O que Martinho Lutero pensa sobre o islão
“Eu tenho um livro de trechos do Corão de Maomé, o qual poderia ser chamado, em alemão, de um livro de doutrinas do tipo que chamamos de decretos papais. Quando eu tiver tempo, devo vertê-lo em alemão, para que todos possam ver que livro sujo e ignominioso ele é. A princípio, ele [Maomé] louva muito Cristo e Maria como os únicos que foram sem pecado e, no entanto, crê que Cristo não foi nada mais que um profeta sagrado, como Jeremias ou Jonas, e nega que ele é o Filho de Deus e verdadeiro Deus. Além disto, não crê que Cristo seja o Salvador do mundo, Que morreu por nossos pecados, mas que Ele pregou para Seu próprio tempo e completou Sua obra antes de Sua morte como qualquer outro profeta.
Por outro lado, ele louva e exalta grandemente a si mesmo e gaba-se de ter falado com Deus e Seus anjos e que, já que a obra de Cristo agora está completa, fora-lhe ordenado que trouxesse o mundo a sua fé pela espada e que se o mundo não estivesse disposto, que o obrigasse ou punisse pela espada; há muita glorificação à espada nele [a fé, o Islam]. Portanto, os turcos consideram seu Maomé superior e maior do que Cristo, pois a obra de Cristo terminou, mas a obra de Maomé ainda está em pleno vigor.
A partir disto, qualquer um pode constatar que Maomé é um destruidor de Cristo nosso Senhor e de Seu Reino, e se alguém a nega, no que tange a Cristo, que ele é o Filho de Deus e morreu por nós e ainda vive e reina à direita de Deus, o que esta pessoa deixou de Cristo? Acabam-se o Pai, o Filho, o Espírito Santo, o Batismo, o Sacramento, o Evangelho, a Fé o toda a vida e Doutrina cristãs e restam apenas, ao invés de Cristo, Maomé e sua doutrina de feitos, sobretudo de espada. Esta é a doutrina principal da fé turca, na qual toda a abominação, todo o erro e todos os demônios foram empilhados em um só monte.
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Em segundo lugar, o Corão, ou credo dos turcos, os ensinam não só a destruírem a Fé Cristã, mas também todo o governo temporal. O Maomé lá deles, como já se disse, ordena que o governo deve ser feito pela espada e em seu Corão a obra da espada é a mais comum e nobre.
Em verdade, os turcos não passam de homicidas ou bandidos de estradas e seus feitos saltam aos olhos dos homens. Santo Agostinho chama a outros reinos, também, de bandidos; o Salmo 76:4 também os chama de “praça-forte de bandidos”, pois raramente surge um império que não seja pelo roubo, pela força pela injustiça; ou, no mínimo, muitas vezes é tomado e possuído por gente perversa, sem qualquer justiça, de modo que as Escrituras, em Gênesis 10:9, chamam o primeiro príncipe da terra, Nimrod, de um poderoso caçador. Mas nunca um reino se tornou tão poderoso por meio de homicídios e roubos do que o dos Turcos; e eles matam e roubam todo dia, pois está ordenado em sua lei, como obra boa e divina, que eles devem roubar, matar, devorar e destruir cada vez mais os que estão a sua volta; e eles fazem isto e pensam que estão fazendo o serviço de Deus. Seu governo, portanto, não é uma administração normal, para a manutenção da paz, a proteção dos bons e o castigo dos maus, mas um flagelo de cólera e castigo de Deus sobre o mundo infiel, como se disse. A obra de matar e roubar agrada à carne, em todo caso, porque permite aos homens ganharem uma alta posição e sujeitarem a vida e os bens de todos a eles mesmos; quanto mais a carne não deve precisar se satisfazer, quando este é um mandamento, como se Deus o quisesse e isto O agradasse! Portanto, entre os turcos, também, consideram-se os melhores aqueles que são diligentes em aumentar o reino turco e que estão permanentemente matando e roubando por toda sua volta.
