Resumo
A vida das alunas, adolescentes e mulheres, predominantemente cristãs, sequestradas pelo grupo militante jihadista islâmico Boko Haram, durante o seu cativeiro, está sendo revelada em um novo livro, baseado no diário de uma das sequestradas. As revelações são chocantes, porém consistentes com a sunna (vida e dizeres) de Maomé no tocante ao tratamento de mulheres conquistadas durante uma jihad. As alunas foram submetidas a conversão forçada, forçadas a se casarem com os mujahadin (os soldados sagrados) ou a serem abusadas sexualmente por eles, forçadas a se cobrirem do modo islâmico e forçadas a trabalho escravo. Muitas delas conseguiram a liberdade. Muitas delas morreram durante os seus tormentos. Muitas delas ainda estão estão em cativeiro, vivendo o inferno islâmico na Terra.
Artigo
Em abril de 2014, cerca de 300 meninas, adolescentes, estudantes de uma escola em Chibok, no estado do Borno, foram sequestradas pelo grupo jihadista Boko Haram, e escondidas nas profundezas de uma floresta. Diversas personalidades internacionais, desde Michelle Obama até o Papa Francisco, fizeram declarações pedindo para os jihadistas libertarem as meninas. Tolos. Eles não sabem o que o islamismo e a lei islâmica sharia prescrevem para mulheres presas em conflito. E, na visão do Boko Haram, eles estão em uma guerra para propagar o islamismo, jihad.
Muitas mulheres acabaram se libertando. Mas agora, detalhes da vida destas prisioneiras da jihad vieram à tona devido a um diário, bem como devido a depoimentos, sendo compilados em um livro Traga de volta nossas meninas. O que segue são alguns relatos retirados de uma matéria do jornal londrino The Guardian.
Naomi Adamu, uma das alunas sequestradas, arriscando uma surra ou coisa pior, começou a escrever um diário, usando os cadernos que ela acabou trazendo com ela. Adamu, 24 anos de idade, era a mais velha dentre as alunas.
Ao chegarem no acampamento, os islâmicos mandaram as alunas trocar seus uniformes escolares por uma roupa preta e esvoaçante que cobrisse tudo. Adamu escrevia nos dias em que era seguro, entre as aulas obrigatórias do Alcorão coletar comida na floresta.
Quando os jihadistas do Boko Haram ameaçaram matá-la se ela não se convertesse ao islamismo, se casasse com um mujahadin (soldado sagrado) e gerasse seus filhos, ela se recusou e foi espancada com a coronha de um rifle. Tanto ela como muitas das que recusaram o “casamento foram sujeitas a abusos sexuais contínuos, e condenadas ao trabalho árduo como “escravas”. Resistência aos extremistas era revidada com açoites.
Alguma das reféns tornaram-se abertamente insubordinadas, recusando ordens e sendo espancadas repetidamente. Elas começaram a cantar hinos baixinho quando seus guardas estavam distraídos, gradativamente aumentado a voz. “Quando eles perceberam que não usávamos o hijab, como as outras meninas, nos batiam e ameaçavam nos degolar. Eles nos forçavam usar o hijab e orar, mas decidimos juntas fingir que rezávamos. Faziámos orações cristãs e lembrávamos a história de Jó”, disse Adamu.
Adamu ajudou a organizar um suprimento clandestino de arroz para alimentar a resistência. A tática funcionou e cada vez mais alunas começaram a renunciar à fé islâmica que diziam ter adotado apenas por medo.
Mas a repressão foi rigorosa. “A certa altura tínhamos visto tantos corpos, que não tínhamos mais medo de morrer”, disse Adamu.
Adamu relata ter ficado “com raiva quando 30 meninas se converteram ao Islã e se casaram … Eu senti que algumas não lutaram com força suficiente. Isso dividiu o grupo e enfraqueceu nossa determinação. As pessoas começaram se resignar que não voltariam para casa.”
O tempo passava. As alunas estavam quase morrendo de fome, suas rações eram cortadas repetidas vezes. No entanto, uma pequena equipe de voluntários nigerianos liderada por um diplomata suíço, começaram a conseguir a libertação de algumas alunas em troca de militantes do Boko Haram.
Mas dezenas das alunas morreram na floresta. E dezenas delas ainda estão lá, presas.
Adamu permanece no norte da Nigéria com a ambição de ter sua própria família e abrir algum tipo de negócio. Mas ela não se sente segura. Desde o sequestro das alunas de Chibok, o Boko Haram sequestrou mais de 10.000 meninos como lutadores infantis , bem como um número semelhante de meninas e mulheres, usadas para resgate às suas famílias ou forçadas a se tornarem muçulmanas e se casar.
“Nosso principal problema é que Chibok está em perigo novamente … Se nada mudar, levará pouco tempo até que alguma de nós seja sequestrada novamente”, disse ela.
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