Desastre volta a se abater sobre a Síria ameaçando o que resta da sua população cristã.
Cristãos sírios em Aleppo, estão em grave perigo devido aos terroristas invasores da Al Qaeda e do Estado Islâmico, que já começaram a remover as decorações de Natal e a decapitar soldados capturados. Muitos cristãos estão tentando fugindo da cidade, mas o aeroporto está fechado e a rodovia M-5 foi capturada. A mídia ocidental está torcendo pelos terroristas e os chama de “rebeldes”, um termo que confere uma certa simpatia para os terroristas. A mídia ocidental é uma arma de propaganda para o que existe de pior.
A guerra civil na Síria, que começou em março de 2011 durante a chamada Primavera Árabe, instigada e promovida pela administração do então presidente estadunidense Barack Obama, resultou na morte de mais de 600 mil pessoas, deixando mais de 30 milhões de deslocados internos, muitos dos quais foram levados para a Europa e Canadá.
A guerra, que inicialmente parecia ser um conflito interno, evoluiu, ao longo dos anos, para uma guerra por procuração travada por uma série de grupos regionais e potências globais, tornando-a um dos conflitos armados mais complexos na história recente. O conflito desapareceu do radar da mídia com o esmagamento do Estado Islâmico, resultando em anos de relativa estabilidade no país.
Durante o conflito, grupos jihadistas do Estado Islâmico e da Al-Qaeda, se tornaram o terror das minorias religiosas, cristãos e iazidis, que foram praticamente exterminados de diversas regiões do país. O que salvou os cristãos foi a intervenção russa, que se aliou ao governo sírio do presidente Bashar al-Assad.
Agora, como que do nada, ressurgem os jihadistas da Al-Qaeda com toda força e violência.
A situação na Síria é um desastre.
Os jihadistas liderados pela HTS, uma antiga franquia da Al-Qaeda, invadiram e conquistaram Aleppo, pondo o exército sírio à correr. HTS advém de Hay’at Tahrir al-Sham, que significa Organização para a Libertação do Levante. Eles são salafitas.
A mídia dos EUA e do Reino Unido está chamando os jihadistas de “insurgentes da oposição” ou apenas de “rebeldes”, sem mencionar nada sobre seus antecedentes ou sua história.
Eles costumavam ser a Frente al-Nusra (uma filial síria da Al-Qaeda), que foi originalmente cofundada por Abu Bakr al-Baghdadi, da Sede da Jihad na Mesopotâmia. Mais tarde, Al-Baghdadi a renomeou como Estado Islâmico, e depois de Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) após concluir que a al-Qaeda era muito branda. Em 28 de julho de 2016, a Frente al-Nusra adotou o nome de Jabhat Fateh al-Sham (JFS), ou “Frente para a Conquista do Levante”. Os líderes anunciaram que ainda apoiavam Osama bin Laden e a atual liderança internacional da al-Qaeda, mas que não seriam mais uma filial oficial da al-Qaeda para facilitar a obtenção de financiamento internacional. A mudança de marca também pretendia parecer uma organização local mais autêntica do que parte de um grupo internacional. Em 28 de janeiro de 2017, a JFS renomeou-se como HTS, com várias milícias salafitas menores se fundindo a elas. A maioria da liderança permaneceu com as mesmas pessoas que lideraram a JFS e a al-Nusra. A notória al-Zenki, armada pelos EUA, que realizou alguns dos crimes de guerra mais famosos na Síria, fez parte brevemente da fusão. Hoje, al-Zenki é um grupo patrocinado pela Turquia que opera nas áreas de Afrin e al-Bab, ocupadas pela Turquia. O único país está cooperando abertamente com o HTS é a Turquia. No entanto, a HTS provavelmente ainda recebe dinheiro de árabes ricos da Arábia Saudita e dos estados do Golfo.
Em 2017, surgiu o Exército da Nação Síria (SNA), uma coalizão de milícias armadas patrocinadas pela Turquia, operando em áreas ocupadas pela Turquia na Síria. O SNA é composto por jihadistas sunitas árabes e etnonacionalistas turcos.
O SNA, aproveitando o sucesso do HTS, está lançando ataques em Tall Rifaat, cidade controlada pelos curdos, e áreas controladas pelo governo sírio perto da cidade de al-Bab, ambos no norte da Síria.
O HTS está aproveitando o vácuo criado pela menor presença russa, devido à guerra na Ucrânia, e ao fato dos combatentes libaneses e do Hezbollah terem partido para o sul, para lutar contra Israel.
Existem relatos que o HTS já teria entrado em Hama, cidade ao sul de Alepo, no caminho para Damasco. Algumas milícias pró-Assad estacionadas em territórios controlados pelos curdos, como al-Raqqa, estariam saindo para lutar por Aleppo. Isso deixaria a porta aberta para uma nova insurgência salafita em al-Raqqa e outros antigos redutos do ISIS.
O governo iraquiano estaria enviando tropas para a fronteira com a Síria, já está prevendo que o conflito se espalhe para a província de Anbar novamente.
Poderíamos estar vendo a ascensão de outro Califado Salafita novamente. Este Califado 2.0, desta vez, terá patrocínio estatal turco, e a mídia estará nos dizendo que esta é uma versão mais gentil e amorosa do salafismo.
\Estado-Islamico-Al-Qaeda-ressurge-na-Siria-2024
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