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Todos os fanáticos, via de regra, quando o espírito de mentiras se apoderou deles e os desviou da fé verdadeira, não puderam parar por aí, mas secundaram à mentira o assassinato e tomaram da espada, como sinal de que eram filhos do pai de todas as mentiras e homicídio…
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Resumindo o que foi dito: onde houver o espírito de mentiras, lá estará também o espírito do homicídio, mesmo que não possa operar ou esteja impedido. Se estiver impedido, ele ainda assim ri-se e se rejubila quando o homicídio é cometido, ou pelo menos nele consente, pois o tem por correto. Mas os bons cristãos não se regojizam em homicídio algum, nem mesmo no infortúnio de seus inimigos. Já, então, que o Corão de Maomé é um tamanho espírito de mentiras que ele quase nada deixa da verdade cristã, como poderia isto resultar em alguma outra coisa que transformar-se ele [o Corão] em um grande e poderoso homicida, tanto com mentiras quanto com homicídios sob a aparência de verdade e justiça. Portanto, assim como as mentiras destroem a ordem espiritual da fé e da verdade, do mesmo modo o homicídio destrói toda a ordem temporal instituída por Deus; pois onde o homicídio e o roubo são praticados, é impossível que haja um governo temporal bom e digno de louvor, já que eles não podem ter em estima mais alta a paz do que a guerra e o homícídio, ou se empenharem na busca da paz, como se vê em soldados. Por isto, os turcos não tem em alta conta o labor da agricultura.
A terceira questão é que o Corão de Maomé não estima em nada o casamento, mas permite a todos que tomem esposas conforme desejem. Portanto, é normal entre os turcos um homem ter dez ou vinte esposas e abandonar ou vender qualquer uma delas que ele desejar, quando ele desejar, de modo que na Turquia as mulheres são incalculavelmente baratas e são desprezadas; elas são compradas e vendidas como gado. Embora possa haver uns poucos que não tirem proveito desta lei, no entanto, é esta a lei e todos podem segui-la, se desejarem. Tal modo de vida não é casamento e nem pode ser casamento, pois nenhum deles toma uma esposa como esposa e com a intenção de ficar com ela para sempre, como se fossem ambos uma só carne, como a Palavra de Deus diz em Gênesis 2:24: “O homem se unirá a sua esposa e os dois serão um só corpo.”
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Agora, já vimos acima que tipo de homem é o turco, qual seja, um destruidor, inimigo e blasfemo de Nosso Senhor Jesus Cristo; e que, ao invés do Evangelho e da Fé, ergue seu vergonhoso Maomé e toda espécie de mentiras, arruína todo o governo e vida familiar temporais e o casamento; e porque sua guerra não é mais que homicídio e massacres, ele é o próprio demônio.
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É assim que Maomé trata o Evangelho; ele declara que ele é de fato verdadeiro, mas já serviu a seu propósito; também, diz que é difícil de manter, especialmente nos pontos em que Cristo diz que se deve deixar tudo por ele, amar a Deus com todo o coração e todo o mais.
Portanto, Deus teve que nos dar outra lei, a qual não seja tão difícil, para que o mundo a consiga observar e esta lei é o Corão. Mas se alguém pergunta por que ele não faz nenhum milagre para confirmar esta nova lei, ele diz que isto é desnecessário e não serve para nada, pois as pessoas já tinham presenciado muitos milagres antes, quando a lei de Moisés e os Evangelhos surgiram, e não creram. Portanto, este Corão não precisava ser confirmado por milagres vãos, mas pela espada, que é mais eficaz que milagres. Assim foi e ainda é o caso entre os turcos, de sorte que tudo é feito com a espada ao invés de milagres.”
Martinho Lutero (1483 – 1543), figura central da Reforma Protestante
\Opiniao-personalidades-sobre-islao-Lutero
Eric diz
Que texto maravilhoso.
Marcelo Kurtz diz
Excelente artigo! Lutero foi bastante correto e preciso em sua análise sobre o islã.