O Canadá, país conhecido por suas paisagens maravilhosas e a ilusão de ser o paraíso na Terra. O Canadá também é conhecido como um país que se afunda nas ideias progressistas oriundas do marxismo cultural, sendo enfiadas goela abaixo da sua população. E, agora, por queimar suas igrejas.
O que levou ativistas de esquerda a queimarem mais de 70 igrejas em um período de pouco mais de um ano, recebendo elogios por isso por parte até mesmo de membros do governo canadense? Reposta: por causa da suspeita da descoberta de ossos de crianças indígenas enterrados perto de uma igreja, em valas sem marcação. A Igreja Católica estava sendo acusada de genocídio, e as igrejas sendo queimadas antes mesmo de se confirmar a suspeita (que se confirmou como sendo falsa).
Para compreender o contexto, é preciso voltamos um pouco na história do Canadá.
Em 1867, o Canadá se tornou uma confederação formada pelas diversas províncias autônomas da época, chamando-se de Domínio do Canadá, com sua capital na cidade de Ottawa. Em 1876, o parlamento aprovou uma lei chamada de Indian Act, no qual o governo tornou-se obrigado a fornecer uma educação aos jovens indígenas e assimilá-los à sociedade canadense. O desejo de integrar os povos indígenas ao novo país que se formava levou o governo a criar escolas internas públicas, chamadas de Escolas Residenciais. A ideia básica seria levar as crianças indígenas para estas escolas, educá-las e dar-lhes conhecimento, teórico e prático, para que elas pudessem se integrar na sociedade canadense. O governo federal desejava tornar as Primeiras Nações economicamente autossuficiente, diminuindo a dependência indígena de fundos públicos. Nesta empreitada, governo canadense repassou a responsabilidade destas escolas para igrejas de várias denominações.
No seu auge, por volta de 1930, o sistema escolar residencial totalizava 80 instituições, a maioria delas nas províncias e territórios do oeste. A Igreja Católica Romana operava três quintos das escolas, o Igreja Anglicana um quarto e o as igrejas Unidas e Presbiterianas o restante. (Antes de 1925, a Igreja Metodista também operava escolas residenciais; no entanto, quando a Igreja Unida do Canadá foi formada em 1925, a maioria das escolas presbiterianas e todas as escolas metodistas tornaram-se escolas da Igreja Unida.) A última Escola Residencial encerrou sua operação em 1996.
Na virada para o século XXI, a experiência das Escolas Residenciais passou a ser revista dentro da ótica da cultura liberal canadense de então. Deste modo, as intenções dos governos do passado, que criaram estas escolas, passaram a ser vistas de modo bastante crítico, surgindo professores de universidades de ciências humanas e grupos políticos de esquerda, que começaram a acusar, principalmente a Igreja Católica Romana, de genocídio cultural.
Em 2007, o governo federal e as igrejas que operavam as escolas concordaram em fornecer compensação financeira. a ex-alunos sob o Acordo de Assentamento de Escolas Residenciais. Em 2008, o primeiro-ministro Stephen Harper, em nome do Governo do Canadá, ofereceu um pedido de desculpas a todos os ex-alunos de escolas residenciais no Canadá.
Em maio de 2021, estudo geofísico usando radar de penetração no solo feito no sítio de uma antiga escola residencial na cidade de Kamloops, na província da Colômbia Britânica, detectaram feições no solo que poderiam ser restos mortais de 200 crianças enterradas no local. Esta descoberta foi estampada na mídia canadenses como prova do genocídio, no qual a igreja católica matou crianças indígenas e as enterrou para esconder o crime.
Pronto, o circo estava armado para a ação dos ativistas de esquerda fazerem o que eles chamaram de “justa retribuição”. De maio a agosto de 2021 (3 meses), um total de 68 igrejas cristãs no Canadá haviam sido vandalizadas, incendiadas ou profanadas, não importa se eram igrejas católicas, ortodoxas ou protestantes. A reação das elites foi chocante, mas, honestamente, esperada. Em um tuíte de 30 de junho, Harsha Walia, chefe da Associação de Liberdades Civis da Colômbia Britânica, escreveu: “Queime tudo”. Gerald Butts, um confidente próximo do primeiro-ministro canadense, disse que os ataques a igrejas são “compreensíveis”. Heidi Mathews, da Harvard Law School, descreveu a vandalização e o incêndio de igrejas como “o direito de resistência à injustiça extrema e sistêmica”. E o primeiro-ministro, Justin Trudeau, oferecendo o habitual serviço da boca para fora, disse que os ataques contínuos à igreja são “inaceitáveis”, mas “eu entendo a raiva que está lá fora… contra instituições como a Igreja Católica”.
Após escavação do sítio em Kamloops, nenhum osso foi encontrado. Tom Flanagan, professor emérito de ciência política da Universidade de Calgary, chamou o caso de “a maior fake news da história canadense”. Mas esta notícia ganhou a décima página dos jornais de baixa circulação. Ou seja, foi ignorada pela mídia e a maioria ficou com a impressão do “extermínio das crianças indígenas”.
Enquanto isso, igrejas continuam sendo vandalizadas, incendiadas ou profanadas no Canadá, este país que se tornou o campeão mundial na categoria “queima de igrejas”.
O interessante é que nenhum prédio do governo federal foi atacado ou incendiado. Afinal, a iniciativa de aculturar os povos indígenas na sociedade canadense foi do governo federal. Para a esquerda, isso não importa. O seu inimigo principal é o cristianismo, e atacar igrejas, o seu passatempo preferido, seja onde for.
(Leia depois O Canada pró-islamista do Primeiro-Ministro Justin Trudeau)
Referências
Residential Schools in Canada, The Canadian Encyclopedia
UPDATE: A map of the 71 churches that have been vandalized or burned since the residential schools announcement, The True North
Canadian Church-Hate Comes for Coptic Christians, Raymond Ibrahim
Churches burned on Canada Day long weekend, and the media is partially to blame, The True North
Six things the media got wrong about the graves found near Residential Schools, The True North
Canadian Leadership on the Torching of Dozens of Churches: ‘Burn It All Down!’, Raymond Ibrahim
UPDATE: Newfoundland lawyer calls for burning of churches, Western Standard
Alberta indigenous lawyer says she’ll help burn down churches, Western Standard
Former judge pokes holes in ‘mass grave’ narrative at Kamloops residential school, Rebel News
Christian World News – Canada’s Churches Ablaze – July 30, 2021, CBN News
Church fire investigators chasing leads in B.C., The True North
Church Burnings Could Be Deemed Acts of Terrorism, Says Former CSIS Specialist, The Epoch Times
What’s in a Name? Addressing the Charge of ‘Cultural Genocide’, The Epoch Times
Unmarked Residential School Graves: Pursuing the Truth Is of Utmost Importance, The Epoch Times
Historians Explain Their Objection to Charge of Genocide Against Canada on Treatment of Indigenous Peoples, The Epoch Times
Why Is Nothing Being Done About the Claim That Children Were Murdered in Canada’s Residential Schools?, The Epoch Times
\Canada-Igrejas-sendo-incendiadas-2021-2023
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