casa do Islã. Seu tesouro era mal al-muslumin, o dinheiro dos muçulmanos. Cristãos e judeus não eram cidadãos do Estado, nem mesmo cidadãos de segunda classe. Eles eram estranhos sob a proteção do Estado muçulmano, um status caracterizado pelo termo dhimma, para cuja proteção eles tinham que pagar um poll tax específico para eles. Eles também foram expostos a um grande número de leis discriminatórias e humilhantes … Como está na própria natureza de tais restrições, logo humilhações adicionais foram adicionadas, e antes que o segundo século do Islã terminasse, um corpo completo de legislação nesta matéria existia… Em tempos e lugares em que se tornaram muito opressivos, levaram à diminuição ou até à extinção completa das minorias. [ênfase adicionada]
Dados de pesquisa muito perturbadores divulgados em 24 de abril de 2007 a partir de uma rigorosa pesquisa presencial da Universidade de Maryland/WorldPublicOpinion.org confirmam a magnitude dos sentimentos favoráveis aos objetivos finais do jihadismo dentro da comunidade (umma) muçulmana global contemporânea. Dos 4.384 muçulmanos entrevistados entre 9 de dezembro de 2006 e 15 de fevereiro de 2007 – 1.000 marroquinos, 1.000 egípcios, 1.243 paquistaneses e 1.141 indonésios – 65,2%, quase 2/3, dificilmente uma “minoria marginal” – desejavam esse resultado: “Unificar todos os países islâmicos em um único estado islâmico ou califado”, incluindo 49% dos muçulmanos indonésios “moderados”. A validade interna desses dados sobre o presente anseio por um Califado é fortemente sugerida por um resultado concordante: 65,5% desta amostra muçulmana aprovou a proposição “Para exigir uma aplicação rigorosa da lei Shari’a em todos os países muçulmanos.” Além disso, uma pesquisa anterior de muçulmanos britânicos indicou que até 40% deles desejavam substituir o atual sistema democrático liberal da Grã-Bretanha pela Shari’a.’
“A Caxemira será libertada äpenas através da jihad”, diz líder do Jamaat-e-Islami Paquistão
As declarações de Hafiz Naeem resumem a ideologia da Jihad islâmica: Ele pediu ao muçulmanos que dedicassem suas riquezas e vidas no caminho de Alá, com o objetivo de promover a revolução por meio de todos os esforços possíveis. (Tribune, Out/2024)
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