Olhando a Europa de hoje é difícil de acreditar que existiu uma época na qual o pensamento questionador fluía livre. Um exemplo disso é a peça teatral (tragédia em 5 atos) escrita por Voltaire em 1736 intitulada “O Fanatismo” ou “Maomé, o Profeta.” Esta peça é um estudo do fanatismo religioso e da manipulação, baseado em episódios da biografia de Maomé no qual ele ordena o assassinato dos seus críticos. Voltaire descreve a peça como tendo sido escrita em oposição ao fundador de um culto falso e bárbaro. Com esta sua peça, Voltaire “tentou mostrar os horríveis excessos que o fanatismo inspirado em um impostor podem provocar nas mentes fracas.”
A trama se desenrola aparentemente em um período em torno da conquista de Meca por Maomé. A peça indica o ano de 630. Um dos protagonistas é um líder de Meca, Zopir, que é um defensor implacável do livre arbítrio e liberdade, e por isso rejeita Maomé. Maomé, e seu comandante Umar, participam das conversas com Zopir. Zopir não sabe que Maomé havia sequestrado e escravizado seu filho Seid e sua filha Palmira quinze anos antes.
A filha de Zopir, Palmira, cresceu uma mulher muito atraente, e Maomé se encheu de desejos por ela. Contudo, Maomé percebeu que Seid e Palmira estavam apaixonados (eles não sabiam que eram irmãos). Maomé então planeja se livrar de Seid. Primeiro, Maomé doutrina Seid dentro do zelo religioso do islão, para depois enviá-lo a uma missão suicída para matar Zopir (claro, Seid não sabe que Zopir é o seu pai). Deste modo, Maomé iria se livrar de Seid e ter o caminho aberto para consumir Palmira. Maomé invoca autoridade divina para levar a cabo este plano.
Seid, que respeita o caráter nobre de Zopir, resiste a idéia em um primeiro momento, mas no final, a sua lealdade a Maomé o leva a assassinar Zopir. Após isso, um outro personagem, Phanor, revela a Seid e a Palmira que Zopir era o pai deles. Umar chega e manda prender Seid pelo assassinato de Zopir, mesmo sabendo que a ordem havia sido dada por Maomé. Maomé decide encobrir o fato para evitar de ser visto como o impostor e tirano que ele é.
Mas a situação fica mais do que evidente para Palmira, que rejeita Maomé bem como a sua religião, e prefere cometer suicídio do que cair nas garras de Maomé.
Bem, esta é a trama, mas Voltaire sabia bem quem tinha sido Maomé, bem como sobre o modo de operação do islão. Senão, vejamos.
- Maomé mandou mesmo assassinar aqueles que o criticavam (assunto tratado aqui e aqui).
- A verdade sendo manipulada para encobrir os crimes de Maomé.
- A doutrinação de um jovem para que ele participe de ataques suicídas, como feito com Seid. Temos registrado exemplos disto nos dias de hoje.
- A perversão sexual de Maomé (assunto tratado aqui).
- Sequestro e escravização.
- E, por último, uma mulher que prefere se matar a cair nas mãos de um jihadista (Maomé) como acontece hoje em dia com as mulheres sequestradas pelo Estado Islâmico, que preferem a morte do que caírem nas garras dos jihadistas.
Não é a toa que Voltaire disse: “Aqueles que conseguem fazer com que você creia no absurdo, podem fazer com que você cometa atrocidades.”
A peça foi representada várias vezes desde a sua première em 1741, sem problemas. Porém, da última vez que se tentou mostrar a peça, em 2005, a mesma foi cancelada devido a pressões dos muçulmanos e apologistas, e distúrbios de rua. A Europa mudou, para pior.
Referências:
Voltaire, Mahomet the Prophet or Fanaticism: A Tragedy in Five Acts, tradução de Robert L. Myers, New York: Frederick Ungar, 1964.
Muslims ask French to cancel 1741 play by Voltaire, Post-Gazzete.